O vaqueiro

 Rubião sempre foi um vaqueiro valente não ligava para nenhuma lei nem dos homens e nem de Deus. Rubião gostava de bolinar as moças da cidade, provocar brigas e até roubava o dinheiro da igreja matriz.

Numa Sexta- feira Santa, Rubião matou um boi e começou a comer a carne e pegou cachaça que estava num despacho na encruzilhada. O vaqueiro seguia seu caminho pela caatinga cantando feliz quando viu o céu ficar vermelho como o fogo em brasa e ouviu lamentos tristes unidos como num uivo.

Então Rubião viu uma multidão de vaqueiros que seguia um vaqueiro vestido de preto cujo rosto não se podia ver direito, apenas podia se destingir os olhos com de fogo do vaqueiro. Ele estava montado num estranho cavalo que possuía chifres que pareciam de aço e cuspia fogo pelo focinho. A multidão que seguia o vaqueiro era formada por seres sem forma que montavam cavalos decompostos, que expilam um odor de podridão terrível.

O vaqueiro que liderava a multidão de almas perdidas olhou nos olhos de Rubião e apontando para ele decretou:

- Logo você será mais um nessa multidão de almas perdidas que agora vaga sem rumo. Mas você tem a chance de mudar de vida ou não.

 Depois da fala do vaqueiro a comitiva fantasma seguiu seu caminho pelo chão deixando um rastro de brasa, onde passava e espantando os pequenos animais que ali viviam e sumindo dentro da terra diante dos olhos de Rubião.

Apavorado com aquela visão diabólica Rubião decidiu que dali em diante mudaria de vida e procuraria fazer o bem.