Amor Cigano escrita por PATYPATT


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Nesse capitulo começam os "pegas"...Rsrs. Enjoy!Bjs!



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Amor Cigano Cap 3

 

Estávamos nos aproximando do vilarejo próximo a Londres onde haveria a feira para a venda de produtos artesanais. Alguns homens ficavam na feira para vender o artesanato que as mulheres faziam, enquanto as mulheres com os seus mais belos vestidos e adornos liam as mãos e as cartas para um número impressionante de pessoas. Eu aproveitei para comprar na feira alguns tecidos, linhas e agulhas para começar a contribuir da minha maneira. Eu sabia que era excelente bordadeira e faria umas toalhas de mesa e colchas bordadas para vender na próxima feira. Comprei algumas peças de linho branco e algodão. Fui ao encontro de Esme.

- Onde você esteve Bella? Estava preocupada – Esme reclamando do meu sumiço. Quando contei para ela o que estivera fazendo ela sorriu aprovando.

- Isso é muito bom. Não temos boas bordadeiras na caravana – ela admitiu.

- Bom, agora tem – disse sorrindo sem modéstia. Vimos os homens comemorando porque todos os produtos foram vendidos. Era o fim da feira para eles. As mulheres ficariam enquanto tivesse clientes interessados nas leituras das mãos e das cartas.

- À noite teremos festa. Bella você tem que participar. - Disse Esme animada

- Esme preciso de roupas. – disse preocupada. Eu tinha apenas a estava vestida quando eles me encontraram e a que a Esme me emprestou.

- Temos uma pessoa na nossa caravana que faz coisas lindas para vender Bella. O nome dela é Alice. Quem sabe ela não possa te ajudar? – sugeriu Esme.

- Ah, Esme. Pode me apresentar para ela? – perguntei animada.

- Claro. Ela está aqui na feira, vamos procurá-la. – ela disse sorrindo.

Saímos caminhando pela feira procurando a vidente.

- Ali está ela. – Disse Esme olhando para uma cigana morena linda e miúda que atendia a uma cliente. Ela segurava na mão de uma mulher, mas, olhava para frente, o olhar perdido no nada. Depois começou a falar e vi que a mulher ia assentindo boquiaberta. Quando ela terminou, a mulher colocou uma soma generosa na pequena mão estendida da Alice que sorriu feliz.

- Além de fazer roupas lindas ela é ela é uma excelente vidente. É uma das mais procuradas - disse Esme se aproximando de Alice.

- É porque só conto as coisas boas – respondeu ela sorrindo. Gostei imediatamente dela.

- Oi, eu sou Bella – disse sorrindo.

- Alice. Prazer.  – disse apertando a minha mão e seu sorriso se alargou. – Eu vi quando você estava chegando... Acho que seremos grandes amigas, Bella. – acrescentou e sorri.

- Bella precisa de roupas Alice, ainda tem algumas peças que sirvam nela? – perguntou Esme.

- Têm várias. Leve-a em minha carroça depois Esme que a faço provar tudo que tiver. – prometeu e riu da minha careta diante da sua promessa.

OK! Então até mais tarde. - disse quando viu que uma fila já se formava para Alice ler as mãos.

- Tchau, Alice. Até mais tarde. – disse acompanhando a Esme que me puxava.

Os homens em sua maioria haviam retornado a caravana ficando na feira apenas três que acompanhariam as mulheres para evitar que elas sofressem algum tipo de agressão ou violência por parte de algum malandro que quisesse roubar os frutos do trabalho delas.

Comecei a ficar um pouco cansada, Esme vendo a minha ligeira palidez falou apressada - Acho melhor irmos. Não quero que você fique muito debilitada senão não conseguirá participar da festa hoje e Edward me recomendou cuidado com você.

- Não sou uma inválida nem criança. – disse achando ruim ser tratada assim.

- Mas, tem que reconhecer que já está cansada – disse ela com um sorriso pela minha birra. Sorri também

- Tudo bem. Reconheço. – disse dando o braço a torcer.

