Doce Tentação escrita por M-Duda


Capítulo 3
Capítulo III - Dupla




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Capítulo III – Dupla

Bella não estava disposta a fazer nada mais demorado do que um leite com canela para se alimentar antes de dormir, sendo assim, enquanto esperava o microondas esquentar o copo cheio que ali depositara, se recostou no balcão da pia e ficou pensando em todos os acontecimentos do dia.

Estava feliz por não ter sido necessário sacrificar seu compromisso mensal, com o grupo da alegria, simplesmente porque precisava dos filhotes de Perséfone para aumentar a poupança destinada a sua faculdade. Havia se sentido egoísta pela troca que fora obrigada a fazer, mas também seria egoísmo se tivesse deixado passar a oportunidade de aliviar o peso de seus gastos de cima dos ombros do tio que tanto amava; e justamente por causa de toda essa confusão mental, tinha acordado - naquele sábado - amaldiçoando muito ao tal Edward; que em sua cabeça, era o culpado de todo aquele drama.

No entanto, agora sabia que ele não era o mala fresco que exigira sua presença durante o acasalamento entre os cachorros, e muito menos o feioso sem-graça que o julgou ser, em meio a sua crise de revolta. Não mesmo. Ele era o homem mais lindo que já tinha visto durante todos os seus bem-vividos dezessete, quase dezoito anos de vida. Mais bonito, inclusive, do que os modelos e astros de cinema que sabia existir.

Bella pegou o copo de leite, ao atingir a temperatura de sua preferência, e se acomodou em uma das cadeiras da cozinha, a fim de saboreá-lo.

Sorriu sem perceber, ao se recordar do jeito contido de Edward. Ele parecia muito sério para a idade; talvez tenso fosse a palavra mais correta para defini-lo. Podia até mesmo jurar que o engenheiro, há muito, não sabia o que era relaxar, ou se divertir.

“Ele é engraçado sem saber!”

A garota concluiu, revendo as caretas que Edward fazia quando parecia assustado, desentendido ou envergonhado.

“E será meu!”

Mesmo com a cabeça deitada em um bom e aconchegante travesseiro, Edward não conseguia dormir. Já havia saído e retornado mil vezes para a cama, pensando no dia que fora aquele sábado. Não sabia que atitude tomar, mas estava certo de que não poderia levar Isabella novamente para dentro de sua casa. Temia não ser forte o bastante para se controlar. Então, ficava ali, criando e recriando desculpas para se livrar do compromisso assumido com a garota.

Ah, inferno! Nunca fugira de nada, antes. Não inventaria, agora, uma falsa viagem só para não ter que encarar novamente o seu tormento colegial.

Isabella era bastante jovem, sim, mas não inocente. Ela o provocara descaradamente com insinuações e gestos ousados. Ela o excitara de propósito, deixando bem claro que suas intenções não eram nada ingênuas. Sendo assim, por que não lhe dar o que ele mesmo estava doido para mostrar? Por que não passar o domingo inteiro fazendo sexo com o furacão que invadira sua vida? Ela queria. Ele queria. Qual o problema?

“Não. O que estou pensando? Não posso. Ela é só uma garota!”

Tudo bem que diferente de todas que já havia conhecido, mas ainda assim uma garota. E garotas – ele bem sabia – ainda sonhavam em encontrar seus príncipes encantados. E por mais madura ou atirada que Bella pudesse parecer, provavelmente não estava livre dos sonhos próprios da idade.

Edward não podia ser tão canalha a ponto de se aproveitar da experiência de seus trinta e quatro anos, para envolver a jovem em uma paixonite frustrada.

Sabia que se a tocasse, sem o desespero de um adolescente que tem os hormônios em ebulição, Bella poderia facilmente se deslumbrar pela preocupação do homem - em lhe proporcionar prazer - e acreditar estar amando-o. Seria trágico, pois Edward não ofereceria nada além de sexo para a menina.

Como poderia? Não desfilaria por ai de mãos dadas com uma garota que tinha idade suficiente para ser sua filha.

