Era quase madrugada na Kong Studios, o tempo não se decidia em quente ou frio, fazendo uma menina, sentada no sofá da sala, se cobrir e descobrir com a coberta de pouco em pouco tempo, inquieta.

Estava virada de costas para a porta de entrada, em uma mão segurava seu bichinho virtual e na outra um suco de maracujá, o qual tomava toda hora.

Um homem de cabelos azuis se virava constantemente no sofá oposto em um sono turbulento. A garota desviava o olhar para ele, ora alimentando o brinquedo, ora se cobrindo com o cobertor, que às vezes deixava cair.

Quando não bebia o suco para se acalmar, mordia os labios, muito ansiosa. ‘Já era para ele estar aqui! O que será que aconteceu...’ Pensou, respirando fundo. ‘Calma, o avião pode ter atrasado lá em Osaka, deve estar chegando... Ou ele pode ter passado no apartamento para pegar alguma coisa...’

Levantou, colocando o copo na pia, voltando e sentando no sofá, fazendo o mínimo de barulho para não acordar o cantor. Voltou a jogar, coçando os olhos para não dormir.

Levou o bicho para passear, deu mais comida, fez ele fazer exercícios e o colocou para dormir, começando a ficar realmente cansada. Era mais ou menos 2:30 da manhã e não ia dormir até ele chegar.

‘Ele prometeu que viria, vou ficar esperando. Não vou dormir, não vou dormir, não vou dormir...’ Repetia em pensamento, fechando os olhos, fazendo o cobertor escorregar no chão de novo. Abaixou a cabeça, deixando as orelhinhas da conhecida toquinha de dormir caírem em seus olhos, descansando. Sua meia listrada escorregou pelo sofá, deixando a perna sem shorts esticada e descoberta.

Um garoto de cabelos brancos entrou muito silenciosamente pela porta da frente, sorrindo e sentando na frente da menina, sem acordá-la. Segurou em seu queixo, dando um beijo.

Ela acordou, arregalando os olhos para ver quem era. Sorriu de lado, puxando Ray e o beijando mais. Ele riu, sentando direito.

“Também senti saudades...” Falou bem baixinho, chegando perto e colocando o cabelo dela atrás da orelha. “Todos lá do Japão são muito chatos, se não fosse para ajudar Hina eu nem ia...”

Noodle riu um pouco, colocando a mão em volta de seu pescoço. “Mas a melhor parte de você ir é quando você volta...” Disse, o beijando novamente.

Ele passou a mão por baixo de sua fina blusa de pijama, deitando no sofá. Ela o soltou, olhando 2-D com o canto do olho.

“Ham... Aqui não, 2-D-San pode acordar...” Sussurrou em sue ouvido.

Ray se levantou, a puxando. “Então acho melhor irmos para seu quarto, não?” Falou, meio rindo. Ela levantou, puxando o cobertor até o elevador, levando seu bichinho virtual. Entrou, apertando o botão enquanto ele a empurrava contra a parede, beijando seu pescoço. Noodle se arrepiou, fechando os olhos e respirando fundo. Uma voz soou pelo pequeno lugar.

“Eei, que merda é essa?? Não, não, não, pode ir separando! Noods, você só tem 15 anos!!” Murdoc falou pelo interfone. Ela olhou a câmera e tirou a touca, pendurando-a e tampando a lente, voltando a beijar o garoto, que sorria de lado.

“Noods, você tem só 15 anos, não é melhor ir brincar no parquinho e...?” Começou ele, rindo.

“Ah, cala a boca, vai...” Disse, fazendo-o deitar, tentando tirar sua blusa. Desligou o interfone, parando de ouvir Murdoc, se concentrando só em Ray.

Podiam ficar para sempre ali, juntos, sem se preocuparem com nada. Mas ouviram os passos nervosos de Russel na escada, então desceram e entraram no quarto de Noodle, trancando a porta.

Ela correu até a cama, deitando e sorrindo. Ray foi andando de vagar até ela, sorrindo de lado. “O que foi?” A menina perguntou, sentando.

“Nada, só estou um pouco cansado, não se preocupe.” Falou, dando um beijo nela. “É uma coisa chata de família, alguns problemas... Mas tudo vai ficar bem porque minha mãe ainda está por lá. Enquanto ela está lá eu estou aqui!” Ele sorriu, deitando ao lado dela. “E enquanto eu estou aqui, e você está aqui, fico feliz.”

Ela corou, olhando em seus olhos. “Você falando assim parece até que é super apaixonado por mim...” Disse, rindo.

“Mas por que não seria?” Falou ele, puxando o rosto dela e dando um beijo.

“Que meloso...” Riu Noodle, subindo em cima de Ray e tirando a blusa, o beijando. O vento finalmente frio entrou pela janela, fazendo as cortinas voarem.

Estava tudo muito calmo, tudo muito bom, desde que ele não a soltasse para ela estava perfeito.

As sombras das cortinas de tecido fino dançavam pela cama lá pelas 5:00h da manhã, sendo fracamente iluminadas pela lua cheia e brilhante no céu.

Se aquela noite era perfeita, todas deveriam ser assim, era o que ela desejava.

E que no fundo sabia que um dia não teria.