Chegamos ao hotel, às sete da noite o céu já se tingira de um tom de azul muito escuro, fechei o zíper do casaco para me proteger do frio, eu me sentia um peso morto, sendo arrastado por uma pessoa quase 10 centímetros mais baixa, uma cena realmente engraçada de se ver em um saguão de hotel.

 (N/A: lindo *-*)

— Você esta um caco. — Alice se queixou no elevador dando uma risada alta e breve.

Eu estava encostada na parede, esperando o tempo passar enquanto chegávamos em nossa suíte na cobertura.

— Que bom que eu divirto você. — eu disse brava.

Quando a porta do elevador eu vi um longo corredor com apenas quatro portas. Um andar só para nós. Privacidade máxima era algo herdado dos Cullen.

Eu já havia percebido que o decorador do hotel era um amante de dourado, mais agora eu tinha a plena certeza disso. O longo corredor entre os quartos tinha um piso quadriculado grande em preto e dourado, grandes pilastras douradas, lustres imensos e adoráveis que pendiam no teto delicadamente.

A mobília do loby ao contrario de toda a decoração era feita de tons escuros de madeira, mogno, em preto, marrom e um vermelho escuro, com espelhos grandes e janelas que cobriam algumas paredes.

 (N/A: Loby do hotel)

— Seu quarto. — Alice disse apontando para uma das portas. — Sua chave. — ela me entregou um cartão magnético. — Passe tudo o que você pedir do serviço de quarto na conta do andar, a nossa conta. E não se esqueça de fechar a porta quando entrar.

— Sim senhora. — eu fiz uma continência rindo. — Mais alguma ordem? — eu perguntei ainda rindo.

— Sim, obrigada por me lembrar. — eu bufei. — Sua mãe e Rose chegarão daqui a pouco, tome um banho e se arrume para ir jantar, te acompanharemos e depois vamos ao bar, vamos ter uma boa noite de diversão. — ela sorriu.

— Mais eu estou muito cansada.  — eu tentei.

— Eu sei, mais você deve estar com fome também. — eu assenti. — Então jantaremos e depois vamos nos divertir à custa dos humanos bêbados. — eu sorri com a ideia.

— Te encontro em 40 minutos? — perguntei abrindo a porta do meu quarto com o pequeno cartão magnético, nele pendia uma fita rosa onde estava escrito “Noiva”, eu sorri. Ela simplesmente assentiu e entrou em seu quarto, eu fiz o mesmo.

O quarto tinha um piso em um tom pastel quase amarelo, mais palha, com toques dourados, ostentando grandes janelas e portas, havia também uma grande lareira no estilo vitoriano no lado esquerdo do quarto.

Sofás e uma mesa de chá à frente, adornadas por um espelho logo acima, com uma grande e ata porta que dava acesso á um espaço com uma mesa de jantar enorme. E outra porta, esta logo a esquerda da ultima que dava acesso ao quarto.

Os moveis em tons pastel e claros, a iluminação e as paredes claras faziam o quarto ter um toque de sol, reluzente e alegre.

O quarto era duas vezes maior do que a grande sala, com uma cama no centro e um lustre branco acima dela, uma cômoda, e um espelho de corpo, mesas de cabeceira de cada lado da cama, e um tapete que ficava sob a cama, e cobria a maior parte do quarto.

Minhas malas estavam colocadas no pequeno sofá que ficava aos pés da cama, eu coloquei minha bolsa ao seu lado e abri a mala rapidamente, retirei minha nécessaire e sai a procura do banheiro.

Uma porta ao lado direito do quarto me levou ao grande e espaçoso banheiro, onde havia uma grande banheira, com sais de banho em sua volta, eu abri a torneira rápido para que ela enchesse logo, haviam toalhas enroladas em um armário aberto do lado esquerdo e uma pia com dois lavabos.

Eu coloquei minha nécessaire sob a pia, fechei a porta do banheiro, rapidamente tirando minhas roupas sujas e deixei-as cair aos meus pés.

Eu entrei rapidamente na banheira, sem minhas roupas eu havia notado o quanto estava frio, eu olhei para o termostato que indicava 4°C. Na França, o clima é temperado e bastante agradável, mais a noite estava ligeiramente fria.

A água estava bem quente, a ponto de enquanto eu estava entrando na banheira sentir meus músculos derretendo sob o toque da água quente. Eu me aconcheguei mais e despejei alguns dos sais de banho na água, lavanda e flores do campo.

Esfreguei meu corpo rapidamente e depois apenas curti água quente em minha pele, agora eu sabia o que Jake havia dito sobre a banheira, eu o queria aqui, para aproveitar essa água quente, seu corpo junto ao meu, sua pele colada na minha, suas mãos passeando por toda a extensão do meu corpo, as minhas no seu.

— Nessie, ainda está viva? — Alice disse estridente do outro lado da porta.

— Não. — resmunguei.

— Vamos, saia desse banheiro logo, antes que eu entre e tire você daí a força. Sei que você morre de vergonha quando está sem roupas, pelo menos de nós, acho que com o Jake não é assim, estou certa?

— Tudo bem, estou saindo, me de alguns minutos de privacidade. — eu disse brava. — Por favor? — eu gemi quando ela bateu mais uma vez na porta.

— Você tem exatamente 20 minutos para me encontrar do lado de fora do seu quarto, se não eu vou entrar e tirar você a força. — ela reclamou.

— Tudo bem sargento. — eu disse saindo da banheira. — Da próxima vez não se esqueça da corneta. — continuei.

— Você sabe que eu tenho uma ótima memória, não me esquecerei da corneta, 19 minutos e contando. — ela disse.

