Rosalie Cullen

Bella se viu divida entre perguntar o que ela estava fazendo ali e fechar a porta sem dizer nada, decidiu pela segunda opção. Fechou a porta como se ninguém estivesse ali, voltou para seu quarto, deitou-se na cama e tentou dormir, tentando esquecer a inesperada visita.

-Olá Bella

Isabella gritou, abriu os olhos assustada e levantou-se em um pulo. Se deparando com Rosalie encostada na janela de seu quarto

-Você acha mesmo que uma porta fechada iria me impedir de entrar? – ela perguntou sorrindo, calma, como se aquilo fosse bastante normal.

-O que você está fazendo no meu quarto? – Bella perguntou gritando.

-Não sei o que está acontecendo com as pessoas hoje para acharem que podem ficar gritando comigo – ela disse revirando os olhos – É melhor você parar, está bem?

-Não, não está na bem. Não sei se você sabe, mas, na maioria das vezes, quando alguém fecha a porta na sua cara, quer dizer que você não pode entrar.

-Eu vim conversar com você e não vou sair sem conversar – ela disse dando de ombros.

Bella riu.

-Você vai sim – ela disse procurando o celular para ligar para Jacob, ele tiraria ela dali nem que fosse aos pedaços.

-Não perca seu precioso tempo – Rosalie disse, em suas mãos estava o celular de Bella.

-Me devolve o meu celular – ela disse estressada com aquele abuso.

-Não – Rosalie disse colocando o aparelho no bolso da calça – E acho que já pedi para você não gritar, certo? Vamos conversar… civilizadamente, se possível.

-E se eu não quiser? – Bella disse sorrindo teimosa.

-Eu destruo seu carro – ela disse dando de ombros.

-Acho que podemos conversar – Bella disse sentando na cama rapidamente – Mas fique longe do meu carro – Rosalie assentiu sentando na cama também - Sobre o que você quer conversar?

-Tudo. Sei que você não… me odeia tanto quando odeia minha família. Queria saber por quê? Mas são tantas perguntas. Como, por que você mudou tanto? Como virou amiga de lobos? Quando você começou a ter um gosto tão bom com automóveis? O que você…

-Calma – Bella disse, deixando escapar um riso pela empolgação de Rosalie – Uma pergunta de cada vez, mas você tem que prometer que não vai contar para os outros Cullen.

-Prometo – ela respondeu dando de ombros, Bella revirou os olhos.

-Sinceramente, não sei por que pedi para você prometer, é obvio que você só está aqui porque eles imploraram. Eles…

-… não fazem ideia que eu estou aqui – Rosalie a interrompeu, completando sua frase.

-C-Como assim? – Bella perguntou confusa – V-Você nunca fez questão de fingir gostar de mim, por que está aqui agora?

-Longa historia – Rosalie sorriu discretamente – Acho que gosto de ser a do contra. Acho que cansei de ser a esnobe indiferente.

-Por alguma razão muito, muito, estranha eu… acredito em você – Bella disse estreitando os olhos.

-Serio? – ela perguntou feliz e aliviada – Pensei que iria demorar muito para eu conseguir te convencer que falo a verdade.

Bella suspirou derrotada. É, ela deveria estar dificultando as coisa para a Cullen em sua frente, porém, apesar de não admitir ou aceitar, ela gostava de ter alguém como ela tão perto novamente.

-E então, - Rosalie perguntou com um sorriso de incentivo – me diz, você mesmo que escolheu a moto e o carro?

Bella sorriu, adorava aqueles automóveis.

-Não, o carro meus pais compraram para mim depois que Renné começou a trabalhar em uma conceituada escola particular e Charlie começou a ganhar um salario bem maior – Bella deu uma pequena pausa antes de continuar – A moto, bem, ela tava bastante acabada, na verdade, o filha mais velho dos Webber me deu. Eram duas, Jake as concertou e as melhorou, eu dei a outra pra ele.

