1. Sgrimmos escrita por Eva Winchester


Capítulo 3
Capítulo 3 - Juntos Novamente


Notas iniciais do capítulo

continuando...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/98316/chapter/3

     - Será que a Eva também topará? Me senti mal por ela. – falou Sam.

     - Claro que ela vai topar, eu vou ter uma conversinha com ela assim que ela acordar. – Angela sorriu para Sam.

     - Então já está tarde, é melhor irmos andando. – falou Bobby se levantando e dando uma tapa no ombro de Sam que mal tirava os olhos de Angela.

     - Se quiserem ficar, tem o quarto do Joe e dos meus tios. Podem ficar conosco. – falou ela para Bobby.

     - Acho melhor não Angela, Eva já esta zangada demais. Se amanhã ela acorda e topa com Dean na hora do café da manhã, ela com certeza não vai nos ajudar.

     - É o Bobby tem razão. – concluiu Sam. Dean permanecia parado, parecia hipnotizado.

     - Algum problema Dean? – perguntou Angela curiosa.

     - Eu estava pensando, todo esse tempo, dez anos acho, será que... – falou ele, sendo interrompido por Angela.

     - Não, ela não te perdoou por completo então...

     - Definitivamente é melhor irmos embora. – falou Sam puxando o irmão pelo braço. – nos vemos amanhã Angela.

     - Ok Sam, boa noite. – falou ela séria.

     Eva se levantou da cama quando ouviu o motor do impala estrondar do lado de fora. Já havia dez anos que tudo aconteceu, mas ela insistia em guardar aquela memória ruim para si. Ela não era tão franca quanto Angela, mas ela sabia que ainda os irmãos Winchesters mexiam com ela bruscamente, quer dizer, apenas um deles.

Ela se dirigiu até a escrivaninha e atrás de um livro intitulado “Os demônios do século XXI” e puxou duas fotos que ela escondia de Angela.Na primeira imagem vemos dois adultos. O do lado esquerdo nós já conhecemos, é John Winchester; Ele estava com a mão no ombro de outro homem, esse era magro, com a expressão de sofrimento e segurava uma espingarda na mão, o seu nome era Paul, o tio das meninas. Na frente dos adultos os dois Winchesters. Dean tinha dezesseis anos e estava ao lado do irmão que não passava dos doze, os dois estavam sorrindo. E finalmente os irmãos Walters. Eva estava sentada na frente de Dean enquanto Angela estava na frente de Sam e abaixado entre as meninas estava Joe. As meninas tinham dezesseis e quatorze anos, necessariamente nessa ordem, já Joe tinha a mesma idade de Eva.

     E na outra foto, vemos um casal. Dean tinha já dezoito anos e estava abraçado a Eva que tinha a mesma idade. Os dois sorriam enquanto Dean parecia cochichar algo no ouvido da moça. Essa ultima foto fez algumas lágrimas rolarem pelo rosto dela.

     Era meio que constrangedor para Eva, ver aquelas fotos, foi um momento de alegria dos cinco, em especial dela e de Dean, um momento que foi eternizado em fotos e que já estavam atrás daquele livro há dez anos.

...

    

    - Mas que droga Dean, você tinha que perturbar Eva? – falou Sam irritado.

     - Eu não perturbei ninguém, eu nem sequer falei com ela direito. Não pensei que ela ainda guardasse magoa de mim.

     - Certo, qualquer pessoa guardaria magoa de você pelo que aconteceu.

     - Quer me dá um desconto Sam, eu era um garoto, movido pelo impulso. Se eu pudesse voltar atrás faria tudo diferente.

     - Ela estava linda sabia, naquela noite. Parecia um anjo. – Dean deu uma freada brusca. Ele abriu a porta do carro e saiu com raiva.

     - Dean, mas o que esta acontecendo? – falou Sam saindo do carro.

     - DROGA! – Dean dera um chute no pneu do impala. – Eu a amava.

     - O que? – falou Sam sem entender.