Eu bufei mais algumas vezes antes de pegar uma toalha. Comecei a me secar rapidamente, me enrolei em um roupão duas vezes maior do que eu meu corpo. Abri minha nécessaire, escovei meus dentes, soltei meus cabelos e os penteei, passei uma sombra negra nos olhos, delineador e rimel, uma camada fina de batom cenoura, o que ficava perfeito em minha pele clara.

Sai do quarto e revirei minha mala a procura de algo para usar, como íamos jantar, eu preferi um jeans escuro e uma camiseta, mais me lembrei do bar depois, troquei a camiseta por uma bata preta colada ao corpo e um colar pra terminar, depois peguei uma ankle boot também preta.

Penteei meus cabelos com os dedos mais uma vez, arrumei minhas roupas e me olhei no espelho mais uma vez antes de abrir a porta, decidi que estava bem o bastante até mesmo para me passar por uma parisiense, “nem tanto” pensei.

Fechei a porta do quarto atrás de mim, eu ainda estava dois minutos adiantada, então resolvi ir até o quarto delas. No quarto de Rose não encontrei ninguém. No de Alice muito menos. Resolvi então ir ao ultimo quarto, ouvi um burburinho baixo de risadas.

Entrei, e me encostei à porta — agora fechada — atrás de mim, abri e fechei a boca algumas vezes antes de deixá-la aberta, entreolhei a imagem a minha frente sem acreditar.

Alice estava com um vestido preto até um palmo antes do joelho, um salto preto 15, e uma maquiagem esplêndida.

Rose estava com um vestido verde escuro, curto e colado ao corpo, usando um salto 15 preto.

Mamãe era minha maior descoberta, ela estava com um vestido vermelho sangue um pouco abaixo do joelho, não colado ao corpo como os outros, ele tinha um laço na cintura e depois era solto, usando um salto 12 também vermelho.

— Eu... eu nunca te vi de vermelho. — sussurrei estonteada. — Você está linda mamãe. — terminei.

— Obrigada. — ela sorriu amplamente. — Você também está muito linda. — e em um segundo ela estava ao meu lado beijando minha testa.

— Prontas para nossa primeira noite em Paree? — Alice perguntou arrumando seus cabelos.

— Sim. — nós dissemos animadas em uníssono.

Conversamos bobagens e rimos enquanto descíamos de elevador. O restaurante estava lotado, decorado em estilo vitoriano, com mesas de mogno negro, e cadeiras no mesmo estilo.

Rapidamente nos sentamos em uma mesa em um canto reservado, logo um garçom veio até nós e nos entregou um menu, eu folheei rapidamente procurando algo.

— Miss-vous commander? (Gostaria fazer o pedido senhorita?)

— Oui, je veux un La Ratatouille Niçoise (Sim, eu gostaria de uma Salada de Legumes à Moda de Nice).

— Envie d'un verre? (Gostaria de alguma bebida?)

— Oui, nous apporter une bouteille de champagne, s'il vous plaît. (Sim, nos traga uma garrafa de champagne, por favor.) — Alice disse no seu melhor sorriso encantador.

— Bien sûr, je serai de retour à votre demande en quelques minutes avec licence. (Claro, estarei de volta com seus pedidos em alguns minutos, com licensa.) — ele disse encantado.

— Alice, não precisava fazer isso. O garoto saiu salivando daqui. — minha mãe reclamou. Alice só riu. Logo ele estava de volta com nossos pedidos.

— Un gars offert cette boisson et vous avez envoyé cette carte. (Aquele rapaz ofereceu essa bebida e lhe mandou esse cartão.) — ele entregou um cartão em nossa mesa junto com um Martini e apontou um homem do outro lado do restaurante, ele era jovem, bem vestido e muito bonito, e estava nos olhando.

— Merci (Obrigada) — disse Rosalie sorrindo para o garçom.

— Je suis désolé, mais il a envoyé sa carte rouge Miss. (Me desculpe, mas ele mandou o cartão para a senhorita de vermelho.) — todas olhamos a cara incrédula de Rosalie quando o garçom respondeu.

— Je? (Eu?) — ela perguntou.

— Oui, car la dame. (Sim, para a senhorita.) – o garçom disse sorrindo.

— Eh bien, merci. (Ah, bem, obrigada) – ela sorriu mais uma vez. Acenou rapidamente para o rapaz do outro lado do restaurante e apontou para o Martini murmurando um “Obrigado” silencioso.

— Mãe! — eu disse rindo, colocando meu prato vazio para o lado.

— Bella! — Alice disse sorrindo enquanto Rose assoviava. Todas rimos juntas. — Edward vai ter uma coisa quando ele souber disso.

— Sabe — Rose colocou o dedo sob o lábio inferior. — Eu posso ter pensado em uma aposta. — ela olhou para cada uma de nós com um sorriso devasto no rosto.

— Aposta? — Alice perguntou também sorrindo.

— Isso soa como... vitória. — Alice passou a mão no queixo. — E quanto a quem perder?

— Quem perder, vai ter de passar algum tempo com alguém do bar, conversar e essas coisas, mais quem vai escolher essa pessoa são as vencedoras, sem direito a desistência se escolhermos o pior cara.

Eu olhei para minha mãe e ela olhou para mim, depois de alguns segundos vi um sorriso nascendo em seu rosto.

— Nós topamos. — eu disse por fim.

Me levantei e elas fizeram o mesmo, indicando onde ficava o bar. Eu parei em um espelho e retoquei meu batom.

Bem, alguém hoje vai ganhar uma viajem a Paris, e outra um par para a noite, e sinceramente eu espero que esta não seja eu.