Love Is Our Weapon escrita por larinha liuski
Christofer Drew fumava um cigarro na varanda de sua casa. Estava curtindo os últimos dias de verão que passara rapidamente. Sentia-se tão sozinho e realmente estava. Ficara na sua casa em Missouri sem ninguém durante um mês.
Seus cabelos longos não mais o incomodavam. Havia cortado-os no dia anterior e se sentia com menos calor.
Jogou o cigarro no chão e entrou na casa. Sentou-se no sofá antigo e olhou para a sua primeira guitarra que ganhara aos quatorze anos e que ainda estava conservada.
- Maldito tempo que passa tão rápido! – exclamou Christofer sozinho. Ele gostava de conversar sozinho, pelo menos se sentia compreendido.
Seu estômago roncou. Percebeu que não comera nada o dia todo. Levantou-se e andou até a cozinha, no mesmo momento em que a campainha tocou.
- Quem resolve me infernizar? – berrou alto o suficiente para quem estivesse do lado de fora pudesse ouvir.
Quando abriu a porta, só pôde ver as costas da pessoa. Cabelos pretos no meio das costas. Trajando bermuda jeans surrada e uma regata branca. Seu coração quase pulou pela boca ao vê-la. A pessoa que mais quisera vê naquele lugar finalmente aparecera... Mesmo nos últimos dias dele ali, ela aparecera e Chris estava muito feliz com aquilo.
- Ewen?
Ela virou para olhá-lo e sorriu.
- Porque estava indo embora? – Christofer estava sem graça e sua voz saia fraca. – Estava esperando por você ainda.
- Pensei que não quisesse ninguém te infernizando.
- Você ouviu – ele corou rapidamente. – Não imaginava que fosse você. Achava que não vinha mais me vê.
- Eu pensei seriamente antes de vim aqui.
- Porque pensou tanto? Sabia que esperava por sua visita, Ewen.
Christofer fez sinal para que Ewen entrasse e assim ela fez. Fechou a porta assim que ela passou.
- Sente-se, Ewen.
Ela sentou-se e ficou parada olhando para ele, ainda escolhendo como ia começar a falar, mas quando começou, tudo saiu muito rápido.
- Chris, você mudou tanto desde que saiu daqui. Quando você foi embora, não imagina o quanto sofri. Fora aventurar em Nova York e esqueceu de tudo que tínhamos passado. Eu sofri quando soube que tinha voltado. Mesmo sendo por pouco tempo, eu sofri.
- Eu nunca esqueci o que passamos! É um absurdo você achar isso! Logo você...
- Estou sendo realista.
- Nada me faz esquecer o meu passado. Tudo o que sou hoje é por causa de tudo que já passei. E eu sou algo hoje por sua causa também.
Ewen o olhava quase chorando.
- O que você fez com o seu corpo, Christofer?
Ele se olhou. Minhas tatuagens, claro, pensou ele.
- Isso é arte, Ewen.
- Arte? Isso é terrível.
Chris riu.
- Não vamos perder o pouco tempo que temos discutindo, né? – falou ele sério.
- Realmente. Eu já tenho que ir, Chris. – ela falou rapidamente e se levantou.
- Já? Você nem ficou cinco minutos.
- É, eu sei. – Havia hesitação na sua voz. – Eu estava de saída. Vim fazer uma rápida visita.
- Rápida visita apenas? Isso é muito comparado ao que você veio fazer aqui.
- O Andrew está me esperando. Ele é impaciente e não gosta muito de você.
- Andrew?
- É, o Andrew. Ele ficou irado quando soube que eu vinha te vê.
- Não é o Andrew que eu acho que é ou é?
- Existe um único que nós conhecemos.
- Você está namorando ele?
Ela levantou a mão direita para que Christofer pudesse enxergar o grande anel que estava no seu dedo.
- Noivos? – ele falou, perplexo.
- Sim. As pessoas aqui são mais sérias.
- Não mesmo. As pessoas aqui não sabem curtir a vida. Por isso que saí daqui... Foi a melhor coisa que fiz na minha vida.
Aquilo que ele dissera pareceu irritá-la.