     - Eu a amava e fui covarde, não queria essa vida para ela e o que eu ganhei em troca? Ela seguiu nisso. Eu não queria ter a dor de perdê-la para alguma criatura, eu não seria forte como você Sam.

     - Então porque você não fala isso para ela. Ela certamente entenderia.

     - Não, definitivamente, ela não entenderia. – nesse momento o carro de Bobby que estava a frente na estrada, retornou rápido.

     - Aconteceu alguma coisa garotos? – perguntou Bobby da janela.

     - Não. – respondeu Dean serio, enquanto entrava novamente no carro. Sam porem permanecia do lado de fora. – Sam ou você entra ou você fica na estrada.

     - Quer saber Dean, você precisa ficar só. Eu vou com o Bobby, vou te dá um minuto para refletir.

     – Você decide. - Dean arrastou o impala com tanta fúria que ficou as marcas do pneu no asfalto.

     - Que bicho o mordeu? – perguntou Bobby.

     - Um bicho chamado “passado”. – respondeu Sam. – Me dá uma carona?

     - Claro, entra ai.

 ...

     - Bom dia Eva. – falou Angela entrando na cozinha e passando direto para a geladeira.

     – Há que horas eles foram embora? – perguntou Eva, ela estava sentada passando geléia em uma torrada, mal parecia piscar.

     - Foram embora logo depois que você subiu... - Angela procurou algo no armário. - ... Eva acabou meu cereal foi?... - a moça não respondeu. - EVA!

     - Desculpa Angela, estou em órbita hoje.

     - Tem a ver com o Dean, não tem?

     - Eu não quero falar sobre isso. – falou Eva dando uma mordida na torrada.     

     – Eva, sabe por que eles vieram aqui ontem?

     - Não. Para viver os velhos tempos?

     - De certa forma, quando caçávamos juntos, mas o Bobby veio nos pedir um favor, ele precisa que o ajudemos em uma caçada.

     - Serio? Vai ser demais. Eu, você e o tio Bobby caçando juntos outra vez?

     - E os Winchesters. – concluiu.

     - Então pode esquecer.

     - Eva, eu sei o quanto foi difícil para você naquela noite, mas entenda o que está feito, está feito.

     - Foi assim que você agiu com relação ao Joe?

     - Não, não foi. – respondeu Angela. – Nos temos uma cidade para limpar. Pessoas estão morrendo Eva e você só pensa em você.

     - Você não sabe o quanto doeu Angela, ainda não estou pronta.

     - Eu sei sim, nunca vivi isso, mas eu sei como dói, eu estive com você depois de tudo, sei o quanto foi difícil. – Angela respirou fundo e diminuiu o tom de sua voz. – precisamos de você Eva, para que ninguém mais sofra assim como nós sofremos. Faça isso por mim, ou melhor, faça isso por você mesma. Eva abaixou a cabeça e enxugou os olhos que estavam cheios de lágrimas.

     - Tudo bem Angela, eu topo.

     - Obrigada Eva.

     - Eu perdi o apetite, vou subir e limpar os meus ferimentos. Angela imediatamente levantou-se da mesa e foi até o telefone, buscou um numero em sua agenda e discou.

     - Bobby, é Angela.

     - Oi Angela – respondeu Bobby. Dean concentrou-se nele.

     - Bobby eu conversei com Eva e ela topou, vocês podem aparecer aqui hoje a noite para explicar direito o que está acontecendo.

     - Que boa noticia afinal. Sim, estaremos ai depois das seis.

     - Ok, beijos Tio.

     - Beijos filha querida.

...

- Eva topou – falou Bobby entusiasmado. – agora com a ajuda dela, vamos ser mais rápidos em descobrir onde é a toca dos Sgrimmos.

     - Realmente boa noticia. – falou Dean desligando a TV. – então por onde começamos?

     - Pelos donos da fazenda, a família Miller.

     - Gente, olha só isso. – falou Sam, virando o computador. Na tela estava escrito a seguinte matéria.

 ___________________________________________________________

“Policia local encontra outro corpo no milharal dos Millers”.

