Not a Girl, Not Yet a Woman escrita por yumesangai


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

O Jesse não é um canalha e Quinn precisa de um pouco de atenção.



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Ela tinha tudo, uma boa família, uma cama confortável, ela tinha amigos, era a garota mais popular, um namorado igualmente popular, mas acima disso tudo, ela tinha segurança por todos esses motivos.

 

Mas no momento que a gravidez havia surgido, ela não tinha nada. Pais que a abandonaram, as amigas a deixaram e o colégio a via como uma perdedora.

 

Ela era uma perdedora, afinal ela estava no Glee e pior ainda, ela não se via sem aquele clubezinho.

 

Eles eram tudo que ela tinha e isso era muito doloroso.

 

 

Os ensaios estavam indo bem, com exceção de que ela se sentia estupidamente excluída, mesmo naquele grupo de pessoas já naturalmente excluídas. Talvez fossem os hormônios e a gravidez que a deixavam mais sensível do que o normal.

 

Nem Puck ou Santava a irritavam mais, ela não queria viver na dependência dele mais do que já vivia. Afinal ela estava morando na casa dele.

 

Ela sentia falta do conforto do próprio quarto, da suíte que tinha, da cama macia, do travesseiro de penas. De ter uma mãe por perto.

 

As lágrimas foram dolorosamente seguradas enquanto eles ensaiavam, felizmente ela estava sempre no fundo e não tinha ninguém que fosse reparar nela.

 

Porque Quinn Fabray era agora invisível, ou assim ela pensava.

 

“Quinn”. Rachel ficou depois que todos saíram. “Você... está bem?” Ela perguntou hesitante, porém gentilmente.

 

“Estou ótima”. A ex-cheerio respondeu passando o canto da mão sobre os olhos, numa vã tentativa de impedir as lágrimas.

 

“Você parece ter--”

 

“Vá embora!” Ela gritou tão alto que chegou a ecoar pelo auditório. E ainda que ela não morresse de amores por Rachel, ela poderia sempre culpar os desabafos pela gravidez. Tudo e todos estavam mexendo com ela.

 

“Quinn, eu--” Rachel pareceu ligeiramente assustada, mas como sempre, ela não recuava fácil.

 

“Por favor”. Murmurou entre dentes. “Vá embora, eu quero ficar sozinha”.

 

Rachel abriu a boca, mas Quinn havia se virado, ficando agora de costas. Ela sabia que não tinha o direito de se meter na vida dela, elas nem amigas eram.

 

Quinn esperou ouvir o barulho das portas do auditório para voltar se virar. E lá estava ela sobre um palco vazio e mal iluminado, de frente para as cadeiras vazias.

 

E era assim que ela se via: sozinha, quando na verdade ali deveria estar repleto de pessoas. Porque era a isso que ela estava acostumada.

 

“I used to think I had the answers to everything

But now I know

That life doesn't always go my way, yeah...

Feels like I'm caught in the middle

That's when I realized…

 

Ela começou a cantar baixinho enquanto andava pelo palco. A música era perfeita para dizer como ela se sentia, assim como a tarefa do Sr. Schue havia passado.

 

I'm not a girl, not yet a woman

All I need is time

A moment that is mine

While I'm in between

I'm not a girl

 

Mas ela não queria cantar aquilo diante do Glee, não queria a pena deles ou aqueles olhares consoladores e deprimentes. Ela não precisava de mais pena do que ela mesma já sentia de si própria.

 

There is no need to protect me

It's time that I

Learn to face up to this on my own

I've seen so much more than you know now

So don't tell me to shut my eyes

 

Seu coração vinha sofrendo muita pressão, a maior parte vinda dela mesma é claro, mas também não havia ninguém para compartilha esses sentimentos.

 

Finn não falava mais com ela, Puck, Santana e Brittany estavam fora de cogitação, Kurt não parecia uma boa opção, Tina era muito esquisita, Artie era simpático, mas ela não o procuraria pra isso, Rachel era Rachel, Mercedes era a única opção plausível, mas ela não estava confortável.

