Destinos das Próximas Gerações - escrita por PattyPanddy


Capítulo 26
Kapitel 26


Notas iniciais do capítulo

.............................................*cri cri cri*............................



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À noite, todos se reuniram para uma grande refeição que Isabelle havia comprado e apesar de já terem se mudado eles foram para o jantar em família. Raymond notou logo a tristeza da irmã e se aproximou dela para conversar antes de irem para a mesa.

- O que está acontecendo com você maninha? Conta pra mim vai.

- Ray o papai disse que assim que eu me qualificar como uma militar, eu vou para a central fiar perto dele e dos centros de pesquisas.

- E isso é ruim? Foi o que você sempre quis a vida inteira.

- É, mas agora é diferente, eu estou namorando e...

- O QUE? O Rich deixou numa boa?

- Eu estou namorando e ele não se opôs.

- Eu não acredito que a minha irmãzinha já está namorando um cara... Belle me traz uma aspirina e uma dose de wisky por que eu estou passando mal.

- Calma Ray, o que houve? Vai acordar as meninas desse jeito.

- Eu estou ficando velho você não vê? Você ontem mesmo era uma doce menininha que eu e o Rich pegávamos no colo por que tinha medo do Armistrong e agora já está namorando e... Belle cadê a bebida?

- As garrafas estão atrás de você.

- Ray eu...

- Me esquece! Hoje eu estou amargurado por causa da minha velhice. – pegando a garrafa de bebida.

- Você continua sendo meu melhor amigo sabia Ray e nada e nem ninguém vai mudar isso – os olhos de Rachel começavam a se encher de lágrimas – Eu posso até envelhecer, namorar, casar e ficar uma velhinha caquética que eu ainda vou amar o meu irmão e melhor amigo Raymond Mustang, aquele que me ensinou tudo de armas que eu sei e que sempre me apoiou quando eu precisei.

- Você falando assim, até parece que eu morri.

- Você pode até morrer, mas sempre vai estar bem vivo no meu coração e lembra o que eu te prometi quando você foi internado pelos ferimentos da guerra?

- Lembro... Se eu morrer você vai junto comigo e ainda mata o Rich junto no pacote, para sempre continuarmos irmãos na vida e na morte.

- E eu vou cumprir, e agora você e o Rich já se acertaram e está na minha vez também, eu não sou mais aquela menininha.

- Tem razão, me dá um abraço?

- Só se o Rich participar também e vocês não beberem hoje.

- Eu vou, mas não prometo nada quanto à bebida – Richard chegava próximo dos dois debochando – Ray me passa a garrafa?

Os três se abraçaram e comoveram a espectadora, Isabelle estava vendo o quão unidos eles cresceram e que nem uma guerra de 1.000 anos poderia separa-los. Nicolas que também observava a cena, ele puxou de leve a mão de Isabelle.

- Por que o papai ta abraçado com a tia Rachel e o tio Ray?

- Por que eles são irmãos e se gostam muito.

- Assim como eu e o Simon?

- É.

- Mas eu também quero um abraço do papai.

- Então corre e vai lá pro meio deles, tenho certeza de que eles não vão te expulsar de lá.

E com um sorriso no rosto Nicolas sai correndo e pula no meio dos três juntos no abraço, Richard o vê e o pega no colo sorrindo. Richard por um breve instante se lembra de Simone ao olhar o filho, eles realmente eram muito parecidos.

- O que foi papai? Você ta estranho.

- Não é nada garotão, o papai só estava pensando.

- Em que?

- Nada...

- Papai, você vai casar com a tia Violet?

- Err... Vamos esquecer isso e vamos jantar.

- Mas você ainda não respondeu a minha pergunta papai.

- O papai não pode garotão, eu já me casei um dia com a sua mãe e eu não quero nenhuma esposa que não seja ela.

- Mas a mamãe não está aqui, onde ela foi?

- Se você não quiser ficar sem sobremesa eu acho melhor ficar quietinho filho.

- Vou contar para a vovó Riza que você me ameaçou.

- Moleque cagüeta, nem é filho da Violet e tem essa mania odiosa dela...