     A policia investiga outra morte no milharal, dessa vez a vitima foi o próprio dono da fazenda, Edward Miller (67). O Sr. Miller foi encontrado próximo a sua casa e igual ao jovem Johnny Tayler, ele estava sem o coração e com a garganta cortada. Ele deixa duas filhas. A policia interroga agora a mulher da vitima que disse ter visto todo o crime. Com mais essa morte, a tese da policia de Ravenna cria força, com certeza o assassino está envolvido com magia negra. Agora só nos resta esperar que eles descubram o assassino e o façam pagar por esses crimes.

___________________________________________________________

     - Então o Sgrimmo não é o Sr. Miller. – Falou Dean.

     - Só temos uma testemunha e temos que falar com ela. – falou Bobby pegando o casaco e deixando o quarto do motel. – vocês vêm ou vão ficar ai parados?

     - E as meninas? - falou Sam.

- Vamos apanhá-las e de lá partimos para Ravenna. - respondeu   Bobby.      

Dean pegou sua mala que estava ao lado da sua cama e colocou nas costas pegando a chave do impala que estava em cima da mesa de canto. Sam por sua vez só se preocupou em fechar e guardar bem o seu computador, era ele que muitas vezes ajudava os irmãos em uma caçada difícil.

Não tinha passado nem dez minutos e Bobby batia na porta das irmãs Walters e quem veio atender foi Angela que ao olhar os meninos parados logo atrás de Bobby,estranhou.

- Onde está Eva? - falou Bobby dando um beijo na testa de Angela.

- No banho, aconteceu algo tio? - perguntou Angela curiosa.

- Tio Bobby? - falou Eva de cima da escada e sem entender a visita tão cedo. - Aconteceu algo?

- Estamos partindo para Ravenna agora. - Bobby olhou para os curativos da moça e uma faixa de gases que lhe atravessava a cintura, por baixo de uma blusa transparente. - Você está forte o suficiente para isso Eva?

- Estou mais forte do que nunca, você ainda não viu nada tio. Tem vezes que chego pior em casa e no outro dia já parto para outra. Essa foi a vida que escolhi. Dor, sangue e prazer. - Dean levantou a sobrancelha esquerda e olhou para Sam que parecia de alguma forma entendê-la

- Viemos buscar vocês duas, estamos indo interrogar uma testemunha em Ravenna. - falou Sam.

- Testemunha? - falou Eva descendo as escadas. - Quem?

- Norah Miller, esposa da segunda vitima, Edward Miller.

- Houve outra morte? - perguntou Angela.

- Sim, ontem a noite. - respondeu Dean e Eva fingiu não ter dado atenção.     

 - Então o que estamos esperando? - falou a mais velha das irmãs.

- Eva... - Angela lançou um olhar de reprovação para a irmã. - é melhor eu ir com eles sozinha.

- Porque? - perguntou Dean.

- Eva não se sentiu bem ontem, chegou até a vomitar sangue.

- Angela... - dessa vez foi Eva que olhou reprovando a atitude da irmã. A vida era dela e não interessava a ninguém a não ser ela mesma.

- O que você tem Eva? - Bobby perguntou preocupado.

- Nada tio, eu juro, apenas me aborreci por causa dessa história na cidade. Estou bem e minha mala já esta pronta, nem cheguei a desfazê-la.

- A minha também. - respondeu Angela enquanto subia. - voltamos logo.      

     Dois minutos depois as irmãs desceram as escadas segurando uma sacola de viagem grande cada uma. Angela fechava a casa enquanto Eva preparava as armas. Ela lançou a mala no fundo da Caminhonete e carregava uma Pistola Blow Class preta, 9 mm, semi automática e escondendo logo em seguida nas costas, por baixo do casaco preto. As armas de sal grosso estavam prontas, facas afiadas e água benta nas vasilhas, para caso topasse com um demônio por ai. As balas de prata estavam polidas e a machadinha estava já na bolsa, para encurtar, Eva estava pronta.

Da mesma forma Angela fizera com sua arma e jogou a bolsa no fundo da caminhonete.

