Inglaterra escrita por Anna


Capítulo 24
Depois Da Meia-noite


Notas iniciais do capítulo

Finalmente consegui terminar o capítulo, da próxima vez não vou demorar, porque já comecei escrever o 25. obrigada pela preocupação e desculpem-me pela demora. beijos. boa leitura.



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Sabe aquela vez em que você estava no velório da tia avó da melhor amiga da amiga da sua mãe e do nada te dá uma crise de riso e você simplesmente não consegue ficar séria? É mais ou menos isso que estava acontecendo há, sei lá, uma meia hora. Eu sou a louca rindo e os Cullen – tirando Emmett, que também é um bobo alegre - me olhavam como se fossem os parentes da pobre senhora morta. Tá bom, esse exemplo de velório foi super desnecessário e desrespeitoso.

– Bella... – Esme tentou falar sorrindo de leve enquanto eu soluçava de tanto rir – Está sendo inconveniente. Responda a Tanya de uma vez.

– Desculpa aí gente... – falei respirando fundo tentando conter outra gargalhada – O problema é que todo mundo aqui sabe que eu não vou com a cara de Tanya e que ela, com certeza, não gosta muito de mim, então eu realmente acho esse “pedido” dela super estranho... – soltei um riso sem querer.

– As pessoas podem mudar Bella... – Tanya disse sorridente e esperançosa a minha frente.

– Em uma noite? – perguntei com o riso já contido – Na real? Eu não acredito.

– Então, por que não tentam? – Carlisle se levantou – Só por um tempo, se der certo, creio que poderão ser grandes amigas. – ele sorriu pra mim.

– Que piada... – tia Abgail murmurou e rolou os olhos, e só eu pude ouvir.

Por um momento todos ficaram em silêncio. Eu não sabia o porquê de tudo aquilo ser tão importante, aquela paz e amizade serem tão super valorizadas e então eu me lembrei que estava na Inglaterra, e na casa de uma família de típicos ingleses. Percebi que eles esperavam muito de mim, esperavam um comportamento que eu não poderia mostrar por ser diferente deles, mas eu senti a necessidade de retribuir tudo o que eles tinha me dado até aquele momento. É, isso não é a minha cara, mas, quem se importa? Eu nunca conseguiria ser amiga de Tanya, mas se dizer um “sim” fizessem todos se sentirem bem, por que não?

– Bom, - comecei – sim. Eu aceito ser sua amiga Tanya.

– Aaaah! – ela deu um gritinho estridente e correu pra me abraçar – Isso é tão legal, a gente vai poder fazer tantas coisas juntas... – ela sorriu.

– É... – falei meio assustada.


“Ela vive a vida como se fosse uma festa e ela está na lista,

Ela olha para mim como se eu fosse uma tendência que ela já superou,

E ela pensa que eu sou maluca porque eu gosto de rimar seu nome com coisas, mas

Sofisticação não é o que você veste, ou quem você conhece,

Ou puxar as pessoas para baixo para chegar aonde você quer ir.

Eles não te ensinaram isso que na escola preparatória, portanto, cabe a mim.

Mas nenhum vestido vintage te dará dignidade.

Ela não é uma santa e ela não é o que você pensa, ela é uma atriz.”

(Taylor Swift – Better Than Revenge)

POV. Edward

– O que é que foi aquilo cara? – Emmett gargalhava – A Bella é muito esperta... Até parece que ela vai ser amiga da loirinha, deve tá tramando alguma coisa.

– Eu não acho isso. Pode ser que a Bella tenha mudado de idéia... – Alice ajudava Jasper a soltar um pouco a gravata.

– Ah, qual é Alice, a Bella? – Emmett fez uma cara estranha – Todo mundo sabe que ela não é dessas garotas que andam por ai com a unha feita e saia rodada... Tipo você. – ele apontou pra ela.

– Talvez, foi o calor do momento. – Jasper disse rindo – Todo mundo ali pressionando ela, tipo eu durante o jantar, a pressão foi tanta que eu consegui.

– Verdade. – Emmett riu – Você tava tão careta cara, eu quase caí na gargalhada, tipo a Bella...