Quando todos estavam na caravana, Esme me levou até a carroça de Alice. Achei graça porque ela era cheia de florzinhas pintadas.

- Alice! – Esme chamou.

- Entrem! – gritou Alice lá de dentro. Subimos a, assim que entramos vi muitas peças coloridas sobre a cama.

- Nossa! – exclamei admirada de ver tantas roupas bonitas. Era impressionante a qualidade do corte e acabamento das roupas. Alice estava à altura dos grandes costureiros. “Não me perguntem como sei disso... Não saberia responder”.

Provei várias peças e gostei de todas. Cada uma que eu vestia a Alice aplaudia e a Esme balançava a cabeça em sinal de aprovação. Comprei quase tudo e Alice ficou radiante em receber o pagamento de imediato.

Na saída ela me abraçou – Fique bonita hoje Bella. Esta será uma noite especial para você. – disse com um sorriso misterioso.

Esme e eu saímos de lá carregadas de roupas. Quando nós chegamos à nossa carroça eu peguei o vestido que a Esme tinha gostado e entreguei para ela.

- Esse é seu! – disse sorrindo.

- Não Bella! Não faça isso! – ela me repreendeu.

- Por favor, Esme... Aceite! Quero presentear uma amiga querida. Isso também é proibido? – perguntei triste

- Não. Não é proibido. Obrigada – disse aceitando o presente com um abraço.

Escolhi para vestir uma Saia azul anil, uma blusa branca com mangas ¾ bufantes e o corpete num tom azul mais escuro do que a saia. Havia comprado pulseiras de pingentes e argolas de ouro da Alice e resolvi usa-los. Fiquei satisfeita com o resultado final. A cor azul valorizava o tom da minha pele. Escovei bastante os cabelos até ficarem com brilho e sedosos e deixei-os soltos como as ciganas costumavam usar. As palavras de Alice vieram a minha mente e não pude evitar uma onda de ansiedade. Tentei não pensar mais no assunto e aproveitar a festa. Os violinos e violões começavam a tocar melodias e algumas pessoas dançavam.

- Vamos lá para fora. Acho que hoje merecemos uma caneca de vinho – disse Esme sorrindo e eu a acompanhei.

E estava tomando um gole de vinho e quase engasguei quando avistei Edward. Ele estava lindo vestindo uma calça preta, botas na mesma cor, uma camisa de cetim vermelha e uma faixa preta nos quadris. Ele estava quente. Era essa a definição. Quando ele me viu, aproximou-se para falar comigo.

- Você está muito bonita. Esta cor lhe favorece. – ele disse com voz ligeiramente rouca.

- Obrigada. – disse corando - Você também está muito bonito – respondi sincera.

- Edward, a Bella lembrou hoje que sabe bordar! Comprou alguns tecidos e linhas para fazer toalhas de mesa e colchas para colocar a venda nas feiras. – contou Esme feliz.

- Hum... Isso é muito bom. E como está se sentindo, Bella?- Edward perguntou

- Cada dia um pouco mais forte. Esme é muito dedicada – disse sorrindo com carinho para ela. Ele gostou disso, pude perceber.

Estávamos conversando quando uma loira arruivada e muito bonita se aproximou agarrando o braço de Edward.

- Vou te dedicar a minha dança hoje, Edward – falou com intimidade na voz.

- Obrigado, Tânia. – Edward tentando parecer formal. Você já conhece a Bella?- perguntou

- Você é a Gadjí desmemoriada, não é? – perguntou com ar de desprezo.

- Tânia! – repreendeu Edward e Esme ao mesmo tempo.

- Sou a Bella. E isso já deve bastar para você. - respondi com toda a pose que poderia fazer, de queixo erguido. Edward aparentemente gostou da minha resposta e porque não escondeu o riso. Tânia saiu sacudindo a saia para trás num gesto de irritação.