- Eu dirijo. - falou Eva estendendo a mão para Angela que lhe passou a chave. Bobby, Sam e Dean já estavam em seus devidos carros e a viajem estava para começar.

...

A caravana seguia pela estrada coberta pela penumbra do entardecer. O carro de Bobby era o guia, os Winchesters logo atrás e por último as meninas. No carro de Bobby silêncio mortal enquanto que no carro dos irmãos Sam e Dean, o Metallica marcava presença, mesmo que as vezes Sam quisesse arrancar o som. Mas ele tolerava, afinal como Dean disse uma vez, "Quem dirige escolhe a musica" e como quem dirigia era quase sempre Dean, Sam tinha somente que aturar. Já no carro das irmãs Walters, Angela contava o ocorrido da última caçada.

Era pouco mais de seis horas quando eles finalmente avistaram a placa "Bem-vindos a Ravenna, população 1274 habitantes" na estrada escurecida pelo crepúsculo. Bobby sinalizou com as luzes traseiras para Dean que ao mesmo tempo sinalizou para Eva. Eles haviam combinado esse código para que quando Bobby avistasse alguma hospedaria ou motel para eles ficarem enquanto o caso não era resolvido, todos pudessem ficar sabendo.

- Três quartos por favor, com duas camas de solteiro cada um. - pediu Bobby enquanto deixava um cartão de créditos em cima do balcão com o nome "Collin Smith" em letra de forma.

- É alguma reunião? - perguntou a balconista.

- Pode se dizer que sim. Está afim de se juntar a nós? - respondeu Dean se debruçando no balcão, percebendo logo em seguida o olhar de fúria de Eva.       Bobby era o quarto 15, Dean e Sam ficaram com o quarto 22 e Eva e Angela o quarto 29, mas a reunião que seguiu foi no quarto dos garotos.

- Amanhã, bem cedo vamos atrás dessa testemunha, já perdemos tempo demais.

- Porque não vamos agora? - perguntou Angela eufórica.

- Porque não podemos levantar suspeitas a nosso respeito, acabamos de chegar na cidade. É melhor conhecer o território de batalha primeiro antes da primeira luta. - respondeu Bobby sentado sobre a cama que Dean dissera ser sua.

- E eu estou realmente precisando dormir um pouco. Então vou indo. - falou Eva saindo do quarto. Dean saiu logo em seguida.

Ela seguia pela calçada de pedras que ligavam as duas partes do motel. Estava realmente cansada e tudo o que ela queria era dormir muito, amanhã seria um dia daqueles e queria está disposta para enfrentar aquilo. Dean chegou correndo atrás dela.

- Precisamos conversar. - falou ele segurando o seu braço.

- Pelo amor de Deus, Dean. Agora não, estou um caco. Serio, deixa essa conversa para depois. - respondeu ela puxando o braço e seguindo.

- Desculpa. - Dean falou baixo, nunca tinha sido sincero com uma mulher antes, muito menos pedido desculpas, era demonstrar fraqueza e o mais velho dos irmãos tinha que ser durão - Eu deveria ter conversado com você antes, explicado tudo.

- Seria realmente genial e teria me poupado o transtorno de ser abandonada no altar. Serio Dean, eu estou cansada e sei que você também, eu vou dormir agora depois a gente termina essa conversa. - Eva colocou a chave na fechadura e entrou no quarto, Dean porem permaneceu ainda ali por alguns minutos. Angela já parecia estar aceitando o fato de ter os meninos como parceiros e até já brincava com Sam. Já o Bobby, bem esse já estava no décimo quinto sono.

... 

- Acorda dorminhoca ou você vai perder o espetáculo. - falou Angela enquanto cutucava Eva e lhe entregava um café bem forte.

- Que horas são?

- Oito e meia e partimos em meia hora. - respondeu ela enquanto tirava uma roupa de dentro de uma sacola. - nosso disfarce hoje é...

- Serio? - falou Eva olhando o traje que Angela colocava em cima da cama.

- Ta na hora do show.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "1. Sgrimmos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.