A Indeterminada escrita por Aphroditte Glabes


Capítulo 2
Capítulo 2 - Matando Meu Primeiro Monstro


Notas iniciais do capítulo

Postando, espero que gostem *-*

Enjoy it!



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-Debbie? – perguntei, quando ela atendeu o telefone.

 

-Jen? – ela perguntou – Tudo bem?

 

-Não – respondi – Alguém te falou algo sobre semideuses?

 

-Sim – ela disse – Um garoto chamado...

 

-Percy Jackson? – perguntei.

 

-Esse mesmo – ela disse – Mas o que isso tem haver? Ele disse que eu sou uma semideusa...

 

-Pois é, ele disse que eu também sou.

 

-Sério? Que demais!

 

-Demais nada, Deborah. Isso é horrível...

 

-Por que horrível?!

 

-Debbie, vamos ter que ir para aquele tal Acampamento...

 

-Ah – ela me cortou – Não me importo, minha mãe me odeia mesmo...

 

-Certo – suspirei – Vamos passar aí depois, acho. OK?

 

-Sim – ela disse – Vou esperar.

 

-Beijos – falei, e desliguei o telefone.

 

Terminei de arrumar minhas coisas. Guardei o celular em uma bolsa, onde pus alguns objetos pessoais e uma mochila de levar nas costas onde pus roupas, alguns livros e meu Ipod. Me olhei no espelho. Meu cabelo estava solto, eu estava usando uma blusa branca meio solta de um ombro só, um jeans skinny preto e o all star de sempre. Suspirei. Odeio quando tenho que sair de repente. Nunca consigo me arrumar, sou... Bagunçada demais. Pus minha mochila nas costas e saí do quarto.

 

-Estou pronta, Perseu. Debbie também.

 

-OK – ele disse – Vamos sair daqui a pouco, pegar o ônibus para Nova York as 5:45...

 

-Certo – eu disse, então desci até o hall, seguida por Percy.

 

-Minha menina – disse papai, enquanto me abraçava. O abracei mecanicamente, mesmo estando triste.

 

-Clare – falei, enquanto a abraçava também.

 

-Vou com eles – disse Adam, aparecendo no alto da escada.

 

-Certeza, Adam?

 

-Sim, mamãe – ele disse, estava com uma mochila nas costas – A casa da Debbie é a duas quadras daqui...

 

-Certo – disse Percy – Precisamos ir logo, se não estaremos atrasados.

 

Com muitas despedidas, nós finalmente fomos até a casa da Debbie. No caminho não falamos quase nada, menos Adam que ficava fazendo piadinhas com Percy, que retrucava, mas não discutia. Quando chegamos na casa da Debbie, ela já estava nos esperando com a mochila nas costas. Senti os olhos de Percy se arregalarem, talvez fosse pela aparência da Debbie, ou por ela mesma ser bonita. Deborah tem os cabelos pretos bem escuros, lisos, e olhos castanhos esverdeados. Ela é alta e bem bonita.

 

-Deb – eu chamei, e ela sorriu.

 

-Jen – ela disse, e me abraçou – Você deve ser Percy.

 

-Sim – disse Percy – E nós precisamos ir. Estamos com uma placa em cima da nossa cabeça...

 

-Escrito “Monstros, venham nos pegar” – cortou Adam – O sátiro que me levou disse a mesma coisa...

 

-É – disse Percy – Mas precisamos ir.

 

-Calma, garoto – disse Debbie – Minha mãe quer falar com vocês.

 

Minutos depois a Sra. Bennet saiu de casa, com uma blusa roxa e uma calça jeans, com um sorriso no rosto como sempre. Ela disse a mesma coisa que meus pais: Tomem cuidado, cuide da minha filha, boa sorte. Nada de mencionar o pai de Debbie. As próximas horas foram confusas. Corremos para um ônibus para não chegarmos atrasados. Eu sentei com Percy, queria perguntar coisas sobre o Acampamento para ele, e Debbie sentou com Adam.

 

-Como é o Acampamento? – perguntei, enquanto me sentava e me arrumava na poltrona.

 

-É bem legal – ele disse – Temos quadra de vôlei, lago de canoagem, estábulos, parede de escalada... Temos um jogo chamado “Capture a Bandeira”. Basicamente temos que tirar a bandeira do time “inimigo” e leva-la para o nosso lado. O riacho divide os territórios. Tem corrida de bigas...

 

-Bigas? – perguntei.

 

-São como carruagens – ele explicou – Cada chalé tem o seu, ou podemos fazer alianças com outros. Por exemplo, Annabeth, minha namorada – ele corou – E eu ficamos em uma biga, o chalé de Hefesto sempre tem armadilhas...

 

-Deve ser demais – eu disse, com os olhos brilhando.

 

-Sim – ele concordou – Quíron é quem nos treina, os heróis, mas o diretor de atividades do Acampamento é Dionísio...

 

Arqueei uma sobrancelha.

 

-Sim, o deus – ele disse – Ele está lá como punição por algo que fez, mas acabou sendo uma punição para nós.

 

Trovões.