- E falando nela, você sabia que o Greg vai ser obrigado a casar? – Raymond falava levando a mesa.

- O QUE? Como assim?

- Parece que ele engravidou uma mulher lá no quartel central e ela se transferiu recentemente para o leste e está grávida de três meses dele.

- Quem é ela? Eu estou com muitos novatos ultimamente e quem sabe eu já a conheça.

- A Major Alice Montana.

- A filha do General Montana do oeste? O cara mais influente de todo este país depois do Führer?

- Isso mesmo.

- Ele está ferrado, o General não vai deixar barato este assunto e ainda mais se tratando da única filha dele.

- Tem razão.

- E quando eles vão se casar?

- Parece que em uma semana.

- E onde vai ser?

- Aqui no leste.

- O que?

- Parece que a noiva não quer sair daqui, foi aqui que ela conquistou carreira e por aqui também é onde ela mais encontra as tais peças para as próteses dos militares.

- Ela faz próteses?

- Ela trabalhava na loja do Greg e foi lá que eles ficaram juntos, mas aí brigaram por ela querer entrar no exercito e ajudar mais o nossos soldados e país, e ele não quis nem saber dela depois disso.

- Eu acho que já a vi pelo quartel, é uma loirinha não é?

- É.

- Então por isso ela me pediu que lhe desse uns trabalhos leves por alguns probleminhas de saúde, deve ser por causa da gravidez, ainda bem que eu não neguei por já conhecer o pai dela.

- Papai – o garoto interrompe – hoje eu posso dormir com você?

- Por quê? Não está muito grandinho para isso?

- É que eu tenho que te contar um segredo.

- Tudo bem garotão, mas não acostuma, você já está ficando igual a sua mãe.

Richard acabara de dizer aquilo com a mais pura tranqüilidade, nem sabendo o impacto que aquelas palavras causariam em seu coração mais tarde, pois sempre que ela tinha problemas ou queria contar algo muito importante para Richard, eles deitavam-se um ao lado do outro e ela lhe falava.

O resto da semana se passou tranquilamente, pelo menos para Raymond, Isabelle e Rachel, mas para Richard estava um inferno trabalhar naquele quartel com tantas coisas em atraso e com tantos novos militares para treinar.

Uma semana se passou voando e logo chegaria o casamento, as férias de Raymond também terminaram, mas Isabelle continuou em casa por causa da licença maternidade e ainda tinha mais dois meses de folga.

Raymond se surpreendeu pela quantidade de mulheres que se alistaram desta vez, ainda mais que sua irmãzinha era uma delas, mas agora ele estava um homem mais sério depois do nascimento de suas filhas e estava mostrando as fotos delas ao quartel inteiro.

Rachel passou aos testes com grandes méritos e conseguindo se qualificar para ser militar, o que não foi o mesmo do namorado dela que fracassou em mais de um teste e infelizmente iria tentar no ano seguinte, com mais estudo e treinamento.

Roy foi pessoalmente ao leste para parabenizar os novatos pelo seu desempenho e dar um enorme abraço em sua filha. Quando tudo pelo quartel já estava ajeitado, Richard lembrou-se do casamento de Gregori que seria no final de semana e nem mesmo o presente de padrinho ele havia providenciado ainda.

Quando o dia do grande e esperado casamento chegou, Richard estava se sentindo um idiota ao lado de Gregori que esperava a noiva no altar, ele realmente não combinava com essas coisas. Ele e Roy eram os únicos a estar com um copo de wisky na mão antes da cerimônia.

- Os dois não podem parar de beber nem por um instante? Você está me deixando nervosa e ao noivo também.

- Calma mãe! Eu não sou o noivo, mas estou relaxando um pouco e meu pai está me ajudando, já que o Ray não quer beber por causa das meninas.

- Isso não é motivo para você encher a cara antes do casamento.

- Pelo menos as palavras do padre não vão parecer tão chatas comigo “alegrinho”.

- Pare de beber e vá acalmar o seu amigo.

- Por que não posso acalmar ele bebendo?

- Por que eu estou mandando.

- Mandando como mãe, capitã ou primeira-dama?

- Como as três e a que vão te matar caso você não me obedeça – ela já estava para retirar a arma da pequena bolsa.