– Você foi bem Jasper... – falei finalmente.

– Valeu Edward. – ele disse sincero.

Estávamos nós quatro no quarto de Emmett, enquanto Isabella e Tanya continuavam lá em baixo, “festejando a nova amizade”. Eu ainda não acreditara na encenação de Tanya, conhecendo ela é fácil saber quando está mentindo e ela estava. Mas Isabella era esperta o bastante pra não acreditar nela e em meu ponto de vista ela estava apenas tentando se livrar daquela situação constrangedora.

– E você Edward, o que acha? – Alice perguntou, sentada no colo de Jasper.

– Acho que você deveria encontrar uma cadeira pra si mesma, antes que Carlisle ou Esme entrem aqui... – falei sério.

– Edward sempre acaba com a graça de tudo... – Emmett deu um tapa em minhas costas – Ela perguntou sobre Bella e Tanya seu panaca!

– Não me chame de panaca! – devolvi o tapa.

– Ah, sim... Verdade, só o Riley pode te chamar assim... – ele riu.

– Sabe o que eu acho? – perguntei pra ele – Que Tanya está armando alguma coisa pra cima de Isabella...

– Nossa, você descobriu a América! – ele fez uma voz estranha – É claro que ela tá. A loirinha não perde tempo... Ainda bem que eu não convidei ela pra festa no fim de semana...

– E tem mais essa ainda. – falei levantando-me da cama – Ainda acho que essa festa deveria ser cancelada.

– Você não acha nada... Já tínhamos concordado com a festa... – Emmett disse bravo.

– Que festa? – Tanya entrou no quarto toda sorridente e Isabella veio logo depois.

– Ah... – Isabella começou – Eu tenho certeza de que eles estão falando da festa de casamento do Príncipe e da Kate, não é gente? – ela riu um pouco.

– É mesmo! – Emmett concordou irônico – Vai ser tão legal...

– Ai é verdade! – ela riu – Eu quero muito estar em frente ao palácio de Buckingham pra ver o beijo real...

– Quem sabe todos nós vamos não é? – Isabella disse sorridente – Tanya, não se esqueça que o seu pai já chegou, você veio só se despedir, lembra?

– É... Tchau gente. – ela acenou e veio em minha direção, depositando um beijo em minha bochecha – Até mais Ed...

– Até... – a empurrei devagar.

Tanya saiu sem olhar pra trás e Isabella bufou ao fechar a porta.

– E aí, como estão as “BFF”? – Emmett perguntou rindo.

– Eu nunca achei que ser amiga de Tanya seria pior do que ser inimiga dela, mas é. – Isabella disse e parou seu olhar em mim.

– Por que concordou com isso Isabella? – perguntei – Sabe como ela é...

– Eu fiz isso por você... Quer dizer, vocês. – ela se corrigiu e eu entendi o que quis dizer – Estou cansada de brigas e discussões, querem saber? Eu acho que isso tudo tá ficando muito careta, então eu vou tomar um banho... – ela disse rindo e saiu.


POV. Bella

Acordei com o toque estridente do meu celular, e ao olhar no visor vi o nome de Charlie.

– Obrigada por me acordar em pleno sábado pai... – minha voz saiu meio sonolenta.

– Bella, eu conferi o fuso horário, e já passam das dez da manhã então não seja preguiçosa! – ele falava com humor na voz.

– Oh, me desculpe, mas quem manda em mim aqui é o senhor Cullen, okay? – ele bufou – Estou brincando pai... – ri um pouco – Você consegui, já estou me levantando. E então, o que quer?

– Bom, Carlisle Cullen, o cara a quem você obedece agora, – ele ironizou – me ligou e disse que está satisfeito com seu comportamento e que você vem sendo uma “boa garota”. Então, eu queria saber, quem foi que você pagou pra imitar a voz dele e me ligar pra dizer isso? – ele riu.

– Pai! – falei alto – Vê? Eu estou dando o meu melhor por aqui, você deveria me elogiar...

– Parabéns filha. Fico feliz que não tenha posto fogo em nada. Agora, continue sendo uma boa garota, sim?