- Desculpe a Tânia – pediu Edward

- O que ela tem?- Quis saber. Esme e Edward se entreolharam. Ela sorriu... Ele pediu licença e se afastou com o semblante sério e eu fiquei sem entender nada!

- Eu disse alguma coisa de errado? - Quis saber

-Nada, querida. Você não disse nada de errado. - tranqüilizou-me a Esme.

Alice juntou-se a nós e vi que ela suspirava cada vez que o rapaz chamado Jasper passava na frente dela, o que, aliás, ele estava fazendo com uma grande freqüência.

- Você gosta dele! - Não resisti e falei

- Ele é um príncipe – admitiu suspirando.

- E por que não fala com ele ou dança para ele que é o que parece ser a maneira que as mulheres aqui fazem a corte? – perguntei.

- Sou muito tímida e acho que ele também é. – disse meio triste.

- Vou ajudá-la. – prometi.

- Como, Bella? – Alice quis saber quicando ao meu redor

- Você verá – disse sorrindo.

Quando Jasper estava passando pela milésima vez eu o chamei

- Jasper. – chamei. - Queria te fazer uma pergunta. Posso? – perguntei fazendo-o parar. Ele assentiu olhando de soslaio para a Alice que a está altura estava vermelha como um tomate. Pense Bella!

- Você estava junto do Edward quando eu fui encontrada? – que pergunta era essa Bella? Mas, o que mais podia perguntar?

- Sim estava – ele respondeu.

- Notou algo que possa me servir de pista sobre quem eu sou?Algum símbolo na carruagem ou algo do tipo?- perguntei sorrindo amarelo.

- Na realidade, a única coisa que pudemos constatar além das roupas que a senhorita usava era o fato de possuir um lacaio. – disse sério

- O... O que? – estava surpresa. Lógico que a carruagem deveria ter um lacaio! Como não pensei nisso antes?

- E onde está esse homem? O que aconteceu com ele? – perguntei ansiosa

- Ele estava morto senhorita. O pescoço quebrado. Provavelmente aconteceu quando pulou ou foi jogado da carruagem. – ele disse e coloquei a mão no peito. Alice e Esme se aproximaram.

- Sinto muito, querida. – disse Esme colocando o braço sobre os meus ombros.

Procurei Edward com os olhos e o vi me olhando com o cenho franzido de longe. Tive certeza que o meu rosto expressava todo o horror que sentia, neste momento.

- Jasper – chamei num murmúrio. - Porque não fica aqui conosco? – convidei tentando lembrar do motivo pelo qual o havia chamado. Ele me olhou ainda sério a depois sorriu delicadamente.

- Com prazer. – disse olhando para Alice.

A festa continuava e Tânia foi para o centro e fez uma reverência para Edward indicando com um gesto que dedicava a dança a ele. Edward agradeceu com um manear de cabeça.  A música começou a tocar suave e lentamente assim como os movimentos dela. Tânia movia-se com uma grande sensualidade.

A musica aumentou o ritmo e ela acompanhava dançando na mesma intensidade. Era impressionante a linguagem corporal dela. Era como se dissesse através da dança, eu pertenço a você. Meu corpo é seu. Desgrudei os olhos dela e olhei para Edward. Seu rosto era sério e não demonstrava nenhum tipo de emoção. Quando a música finalmente parou, ela caiu aos pés dele. Não pude mais ficar para ver o que aconteceria. Afastei-me em direção ao riacho, sentindo o meu peito apertado pela angústia. Tânia o queria. Ela o desejava! E, não dançaria na frente de todos daquela maneira se não tivesse a liberdade de gritar que pertencia aquele homem. Sentei numa pedra e fiquei observando as águas que passavam. Ouvi passos, mas, não me virei para ver quem era.

- O que faz aqui sozinha? – perguntou Edward

- Senti necessidade de caminhar um pouco. De ficar só – disse.