- Calma, eu to indo.

- Bom mesmo.

Richard foi, não muito satisfeito acalmar Gregori, mas foi. Ele aproximou-se de Gregori e ofereceu um gole de sua bebida para ele e o mesmo recusou por estar na mira do sogro, Richard bem que tentou anima-lo, mas não teve jeito até que viu algumas de suas amigas e subordinadas vinham cumprimentá-lo.

- Então quer dizer que o nosso chefe favorito vai se casar?

-Desculpe Anna, mas dessa vez é o meu amigo aqui.

- E nem deu uma despedida de solteiro? Pelo menos fizemos uma surpresa para a Alice.

- Ela teve uma despedida e vocês não me chamaram? Quando eu tiver a minha eu chamo você.

- E eu?

- Vocês também Debye, mas eu acho melhor vocês irem para os seus lugares.

- Por quê? Não está gostando da nossa companhia?

- Não é isso, é que a minha mãe está me olhando estranhamente e tenho certeza de que ela quer me matar. – ele aponta para Riza e elas gelam ao ver o olhar da mulher.

- Felicidades para seu amigo Rich! Eu e a Debye estamos indo nos sentar, a sua mãe é assustadora.

- Obrigado eu direi a ele, e eu sei como é ser filho dela.

Richard continuou a tentar acalmar Gregori, mas sem muito animo enquanto Violet estava nervosíssima no quarto ajudando Alice a se arrumar.

- Mãe será que o Rich não vai fugir quando ver que eu vou ser madrinha novamente junto com ele?

- Não querida.

- Como você pode ter tanta certeza?

- Violet – Rachel interrompia – A mamãe e o tio Ed estão lá, tenho certeza de que ele não vai a lugar algum, o máximo que ele deve estar fazendo é enchendo a cara de wisky ou vodka.

- Muito animador de sua parte Rachel, você dá a ela duas opções horríveis – Alice se pronunciava – Ainda bem que eu não lhe pergunto como o Greg deva estar e que certamente deve ser na mira da arma do meu pai.

- Disponha, mas é a verdade e você também não foi nada sutil para ele marcar logo a data do casamento e o motivo para tal.

- Obrigada por me lembrar deste detalhe.

- Queridas fiquem calmas, vocês e os rapazes possuem um elo tão lindo que não vai ser quebrado por ninguém, eles não poderão fugir.

- Você está dizendo que o nosso amor ninguém pode desmanchar mãe?

- Não é exatamente isso querida, eu estava me referindo ao Simon e ao bebê que vai nascer.

- E falando do meu filho, onde está o Simon?

- Está com a Riza ou com seu pai.

- Ainda bem que nos acertamos não é Senhora Winry? – dizia Alice terminando de se arrumar – Obrigada por me dar mais uma chance com o seu filho.

- Eu não tive escolha a não ser aceitar, assim como esta criança que você está carregando, então não me agradeça.

- Mas mesmo assim é muito importante ter a senhora presente junto comigo agora, eu não tenho mais a minha mãe e a senhora me ensinou tudo que eu sei, por isso lhe devo muito.

- Eu apenas lhe dei um emprego e lhe ensinei um pouco de mecânica, o resto é seu talento que fez, assim como conquistar o meu filho.

Ela suspira pesadamente – Eu acho que já estou pronta, vamos?

- Vamos, o Gregori deve estar impaciente.

- Senhora Winry, mais uma coisa.

- O que Alice?

- Saiba que tudo que fiz para me tornar uma militar, foi apenas para ajudar todos aqueles que lutam pelo bem-estar do nosso país e que nos fazem viver em paz nesta terra, eu nunca quis que a senhora me odiasse por usar a sua técnica em mecânica com militares, que eu sei que assassinaram os seus pais.

- Não se preocupe com isso, você fez errado pelos motivos certos, isso que importa e agora vamos que o casamento tem que acontecer e tem muitas pessoas nos esperando.

Enquanto isso na igreja, Gregori estava a ponto de ter um colapso se a noiva não chegasse e ele fosse o alvo de um general muito nervoso, então ele tentou conversar com Richard para espairecer e tentar se acalmar.