Ah, quanta sandice! Não era pai. E tão pouco precisava se torturar com questões de idade só porque uma menina de dezessete anos estava lhe importunando a paz.

Nem sabia dizer por que estava tão alucinado por Isabella, afinal, ele gostava de mulheres com o padrão de Tanya. Recatadas, tímidas, tranquilas...

Bella era, em todos os sentidos, diferente de suas exigências. Ela era atirada, desinibida...uma verdadeira tempestade; e embora fosse muito linda, em nada se assemelhava fisicamente às loiras altas, de olhos claros, que costumavam lhe chamar a atenção. 

Então, “bam”! De repente, tudo fez sentido na cabeça de Edward, e ele parecia ter descoberto um novo continente. Continente, não. Um novo planeta.

Havia finalmente entendido o motivo de sua insensatez. Bella era diferente! Essa era a resposta.

Estava descobrindo, finalmente, que a frustração de todos os seus relacionamentos se devia justamente ao fato de que, sem perceber, esteve sempre procurado um pouco de Tanya nas outras mulheres. Claro que nenhum romance poderia ter dado certo. Nunca daria. O certo seria ter alguém que em nada se parecesse com a ex. Só assim poderia esquecê-la.

Infelizmente seu despertar foi através do desejo inapropriado por uma garotinha. Mas ao menos, agora sabia que não era Bella - em si - a causa de toda aquela loucura, e sim “as suas diferenças”.

Tendo tal convicção em mente, Edward concluiu que seria mais fácil se controlar diante a colegial, no dia seguinte. E depois, tentaria reencontrar nos braços de uma mulher de verdade, a vontade de amar novamente.

Ele estava tranquilo; totalmente despreocupado ao estacionar o carro em frente a casa de Isabella. Não havia motivo para se preocupar. Havia?

Quando Perséfone latiu, correndo em direção ao automóvel, ele saiu de sua acomodação para abrir o bagageiro e, mais uma vez, colocar a cachorra lá dentro. Como não sabia se seria fácil ou não convencê-la a entrar novamente naquele cubículo, sacudiu no ar um biscoito canino e o jogou onde pretendia tranca-la. Dessa forma, obteve resultado imediato, pois Perséfone pulou sem hesitar atrás do apetitoso aperitivo de Sam.

- Hum, que esperto!

Ouviu Isabella logo que fechou o porta-malas e não gostou do que a simples voz da garota fez em seu estômago.

“Tudo bem. É apenas expectativa para o confronto!”

Mas ao encarar a menina, que já estava pronta para entrar no carro, Edward trincou os dentes.

Linda. Um verdadeiro delírio dentro de um vestido verde de menina, que mesmo não sendo decotado, era curto. Não indecente. Mas o suficiente para que sua imaginação voasse alto.

Já pensava, por exemplo, que seria muito fácil encostá-la na porta fechada do veículo e acariciar suas pernas por debaixo do tecido, arrancando-lhe gemidos ao pé do ouvido.  

- Bom dia! – ela o saudou com um sorriso divertido nos lábios.

- Bom dia. – ele respondeu contrariado, saindo de seus devaneios indecentes.

Onde diabos estava toda aquela certeza de que se controlaria diante Bella?

Entrou no carro, sem se dar ao trabalho de ir ao encontro da jovem para, cordialmente, cumprimentar-lhe e abrir-lhe a porta. Não estava a fim de ser educado, muito menos de correr o risco de ter mais um “beijo” roubado. Ela o beijaria? Ainda podia sentir o calor dos lábios que o tocara no dia anterior.

“Ah, inferno! Pare já com isso!”

Isabella percebeu o estado de nervos em que Edward se encontrava, mas preferiu nada dizer. Talvez seu bom-humor o contagiasse ao longo das horas. Entrou no carro e se acomodou no banco do carona, já perguntando, animadamente, qual CD ouviriam durante o trajeto.  