 

O orgulho ainda estava lá.

 

But if you look at me closely

You will see it at my eyes

This girl will always find

Her way

 

Ela não precisava cantar alto para se fazer ouvida, a música era a representação de seus sentimentos, a música gritava por si só.

 

All I need is time

A moment that is mine

While I'm in between

I'm not a girl

Not yet a woman

 

As lágrimas escorriam pesadamente quando ela finalmente terminou os versos. Aquele palco solitário e as cadeiras vazias pesavam tanto em seus ombros que ela se sentou no tablado que tinha logo ali.

 

“Eu sabia que você tinha muito que se expressar”. Uma voz soou um pouco antes do aplauso vindo do mesmo.

 

Quinn ergueu o rosto quase que horrorizada.

 

“O que... O que você está fazendo aqui?” Ela perguntou secando inutilmente as lágrimas com as mãos.

 

“Vi a Rachel falando com você e pensei ‘Ah, ela vai dar um bom número a seguir’ e então eu fiquei escondido lá no final”. Ele subiu no palco. “Por isso você não me viu”. Ele estendeu um lenço para ela.

 

“...Obrigada”. Ela agradeceu com o rosto meio baixo enquanto usava o lenço dele.

 

“Pelo lenço ou por ter te ouvido?” Jesse disse divertido.

 

Ela refletiu algum tempo.

 

“Pelos dois”. E ergueu o rosto. “Obrigada, Jesse”.

 

Foi a vez dele de parecer surpreso, ela ergueu a sobrancelha em questionamento, mas não disse nada, apenas ficou o encarando com os olhos ainda meio inchados e as bochechas coradas.

 

“Eu estou surpreso”. Ele disse mais para si mesmo do que para ela. “Ninguém me chama pelo nome, é sempre ‘Jesse St. James, o vocal do adrenaline’”.

 

“Você tem uma namorada, ela deve te chamar pelo nome”. Quinn retrucou.

 

“Bom, sim, mas a primeira vez que nos falamos ela disse o meu todo e o acompanhou desse ‘título’”.

 

“Algumas pessoas não se importam com isso”. Disse se levantando do tablado. “De ter um título”. Completou ao vê-lo ligeiramente confuso.

 

“É a primeira vez que nos falamos, sabia?”

 

“É, eu sei”. Ela deu um sorriso meio duro. “Não tenho falado com muitas pessoas ultimamente, então posso dizer se já nos falamos antes”.

 

“Se quiser conversar eu estou disponível”. Jesse sorriu mais amigavelmente.

 

Ela deu o mesmo sorriso forçado.

 

“Não, você não está”. Ela disse calmamente enquanto se afastava.

 

 

 

Jesse alcançou Rachel antes que ela deixasse o colégio, pelo menos era fácil reconhecê-la no meio de todas aquelas pessoas, ninguém mais usava meias até os joelhos e suéter de bichinhos.

 

“Hey Jesse, onde você esteve?” Ela perguntou animadamente e sorridente assim que ele se aproximou.

 

“Resolvendo algumas coisas”. Mentiu enquanto passava o braço pelos ombros dela. “Escuta, aquela menina a Quinn, tem algo errado com ela?” Perguntou tentando não dar muita bandeira.

 

“Você também percebeu?” Rachel perguntou arregalando os olhos. “Que bom que não fui só eu, na verdade, eu estou preocupada com ela, mas não há muito que eu possa fazer”.

 

“Por quê? Vocês são garotas, e do mesmo clube, deveriam se dar bem, sair juntas ou esse tipo de coisa”. Disse rapidamente pensando no Vocal Adrenaline e de como as garotas de lá costumavam sempre saírem juntas.

 

“Bom, acontece que nós não somos amigas e provavelmente nunca saremos”. Disse na convicção de sempre.

 

“E por quê?”

 

“Acontece que ela costumava namorar o Finn”.

 

“O quarterback do futebol?” Jesse ergueu a sobrancelha. “Ela não precisaria ser popular para isso?”