- Quer que eu vá embora? – perguntou ele

- Não. – respondi com sinceridade. – Mas, o que a Tânia vai achar de você estar aqui comigo ao invés de estar com ela após aquela exibição pública? – provoquei.

- Bella – ele chamou sério. – Não tenho nenhum compromisso com a Tânia e, ela dança assim para todos que ela decide que quer. – disse aproximando-se.

- E ela quer você. Deixou isso muito claro. – constatei

- Mas eu não quero a Tânia. – ele falou pausadamente me segurando pelos ombros.

- Nã... Não quer? – perguntei começando a respirar com dificuldade.

- Não Bella. – disse olhando nos meus olhos. Eu umedeci os lábios com a ponta da língua. – Eu quero você. – sua voz saiu ligeiramente rouca. Edward pegou o meu rosto em suas mãos e me beijou! A princípio o beijo foi uma delicada exploração, ele provando suavemente o meu sabor. Eu enlacei o seu pescoço e fiquei na ponta dos pés para corresponder ao beijo e esse movimento aproximou ainda mais os nossos corpos. Então o beijo mudou. Ficou muito mais exigente. As mãos dele apertavam meu corpo contra o dele enquanto a sua língua me invadia a boca de uma maneira apaixonada e intensa. Retribui sentindo cada nervo, cada poro, cada partícula do meu corpo reagir aquele contato.

Quando o beijo acabou e nos afastamos ligeiramente, os meus joelhos cederam. Edward me segurou imediatamente.

- Bella. Você está bem? – perguntou preocupado Assenti com a cabeça.

- Acho que esqueci de respirar – disse envergonhada com a reação do meu corpo. Ele me abraçou e enterrei o rosto no seu peito aspirando seu cheiro másculo e delicioso que invadiu os meus sentidos. Levantei a cabeça e olhei dentro dos seus olhos.

- O que você fez comigo? É algum tipo de magia cigana? – tentei brincar, mas, os nossos rostos estavam muito próximos e desta vez fui eu quem tomou a iniciativa do beijo. Ouvi-o gemer e esse foi o som mais sexy que os meus ouvidos já ouviram, tenho certeza. Nosso beijo foi mais íntimo. Meu corpo estava inteiro arrepiado pela descoberta do desejo e podia sentir o corpo dele reagindo ao nosso beijo. Não sabia se isso estava certo, mas também não podia ser errado. Não... uma coisa tão boa não podia ser errada. De repente caí em mim e me afastei dele. Edward me olhou confuso.

- Pare Edward. – disse arfando. – Eu não posso... Agir como se não tivesse um passado. E se eu for uma mulher comprometida? E se eu tiver alguém a quem eu ame e que me ama também e que está me procurando como louco neste exato momento? Não tenho o direito de querer você. – disse as lágrimas já escorrendo pelo meu rosto.

- Bella. – ele murmurou atordoado.

- Sou uma pessoa pela metade Edward. Não posso, não tenho esse direito até descobrir quem eu sou. – disse e saí correndo para a carroça da Esme. Pude ouvi-lo gritar o meu nome, mas, não parei.

Ah, Edward!... Foi a única coisa que me permiti pensar.

 

PDV EDWARD

Eu estava estarrecido. Um minuto atrás eu tinha a Bella em meus braços correspondendo apaixonadamente aos meus beijos e no minuto seguinte...

Quase fui atrás dela, mas, algo me impediu. Talvez porque eu no fundo soubesse que ela tinha razão. Não importava para mim se ela tinha alguém esperando por ela. Eu a queria como nunca quisera nenhuma outra mulher e lutaria por ela. Mas, Bella era uma mulher de princípios muito arraigados. Mesmo sem memória ela tinha a decência de pensar que poderia estar comprometida e que sua conduta poderia estar errada. Ela precisava se descobrir para depois poder fazer a escolha de qual vida gostaria de viver.

Eu teria que me armar de paciência e astúcia se quisesse conquistar essa mulher. Suspirei passando a mão pelos cabelos. Pelo visto, o meu tormento estava apenas começando.


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