Complicated escrita por Wanda Scarlet


Capítulo 2
"Welcome to my life"


Notas iniciais do capítulo

Cavaleiros dos Zodíaco e seus personagens não me pertencem, são de autoria de Masami Kurumada e empresas detentoras dos direitos autorais sobre essa marca (Toei, Bandai, etc...).
Shurato e seus personagens também não me pertencem... Eu queria informar quem são seus criadores e donos, mas infelizmente não sei. De qualquer forma fica o aviso: Não é meu! (embora seria bem legal se fosse)



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COMPLICATED

Capítulo 2 – “Welcome to my life”

(Wanda Scarlet)

         Querido irmão,
     Sei que quando ler isso vai estar preparando-se para a viagem. E não consigo expressar em palavras a alegria que isso me traz. Você de volta. Há muito tempo ansiamos por esse dia, e agora ele está mais próximo do que nunca.
         Acho que contei para você por telefone como as coisas estão aqui. Não aconteceram muitas coisas desde então, apenas que falta pouco mais de um mês para as férias, isso ocupa eu e mamãe. Você sabe, agora que ela também tem aquele emprego como professora, essa época do ano é uma das mais movimentadas no trabalho.
         Ah! Queria falar dos nossos amigos. Quando contei a eles que você estava voltando ficaram animados, principalmente Seiya. Ele disse que você lhe deve dinheiro, mencionou uma aposta feita algum tempo atrás, mas não entrou em detalhes comigo.
         Quando você vier...
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         Guardou a carta de Shun na mochila, não precisava continuar a leitura. Era a décima vez que lia aquelas palavras, sabia o que vinha depois. Algumas promessas das coisas que fariam assim que chegasse e um aviso de que buscariam-no na estação.
         Recostou-se melhor no assento da cabine e deixou seu olhar perder-se no horizonte através da janela do trem.
         “Quando pensamos ter chegado o fim, voltamos ao começo...” pensou.
         - Que cara mais triste! – a voz doce interrompeu seus pensamentos – Você está voltando para casa, anime-se Ikki!
         Esboçando um meio sorriso, voltou os olhos para o assento a sua frente.
         Se houvesse mais alguém na cabine acharia que ele era algum louco para ficar encarando o nada daquele jeito. Mas nunca se importou com a opinião alheia, e não seria agora que via nitidamente aquela pessoa que ia se importar.
         Bem ali, na sua frente, uma jovem de longos cabelos loiros olhava sorridente para ele. Uma jovem que não poderia estar ali.
         Esmeralda.
         - Não achei que você vinha junto. – disse suave não se furtando à sensação de paz que contemplar aquele rosto trazia para seu coração.
         Como se fosse possível, o sorriso dela tornou-se mais brilhante..
         - Queria fazer uma surpresa.
         Não resistindo, abriu um sorriso também.
         - Você está sempre me fazendo surpresas, não é?
         Ela riu. O som fazendo seu coração apertar-se. Como amava aquele som... o som do riso dela...
         - Mas você fica lindo quando está surpreso... – argumentou docemente.
         Fechou os olhos, uma pequena lágrima escorreu pelo canto de um deles, o sorriso ainda curvando-lhe os lábios.
         Era sempre assim...
         Quando voltou a abri-los, ela já não estava mais lá.
         Suspirou.
         Não importava o quanto impossível fosse, ou o quanto soubesse que não poderia estar conversando de verdade com Esmeralda. Ainda assim não podia se furtar a ter aquelas conversas.
         Fruto de suas lembranças mais felizes, produto de sua mente abalada pela perda, encontro transcendental. Não importa quais os meios utilizados por aquele espectro para incorporar a aparência, voz e jeito de Esmeralda, nada disso importa para ele desde que... desde que ao menos mais uma vez pudesse experimentar a paz que a presença dela ainda traz para seu coração atormentado...
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         A estação não estava muito lotada, a temporada de viagens ainda não havia começado. Desembarcou ali trazendo a mochila, sua única bagagem, pendurada pelas duas alças em um dos ombros.
         Com o olhar atento buscava os rostos conhecidos.
         - Procurando alguém? – uma voz familiar disse ao seu lado.
         Girou o corpo ficando de frente para o jovem que o encarava sorrindo.
         - Já encontrei. – respondeu devolvendo o sorriso.
         Os irmãos abraçaram-se fortemente, a tristeza que o tempo em que ficaram separados sendo banida completamente.
         - Senti sua falta, irmão. – disse emocionado.
         - Sinto muito pela espera, Shun. – desculpou-se terminando o abraço e encarando intrigado o irmão menor – Veio sozinho?
         - Não. – respondeu ainda sorrindo emocionado – Os outros ficaram no carro.
         Ikki ajeitou a mochila no ombro e começou a caminhar para a saída da estação.
         - Quem mais veio?
         - Shiryu tinha treino, então viemos nós três.
         - E de que vieram?
         - De carro.
         O rapaz estacou no meio do caminho, uma sensação de alarme invadindo sua mente.
         - Um táxi, eu espero. – mais ditou do que concluiu.
         - Para que se temos com quem pegar carona? – e deu de ombros continuando a caminhar – Além do mais ele ficaria muito chateado com uma coisa dessas.
         Alcançou o irmão e olhou-o de forma reprovadora.
         - Tem idéia do quão curta sua vida ficou ao entrar no mesmo carro que ele? Eu já te disse que atrás de um volante o nosso amigo é um completo maluco.
         - Eu sei que está preocupado com minha segurança irmão. – disse rindo – Mas não precisa, ele mudou bastante desde aquela época. Até já tirou a carteira de motorista para poder dirigir dentro da lei. – argumentou.
         - Shun, carteira de motorista no caso dele chama-se porte de arma. – resmungou ainda contrariado. Não gostava de que o irmão pegasse carona com o único amigo louco que tinham.
         O rapaz de cabelos verdes conteve uma gargalhada diante da piada, parecia que Ikki continuava o mesmo de sempre...
         Saíram da estação para a calçada.
         - E onde está a máquina da morte? – perguntou olhando para os carros estacionados ao lado da calçada.
         - Lá. – apontou para um veículo não muito longe.
         Ikki não conseguiu evitar uma careta contrariada enquanto seguia o irmão por entre os muitos pedestres que iam e vinham àquela hora. Logo adiante, ao lado do carro branco estacionado, um rapaz de cabelos castanhos balançava o braço freneticamente para chamar a atenção deles, mas chamando mais a atenção das pessoas que passavam.
         “Seiya. Discreto como sempre.” pensou divertido, gostava do jeito animado do amigo.
         Então seu olhar foi atraído para o outro rapaz que estava encostado displicentemente no carro de braços cruzados, era com aquele ali que se preocupava. Afinal de contas... Hyoga e carro, nunca foi uma mistura muito boa.
“E uma carteira de motorista não mudaria isso. Nem em um milhão de anos...”

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