Bella notou que Rosalie se viu impressionada com o trabalho de Jacob, porém não elogio o lobo.

-Nunca achei que gostasse de carros – Bella disse curiosa.

-É, não é bem essa imagem que eu passo, certo? – Rosalie disse meio triste, porém continuou mais animada – Eu amo automóveis, eu ajudei Alice a escolhe o Porsche dela e comprei o carro de Esme e Carlisle. Só Emmet, Jasper e Edward que não me deixaram… - ela parou de falar quando viu Bella desviar o olhara para cama – Desculpe, eu não deveria…

-Não se preocupe – Bella a tranquilizou, depois arregalou os olhos com o que tinha feito – Meu Deus, o que está acontecendo comigo? – ela perguntou pra si mesma.

Rosalie a olhou confusa, mas não disse nada.

-Eu estou sentada na minha cama conversando sobre carros e tranquilizando uma Cullen, como se fossemos lindas amiguinhas. E não uma Cullen qualquer, Rosalie Cullen, com quem eu mal havia trocado meras três palavras antes – ela disse com descrença.

-Bella…

-O que está acontecendo comigo? – ela perguntou novamente.

-Bella, eu sei que, por razoes obvias, você está com raiva de meus irmãos, mas, como você mesma disse, você nunca teve contato comigo antes – ela disse, fazendo Bella analisa-la – Você não pode me julgar pelo meu sobrenome.

-Por que você veio a minha casa? – ela perguntou seria.

-Nesses últimos meses que passamos longe de você, eu percebi o quanto todos sentiam sua falta. Era como se tivéssemos abandonado uma de nós. Foi quando eu percebi que não existe o como se, você é uma de nós. – ela suspirou – Sei que está com raiva da minha família, mas eles ainda te consideram uma Cullen. E eu, sinceramente, não entendo esse sentimento tão forte por você, mas… eu quero entender – ela olhou para Bella – Eu, na verdade, queria te pedir uma chance de… ser sua amiga.

Ela deixou a frase no ar, dando espaço para Isabella pensar. E a mesma se surpreendeu quando percebeu que estava mesmo pensando no assunto.

Aproximar-se de Rosalie iria, definitivamente, leva-la a um caminho de perdão aos outros Cullen. Isso se ela estivesse mesmo falando a verdade e não estivesse ali a pedido deles. Talvez aquilo apenas fosse uma grande armação para poder voltar a ser como era antes, talvez…

-Eu não tenho nada com a briga entre você e minha família – Rosalie disse lendo a expressão de Bella.

-E-Eu não sei…

-Ah, vamos lá. Não vou tentar fazer você voltar a ser a antiga Bella, como eles querem tanto. Na verdade, gosto do seu… novo estilo. Roupas bonitas, carro veloz, independência inquestionável… - ela disse deixando escapar certa admiração – Você não se importa com o que os outros pensam, faz o que quer, quando quer. E tenho certeza que seu pai não aprova aquela moto.

-Ele deu um ataque quando viu – Bella disse rindo junto com Rosalie, depois ficou seria – Rosalie, não sei bem o que pensar sobre tudo isso. Pode, não sei, me dar um tempo? Prometo que vou realmente pensar sobre o que me falou.

-O tempo que quiser – ela disse dando de ombros e dando um meio sorriso – E… me chame de Rose.

-Eu não vou a aula amanha, nem no dia seguinte, porque é aniversario do pai de Jake. Será que quinta você pode ir no colégio quando acabar a aula?

-Claro – ela disse feliz – Até quinta – ela disse se despedindo – Tchau Bella.

-Tchau… Rose.

Rosalie sorriu para Bella e pulou a janela do quarto da mesma.

Bella deitou-se em sua cama, tentando, mais uma vez, relaxar. Porém, naquele momento, não havia coisa mais fora do alcance de dela. Os acontecimentos daquele dia não saiam de sua cabeça.