- Passar bem, Christofer Drew. Tenha uma excelente viagem de volta.
- Obrigado, Ewen.
Antes que ele pudesse dizer qualquer outra coisa, Ewen saiu batendo a porta.
- Bela visita que recebo e ela conseguiu me infernizar em menos de cinco minutos. – Voltara a falar sozinho e ficou calmo novamente. – Onde eu estava? Sim, minha comida.
Christofer entrou na cozinha e pegou um pacote de torradas no armário e um copo de leite na geladeira. Era o seu lanche favorito e que não dava nenhum trabalho.
Voltou para a sala e sentou-se no sofá, ligando a televisão. Acabou dormindo.
Sonhou que estava com Ewen, mas eles estavam crianças e corriam pelas colinas ao lado da casa dele.
- Espera, Chris. – berrava Ewen, caindo no chão.
- Ewen, cuidado.
Christofer se aproximava dela, a abraçando.
- Você nunca vai me deixar, não é, Chris?
- Nunca, Ewen. Eu amo você.
Ele abriu os olhos. Estava deitado no sofá e passava filme pornô na televisão. Havia dormido demais, claro. Aquele sonho o deixara triste, pois não era um sonho, era uma lembrança da sua infância com Ewen.
- Ewen. – falou seu nome, como se a chamasse.
- Oi.
E lá estava ela, olhando para ele, encostada na parede da sala.
- Como entrou aqui? – perguntou Chris, feliz em vê-la.
- Você não tranca a porta.
- Você voltou logo.
- Não, está muito tarde e faz mais de seis horas que saí daqui. – falou ela, sorrindo e desviando a atenção para a televisão. – Interessante o que você está assistindo.
- Estava dormindo, Ewen. Não fazia idéia do que estava passando na televisão.
Ela se sentou ao lado de Chris e começou a fazer carinho na sua cabeça. Christofer colocou a cabeça no seu colo e começou a beijar as suas mãos.
- Sonhei com você.
- Sonhou? Como era?
- Lembra quando corríamos pela colina?
- Como vou esquecer daquilo? Naquela época, eu achava que ficaríamos juntos para sempre.
- Você não acredita mais nisso?
- Eu não sou do tipo que acredita em tudo agora. A vida sempre me decepciona.
Christofer olhou para sua mão direita e sorriu sem que Ewen visse.
- Cadê seu anel?
Ela olhou para ele, tentando buscar algum tom de brincadeira na sua voz, mas Christofer estava sério.
- Briguei com o Andrew e ele terminou tudo comigo.
- Os eventos estão meio rápidos aqui, hein? Você aparece, eu durmo e você já voltou solteira. Sem muita emoção.
- Você é idiota, não tenho mais duvida disso.
- Falo sério.
- Você começa a falar merda... Isso sim. E consegue...
- Eu amo você.
Ewen parou e ficou me encarando.
- Pare de brincar.
- Eu não estou brincando. Você é única para mim, Ewen.
Christofer ficou sentado no sofá, olhando para os olhos azuis de Ewen, esperando alguma reação.
- Sou única?
Ele pegou o rosto dela e o aproximou do dele.
- Não existe ninguém além de você para mim, Ewen.
Christofer a beijou. Eles nunca haviam se beijado. Tinha sido o momento mais esperado por ele e por ela também.
- Venha comigo, Ewen.
- Para onde?
- Nova York. Venha morar comigo. Estou com condições suficientes para tê-la comigo.
- E largar tudo?
- Faça como eu. É melhor do que ficar aqui para sempre e você não é do tipo de garota que vai ficar nesse lugar sem correr atrás do que quer.
- Como posso ter certeza de que vai dar tudo certo, Christofer?
- Você não tem, Ewen, mas tem que se arriscar.
- E se você mudou? E se você não for mais o Christofer que eu conhecia?
- Eu sei que você não é a mesma. Mudou para melhor e eu também, mas algo nunca mudou em mim.
- O quê?
- O que eu sinto por você, Ewen. Eu te amo muito e quero que você venha comigo.
Eles se beijaram mais uma vez e nada mais falaram. Ficaram se olhando, deitados no sofá, até que adormeceram.
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