O Desespero no Nada escrita por Mariana_TAA


Capítulo 1
Prólogo




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As almas andavam ansiosas pelo caminho traiçoeiro. Bruxos, trouxas, ou apaixonados desesperados para encontrar seu parceiro, ou Dimon. Todos eufóricos; logo fariam parte do mundo novamente. Graças a uma história.

Histórias de magia, romance, comédia, terror. De todos os tipos. As harpias contentavam-se com histórias reais, que por mais chatas e sem graça que pudessem parecer, faziam toda a diferença naquele local repleto de desolação.

Mas depois de contar a história, vinha a esperança. De fazer parte da vida.

 

Todos sabem como dói ao ver a esperança esmigalhada.

E naqueles fantasmas, foi exatamente isso que aconteceu. Seus corações, já sem vida, foram esfarelados sem dó, e os sorrisos de todos foram substituídos pela expressão do desespero.

Pois ao atravessar a porta entre os mundos, eles não encontraram nada.

 

Não caíram. Parecia haver um chão invisível, e por isso temiam que deixasse de existir, e os fizesse cair no infinito.

— Mamãe, o que está acontecendo? — uma “garotinha” perguntou. — Você não havia falado que ao morrer, nós seríamos muito felizes, pois faríamos parte do mundo de novo? — seu tom agora era quase acusatório.

— Foi o que me disseram — a “mulher” respondeu.

— Quem te disse? — um “homem” se intrometeu. Seu rosto carregava uma expressão mal humorada que escondia o medo.

— Eu era médium. E os espíritos me diziam que estavam por toda a parte. Na verdade, não sei se posso chamá-los de espíritos. Eram como... Átomos, que se misturavam aos átomos... O mundo era uma mistura de átomo e mais átomos, era o que eu entendia! — despejou.

— O que você era? — uma “velhinha” questionou desconfiada.

— Como assim o que eu era? Humana!

   A senhora revirou os olhos.

— Pelo que eu ouvi nas histórias, existem vários tipos de humanos. Os com dimons, ou normais, ou os que fazem magia.

— Eu era normal, ora essa! A senhora enlouqueceu?

— Não, ela não enlouqueceu! — um rapaz exclamou. — Eu era um bruxo.

— E eu tinha um Dimon! Quero encontrar minha Dimon! — um menino gritou.

   O “nada” se encheu de vozes exaltadas, chorosas, firmes. Até que uma sobrepujou todas as outras. Não era alta, mas possuía firmeza impressionante. O dono era um idoso, porém não cambaleava ao andar, ao contrário. Nem ao menos aparentava fraqueza. Tinha uma longa barba que poderia ser presa num cinto, se quisesse. Ao seu lado estava um “homem” com nariz anguloso, lembrando um gancho, e cabelos que aparentavam ter sido oleosos, afinal não se pode ter certeza ao fitar espíritos.

— Não adianta nada gritar, ou ficar parados. Vamos andar um pouco, explorar o lugar — o homem de barba longa sugeriu.  

— Claro, e o que será que encontraremos? — o “homem” que antes havia interrompido a médium, carregou as palavras de sarcasmo. — Pôneis, unicórnios, e coisas bonitinhas?

— Quem sabe? — o mais velho replicou. Então olhou para todos e disse: — Quem está comigo?

   O rapaz que afirmara ser bruxo logo se prontificou.

— Obrigada Jorge. Pelo menos não estarei sozinho.

— E não estará — disse uma “mulher”, acompanhada por um “homem”.

— Olá, Dumbledore — o “homem” dirigiu-se ao velho. — Olá Snape — cumprimentou o homem com nariz de gancho.

— Remo, Ninfadora... E, oh! O pequeno Creevey! — exclamou ao notar um “garotinho” que vinha correndo.

   O grupo de Dumbledore reuniu muitos espíritos, de várias “idades” e “tipos”. Ao todo, deviam ter uns vinte, pouco menos da metade do que havia no “Nada”.


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Notas finais do capítulo

Utilizo aspas em "homem", "mulher" etc porque são espíritos :D