A cada minuto que passava vagarosamente naquele lugar, o coração dele ia diminuindo de velocidade, e nesse momento Tanatos apareceu, segurando sua Foice, vestindo-se de longo manto negro. Ele se posicionou ao lado do meu amado agonizante. Como se já não bastasse as balas zunindo a um milímetro de distancia da nossa pele, o ceifeiro ficou observando, silenciosamente como sempre era, William sair de seu ensanguentado corpo. Nem eu podia impedir...                     Agora deparo-me com Tanatos, novamente. Nunca senti tanta raiva de tal. Já o vira muitas vezes... Eu devia dizer a Morte para que o deixasse viver, mas ela responderia: - "Você consegue impedir a Deus?" e depois iria rir da própria frase. Curvando-se ao corpo quase sem vida de Will, tocou-lhe as mãos e o levantou. Então, eu vi, aquela massa sair do corpo dele. Estava tão sonolento, mas estava mais bonito, como sempre fora! Então, seus olhos brilharam quando me viram.

– William... - E pela primeira vez em toda minha vil existencia, eu chorei.

                Ele nada disse-me, somente sorriu, e naquele simples ato me deixou claro de que estava bem. Tanatos pigarreou, levando sua fantasmagorica mão direita a sua boca. William segurou as mãos da Morte como uma criança que havia se perdido, agora encontrara seu caminho. Ele seria levado a um lugar melhor para seu descanso, um lugar em que não seria interrompido por bombas, guerras e afrontas. Eu estava confiante de que Tanatos faria o certo, apesar de muitas das vezes a Morte parecer injusta aos olhos de milhões de pessoas... Ela sabe o que faz.

                William me deu seu ultimo sorriso e eu fiquei parada, chorando como nunca ninguem havia derramado suas lágrimas por alguém. Então, eu disse:

– Adeus! Um dia nos encontraremos, e seremos todos para a eternidade!