 

-O que é isso?

 

-Isso o que? – ele perguntou, franzindo a testa.

 

-Esses trovões!

 

-Ah – ele deu um sorriso torto – É Zeus, quando falamos algo que o aborrece.

 

Trovões. De novo. Percy deu uma risadinha.

 

-É sempre assim?

 

-Sim – ele disse.

 

-Ei, como... ficamos nesse Acampamento?

 

Percy parecia feliz por eu ter mudado de assunto.

 

-Cada deus tem um chalé para seus filhos. No início havia apenas para os Doze Olimpianos, mas com um trato que fiz com os deuses, cada deus tem um agora... Por exemplo, o de Hades é o número treze. Nico é o filho dele. O de Íris, deusa do Arco-Íris é o vinte e dois. De Hebe é o quatorze...

 

-Qual é o seu? – perguntei curiosa.

 

-O chalé três – ele disse orgulhoso.

 

-Qual é o um? – perguntei curiosa novamente.

 

-Zeus – ele disse – E o chalé dois, o da sua esposa, Hera.

 

Fiquei pensando um pouco.

 

-Quem você acha que pode ser minha mãe?

 

-Não sei, sinceramente – ele disse – Normalmente os filhos tem características físicas ou psicológicas dos pais... Hera nunca teve filhos fora do casamento, Ártemis jurou virgindade eterna, os filhos de Atena têm cabelos loiros e olhos cinzentos – ele corou quando disse isso. Não entendi porque – As garotas de Afrodite normalmente são...

 

-Patricinhas? – perguntei.

 

Trovões.

 

-É – ele riu – E você não parece uma. Uma filha de Deméter, talvez, nunca podemos ter certeza... Ou provavelmente de um deus menor – ele deu de ombros.

 

-E sua namorada é filha de quem?

 

-Atena – ele corou.

 

-Loira de olhos cinzentos – falei sorrindo.

 

-Você tem memória...

 

-Fotográfica que não é – tive que rir – Não sei como se fala isso, eu só me lembro das coisas...

 

Percy murmurou algo com Mne... Qualquer coisa parecida, não entendi nada, mas quando ia perguntar, Adam apareceu. Com o rosto vermelho e os olhos arregalados.

 

-Um monstro, Percy – ele disse – Tem um monstro aqui...

 

Percy se levantou de repente, tirando uma caneta esquisita do bolso. Ele tirou a tampa e aquele negócio virou uma espada. Caraca, uma espada com uma cor parecida com bronze... E Adam tirou algo do bolso que se transformou em um arco...

 

-O que é isso?

 

-Bronze celestial – eles responderam ao mesmo tempo. Toquei meu pescoço. Eu tinha uma corrente com um pingente de bronze, mas meu pai dizia que era de bronze normal.

 

-O que é isso? – foi a vez de Percy perguntar.

 

-Não sei – dei de ombros – Tenho desde sempre...

 

-Aperte – ele disse. Apertei. Nada – Tente outra coisa...

 

-AAAAAAH – foi o grito de Debbie.

 

-Droga – gritei, puxando o pingente de raiva. Quando vi, tinha uma espada bem parecida com a de Percy na minha mão, mas a minha era mais fina, e mais longa.

 

Os meninos nem pararam para ver a espada, só saltaram para onde Debbie estava. Ela estava encolhida contra a janela do ônibus, quem a estava ameaçando era uma garota que seria extremamente bonita, se não fosse uma perna de burro e uma de bronze.

 

-Kelli – resmungou Percy, enquanto a garoto se virava para nós, os olhos vermelhos brilhando.

 

-Uma empousa – gritou Adam.

 

-Traduza – berrei de volta.

 

-Vampira – ele disse, enquanto a atacava. Kelli segurou seu pulso e o girou, o fazendo largar a espada. Adam gritou assim que ela o empurrou contra o banco os onde estavam alguns turistas japoneses.

 

Percy então, pariu para cima de Kelli. Enquanto ele a mantinha distraída, puxei Debbie para mim e a empurrei até o banheiro.

 

-Jenny – ela disse – Não vai tentar lutar com essa coisa...

 

-Vou – eu disse – Debbie, você é minha melhor amiga, eu tenho que fazer alguma coisa, e agora tenho essa espada...

 

Ela olhou encantada para a espada.

 

-Como...

 

-Lembra o colar que eu sempre uso? Então, era uma espada... Vou lá.

 

-Hupf, odeio ser desnecessária – ouvi ela dizer, enquanto eu corria até o meio do ônibus, onde Percy lutava com Kelli.

 

Ele estava deitado no chão, e a vampira estava sentada sobre o peito dele, usando as unhas para fazer pequenos cortes no peito dele, a caneta sumira e Adam estava desacordado perto dos japoneses, com um filete de sangue escorrendo pelo canto da boca. Com um grito, pulei até onde ela estava. A vampira se virou com uma rapidez incrível, me jogando para o lado, para um banco. Com outro grito, bati as costas no encosto. Minhas costas estavam doendo, mas eu pulei até ela novamente.