- Rich, você bebeu?

- Um golinho só.

- Não me parece que foi só um golinho, parece que foram vários.

- Um e vários é tudo a mesma coisa.

- Não é não.

- Pelo menos estou mais tranqüilo do que você que vai casar.

- Estou confuso, nervoso e pode parecer até estranho mais estou feliz.

- Que bom, foi um trabalho desgraçado para fazer a Major querer casar com você.

- Como assim?

- Tive que dizer para ela que era uma ordem para ela aceitar essa loucura.

- Você forçou ela para se casar comigo? Já não basta o General querer me matar se eu não casar?

- E por acaso você está aqui forçado? Se quiser pode ir, a porta está ali.

- Rich, eu vou ser morto se fizer isso.

- Sabia que você não tinha coragem de ir, e ainda mais quando tem uma grávida, militar, loira, coxas grossas, olhos verdes, busto farto e prestes a entrar por estas portas.

- Você andou reparando muito na Alice.

- Que Alice?

- A minha noiva.

- O nome dela é Alice?

- É, como você a chamava?

- Eu sempre a chamei de Major Montana e agora vou ter que mudar para Major Elric.

Gregori riu – É meu amigo, quem diria que a gente algum dia passaria por isso?

- É, mas torça para não ficar viúvo logo, é muito solitário sem a mulher que amamos.

- Mas você amava a Simone? Achei que amasse a minha irmã.

- Já amei a Violet, mas o meu casamento com a Simone tinha paixão, desejo, cumplicidade, amor, Nicolas, união e amizade, e com ela eu era feliz e não brigávamos e a Violet não teve nem metade disso... Deixa isso quieto, ela está chegando aí.

- Sempre com o filho no meio.

- Se acostume, você também vai ser papai e ainda por cima vai adorar quando ele te chamar assim.

- Até parece.

Richard avista o filho entrando na igreja junto com Roy, os dois haviam ido dar uma volta pela praça e Violet estava entrando na igreja junto a eles. Então Nicolas se desgrudou das mãos de Roy e saiu em disparada para os braços de Richard.

- Papai!

- Oi filhão, você se divertiu lá fora?

- Muito, o vovô me mostrou as garotas que estavam no parquinho.

- Passou o seu número para elas?

- Disse para elas se prepararem por que daqui alguns anos, vão ter mais dois Mustang na área e não vai ter para nenhum pirralho.

- Isso mesmo filho.

- Rich ele é a sua cópia – dizia Gregori com uma gota na cabeça.

Richard apenas sorriu e logo mudou a sua atenção para a porta, pois começou a escutar a marcha nupcial. Ele colocou Nicolas no banco e voltou correndo para o seu lugar e viu a grande porta ser aberta e de lá surgir Alice.

Violet estava ao seu lado com um vestido tomara que caia cheio de pedrarias e viram Alice entrar na igreja com um vestido com as alças amarradas ao pescoço e com uma faixa acima da barriga e cheio de babados para tentar desviar um pouco a atenção do barrigão.

Gregori estava muito feliz ao vê-la e estava extremamente nervoso. Isabelle também era uma das madrinhas e estava cochichando para Raymond que ela queria ter se casado com ele da mesma maneira e com a barriga mais a mostra.

Foi uma cerimônia simples e rápida, pois o padre percebia que Richard estava quase dormindo diante do altar, ele até mesmo chegou a bocejar e o padre estava apreensivo que ele fosse colocar fogo em sua batina novamente. A festa também foi muito bonita, com todos os casais presentes alegres, e descontraídos.

Assim como Richard, Gregori também encheu a cara de álcool e só mesmo um milagre para ter segurado os dois para não terem caído em cima do bolo. Rachel estava acompanhada do namorado e sendo observada incessantemente por Roy, que estava pra lá de Bagdá de tão bêbado, assim como a maioria dos convidados.

Apesar de bêbado Richard não desgrudou do filho mais velho por muito tempo, sempre estava perto dele, como se visse a si próprio e um pouco de Simone misturado no garoto que estava brincando com as outras crianças e imaginando se Simon também seria assim, a sua mistura com Violet.