Ao vê-la tão alegre e indiferente ao seu jeito ranzinza e indelicado, que certamente teria levado Tanya à ceninhas dramaticamente desagradáveis de “você não liga pra mim”, Edward se recriminou.

Isabella era uma criatura doce e encantadora; que apesar dos problemas que a vida lhe impusera tão cedo, não se fazia de coitadinha e nem injustiçada. Ela merecia gentilezas e não patadas.

Edward então, numa tentativa de se desculpar, disse com suavidade ao lhe entregar a caixa de CDs:

- Fique a vontade para escolher.

Ela notou a mudança dos ares e, sorrindo, atentou-se às opções que lhe eram oferecidas.

- Hum...até que temos gostos em comum.

A menina comentou, erguendo o álbum de Hoobastank na mão, para logo colocá-lo no aparelho de som.

“The Reason” começou a tocar e Bella cantou, sem timidez, a letra em voz alta. 

Edward riu, achando impossível não se divertir com o jeito espontâneo da garota. Bella o olhou e ainda balançando o corpo ao ritmo da canção, perguntou:

- Não vai me acompanhar?

- O que? Cantar? Não, obrigado. Pode continuar.

- Ah, qual é, Edward? Essa música é boa para extravasar.

- Extravase por nós dois, então.

Ela meneou a cabeça.

- Já vi que você não sabe aproveitar os momentos para relaxar. Esse tipo de coisa faz bem à alma, sabia? Não é tão difícil. Tente. Vamos.

- Não gosto de ter platéia.

Ela gargalhou.

- Ah, mas eu não sou sua platéia. Se cantar comigo seremos uma dupla. Não fique acanhado.

E rolando os olhos, ele percebeu que não teria sossego enquanto não cantarolasse a melodia. Edward não se soltou tanto quanto Bella, mas segundo a menina, murmurar inaudivelmente a letra já era um bom começo.   

Ele chegou em casa mais leve. Relaxado. E ao libertar Perséfone para Sam, Edward se sentia muito bem disposto.

- Hoje tenho que voltar pra casa antes de escurecer, tudo bem? É que meu tio costuma chegar faminto dessas pescarias e eu quero preparar-lhe o jantar. – Bella revelou, já se esparramando pelo sofá que tanto a agradara no dia anterior.

- Mesmo? E você é boa de cozinha? – Edward perguntou ainda de pé, evitando olhar para as pernas que ficaram mais expostas depois que Bella se deitou no estofado.

- Sou boa em muitas coisas. – ela respondeu, mirando-o diretamente nos olhos.

- Sei... – torceu os lábios, preferindo ignorar o tom malicioso da menina – Então por que não aproveita para fazer o nosso almoço hoje?

- Sério? – pulou do sofá e correu para a cozinha, no intuito de descobrir qual prato iria preparar quando fosse a hora.

Sem formalidades, ela abriu a geladeira e estudou todo o seu conteúdo, e depois que a fechou, fez o mesmo com os armários que encontrou pelo caminho. Edward, que a acompanhava a certa distancia, constatou que o jeito desencanado da menina o fascinava.

- Bom... – Bella virou-se para ele – Temos por aqui todos os ingredientes para uma lasanha.

- Então está decidido.

- Sim, mas enquanto isso, o que faremos para passar o tempo? – indagou matreira, se aproximando de Edward.

Ele se preocupou quando ela parou em sua frente. Muito perto. Não podia correr tanto risco, mas não conseguia se mover, ou se afastar.

- É... – engoliu em seco – Tenho muitos filmes por aqui. Quer ver algum? Tenho bons livros, também.

- Hum... – ela estreitou os olhos, percebendo o desconforto do homem – E se deixássemos o filme pra mais tarde e entrássemos agora na piscina? – sugeriu com voz macia e Edward logo viu o estrago que poderia fazer se a visse de biquíni.

- Não. – respondeu mais do que rapidamente – Quero dizer...a piscina está com muito cloro, não seria boa idéia. – inventou uma mentira capaz de dissuadir qualquer mulher de mergulhar cabelos tão perfeitos, como eram os de Bella, em águas que certamente danificariam todos os fios bem cuidados da vasta cabeleira.