 

Rachel engasgou ao ouvir isso, mas rapidamente recuperou a pose.

 

“Bom, ela era a líder das Cheerios e também presidente do clube de Celibato”.

 

“Ugh”. Jesse inevitavelmente fez uma careta. “É, isso com certeza pegou mal”.

 

“Bom, sim. Então ela foi expulsa das Cheerios, perdeu a popularidade e--”

 

“Mas o tal do Finn não era namorado dela? Eles não deveriam estar... juntos?”

 

“...” Rachel torceu os lábios antes de continuar, ela não gostava muito de pensar sobre isso, era lembranças um tanto quanto amargas. “O filho não é do Finn”.

 

Jesse não pôde evitar arregalar os olhos.

 

“Uau, então de quem é?”

 

“Do Puck”. Rachel respondeu como se sentisse mal por esse fato. Bom, de fato ela sentia.

 

“E o Puck está com a Santana, e o Finn não é mais namorado da Quinn que agora além de grávida está sozinha e excluída?” Jesse perguntou tentando se lembrar de todas as novas informações.

 

“Ela faz parte do Glee”. Rachel sorriu consoladoramente.

 

“Eu não acho que ela esteja bem com essa situação”. Jesse deu sua conclusão final.

 

“Sinceramente ninguém estaria, ela era a garota mais popular daqui e namorava o garoto mais--” Jesse sentiu uma pontada no peito. “Popular”. Rachel emendou dando um sorriso sem graça.

 

E pelo resto do caminho eles ficaram em silêncio.

 

Jesse não era burro, ele poderia não estar ciente de toda a história do Glee, mas sabia que tinha algo entre Finn e Rachel, ou havia tido algo. Mas ele não fazia o tipo namorado ciumento.

 

Ele iria descobrir, só precisava perguntar pra pessoa certa.

 

 

 

“Alguém faltou ao ensaio hoje”. Jesse disse puxando uma cadeira e sentando à mesa que Quinn ocupava.

 

Pelo horário tardio, já não havia mais ninguém na cafeteria.

 

“Você vai receber raspadinha na cara se continuar a sentar comigo”. Ela brincou sem se alterar e também voltou a dar mais atenção ao yogurte que tomava.

 

“Quem faria isso?”

 

“Bem, quem não faria?” Ela retrucou girando os olhos.

 

“Fizeram isso com você?” Ele perguntou estreitando os olhos, como se estivesse realmente preocupado.

 

Ela que não gostava de ficar o encarando, acabou se demorando mais um pouco, por causa da expressão séria no rosto dele. Alguém estava realmente preocupado ou ele era um ótimo ator.

 

“Eu costumava fazer com os outros”. Disse dando de ombros. “Com as pessoas do Glee”. Ela ficou girando a colher sobre o yogurte. “Engraçado, não? Como as coisas se voltam e ficam contra você num piscar de olhos”. Ela abandou a ‘refeição’ e se levantou. “Por isso, você não deveria falar comigo”.

 

“Eu estou sentado conversando com você, porque eu quero”. Ele disse segurando o pulso dela quando ela estava para passar direto por ele. “E também eu não deixaria ninguém jogar raspadinha em você”.

 

“Se serve de consolo eles não jogam mais, porque eu estou grávida”. Ela deu um puxão se livrando da mão dele. “Belo discurso. Teria sido realmente legal se alguém tivesse me protegido desse jeito”.

 

“O Puck não te protegeu?” Ele perguntou antes que ela recuasse ainda mais.

 

“Isso não é da sua conta”. Ela disse menos amigavelmente e mais ríspida.

 

“Porque é trabalho de um homem proteger a namorada, e no caso dele--”

 

“Pare!”

 

“Que é pai do seu filho. É obrigação”. Disse sério.

 

Ela respirou fundo algumas vezes, as mãos pousaram na barriga como se tampasse os ouvidos do bebê, o protegendo daquelas palavras.