Os Cullen haviam voltado, ela havia discutido com Alice, sentiu-se mal por isso, ignorou Edward e teve uma estranhamente amigável conversa com Rosalie. Será que tudo na sua vida estava voltando a girar entorno daquela família? Ela havia mesmo prometido pensar sobre ser amiga daquela que antes considerava a mais esnobe deles?

Por Deus, não havia o que pensar. Ela é uma Cullen. Bella não queria e nem iria se aproximar dela. Porém, Rosalie nunca havia feito nada para ela. Era como se ela fosse simplesmente uma vampira qualquer, alguém que nada tem haver com os Cullen, e que, por acaso, mora na mesma casa, é da mesma raça e… tem o mesmo sobrenome que eles.

Realmente, ela tinha muito em que pensar. Porém a única coisa que queria fazer era dormir um pouco, afinal, faltava apenas uma hora para a chegada de suas amigas, e ela não pretendia contar para elas sobre aquela inesperada visita.

Rosalie estava correndo em direção a sua casa. Não acreditava no quanto as coisas havia dado certo, definitivamente, bem melhor do que ela esperava. No inicio, Bella gritou um pouco, e obrigou Rosalie a chantageá-la, porem ainda sim, o encontro havia superado as expectativas da loira.

No fim, Bella havia prometido pensar no assunto. Rosalie estava em êxtase. Sim, boa parte de tudo isso era culpo por ter sido uma chata arrogante, porém ela realmente queria ser amiga da humana.

Ela sabia que cedo ou tarde, Bella e os Cullen se acertariam e tudo ficaria bem novamente, era apenas questão de tempo. Porém ela não iria interferir de maneira alguma, para nenhum dos lados. Na verdade, achava que sua família até merecia um pouco ser ignorada, se fosse ela no lugar de Bella, teria feito muito pior.

Começou a pensar em outra coisa quando percebeu que sua casa já estava próxima, a ultima coisa que ela queria era Edward a importunando com perguntas sobre Bella e o que ela queria com sua ex-namorada.

Chegando em casa, ela viu que todos, exceto Carlisle, estavam na sala de estar, conversando, porém quando a notaram para de falar e a olharam, desconfiados.

-Chegou cedo, amor – Emmet disse sem se levantar.

-É, não estava com muita vontade de caçar.

-Querida, onde você estava caçando? – Edward perguntou distraidamente, Esme revirou os olhos, Rosalie quase riu com isso.

-Por ai, não prestei muita atenção, perto de um lago, talvez.

-Isso é engraçado, porque fomos até os limites do estado e não te achamos – Jasper comentou a analisando.

-Eu devo ter saído e não percebi – ela deu de ombros.

-E, quando voltamos para casa, nós sentimos o seu cheiro. Ele não estava saindo do estado, mas sim da floresta – Alice disse cerrando os olhos, bastante desconfiada.

-Eu fui fazer compras, mas como deixei o cartão de credito aqui, acabei não comprando nada.

-Não sabia que tinha shopping ou laja de roupas dentro de Forks – Edward disse.

-E o que você sabe sobre lojas de roupas Edward? Nada, você não sabe nada. Agora, se o interrogatório já acabou, vou subir e tomar um banho.

-Rosalie, onde você foi? – Alice perguntou, seria, não estava com um bom humor e o suspense da irmã a estava deixando ainda mais nervosa.

-Eu já disse, fui a umas lojas. Não sei por que vocês estão agindo assim, não é como se eu tivesse dezesseis anos e precisasse ficar dando satisfação sobre para onde eu fui ou deixei de ir – ela disse fingindo estar estressada e subindo para o quarto.

-O que vocês acham que ela estava fazendo? – Jasper perguntou para os outros quando ouvia a porta do quarto bater.

-Incrivelmente, eu não sei, mas tenho a sensação que vamos nos surpreender quando descobrirmos.

-E nós vamos descobrir – Edward disse convicto, Alice assentiu.

-Não sei por que todo esse interesse, ela avisou que ia voltar a noite, e, além do mais, já é grande o suficiente para fazer o que quiser – Esme comentou.