- E quem liga? – a menina deu de ombros e sorriu sapeca. E num disparo, correu rumo à piscina.

Edward deu um pulo ao perceber a intenção da garota e correu também para alcançá-la, antes que fosse tarde demais. Ao chegar do lado de fora da casa, segurou-a pelo braço freando-a bruscamente.

- Ai, ai, maluco. Doeu! – reclamou olhando os dedos de Edward em sua pele.

- Me desculpe! – ele a soltou encabulado pelo ato desmedido – Mas é que você é muito teimosa. Acaso não escutou o que eu disse? Tem muito cloro na água.

- E qual o problema? – quis saber com as palmas das duas mãos voltadas para o céu e depois as colocou na cintura – Se não gosta que usem a tua piscina, então tudo bem, é só falar. – sugeriu desanimada, e Edward se sentiu um verdadeiro monstro que tira o doce da boca de uma criança.

Bella só queria usar a piscina.

- Não ligo que usem. Fique a vontade. – permitiu já arrependido – Você...é... – pigarreou - Está de biquíni? Ou ainda precisa se trocar? Tem um vestiário ali. – apontou para o local.

- Ah, não trouxe biquíni. Vou mergulhar assim mesmo.

Ele pestanejou.

- De vestido? 

Ela voltou a sorrir e respondeu em tom jocoso:

- De vestido, calça jeans e camisa.

Edward não entendeu nada. Mas quando Bella o puxou para dentro da piscina, junto com ela, foi que compreendeu - tarde demais - o que a menina dizia.

- Está maluca? – perguntou quando emergiram.

Bella gargalhou e ele não pôde deixar de achar graça. Há muito tempo não era jogado em uma piscina, de roupa e tudo.

- Assim fica mais divertido. – ela garantiu, retirando água dos olhos.

- Sei... mas você podia, pelo menos, ter poupado os meus sapatos. – comentou já se livrando do par que calçava, e em seguida arremessando-os para longe da piscina.

- Ah, que nada! Agradeça por eu ter poupado a tua carteira e o teu celular.

Que Edward havia deixado sobre a mesa da sala de jantar quando chegaram na casa.

- E você pensou nisso? Vou fingir que acredito.

- É bom, vez ou outra, fazer coisas sem pensar, sabia? Quem planeja muito, não aproveita a vida.

Dito isso, ela encarou profundamente os olhos de Edward e mordeu o lábio inferior, se aproximando ainda mais do homem que não sabia se corria ou se paralisava no mesmo lugar.

- Hum... – ele murmurou, percebendo que o tom de voz e o semblante da menina não faziam bem à sua razão. – Talvez seja melhor eu sair...

- Por que? O gato tem medo de água?

Ele não respondeu. Apenas juntou toda a força que ainda lhe restava e, espalmando a borda da piscina, pulou para fora da água com as roupas encharcadas.  

- É que realmente preciso resolver uns assuntos agora. – tentou se justificar o mais natural que pôde.

- Assuntos de trabalho?

- Fazer o que? – ele deu de ombros, fingindo se lamentar.

- Aff, que horror! Em plena manhã de domingo? – ela meneou a cabeça. – Deve ser por isso que você é meio neurótico; por ser um escravo do trabalho.

- Não sou escravo do trabalho! – se defendeu aborrecido – Muito menos neurótico!

Mesmo tendo usado aquilo apenas como desculpa para se livrar de Bella na piscina, era verdade que costumava passar a maioria dos finais de semana, absorto nos cálculos e nos rabiscos do trabalho; mas porque aquilo o ajudava a não pensar muito em assuntos desagradáveis, como Tanya, por exemplo, e não porque fosse um escravo. Tudo bem que não tinha como Isabella saber disso, mas por que ela o chamara de neurótico?

- É sim. Você está sempre tenso.

“Ah, se ela soubesse o motivo da minha tensão...”