 

“Eu não o quero por perto, você não entende a minha situação, então não dê mais palpite”. Quinn disse rapidamente antes de se afastar em passos largos dali.

 

Jesse deu um soco na mesa, definitivamente ele não tinha planejado aquele desfecho.

 

 

 

Então houve o incidente do Glist.

 

“Quem você acha que fez?” Jesse perguntou colocando os braços atrás da cabeça.

 

“Não sei, mas -5 não é algo que eu esteja feliz, embora estar no Glee me faça uma perdedora”.

 

Jesse sorriu ao vê-la aborrecida.

 

“Eu estou indo pra biblioteca, você vai pra casa?”

 

“Sim, nós nos vemos amanhã?”

 

“Claro”.

 

Ele sabia exatamente o que queria quando chegou à biblioteca. Pegou os anuários mais recentes e procurou por um rosto em particular. Afinal, de todos ali ele nunca tinha visto Quinn como Cheerio.

 

E o uniforme era mesmo deslumbrante.

 

Ela era linda de qualquer jeito, é claro que o uniforme a deixava sexy, mas de alguma forma, ele preferia vê-la de cabelo solto e usando vestidos leves. Combinava com ela.

 

 

 

“Hey”. Jesse disse enquanto se colocava ao lado de Quinn que passeava pelo pátio.

 

“Veio me dar mais alguma lição de vida?” Ela perguntou sem olhar para ele.

 

“Me desculpe, ta bem? Eu fiquei preocupado quando você falou das raspadinhas, e pensei que poderiam estar te fazendo algo ruim”.

 

Ela parou de andar e encarou por um tempo considerável.

 

“Eles estão”. Ela disse sensível. “Todos estão me ignorado”.

 

Jesse sentiu uma vontade incrível de tomar aquela garota frágil em seus braços, mas algo dentro de si gritava para que não o fizesse.

 

“Eu estou aqui”. Foi só o que ele conseguiu dizer.

 

“Não, você não está”. Ela disse da mesma forma que havia dito no auditório.

 

E ele não estava. Porque ele estava com Rachel, ele não estava disponível para ela, ainda que tudo que ela precisasse fosse um ombro amigo.

 

“Quinn”. Ele não queria ficar em silêncio, não queria confirmar as palavras dela.

 

“Sim?”

 

“Eu gostaria de te levar para jantar”.

 

“Jantar?” Ela arqueou a sobrancelha. “Você não deveria fazer esse tipo de coisa com a sua namorada?”

 

“Tudo bem, ela está ocupada, e nós somos amigos, certo?”

 

“...Certo”. Ela sorriu levemente.

 

E ainda que não fosse um sorriso largo e elegante como os que ele vira nas fotos do anuário, aquele sorriso simples e leve, o fazia se sentir muito bem.

 

“Eu posso te buscar na sua casa ou--” Ele parou ao ver o sorriso morrer no rosto dela. “O que foi? Eu disse alguma coisa errada?”

 

“Não, é que eu não estou mais morando em casa”. Ela quase sorriu ao ver a expressão dele se tornar novamente preocupada. “Meu pai me expulsou de casa, então eu estou com o Puck”.

 

“Eu preciso pedir a autorização dele ou--?”

 

“Não”. Ela respondeu rindo. “Não precisa”.

 

“Não vai ser estranho se eu aparecer lá?”

 

“Ele nunca está em casa, então não tem problema”.

 

“Quinn”.

 

“O que?”

 

“Por que você escreveu o Glist?” Jesse perguntou num tom calmo, ele não queria parecer repreendedor.

 

Ela piscou seguidamente, não esperava que outra pessoa além do Sr. Schue descobrisse, pelo jeito o garoto era mesmo um observador.

 

“Você está me perguntando por que eu fiz a lista ou porque eu coloquei a sua namorada em último lugar?”

 

“Não, estou perguntando por que você fez a lista”.

 

“O que foi? Você parece decepcionado comigo”. Ela disse num tom sarcástico, quase lembrando a Quinn Fabray líder das Cheerios.

 

“Você não precisa fazer essas coisas Quinn, você é uma garota incrível”.