-Vocês não acham que ela esteja me traindo, não é? – Emmet perguntou receoso.

-Nunca – Rosalie disse do alto da escada.

-Rose… - todos disseram juntos.

-Só porque estou em meu quarto, não significa que não esteja ouvindo. Não sei se lembram, mas eu ainda sou vampira. Da próxima vez que forem falar de mim, esperem eu estar um pouco mais longe – ela disse com um sorriso travesso no rosto.

-Rose… o que você estava fazendo? – Emmet perguntou triste.

Ela correu até ele

-Vem comigo, Emm – ela disse segurando sua mão e correndo para a floresta.

Eles correram, lado-a-lado, floresta adentro. Pararam apenas quando tiveram certeza de que ninguém os ouviriam, queriam privacidade.

-Emm, o que está acontecendo? Nunca foi inseguro, porque você acha que eu estou lhe traído? Acha mesmo que eu seria capaz de uma coisa dessas? – ela perguntou

-Rose, as coisas estão mudando. Você está mudando. Eu… tenho medo que você… deixe de me amar – ele disse olhando para o chão e engolindo seco.

-Pare – ela pediu segurando o rosto dele, obrigando-o a olha-la nos olhos – É, eu estou mudando, mas isso não importa. Emmet, nada importa. Eu sempre vou te amar, independente de tudo. Emm, você é a única coisa pelo qual eu tenho aguentado todas essas décadas – ela sorriu para ele – Você é quem faz com que tudo isso falha a pena.

-Eu te amo, Rosalie – ele disse sorrindo e a beijando – E não me importo com o que você estava fazendo. Só espero que uma coisa não tenha mudado – ele disse com um tom malicioso.

-Nunca – eles se beijaram e… bom, quando perceberam já estava quase amanhecendo.

Quando faltava meia hora para Julia e Leah chegarem a sua casa, Bella finalmente conseguiu dormir, porém nem assim ela conseguiu relaxar.

-Onde está minha melhor amiga? Eu não te traí, nunca te trairia…

-Claro que não… Se você também tinha cansado de brincar comigo, podia ao menos dizer isso na minha cara… foi o que o Edward fez.

-Ele fez o que?

-Eu te odeio tanto quando odeio ele… Você e seu irmão mataram aquela garota.

-Eles… não fazem ideia que eu estou aqui.

-O QUE?

-Vamos conversar… civilizadamente, se possível… Sei que você não me odeia tanto quando odeia minha família… Roupas bonitas, carro veloz, independência inquestionável…

-O que está acontecendo comigo?

-Você não pode me julgar pelo meu sobrenome.

-Acho que gosto de ser a do contra… Eu percebi o quanto todos sentiam sua falta… Eles ainda te consideram uma Cullen… Você é uma de nós.

-O que está acontecendo comigo?

-O que está acontecendo comigo?

Ela acordou pulando na cama, assustada com um grito feminino no andar de baixo.

-AH, AQUI NÃO! – Julia gritou, frustrada, assim que entrou na casa dos Swan, após Leah fazer um comentário mal-humorado sobre o cheiro no ar.

As duas subiram as escadas, correndo em direção ao quarto de Bella, quase arrombaram a porta, assustando-a. Isabella quase caiu da cama, se levantou rapidamente, ligeiramente desajeitada.

-Vocês não sabem bater? – ela perguntou com raiva – Eu estava dormindo.

Ela estranhou quando não viu nem Julia nem Leah rindo da sua raiva, se preocupou.

-Aconteceu alguma coisa? – ela perguntou com medo da resposta.

-Não sei – Leah disse – Me diz você.

-É, Bella, aconteceu alguma coisa?

-Até onde eu sei, não – Julia bufou.

-Os Cullen estiveram aqui – Leah disse, não havia sido uma pergunta.

-Uma Cullen esteve aqui – Bella corrigiu dando de ombros.

-Por que? – Leah e Julia perguntaram ao mesmo tempo.