 

-Normalmente – disse Kelli calmamente – Eu não mato garotas, mas você está me irritando, semideusa....

 

-Que ótimo – eu disse enquanto tentava fincar a espada nela, como se fosse um punhal ou qualquer outra faca de cozinha que eu já tenha manuseado – Adoraria te matar pelo que fez ao meu irmão.

 

Um sorriso zombeteiro surgiu nos lábios dela.

 

-Seu irmão adotivo, querida...

 

-Não me importa – berrei, enquanto pulava para frente e ela me dava uma bela de uma cotovelada nas minhas costelas. Gritei de dor enquanto estava encolhida no chão.

 

Percy se levantava lentamente, e pelo canto do olho pude vê-lo esticar seus dedos até chegar a sua caneta/espada.

 

-Dá última vez – continuou Kelli – Você me matou Perseu Jackson. Mas dessa vez vai ser diferente.

 

Dito isso, ela caminhou até onde ele estava, tirando os cabelos do rosto e dando um sorriso maléfico. Percy estava caído no chão, com a camiseta ensangüentada e o cabelo extremamente bagunçado. Levantei devagar, cuidando para não fazer barulho, enquanto engatinhava até minha espada.

 

-Sabe Kelli – disse Percy – Tenho namorada.

 

Alcancei a espada. Segurei-a com as duas mãos e fui caminhando lentamente até onde Kelli estava olhando para Percy.

 

-Pena para ela – disse Kelli – Vai ter que queimar sua mortalha...

 

-Ou não – murmurei no ouvido dela, cravando minha espada nas suas costas.

 

Kelli deu um ultimo grito, e se transformou em um monte de pó amarelo, que o vento levou para longe. Deixei a espada cair, enquanto eu mesma caia de joelhos na frente de Percy. Ele se ajoelhou ao meu lado e me pegou no colo, me levando até um banco próximo.

 

-Tudo bem com você? – perguntou preocupado.

 

-Não – falei – Ela me machucou...

 

Toquei uma parte ensangüentada da minha camiseta e dei um gemido.

 

-Jennifer – disse Debbie, com os cabelos soltos balançando enquanto ela corria até onde eu estava, segurando Adam, que estava acordando, nos seus ombros.

 

-Ela está bem – informou Percy – Só um gole de néctar e estará perfeita...

 

Ele me ofereceu um cantil cheio até a borda com um líquido dourado, que eu tomei sem pestanejar. Tinha um gosto estranho de mel misturado com canela, mas não reclamei, pois comecei a me sentir muito melhor quase que imediatamente.

 

-Obrigada – murmurei – Ela... Já te conhecia?

 

Ele assentiu.

 

-Já lutamos antes... Eu a matei uns anos atrás...

 

-Mas se você a matou, como ela estava aqui? – perguntei confusa.

 

-Os monstros voltam, Jenny. Os matamos apenas por algum tempo, eles voltam. Se tivermos sorte, demoram bastante...

 

Tremi só de pensar e consegui me sentar, enquanto Percy bebia um gole e suspirava aliviado, enquanto tirava a camiseta cheia de sangue e colocava outra que tirou da mochila. Nessa hora notei que todos do ônibus estavam em seus lugares, como se não tivesse acontecido nada.

 

-O que aconteceu com eles? – ouvi Debbie perguntar para Adam.

 

-Os mortais não pode ver através da névoa, talvez pensaram que nós estávamos brigando entre si... Não sei...

 

-O que é névoa? – sussurrei para Percy.

 

-É como um véu – ele explicou – Que protege os mortais de não verem a verdade sobre nós. Apenas alguns nascem especiais e podem ver... Tem Rachel, ela é o oráculo...

 

-Oráculo? – perguntei.

 

-O espírito de Delfos nos passa profecias através dela. Cada missão que um meio-sangue recebe...

 

-Meio-Sangue?

 

-Mesma coisa que semideus – ele explicou – Cada missão que um meio-sangue recebe é baseada em uma profecia...

 

-Você recebeu alguma sobre nós? – perguntei.

 

-Na verdade, não – ele disse – O nome de Debbie estava na lista de semideuses a serem levados ao Acampamento, mas acabei te encontrando aquele dia na praia... Estava pensando...

 

Tive que dar um sorriso fraco.

 

–Isso é demais pra minha cabeça – eu ri – Numa hora sou um adolescente revoltada e na outra sou uma semideusa que acabou de matar o primeiro monstro. 

 

-O primeiro que matei foi o minotauro – ele disse.

 

-Humilhou – sorri – Estava feliz com uma vampira...

 

-Hum, Percy? – perguntou Adam – Estamos chegando no Massachussets, acabamos de passar por New Hampshire...

 

-Sim – disse Percy – Posso ver o mar, vamos chegar amanhã de manhã. É melhor dormirmos depois disso. Odeio ter que fazer isso, mas precisamos descansar.

 

-Com todo o prazer – murmurei, enquanto me aconchegava no banco e me virava para a janela, escorando a cabeça nos braços. Adormeci quase que no mesmo momento.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Odiaram? Comentem *-----*

Prometi pra hoje e postei :)



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