– Talvez... – falei rindo - Te adoro pai... Agora, eu tenho que desligar porque se não você vai estourar a conta de telefone. Beijos.

– Também te adoro. Tchau Bells... – ele desligou.

Pelo menos, todo o esforço que eu havia feito agüentando Tanya na noite passada havia valido a pena, era bom saber que Carlisle não me odiava como Esme, apesar de já ter uma certeza disso.

Depois de me trocar e escovar os dentes desci a escada rapidamente enquanto ainda colocava o casaco azul marinho. Vi Esme sentada no sofá, ela lia uma revista e ao seu lado havia uma pequena mala lilás. Ao me ver ela deu um leve sorriso.

– E aí? – perguntei.

– Bom dia Bella... Já está pronta pra ir ao Hotel? – perguntou, fechando a revista.

– Hoje é sábado. Achei que...

– Não iria trabalhar? – ela riu – Mas vai sim. Hoje é o seu último dia de trabalho moçinha... – ela parecia uma mãe caridosa.

– Sério? – eu estava mais surpresa pelo modo como ela me tratava do que com aquela notícia.

– Sim, Carlisle decidiu isso. Aproveite o último dia.

– Ah, eu vou... Ei, por que a mala? – apontei pro seu lado esquerdo.

– Oh, hoje eu e Carlisle iríamos jantar fora... – ela acariciou a mala.

Iriam? – engoli seco. A festa de Emmett estaria arruinada se eles não fossem mais.

– É. Mas Emmett deu uma idéia de, não só jantarmos fora como... Passarmos a noite fora... – ela parecia envergonhada – Quer dizer...

– Não precisa me dar detalhes... Ah eu entendi. – a interrompi, eu não queria saver da intimidade de ninguém logo de manhã – Bom, então, aproveite sua noite... Eu vou procurar Carlisle.

Ela acenou com a cabeça e eu corri em direção à cozinha. Eu só me arrependia por não ter estado por perto quando Emmett sugeriu aquilo a Esme e Carlisle, os pais mais caretas do mundo... Onde será que eu estava? Bom, isso não importa agora, pelo menos Emmett – e todos nós com certeza – conseguiríamos arrumar a casa a tempo.

Encontrei Carlisle encostado no carro conversando com Edward, eles riam um pouco e pararam de falar assim que me aproximei.

– Não, não... podem continuar falando mal de mim, não precisam parar porque eu cheguei... – brinquei, e Carlisle riu.

– É contra meus princípios falar mal das pessoas na frente delas... – ele disse e olhou no relógio – Está atrasada Bella.

– Eu sei, perdi a hora. Só acordei graças ao Charlie. – o abracei de lado e senti um aperto no coração por não poder fazer o mesmo com Edward que me olhava com um sorriso lindo.

– Que bom que falou com seu pai, está tudo bem por lá? – Edward perguntou, se aproximando. Sua voz parecia estranha, ele estava um pouco rouco.

– Oh sim, ele só queria saber quanto eu havia pago para alguém imitar a voz de Carlisle e falar bem de mim pra ele... – eu ri.

– Ele te contou? – Carlisle parecia surpreso – Aquele fofoqueiro!

– Nossa, já tem apelidos um com o outro? – perguntei irônica – Isso é estranho.

– Chega de ironia... Será que podemos ir? Você tem que trabalhar... – Carlisle abriu a porta do carro.

– E o Edward? – me virei pra vê-lo com as mãos no bolso da calça jeans – Esme me disse que hoje é meu último dia de trabalho, e ele só trabalhou um dia... – sorri maliciosa pra ele.

– Edward não está se sentindo muito bem hoje... – disse Carlisle e no mesmo momento Edward tossiu – Aliás rapaz, você deveria estar descansando. – ele entrou no carro.

– O que você tem? – me virei pra ele preocupada.

– Só uma alergia chata... Vou ficar bem. – ele me assegurou com a voz rouca e tocou minha mão de leve.

– Vamos Bella. – Carlisle me chamou e depois de sorrir pra Edward, dei a volta no carro e entrei.