 

“Engraçado, eu só ouço essas coisas de você”. Ela não podia evitar os comentários afinados.

 

“Então por que você não escuta o que eu digo?” Jesse perguntou enquanto colocava as mãos em cada lado do rosto dela, sobre suas bochechas coradas.

 

Eles estavam próximos e olhando dentro dos olhos de cada um. Era por isso que ela não gostava de encará-lo, os olhos dele eram profundos e bonitos demais. Ela sentia que poderia se perder ali.

 

“Porque você tem namorada”. Ela respondeu quebrando o encanto e afastando as mãos dele.

 

E ela foi embora sem dizer mais nada.

 

Então ele estava se sentindo atraído por Quinn e sua cabeça e coração entravam num conflito absurdo. Ele amava Rachel, e conscientemente sabia que estava se aproximando da ex-Cheerio por simpatia.

 

E as coisas pioraram, a má reputação destruiu tudo.

 

“Três no mesmo papel contracenando com a sua namorada? É humilhante”.

 

“Foi uma expressão artística”.

 

“Não, não foi. Você tentou mostrar que há vários caras lutando por você”.

 

Jesse saiu sem olhar para trás, e precisou jogar muita água na cara para se acalmar. Ficou olhando para a imagem que tinha diante de si no espelho. Um rosto contorcido pelo ciúme e humilhação.

 

Por que ele não era o bastante?

 

Ele precisava espairecer antes de falar com Rachel, mas antes disso ele precisava fazer uma coisa:

 

Cantar.

 

Por sorte o auditório estava vazio e disponível, Jesse rapidamente subiu no palco.

 

It's a beautiful lie

It's a perfect deny

Such a beautiful lie to believe in

So beautiful, beautiful that makes me

 

Everyone's looking at me

I'm running around in circles, babe

A quiet desperation's building higher

“Precisando desabafar tanto assim?” Foi a vez de Quinn o interromper.

 

“Tem muita coisa na minha cabeça agora”. Ele respondeu dando longas passadas no palco só para andar em círculos.

 

Quinn se sentou no tablado e bateu com a mão no espaço vazio ao seu lado.

 

“Venha conversar”.

 

“É sério Quinn, é muita coisa eu--”

 

“Não foi um pedido, Jesse”.

 

Ele torceu os lábios, mas não tinha nada a contestar, então largou o microfone e sentou ao lado dela, antes que pudesse dizer algo ela estava o pressionando pelo ombro o fazendo se inclinar.

 

“Deita”. Ela disse suavemente.

 

Um suspiro leve escapou dos lábios do rapaz enquanto ele se deitava com a cabeça sobre o colo dela. Era um pouco estranho porque ela estava grávida, mas ainda não havia muita barriga para atrapalhar.

 

“Você veio atrás de mim?” Ele perguntou fechando os olhos.

 

“Acho que eu estou te devendo”.

 

“Pelo que?”

 

“Você me salvou tantas vezes”. Ela acariciou o rosto dele. “Nesse colégio detestável, você foi a único a conversar comigo, a sair comigo e a se preocupar”.

 

“E ainda que eu faça todas essas coisas, a minha namorada faz um vídeo com dois outros caras com quem ela teve um caso”.

 

“O vídeo estava uma droga, mas até que você estava bem nele”.

 

“Não tente me animar Quinn, eu estou completamente humilhado”.

 

“Esse é o problema das reputações, elas acabam com você”.

 

“Não tem um conselho melhor pra me dar?”

 

“Eu tenho, mas não quero dizê-lo”.

 

Jesse desviou o olhar e se fez mais confortável sobre o colo de Quinn, com o rosto voltado para a barriga dela.

 

“Obrigado, Quinn”.

 

“Pelo que?”

 

“Por estar aqui comigo, por me dar o seu colo”. Ele murmurou encolhendo os ombros.

 

“Você merece Jesse, você é um cara incrível”.

 

“E nesse momento só você vê isso”.