A festa foi se passando e aos poucos os convidados indo embora, o casal de noivos também foi para casa, Violet, Simon, Winry e Edward foram se hospedar na casa dos Mustang depois da festa.

Na manhã seguinte estavam todos de ressaca, e quem dissesse um “A” morreria fuzilado diante dos olhares de quem mais sofria com essa ressaca. Richard apesar de ser um dos que mais bebeu, parecia não ser afetado pela ressaca e causando a curiosidade de Violet que o observava no corredor.

-Richard, você está se sentindo bem?

- Estou por que Violet?

- Tem certeza que não está de ressaca? Você bebeu muito ontem.

- Tenho certeza absoluta, eu já bebi mais antes.

- Tomou algum remédio?

- É obvio que tomei, acabei com uma cartela de analgésicos antes de vocês acordarem, ou acha que eu sou de ferro?

- Seu bobo! Eu me preocupando com a sua ressaca, e você já tomou as providencias – ela faz um bico – nem ao menos, me deixou cuidar de você.

- Se você quer cuidar de mim... – disse virando-se para ela – Você sabe o que tem que fazer para que eu me sinta melhor mein liebe.

Ele depositou um selinho em Violet e se distanciou, para o espanto dela.

- Mas o que?

- Vou tomar café, me acompanha? Estou morrendo de fome.

- Vou, mas com uma condição.

- Qual?

- Me diga, do que você acabou de me chamar?

- Mein liebe?

- É.

- Quer dizer meu amor em alemão.

Ela sorriu e em seguida o seguiu para tomarem café da manhã. Ao chegarem à cozinha encontraram todos sentados e com umas caras de ressaca, uma pior que a outra. Richard sentou-se e berrou em seguida.

- BOM DIA!

- Vai ver se a gente está lá na esquina Rich, está todo mundo de ressaca não está vendo? – Raymond dizia desanimado – E cala a boca que as minhas princesas e seus filhos ainda estão dormindo.

- Está bem Ray, mas melhore essa cara.

- Você consegue por tomar uma dúzia de analgésicos e não deixar nenhum para a gente, é difícil curar ressaca sem eles.

- Calma, toma um café bem forte que isso sara.

- Tomara mesmo.

O café da manha continuou silencioso por causa das várias dores de cabeça (N/A: Não pensem malícia com isso, não é dor de cabeça de tanto dar/transar por aí, é de ressaca). Após o café da manhã, Richard se trancou no escritório e somente na hora do almoço Violet foi chamá-lo.

- Rich vem almoçar.

- Não estou com fome Violet, eu como qualquer coisa mais tarde.

- Você está muito afastado hoje, nem parece o mesmo Richard de sempre.

- É que eu tenho alguns assuntos para resolver que não podem esperar e amanhã bem cedo eu vou para a Central resolver outros problemas.

- Eu não acredito que você vai viajar enquanto eu estou aqui com o seu filho?

- Se você quiser vir junto fique a vontade, pois sei que você vai voltar logo para a Central mesmo, mas não garanto que terei tanto tempo para dar atenção ao Simon.

- Posso saber o que você vai resolver por lá?

- Vou ter que comparecer a uma conferencia muito importante com o meu pai, buscar algumas coisas minhas que ficaram na Central e visitar o túmulo da minha ex-esposa.

- Apesar de tudo você não se esqueceu dela, não é?

- Como eu poderia me esquecer? Eu fui para a guerra, me casei e tive um filho com ela.

- E falando nisso... Quando exatamente você se casou com ela?

- Quando você pediu um tempo e ela estava em casa doente.

- Ou seja, quando você estava no hospital se recuperando, vocês eram casados.

- Não, eu já era viúvo.

- Mas...

- Ela morreu enquanto eu estava inconsciente e quando acordei já era viúvo, quando nos agarramos no hospital.

- Me lembro que nesta época você perdeu o aniversário do Nicolas.

- É... – ele se entristecia – justamente naquele aniversário, era para ele ter passado com os pais ao lado dele, mas aí ele passou sem nenhum... A mãe estava morta e o pai em coma.

- Não se culpe.

- E não estou me culpando apenas me lamentando.

