Masmorras E...gundams? escrita por Duochan Maxwell


Capítulo 1
Prelúdio




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Olhos azuis se moviam pelas páginas espessas e amareladas de um livro muito grosso e gasto, seguindo as linhas finas e precisas que formam um intrincado e complexo diagrama, já muito desbotado, mas que ainda conservava um pouco de suas cores de uma maneira incompreensível a seu leitor.

O sol mal começara a se levantar, por isso, o auxílio de uma tremeluzente vela se fazia necessário para aquelas profundas jóias não perderem sua agudeza demasiadamente cedo.

BLEM! BLEM! BLEM!

O sino soou no térreo, alertando os hóspedes já despertos que o estalajadeiro pusera o desjejum nas longas mesas do recinto; e servindo de despertador para os que ainda dormiam, mas nem chegou a perturbar um dos ocupantes do quarto 102.

Por outro lado, um resmunguinho e um corpo se mexendo na cama vizinha à outrora ocupada indicava que o segundo hóspede foi, sim, incomodado pelo sino.

- Finalmente. – disse, fechando o livro com cuidado. Guardou-o dentro de uma ampla mochila de couro e apagou a vela, guardando-a também. – Levante-se. Já passou da hora de irmos ao salão térreo.

- Ah, mas está tão gostoso e quentinho aqui... – reclamou o outro, sua voz usualmente cristalina cheia de preguiça, antes de seu companheiro retirar os lençóis e cobertores da cama, expondo seu corpo alvo e precariamente vestido ao frio daquela manhã. – OK, OK...estou indo... – suspirou, resignado, e, com muita relutância, levantou e puxou a bacia de água para lavar o rosto e espantar a moleza.

Os mesmos olhos que antes seguiam os complicados esquemas agora percorriam o rosto do colega: o arredondado ligeiramente saliente das maçãs, que se afinava suavemente até o queixo; olhos entre o azul e o violeta, maiores e mais arredondados do que os observadores, mas não menos potentes; o nariz ligeiramente empinado, dando-lhe uma certa petulância – que se provara falso depois que o conhecera melhor, pensou; as orelhas pontudas como as suas próprias, características dos elfos; e aqueles lábios carnudos, rosados e – ARGH! Estapeou-se mentalmente. Não podia pensar nisso logo cedo ou ia desconcentrar-se.

- Ei!! Heero!! Acordaê!! O excesso de magia começou a afetar a sua mente, é?

- Ah...não...eu só...tive um pequeno devaneio e – foi cortado por um impaciente "Tá, tá!" e pela mão de dedos esguios e firmes puxando-o para corredor e em direção às escadas.

- Não era você que queria descobrir o que diabos é esse anel que você achou lá naquela catacumba estranha? Se a gente quiser chegar logo, temos que sair cedo! – exclamou veementemente, fazendo-o sentar para o desjejum, conformado com a pressa de seu companheiro.


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Notas finais do capítulo

Para quem não conhece o multiverso D&D (Dungeons & Dragons), é um famoso mundo de RPG de fantasia medieval, baseado no trabalho do Tolkien. Nesse caso, Duo e Heero são elfos – que não são tããão misteriosos como em “O Senhor dos Anéis”- aventureiros, que percorrem as cidades em busca de rumores e tesouros. Normalmente, esses viajantes ficam hospedados em estalagens (tipo o “Pônei Saltitante), um misto de taverna, restaurante e hospedaria, que pode ou não incluir o café-da-manhã, que preferi chamar de “desjejum”.
Agora espero que consiga manter esse padrão de linguagem durante todo o texto...o___O



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