-Ela queria conversar comigo sobre uma coisa – Bella revirou os olhos – É uma longa historia. Depois eu conto tudo.

-Faz tempo que ela foi embora? – Julia perguntou, Bella olhou no relógio.

-É, faz sim. Foi por isso que você gritou?

-Depois que você foi embora, hoje de manhã, eu meio que… me desentendi com aquela Cullen baixinha, Andrea, Alisson, sei lá como é o nome dela – ela disse revirando os olhos.

-Alice? – Bella perguntou

-Talvez. Foi ela que veio aqui? – ela perguntou seria.

-Não, mas depois falamos disso. Leah, você disse que tinha uma coisa muito importante para nos falar.

As três se sentaram na cama, o clima havia se amenizado e agora todas estavam apenas ansiosas com o que Leah estava preste a falar. As três eram muito amigas, porém Leah nunca fora do tipo que contava segredo e pedia conselhos, por isso a curiosidade tomava conta das outras duas.

-Ok, o que eu vou dizer pra vocês agora, ninguém pode saber. Eu mato uma de vocês se contarem para alguém e…

-Leah, cala a boca, somos suas amigas, ninguém vai falar nada pra ninguém – Julia disse, Bella riu e concordou.

-Eu… eu…eutiveumimpring – ela disse.

-O que?

-Eutiveumimpring

-O que?

-EU TIVE UM IMPRING, PORRA.

-Ok, calma, sem estresse – Bella disse – Nos já entendemos.

-Por quem? – os olhos de Julia quase brilhavam.

-Por um cara de La Push – ela disse.

-Por quem? – Julia e Bella perguntaram ao mesmo tempo.

-Thomas Miller – ela declarou.

-Quem é esse? – Julia questionou.

-Tom, sabe, aquele novato, branquinho, loiro, muito lindo… – ela disse.

-Nós sabemos quem é – Bella disse rindo da amiga.

A partir dai, passaram um bom tempo falando sobre Leah e Tom, depois o assunto se voltou para Julia e Seth, porém Bella não aguentava mais Julia suspirando apaixonadamente a cada três segundos e dizendo o quanto ele era perfeito, então começaram a falar sobre outra coisa.

Bella agradeceu aos céus silenciosamente quando o assunto deixou de ser os imprings de suas amigas, afinal, elas estavam apaixonadas, pior do que isso, elas estavam amando. E Bella não acreditava nesse sentimento, não da forma como eles estavam sentindo. Porém, elas estavam tão felizes, que para Bella foi impossível acorda-las para a realidade com um balde de agua fria.

Porém, ela pensou, talvez eu esteja errada, isso é amor de imprings, talvez isso dure mais do que o amor normal.

Quando já era noite, Charlie chegou, cumprimentou rapidamente a filha e as outras garotas e foi se deitar, cansado com o trabalhoso dia. Diferente das garotas que passaram a noite inteira conversando, literalmente.

Já estava amanhecendo, quando Bella olhou no relógio, Julia havia acabado de comentar alguma coisa sobre um programa que havia visto e Leah ria disso.

-Já são seis e quinze, Charlie vai acordar em quarenta e cinco minutos. Temos que arrumar as coisa para eu parecer doente – ela comentou sorrindo.

-E então, como vai ser dessa vez? – Julia perguntou, quando chegaram a cozinha, com cara de nojo, já imaginando uma maneira eficiente.

-Eu estava pensando e… - Bella começou a falar

-Eu sempre fico com medo quando ela diz isso – Leah disse, Julia riu.

-Nossa, mas eu me impressiono como vocês são engraçadas – Bella disse, todas riram.

-Que tal, pegarmos varias coisas na geladeira e batermos no liquidificador – ela disse.

-Simples assim? – elas perguntaram juntas

-Simples assim!