Violet fica em silencio e logo começa a reparar melhor naquele escritório, ela nunca havia entrado nele desde que chegara aquela casa. Ela olhou por todos os cantos, mas não foi preciso observar muito para encontrar uma foto em especial e pega-la.

- De quando é esta foto? – ela vira o porta-retratos na direção dele.

- De quando eu a pedi em casamento, estávamos sujos, acabados e felizes por termos acabado de descobrir a gravidez dela – ele levanta-se e pega a foto – eu ainda tenho guardado a aliança que eu dei a ela.

- Perto dela eu não sou nada para você.

- Não diga isso, você sabe muito bem que eu gosto muito de você.

- Mas parece não demonstrar.

- É impressão minha ou você está com ciúmes de alguém que já morreu?

- Vamos parar com esse assunto, venha logo almoçar, eu vou estar te esperando.

Ela sai rapidamente do escritório antes que Richard a questione sobre alguma coisa, ele ficou sem entender nada e deixou o porta-retrato sobre a sua mesa e saiu do escritório atrás de Violet. Richard a encontrou sentada à mesa junto com Rachel, Nicolas e Simon e se aproximou, sentando-se também.

- Quer que eu te sirva?

- Não, mas quero que me responda por que saiu correndo do escritório?

- Por nada.

- Nada não te deixaria assim, desembucha nos conhecemos há muito tempo e eu tenho o direito de saber o que está acontecendo com você.

- Eu só não quero viver com a sombra da Simone sempre ao nosso redor. – ela disse levantando-se e saindo para o jardim.

- Você entendeu alguma coisa Rachel?

- Não, sei lá o do por que o surto assim do nada, a Simone já se foi faz algum tempo.

- Papai. – Nicolas puxava o braço de Richard – a tia Violet ta com raiva da mamãe? E onde a mamãe está? Eu to com saudades dela.

- Nich – Richard pega o filho nos braços e lhe abraça – A Violet não está com raiva da mamãe, só com ciúmes sem motivo – ele coloca ênfase na ultima palavra – e quanto à mamãe... Você não gostaria de ir passear um pouco comigo na Central?

- A Central é na casa da vovó, não é?

- Isso mesmo.

- Quero sim! – ele lhe dá um enorme sorriso – E a mamãe está lá também papai?

- Eu não sei Nich... – ele fica triste e coloca o pequeno na cadeira – Mas prometo que vamos passar muito tempo juntos, ouviu garotão?

Nicolas apenas concorda com a cabeça e depois disso Richard vai atrás de Violet entender qual era o motivo daquele ciúme repentino. Ele a encontra sentada em um dos bancos olhando algumas flores e se aproxima.

- Cuidado, essas flores podem ficar com inveja da sua beleza.

- Pare de brincadeiras Richard!

- Eu não sabia que você ficava tão azeda quando está de ressaca.

- Eu não estou de ressaca.

- Então por que está brava assim?

- Não estou brava.

- Deixe-me ver... Você está com essa cara pensativa e um tanto triste e brigando comigo e não está brava? O que é então?

- Nada.

- Nada faz você ficar assim? Desde que entrou naquele escritório você está assim Violet, eu me preocupo por você não me dizer o que é e ainda por cima surta e coloca o nome da Simone, que descansa em paz, no meio do assunto.

- Eu apenas entendi tarde demais de que ela é mais importante para você do que eu.

- Você está doida?

- Não, apenas dizendo a verdade.

- E posso saber o motivo de você pensar de que essa é a verdade?

- Bem...

- Desembucha.

- Você costuma falar dormindo ás vezes e ontem foi uma.

- E?... Espera aí, como você me ouviu falando enquanto eu dormia?

- Quando eu passei de madrugada pelo corredor para ir ao banheiro, escutei que você chamando pela Simone várias vezes, dizia que não queria que ela se fosse e que ainda tinham um filho para criarem juntos – os olhos dela começam a marejar – e por fim você dizia que a amava mais que tudo no mundo e que não poderia viver sem ela.

- Calma Violet! Foi só um sonho, não tem o porquê você ficar assim.

- Mas você disse e os sonhos costumam ser uma espécie de sinal.