– Não se preocupe. – Carlisle disse assim que fechei a porta – Edward já teve algumas crises de alergia antes, mas o estranho é que elas só aparecem quando ele está nervoso ou ansioso com alguma coisa... – ele colocou o sinto e saiu com o carro.

– Mesmo? – perguntei e engoli seco.

A única situação com a qual Edward poderia estar ansioso era a tal festa de Emmett. Ele não costumava mentir nem fazer as coisas escondidas dos pais, – tirando o nosso namoro, mas isso é mais complicado – e agora que estava sendo pressionado a acobertar o irmão ficou mal. Era a primeira vez que eu via alguém com alergia de coisas erradas...

– Bella? Sabe de algo que eu não sei? – Carlisle interrompeu meus pensamentos.

– O que? Não, não sei de nada... Só estava pensando que esse vai ser meu último dia de trabalho. Vou sentir falta do hotel... – tentei mudar de assunto.

– Hum... – ele pareceu ter acreditado – Trabalhou muito bem, Victoria sentirá sua falta lá. Mas, poderá voltar ao hotel à hora que quiser... Menos nos horários de aula, é claro. – ele riu com a hipótese.


POV. Edward


– Mamãe, você não quer ter uma noite romântica com o papai com as unhas nesse estado... – Alice tentava convencer Esme a ir ao salão de beleza – Estou falando sério. Até por que eu já reservei um horário pra você, não seja cabeça dura.

– Oh Alice, que seja então, chame um taxi pra mim. – Esme levantou-se e veio em minha direção – Querido, eu não queria deixá-lo sozinho nesse estado... – ela acariciou meu rosto.

– Já disse que é só uma alergia... – tentei fazer com que as palavras saíssem claramente – Não sinto nada além de dor na garganta, - tossi algumas vezes – pode ir.

– Certo. – ela suspirou – Helen te dará o remédio daqui a algumas horas...

Ela saiu atrás de Alice que a gritava do quarto e eu me joguei no sofá. Eu sempre fui um péssimo mentiroso e um péssimo ansioso, nunca consegui guardar nada, demonstrava meus sentimentos tão abertamente que não era preciso falar pra que descobrissem o que eu estava sentindo. Na verdade, eu não fazia idéia de como ninguém havia descoberto sobre mim e Isabella ainda – sem contar tia Abgail. O pior de ter que acobertar Emmett era que ele não se importava em ser castigado e perder pouco a pouco a confiança dos pais, o contrário do que eu pensava, como sempre.

Fui até a biblioteca procurar um livro pra me distrair. Segui para a prateleira onde guardávamos os romances e depois de escolher um coloquei-o debaixo do braço e segui para o quarto. A história cheia de amor e desconfiança começava a ficar cada vez mais interessante e me assustei quando Helen deu três batidas na porta.

– Edward, seu remédio querido... – ela trazia uma bandeja com um comprimido e um copo de água.

– Oh... – levantei-me indo em sua direção e depois de engolir o remédio com a ajuda da água voltei-me para a minha leitura.

Depois de alguns minutos minhas pálpebras se tornarão pesadas e as letras ficavam embaralhadas... Droga de remédio. Depositei o livro sobre o peito e me deixei adormecer.


– “Depois da meia-noite”... Só você mesmo Edward... – Alguém sussurrou – Caramba, você é lindo mesmo. – a voz admitiu.

Eu continuava deitado em minha cama e ao mexer a mão senti o livro que estava lendo antes de adormecer. Minha cabeça girava um pouco, me forcei a abrir os olhos e funcionou. Só pude ver o teto cor marfim sobre mim.

– Finalmente Edward. – virei-me pro lado esquerdo e lá estava Isabella deitada ao meu lado.

– Isabella, o que faz aqui? – perguntei depois de bocejar.

– Vim ver como você está... Sua voz voltou ao normal, você percebeu? – ela perguntou.

Com o braço direito apoiava a cabeça e sorria pra mim. Eu sorri um pouco.

– Verdade. – falei lentamente tentando ouvir minha voz com clareza. Estava normal. – Você não deveria estar trabalhando? – perguntei e ela riu.