Nota Mental: Como Fazer um Vomito de Mentira

Ingredientes:

*Carne

*Massa

*Queijo

*Pão

*Presunto

*Comida chinesa do dia anterior

*Comida fora da validade

*Refrigerante/Água

Modo de preparo:

Pegue a carne, o queijo e todo o resto e coloque no liquidificador, deixando de fora apenas a comida fora da validade e a água e/ou refrigerante. Bata tudo, mas só um pouco. Depois acrescente o que sobrou e bata de novo. Mas não muito novamente, pois tem que ter uns pedaços de comida (eu sei, nojento, mas você esta fazendo “vomito”).

A comida fora de validade é opcional, mas é útil por causa do cheiro.

Após bater, jogue o liquido no chão e esta pronto para você enganar seus pais.

Fim da Nota Mental

No momento que que ela terminaram tudo e olharam o liquido nojento dentro do liquidificador, ouviram passos pesados descendo as escadas, dando a elas tempo apenas para jogar o liquido no chão da cozinha e Bella se ajoelhar na frente, fazendo cara de dor.

Quando Charlie entrou na cozinha, já vestido para o trabalho, elas fingiram não notar, Julia e Leah se ajoelharam, quase que teatralmente ao lado de Bella, passando a mão em sua costa.

-Bom di… Meu Deus, Bells, o que aconteceu? – Charlie perguntou, sem saber o que fazer.

-Nós não sabemos, ela estava bem, então, de repente, ela… se sentiu mal. Depois se ajoelhou e… bom… - Julia não terminou a frase, apenas apontou com pesar para o liquido pastoso a sua frente.

-Acho que foi algo que eu comi ontem, antes das meninas chegarem, pai. Não se preocupem, eu já estou melhor – ela disse se levantando, fingiu se desequilibrar, Leah a segurou pela cintura, já esperando aquilo.

-Você tem certeza? Não parece nada bem – Charlie comentou.

-Eu vou ficar bem, tenho que me arrumar para o colégio – sai do abraço de Leah e novamente quase caiu. Julia a segurou.

-Não, Bells. Acho melhor você ficar em casa, pelo menos hoje – as meninas seguraram sorrisos vitoriosos.

-Seu pai tem razão, Bella – Julia disse com a voz forçadamente triste. Charlie se virou de costas pegando o telefone, dando espaço para as meninas comemorarem silenciosamente.

Ele se virou, quase as pegando.

-Vou só avisar que não posso ir trabalhar hoje, ai eu fico em casa pra cuidar de você

-Não – Julia, Leah e Bella quase gritaram, assustando Charlie.

-Quer dizer, Bella não está tão mal assim – Julia comentou.

-É, você não precisa faltar o seu trabalho – Bella disse.

-Nós podemos cuidar dela, sem problemas – Leah afirmou.

-Vocês tem certeza?

-Temos – as três disseram juntas novamente.

-Ok, er, então, espero que você melhore logo, temos o aniversario de Billy amanha, certo? – ele disse saindo de casa.

-Claro, pai, pode ter certeza que eu vou estar melhor amanha – ela disse sorrindo.

As três rapidamente limparam o chão da cozinha, elas haviam conseguido fazer um vomito bastante convincente, convincente demais na opinião de Julia, que resmungava frequentemente enquanto limpavam.

Quando terminaram subiram e se jogaram na cama de Bella.

-Ok, agora que nos livramos de Charlie, tem uma coisa que você, Bella, precisa falar pra nós, algo que por alguma razão não conversamos ontem a noite – Julia disse seria se sentando, as outras duas imitaram seu movimento.

-O que?

-O que a sanguessuga estava fazendo aqui? – Leah perguntou.

-Ah, ela queria conversar.

-Conversar? – Julia questionou.

-É, conversar. Ela não está envolvida com o meu, er, pequeno conflito com os Cullen. Ela quer uma chance de se aproximar de mim.

-Ela quer ser sua amiguinha? – Leah perguntou com desdém.

-E o que você disse a ela?

-Que eu iria pensar e que depois da aula, na quinta-feira, eu responderia.

As duas, que antes riam em deboche, ficaram serias imediatamente.

