-Justin, a vida é assim... É triste, é... Mas é a vida...-Scooter falou. 

-A vida poderia ser um pouco menos... Menos...- Fiquei tentando achar a palavra certa- Dura comigo...

-Eu não queria falar assim, mas... Hora ou outra você teria que lidar com isso... Talvez não desse jeito, talvez quando você já estivesse adulto, talvez daqui a um tempo... É uma das verdades da vida...

Aquelas palavras foram suficientes para eu cair em prantos e ficar bem desorientado.

-Está tudo bem? Justin... Justin...- Ele disse. Fiquei muito tonto, tudo escureceu, e eu caí para trás, batendo no travesseiro.

-Justin!- Ele disse, indo para mais perto da cama. Apaguei. Acordei minutos depois, e o doutor disse que eu tive mais uma das muitas recaídas que tive.

Fiquei no hospital por mais um mês (eu acho que já disse isso, mas tudo bem), tive muitas recaídas, de simples desmaios até entrar em coma de novo, por 4 dias.

No dia anterior ao que eu (finalmente) ia sair daquele hospital, perdi o sono completamente e não parei quieto na cama.

Não parei até rolar um pouco mais da conta e PLOFT!! No chão.

-Aaaai...- Disse, sendo levantado por uma enfermeira, que não conseguia conter o riso. Tá, confesso, a situation era engraçada!

-Eu acho que vou levantar a proteção...- Ela disse. Respondi que não precisava, que geralmente eu dormia feito pedra, eu só estava sem conseguir dormir.

-Aposto que com essa queda eu durmo rapidinho...- Acrescentei, com a mão na cabeça.

Realmente dormi. Acordei cheio de preguiça no dia seguinte, mas a vontade de ir embora era maior...

-Justin...- Scooter disse, quando eu estava sentado na cama tentando me entender com aquele robocop (aquela espécie de 'bota' que se bota quando se quebra o pé, ou torce, sei lá.). E o DêPrêShow vai voltar ao 100%...

-Eu quero te dar uma coisa...- Ele me entregou um colar.

-Mas esse é o...

-O colar do seu pai. Estava junto com ele na hora do resgate, e os médicos disseram para dar pra você.- O colar era aqueles que o pingente abre e se coloca duas fotos.

No colar havia uma foto minha ainda bem bebê com ele, e outra de nós três: Eu, Pattie e ele.

-É sério que é meu?- Aquele colar tinha a mesma idade que eu, talvez até mais velho...

-É. Jeremy iria querer que ficasse com você. E você não acha que eu ia ficar com ele, né?

-Tem razão...- Fiquei olhando para o colar por mais uns segundos, não deixei de ficar triste, mas o pûs no pescoço e disse:

-Vamos?

-Vamos.- Me levantei e fui até ele. Minha perna fraquejou na hora, manquei um pouco e Scooter perguntou se estava tudo ok.

-Tá, por quê não estaria?- Ele, não muito convencido, abriu a porta e a apontou para mim.

-Feridos primeiro.- Fui andando até a porta, e minha perna começou a doer e fraquejar mais, mas eu não disse nada. Fui mancando mesmo e que se danasse.

Até uns 10, 15 passos que eu dei, que minha perna fraquejou de vez e eu caí sentado, sem conseguir me levantar.