Ele senta-se ao lado dela – Isso deve ser por que eu ainda não contei ao Nicolas de que ela morreu, eu pretendia fazer isso esta semana, sonhei a semana toda com a ultima vez que a vi na guerra e da nossa despedida e como tudo acabou acontecendo... Vai ser difícil dizer isso para ele.

- Richard... Mas e a foto dela no seu escritório?

- Antes de ir para a central, eu ainda sofria muito com a suposta morte da Simone e não tive coragem até hoje de me desfazer das coisas dela nesta casa e mesmo quando voltei não toquei em nada, se quiser tirar a prova, olhe no meu quarto e ainda vai ver muitas coisas dela espalhadas por lá.

- E mesmo sabendo que me amava depois de voltar da Central você deixou as coisas dela lá, por quê? Não deve ser só por falta de coragem.

- Por que quando voltei, eu estava brigado com você e a melhor lembrança que eu tinha do leste eram as coisas da Simone e de como eu era antes de você aparecer de novo na minha vida.

- E agora que estamos aqui? Estamos vivos e sem compromisso, agora você vai se desfazer dessas coisas?

- Eu não sei, sempre achei que o Nicolas pudesse ver que eu ainda tenho algumas coisas que pertenciam à mãe dele e não me martirize Violet, eu vi que na sua carteira ainda tem uma foto do Robert e daquele outro estranho lá, você também não os esqueceu.

- Eles são especiais para mim, e aquele estranho lá se chama Carlos e foi muito bom comigo no começo da minha gravidez.

- Desculpe por estar em coma neste momento, não foi a minha intenção – dizia ele nervoso.

- Eu não estou te culpando disso, mas gostaria que você desse mais importância pra mim, caso tenha se esquecido eu sou a mãe de um dos seus filhos.

- Eu não me esqueci, mas se você queria que eu estivesse mais junto de você era só dizer, eu não sou vidente e nem nada do tipo.

- Mas podia pelo menos pensar em como eu me sentia com o seu filho nos braços, mas sem você, agora já é tarde, você vai para a Central amanhã e nem me avisou, nem pensou que eu poderia tentar me aproximar novamente de você.

- E quem disse que eu não pensei em você? Eu achei que você iria junto comigo e ficaríamos por lá a semana toda, quem sabe sair uma noite dessas para conversarmos um pouco ou qualquer coisa do tipo.

- E por que a nós só vamos conversar? Você poderia ficar mais tempo por lá também.

- Eu já tirei as minhas férias recentemente e não posso tirar mais dias em tão pouco tempo, eu tenho um nome e uma patente a zelar.

- Pensasse nisso antes de se transferir para cá.

- Mas a culpa foi do Raymond que demorou em se casar, tive que ficar lá por mais tempo que o previsto e acabou atrasando as minhas coisas por aqui, tanto que eu tenho pouco tempo para me preocupar com o meu filho.

- Correção: você tem dois filhos para se preocupar, mas para o Simon você nem liga, pois sabe que tem a trouxa aqui para cuidar.

- Eu não falei isso, mas vocês moram na Central e eu aqui no leste, e tenho que cuidar do Nicolas praticamente sozinho por que a mãe dele morreu e estou sozinho nessa.

- Está sozinho por que quer, eu sempre estive aqui.

- Você não sabe o que significa a palavra luto? Respeito? Eu ainda respeito à lembrança da Simone e como a minha esposa eu tenho que respeitá-la como se ela estivesse viva e ao meu lado neste momento, um luto não se acaba da noite para o dia, assim como o amor que eu sentia por ela.

- Não é isso, é que...

- Esquece, parece que eu me envolvi com uma víbora sem coração – ele dá as costas a ela e começa a andar em direção a casa – vou cuidar do MEU filho caso precise de mim, e saiba que a Simone era bem melhor que você na cama e em tudo que ela fazia, até mesmo em me conquistar.

Violet o observa sumir de sua vista enquanto fica atônica com o que acabara de fazer com esta discussão, e onde o seu ciúme bobo a levou. Ela ficou por mais algum tempo pensando em tudo o que disse e depois foi para casa.

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Notas finais do capítulo

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