Mas Isabella sabia. Não era boba. Já havia percebido as reações de Edward diante suas investidas, só não entendia porque ele corria tanto.

- Não se preocupe. – ela disse com falsa inocência – Que para o teu caso existe solução.

Ele arqueou uma sobrancelha desconfiado, fazendo-a sorrir.

- Prometo lhe fazer uma massagem relaxante, assim que sair daqui. – e piscou.

Edward arregalou os olhos. Nem em pensamentos permitiria as mãos de Bella em seu corpo. Era uma promessa que fazia a si mesmo. E após instruir a menina de que no vestiário ela encontraria toalhas secas e na lavanderia uma secadora para salvar suas roupas, virou-se e caminhou a passos largos, sumindo das vistas de Bella.

Após tomar um banho quente na ducha do vestiário, e seguir as orientações de Edward, Bella - embrulhada em um roupão azul-marinho – foi para a cozinha preparar o almoço, sem passar pelas vistas do dono da casa.

Edward achou melhor nem chegar perto da cozinha. Precisava manter distancia de Bella e não proximidade. Sendo assim, após sair de seu quarto, ficou na sala assistindo a um canal qualquer de esporte que passava na televisão, perguntando vez ou outra, em voz alta - quando ouvia barulhos de panelas e talheres vindos da cozinha - se ela precisava de alguma ajuda. Mas como Bella sempre recusava, respondendo aos gritos que estava tudo certo, que ele não precisava se preocupar; Edward permanecia ali, entre a diversão e a tensão que aquela presença lhe proporcionava, estagnado no mesmo lugar.

 - Prontinho, senhor! O almoço está na mesa.

Bella anunciou ao aparecer na sala, com o roupão comprido amarrado na cintura, mostrando apenas um pequeno pedaço de seu colo alvo, e os cabelos ainda molhados jogados de qualquer jeito pra trás das orelhas.

Edward engoliu em seco, lembrando-se vagamente que, em certa ocasião, Tanya justificou seu desprazer pela culinária com o argumento de que mulher alguma poderia ficar bonita após se sacrificar sobre uma panela.

- Não vê? – ela disse com cara enojada – Ficam todas suadas, fedendo a temperos.

Mas Isabella estava extremamente sexy; e o pior era saber que ela nem ao menos tinha se esforçado para obter tal resultado.

Edward sacudiu a cabeça dispersando os pensamentos e se levantou, direcionando-se à mesa preparada pela visitante.

O almoço estava mesmo delicioso, e além de receber os elogios de Edward, Bella – sem falsa modéstia – também aprovou a comida.

- O segredo está no molho – ela garantiu após limpar a boca com o guardanapo – Ainda bem que mamãe teve paciência pra me ensinar.

Durante a refeição, aproveitaram para conversar e descobrir um pouco mais a respeito um do outro. Bella, por exemplo, contou que Perséfone havia sido presente de seu tio, que por viajar muito devido ao trabalho com representação de medicamentos, não queria deixar a sobrinha com sensação de solidão em casa. Já Edward, confessou que seus pais, mesmo residindo em Chicago, sempre davam um jeito de sondar a vida que levava em Phoenix. Bella achou hilário. Não conseguia acreditar que um marmanjo daqueles pudesse ser tratado como um moleque pelos próprios genitores. E após rir muito da cara sem-graça de Edward, anunciou levantando-se da cadeira:

- Vou lhe fazer aquela massagem agora.

Ele engasgou com o suco que, naquele momento, descia por sua garganta e que por pouco não foi parar no prato a sua frente.

A menina se aproximou de cenho franzido e deu-lhe palmadinhas nas costas, tentando ajudar; mas ao se debruçar sobre Edward, ele notou que o roupão que a cobria abriu-se um pouco mais do que o permitido em um lugar crítico, quase expondo completamente o seio direito de Bella.

“Oh, Deus, é agora que eu morro!”

Apertou os olhos tentando se livrar da tentação, sem saber se aquela crise de tosse era ainda pelo engasgamento ou pelo desespero do que quase vira.  

