Ela girou a chave na fechadura e sentiu um arrepio subir pela espinha. Ela conhecia aquela presença. Ele estava de volta. Ao entrar, notou a luz do abajur acesa. Colocou a bolsa no sofá e se encostou no braço do mesmo. Cruzou os braços e encarou a figura que estava sentada na poltrona. Seus braços compridos acompanhavam os braços da poltrona. Mesmo sem olhos, ela percebeu que ele encarava uma foto dela e de sua filha na praia. Seu coração apertou e ela abaixou a cabeça. Mas logo em seguida se recompôs.

- O que te traz aqui dessa vez? Ele não disse nada, apenas virou a cabeça na direção da mulher de cabelos castanhos. Apertou os braços do sofá e tomou impulso para se levantar. Revelando, então, seu corpo magro e corcunda, devido a sua altura. Ele se aproximou da mulher, e tocou seu rosto. A mulher desviou. - Diga logo! - falou com a voz afetada e a cabeça baixa. Ele fechou a mão e se endireitou. - Pare de me culpar. Você sabe que a culpa não foi minha. - O homem disse com sua voz grossa, que estava cheia de culpa.

- Não me venha com essa de novo. É sempre a mesma desculpa. 'É o meu trabalho. Não tive escolha'. Pelo amor de Deus, fique quieto pelo menos uma vez, e aceite sua culpa. Você fez isso consigo mesmo. A escolha foi sua, lembra?

Ele abriu seus tentáculos. Era claro que ele estava furioso, mesmo sem poder expressar emoções. - Pode me atacar! Eu não tenho medo do inferno! Pelo menos não vou precisar mais te servir! - ela gritava com lagrimas nos olhos. - Fique quieta. Desde quando o trabalho de sua mãe foi passado pra você, você sempre gostou de me ajudar. Nunca se importou com nada. Por que logo agora você se importa? - Ora, por quê? Talvez seja por que você levou minha filha. - Pare de me culpar por isso. Isso já é passado. Ela já deve ter reencarnado. E você sabe muito bem que não sou eu que escolho a vitima. - A criatura estava furiosa. Por que Charlotte não entendia a ordem das coisas? Fora assim desde o começo. E o fato que a vitima era uma slenderhelper não mudaria nada. - Enfim, o próximo é esse garoto ai. - Ele jogou na mesa uma foto de um garoto com o nome Jay (na verdade a letra J, mas ok) escrito atrás. - Venho perseguindo ele e um amigo há um tempo. Dois idiotas. Foram me procurar e agora o nome deles foi pra lista. Já cuidei de um, mas o outro fugiu.

- Muito bem. – A mulher disse. – Vou fazer o possível. – Completou fazendo cara de desdém.

Já corria pela floresta, que estava nebulosa. Ouvia risos de crianças, que indicava que Slenderman estava por perto. Ele tentou correr mais rápido, mas acabou tropeçando.

- Não adianta fugir, garoto. – A criatura disse, aparecendo em meio à neblina, que agora já estava menos densa.

- Por que você esta atrás de mim? Foi o Alex que te filmou.

A criatura não disse nada. Apenas ficou parado, olhando pro garoto. Charlotte apenas observava a cena. Queria impedir, mesmo sabendo que teria que desistir da própria vida se quisesse salvar o garoto.

 Charlotte começa a ver sua filha no lugar de Jay, percebe o quanto o jovem está assustado e desorientado, criou forças para entrar na frente de Slenderman - Não o deixarei que tire a vida de mais uma criança. – disse empurrando o jovem para trás de seu corpo.

Apenas se ouvia as corujas e alguns pássaros da região. Jay começa a perder a consciência, caindo no chão já desmaiado. – Deixe-me terminar meu trabalho – empurrou a mulher e começou a matar o garoto aos poucos, apenas para Charlotte sentir a dor por te-lo impedido antes.

- A próxima pessoa a morrer será você por interromper meu trabalho – disse a criatura se aproximando da mulher.

Nenhum medo era visto na face da mulher, apenas lágrimas solitárias escoriam por seu rosto e caiam lentamente no solo da floresta.

- Mate-me se é o que quer, não tenho medo de apodrecer no inferno, pelo menos não terei que vê-lo. – Charlotte levanta-se e fica em pê em sua frente. – Vamos mate-me! – ela gritava.

A raiva da criatura era iminente, pegou a mulher pelos cabelos, a ergueu na altura de seu peito, a hipnotizou e enfiou três de seus tentáculos nela, a jogou no chão após perceber que havia matado a única pessoa que o ajudava a terminar suas mortes.

Slenderman continua fazendo seu número de vítimas aumentarem. Cuidado você pode ser o próximo da lista.

Termino do relato Slenderman.