– Edward, são sete da noite. Voltei do hotel há alguns minutos... – Isabella retirou uma mecha do meu cabelo que caia sobre a testa.

– Eu dormi muito.

– Isso não importa, o que importa é que está bem. – ela disse e suspirou – Você deveria parar de ler esse tipo de livro... – ela apontou para o livro que agora estava ao meu lado – “Depois da meia noite”... – leu a capa - São histórias, você sai do mundo real quando começa a lê-las.

– E quem disse que precisamos ficar no mundo real? – perguntei – Isabella, se você soubesse o quão bom é ler. Você entra na história, imagina cada coisa descrita a sua maneira... É maravilhoso. – ela sorriu e balançou a cabeça, parecendo ser sincera.

– Quem sabe um dia eu tome coragem pra ler... Mas, enquanto isso. – ela hesitou.

Por um momento continuamos nos olhando. Os olhos dela estavam brilhando e eu senti que isso era um bom sinal, a linha em seu pescoço era perfeitamente desenhada e uma mecha de seu cabelo deslizou pra trás quando ela se mexeu bruscamente vindo em minha direção.

Seus lábios tocaram os meus com urgência, mas eu não me importei. Beijá-la era melhor parte do meu dia e eram poucas, eu não queria perder a oportunidade.

Edward... Está acordado? – Esme disse baixo e bateu na porta.

– Oh meu Deus. – Isabella respirava com dificuldade.

Ela se levantou e depois de olhar pros lados nervosamente se abaixou e entrou em baixo da cama.

Edward? – Esme perguntou outra vez.

– Pode entrar mãe... – falei tentando arrumar meu cabelo que devia estar uma bagunça depois de horas de sono e Isabella.

– Oh meu bem, sua voz está linda como sempre... – ela sorriu e sentou-se ao meu lado.

– Eu disse que era só uma alergia. – falei tentando respirar normalmente.

– Mesmo? Você parece meio... Sem ar. – ela tocou minha testa como se estivesse medindo a temperatura.

– Não, não... Estou ótimo. – sentei-me na cama – Vou tomar um banho agora.

– Isso mesmo. – ela sorriu outra vez – Eu e seu pai já estamos indo, só vim me despedir... – depositou um beijo em minha testa. – Não faça muito esforço e descanse. – Como se fosse fácil...

Depois de alguns segundos que Esme deixou o quarto a gargalhada de Isabella ecoou pelo quarto e ela apareceu aos pés da cama.

– Você já imaginou se Esme nos pegasse? – ela rolou os olhos – Nossa, ela pensaria cada coisa... – e riu mais ainda.

– Não tem graça Isabella. – tentei dizer sério – Isso foi imprudente.

– Ah Edward, deixa de ser chato... – ela disse se dirigindo pra porta.

– Aonde você vai? – perguntei me levantando.

– Vou tomar banho também, Emmett vai começar a arrumar as coisas da festa e você sabe... – ela riu – Afinal, você não pode fazer esforço. – piscou pra mim e saiu rindo.


POV. Bella


Não tínhamos muito que fazer, não era uma festa de quinze anos, apenas afastamos os móveis, Alice guardou alguns objetos de valor em um armário e Edward trancou as portas dos quartos. Emmett tinha comprado as bebidas e o enorme aparelho de som que antes estava em seu quarto, ocupava o lugar da televisão.

– Nem acredito Ed, você vai participar de uma festa... – Alice disse rindo enquanto ele guardava as chaves no bolso.

– Eu? – Edward ironizou – Não mesmo. Vou ficar em algum lugar seguro, longe desses arruaceiros. Só espero que se lembrem que eu não estava no local do crime quando nossos pais descobrirem...

– Ah cala a boca seu estraga prazeres. – Emmett xingou enquanto escolhia alguns CDs.

Aos poucos começaram a chegar algumas pessoas, eu reconhecia alguns rostos, outros eu nunca havia visto antes. Emmett e Jasper já estavam juntos e riam alto enquanto Alice esperava o momento certo pra ir falar com ele. Edward, como havia prometido, desaparecera do lugar, e eu esperava conseguir encontrá-lo.