 

Ela deu um sorriso em resposta, não tinha mais nada a dizer. Eles continuaram ali, ele deitado e ela brincando com o cabelo dele.

 

 

E a inevitável resposta e o conselho que ele sabia no qual Quinn não queria ter dado.

 

“Eu sabia que você partiria o meu coração”. Rachel disse ressentida.

 

“Essa é a graça das reputações, todos acham que eu sempre parto os corações, mas a verdade é que você partiu o meu primeiro”.

 

 

 

“Hey”.

 

“Hey”. Jesse deixou a mala sobre o tapete e correu para abraçar Quinn. “Eu não sabia que viria”.

 

“Você está de mudança, eu vim me despedir”.

 

“A maioria das coisas está empacotada, mas venha, ficar nesse ambiente fechado e cheirando a poeira vai fazer mal para o seu bebê”.

 

Eles saíram da casa de mãos dadas e foram andando até o jardim de grama verde.

 

“Eu gostaria que você ficasse no McKinley”.

 

“Gostaria de levá-la para Los Angeles comigo”.

 

“Eu não poderia...” Disse cabisbaixa. “Eu quero ter a minha vida de volta, ser uma Cheerio, depois que eu tiver o bebê as coisas podem voltar a ser o que eram, não... Podem ser ainda melhores”.

 

Jesse deu um suspiro.

 

“Vou estar torcendo por você Quinn e se qualquer coisa acontecer, se algum idiota se meter com você, mesmo o Puck ou o Finn, eu venho pessoalmente pra te defender”.

 

“Obrigada, Jesse”.

 

“Ei Quinn, eu não quero ir embora sem ter uma lembrança sua”.

 

“Do que você está falando? Nós vamos conversar sempre, a tecnologia está ao nosso favor”.

 

“Bom, sim, mas eu gostaria de... alguma coisa”. Disse soltando a mão dela e passando os braços gentilmente pela cintura dela.

 

“Eu colocaria a roupa de Cheerio, mas o uniforme não está servindo mais em mim”.

 

“Eu ficaria muito feliz em vê-la usando”. Disse rindo. “Mas já que não é o caso...”

 

“Feche os olhos então”.

 

Ele arqueou a sobrancelha meio desconfiado, mas o fez sem questionar. Ele sentiu as mãos dela se apoiarem em seus ombros e então ouviu um pequeno ‘clic’.

 

“Pode abrir”.

 

Jesse olhou imediatamente para baixo e reparou num pequeno crucifixo dourado preso a uma correntinha que agora se encontrava em seu pescoço.

 

“Obrigado, Quinn”. Ele sorriu enquanto tocava no pingente, e quando ergueu o rosto foi surpreendido por um beijo, que ele fez questão imediata de corresponder.

 

Ele tinha Quinn perfeitamente em seus braços, mas era assim o mundo deles. Esse mundo adolescente cheio de rótulos, reputações e orgulho.

 

“Assim que eu chegar em Los Angeles, você pode dizer pra todo mundo que ficou com o cantor solo do Vocal Adrenaline”.

 

Ela riu baixinho.

 

“E assim que eu tiver o meu bebê, pode dizer que ficou a líder das Cheerios”.

 

“Nós vamos nos sair bem”. Ele disse dando um beijo sobre a testa.

 

“Jesse, você sempre pode contar comigo, ok?”

 

“Você também, e eu venho vê-la quando o seu bebê nascer, vou estar ao seu lado quando precisar”.

 

Ele sabia que ela precisaria.

 

“Eu vou ficar com o seu lenço de lembrança”. Ela desviou o assunto quando ergueu o pequeno tecido.

 

“Quinn”. Ele a chamou antes que ela saísse do jardim. “Você é uma mulher incrível”.

 

Ela sorriu com o rosto meio corado, dessa vez por vergonha.

 

“Não, ainda não”. Ela respondeu piscando antes de se afastar.

 

Ele riu a balançou a cabeça negativamente. Por hora, os dois estavam bem.

 

Fim.

26 de setembro de 2010 | 01h50


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