- Edward...respire! – ela instruiu, abaixando o tronco ainda mais – Por favor, tente respirar.

“Não consigo respirar com você assim, droga!”

- Vou buscar água!

Saiu de perto e Edward agradeceu mentalmente pela distância. E antes que ela voltasse com o copo, ele já estava mais controlado.

- Aff, que você me assustou! – ela disse com a mão direita no coração. - Como se sente?

- Bem – respondeu com a voz rouca provocada pela garganta arranhada.

- Ótimo. Vou levar essa louça para a cozinha, então.

- Eu te ajudo. – disse se pondo em pé para fazer o que prometia - Mas Sue, a emprega, chega cedo amanhã. Não precisa lavar mais nada.

Visto que a menina já tinha deixado a cozinha limpa antes mesmo de servir a refeição, pelo menos os pratos e talheres podiam ser esquecidos para o dia seguinte.  

- Certo. Mas não precisa me ajudar. Enquanto eu tiro tudo aqui, você pode ir se deitar em algum lugar.

- Não costumo dormir depois do almoço.

Bella sorriu e o mirou de soslaio enquanto empilhava os pratos.

- E quem falou em dormir? Já disse, vou lhe fazer uma massagem.

- Não vai, não! – ele resmungou sem pensar.

- Por que não? – o encarou com as duas mãos na cintura e a cabeça tombada para o lado.

Edward segurou um gemido quando os braços abertos da jovem repuxaram novamente o roupão, e ela percebeu os olhares voluptuosos que lhe eram lançados.  

Bella gostou.

- E então? – ela instigou quando percebeu que ele nada responderia, aproximando-se até quase roçarem os corpos – Algum motivo convincente para dispensar a minha massagem? – provocou com voz arrastada, sentindo a respiração carregada de Edward contra o seu rosto. – Do que tem medo? De unhas compridas? Não se preocupe, as minhas estão curtas...eu não lhe deixaria marcas.

- Pare com isso, Isabella. – ele pediu em tom sério, sentindo a cabeça latejar e os olhos esquentarem.

- Com o que? – fingiu-se desentendida, mas o sorriso travesso provava que ela sabia perfeitamente sobre o que ele falava.

- De me atormentar. – disse entredentes.

Ela estava nas nuvens, e dessa vez ele não escaparia. Não fugiria. Ela não permitiria.

- Não. – ela o desafiou sorrateiramente.

E como que para provar o que dizia, Isabella segurou os braços de Edward entre seus dedos, olhando-o profundamente nos olhos escurecidos, enquanto sutilmente apertava-lhe os músculos enrijecidos.

Ele trincou os dentes.

- Você é terrível, Isabella.– grunhiu, mas não se moveu. Não tinha mais forças. Sabia que aquela era sua perdição.

Bella então, ergueu-se nas pontas dos pés, e sensualmente mordiscou o canto da boca de Edward, para logo sussurrar-lhe no ouvido:

- E você é gostoso.


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Notas finais do capítulo

Amores, aí está mais um capítulo! ;) Agora estamos juntos com o outro site!
Sei que estou demorando para terminar o quarto capítulo, mas vou pedir que vocês tenham um pouco de paciência comigo neste momento. Descobri que estou grávida!! ;)
Estou muito feliz, mas também passando muito mal...enfim, coisas da gravidez. Por isso estou meio lenta por aqui...mas isso é só nos primeiros meses – assim espero -, depois volta tudo ao normal. rs

Agora quero agradecer a todos que comentaram no capítulo passado...aos poucos responderei um por um, ok?
Então vamos lá...Ed. disse que vai cair na piscina com:
Joelma, danivena, Sabrina linda, CamiiBerlofa, DEA, liviagabi4, junna, Dannyhella, GrazzyMoraiis, mandynhaa, Marcelaa, JaneHerman, LaUri, lary_fofytinha, tata_m_g, Bia e bamotti.
Gostaram? rs

Beijos e até mais ;)
Duda