-Pensar? Pensar em que? Não tem o que pensar – Julia gritou.

-Você não pode estar mesmo pensando em dar uma chance a ela- Leah falou na mesma altura.

-Algum problema? – Bella perguntou indiferente.

-Sim – Leah continuou gritando.

-Todos os problemas possíveis. Ela é uma vampira, sabe, bebedora de sangue sem coração.

-Julia, falar isso é hipocrisia, nós conhecemos outros vampiros – Bella deu de ombros.

-Ok – Leah continuou – A “família” dela te abandonou, e não precisamos te lembrar do quão mal você ficou.

-É, eu sei, eu sei. Mas, porra, eu acho que eu não posso julgar ela pelo que a família fez. Ela nunca esteve envolvida em nada – ela argumentou – Já lidei com eles antes e sai intacta, bom, fisicamente intacta. E, vamos lá, Leah você pé uma loba e tão ou mais perigosa que eles, e a Julia…

-Não importa o que eu ou Leah sejamos – Julia a cortou.

-Meninas, vamos admitir, nos últimos meses lidamos com algumas coisas que a maioria não suportaria… - Bella disse - Se comparada com a gente, Rose e inofensiva.

-Quem? – Julia e Leah perguntaram.

-Rosalie – Bella se corrigiu – Rosalie Cullen… eu nem sei se realmente vou ser amiga dela, é apenas uma coisa que vou pensar… e então, o que planejaram para hoje? – ela perguntou tentando amenizar o clima.

-Podemos ir ao shopping fazer compras, depois almoçarmos por lá mesmo, depois passamos o resto do dia em La Push e voltamos para casa antes de Charlie – Julia disse.

-Pra mim, é uma boa – Leah disse.

-Concordo – até eu havia me acostumado com a ideia de se fazer tantas compras.

Pegaram o carro de Bella, que foi dirigindo, e seguiram em direção ao maior shopping de todas as cidades vizinhas. Não demoraram muito para chegar lá, apesar de ser ligeiramente longe de Forks.

Em função da hora, não havia muitas pessoas lá, o que deixou Julia ainda mais feliz e Bella quase se socou quase percebeu que estava novamente comparando Julia e Alice.

Elas foram em muitas lojas, mas do que Leah poderia contar e, com certeza, mais do que ela poderia ir sem reclamar, por isso, um pouco depois de meio dia, se dirigiram a praça de alimentação, já apinhada de pessoas, e lutaram para conseguir uma mesa, onde Bella e Leah quase se jogaram e começaram a falar mal daquele lugar, Julia sentou elegantemente e rolava os olhos a quase todas as palavras ditas ali.

Ela comeram comida italiana e ficaram mais um pouco ali, conversando sobre amenidades, até que não aguentaram mais o barulho e tanta gente junta, então saíram e votaram a ver lojas.

Eram quase três horas da tarde quando Leah e Bella conseguiram convencer Julia que já estava na hora de ir para La Push.

-Ok, ok, suas chatas – ela disse levantando os braços em rendição, seus olhos arregalaram olhando para a loja em sua frente – Só mais uma, por favor, eu adoro aquela loja, não sabia que tinha aqui no shopping.

As outras duas rolaram os olhos e foram atrás da amiga que já havia entrado na tal loja. A maioria das roupas ali eram vestidos, e Julia se colocou a experimentar vários, aparentemente ela era uma cliente conhecida em lojas do shopping inteiro, e ali não era diferente.

Após experimentas vinte e sete vestidos, pegou três e disse que iria levar aqueles, a moça que a estava atendendo se segurou para não bater nela, porém logo notou que eram os vestidos mais caros da loja, ficando feliz novamente.

As coisas a seguir aconteceram rapidamente. Em um momento elas estavam no caixa, pagando pelos vestidos, felizes por estarem saindo dali, no outro uma risada de sinos e ouvida em atrás delas. Automaticamente, as três se viram, já serias, com os punhos serrados. Ao mesmo tempo, sussurraram:

-Vampiros.