– Qual o seu problema Alice? – perguntei enquanto ela arrumava a saia – É Jasper. E é gente boa, vai lá e fala com ele. Estavam juntos até ontem...

– Eu sei, mas não quero sufocá-lo. – ela disse como se fosse óbvio.

– Bom, você que sabe... – murmurei.

De repente Emmett deu um grito e uma música ensurdecedora começou a tocar. Já passava da meia noite e seria um milagre se nenhum dos vizinhos reclamasse da altura do som, mas agora era tarde demais pra pensar nisso. Alice falava comigo, mas eu não podia ouvir nada, ela começou a fazer gestos, apontando pra mim como uma doida, e eu olhei pra trás tentando identificar o motivo de tantos gestos.

– Droga! – dei um grito que foi abafado pelo volume da música.

Tanya acabara de entrar na festa. Como ela havia conseguido um convite já era um enigma, porque Emmett dissera que não a tinha convidado.

Joguei-me entre as pessoas que dançavam no meio da sala, tentando inutilmente chegar ao outro lado. Eu queria me esconder em meu quarto pra não ter que aturar Tanya, que deveria estar brava por não ter sido convidada pra festa, mas o único lugar o qual eu conseguiria alcançar no momento era a biblioteca. Ugh, livros e mais livros ao invés de uma festa... Bom era a única maneira.

Empurrei uma garota encostada na porta e ela me xingou. Assim que entrei, tranquei-me lá dentro e me dirigi até um sofá macio no meio do lugar. Os livros enfileirados perfeitamente me lembravam Sue e a biblioteca da minha antiga escola. Eu não tinha saudades da escola, nem daquelas pessoas, muito menos do diretor Harry. Mas de Sue sim, ela era uma das únicas que me entendia ali.

Levantei-me lentamente, o cheiro dos livros não era dos melhores, eram tantos que seria impossível contar. Deslizei o dedo por suas laterais enquanto andava por um dos corredores escuros. Fechei os olhos e depois de mais alguns passos apontei pra um deles. Ao abrir os olhos puxei-o devagar, tentando não derrubar os outros.

Para Todo o Sempre, Trevor Medal Johnsen. Virei uma página em branco e comecei a ler o capítulo 1 em voz alta.

SEUS CABELOS ERAM LONGOS E CLAROS, seu rosto tinha a forma de coração. Olhos azuis e resolutos. Caminhava com graça. Sua boca trêmula refletia a complexidade de sua natureza. Suave como a noite, embora prometesse prazer...”

– “Ela era a mulher mais bonita que já vira, pensou ele.” – a voz de Edward continuou lendo a próxima frase.

– Nossa. – suspirei – Você já sabe...

– Sei. – ele sorriu, saindo de trás da prateleira e vindo em minha direção – Mas, eu não estava só repetindo uma frase. Eu falava a verdade.

– Edward... – eu com certeza havia corado – Você é muito idiota. – ele riu.

– E você não sabe agradecer um elogio Isabella.

– Obrigada, mas você é exagerado. – fechei o livro, mas não o coloquei de volta.

– Não acredito que estava lendo... Está com febre? – fechei a cara.

– Bom, eu vou devolver o livro já que... – ele segurou minha mão.

– Não, não. Leia, por favor. É uma história linda. – ele retirou o livro de minha mão e abriu na página em que eu estava lendo – Continue, essa é a melhor parte.

– Certo. – engoli seco.

“Ele mudou de posição na poltrona e apertou os olhos para examiná-la melhor. Bonita, realmente. Ah, Deus, derruba-me com um raio e me faça morrer... Bonita como o amor. Ele parou de respirar. Ela estava olhando diretamente para ele, com seus olhos claros e inocentes.

— Eu te amo — disse ela.

A boca dele secou. O coração disparou, sacudindo-lhe o corpo...“

– Eu te amo. – Edward pronunciou me interrompendo.

Meu corpo paralisou e pela primeira vez na vida, eu senti como se as palavras tivessem fugido de minha mente. Eu simplesmente não conseguiria responder o que Edward queria ouvir.


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Notas finais do capítulo

e agora, por que será hein? até breve.