Contos de Um Coveiro escrita por chibi_cold_mari


Capítulo 22
O vampiro- pt3




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Passei exatamente um mês analisando aquele cretino.Um mês passando as madrugadas ao relento nestas frias ruas.Um mês tendo que escutar os gritos das vitimas sem poder fazer nada.Um mês vendo sangue sendo derramado injustamente.Um mês tendo que reprimir meus sentimentos de raiva e fúria.

Mas tudo valeu a pena.

Afinal, um bom plano depende de vários fatores.Um deles é descobrir as fraquezas de seu oponente, e tentar descobrir seu padrão.

E por sorte eu consegui realizar com êxito essa tarefa.

Isso me custou muito esforço e vidas.

Pobre garota aquela que ele usou para me provocar.Ela havia acabado de sair de seu culto quando o encontrou.Ele foi cortês, e se ofereceu para leva-la até sua casa, já que era perigoso.Ingênua, ela aceitou.

Ele desviou a rota para uma praça, quando ela se deu conta do que se tratava aquilo, já era tarde.Não havia ninguém para socorre-la quando ela necessitou...Só havia eu, mas eu não podia.Me odiei por aquilo,deixei um rugido de raiva escapar e ele escutou.

Ao em vez de escapar, ele continuou ali.E começou a rir.

-Quem está aí?Estas com medo?Por que não mostra tua face ser oculto pelas trevas?

Sem resposta ele continuou a me provocar.

-Vejo que vai ficar só a observar...És um sádico?Talvez só esteja á procura de diversão...Que tal se eu servi-lhe a tua diversão?Estaremos satisfeitos então?

Ele a mordeu, mas não foi o golpe final.Com o sangue fluindo do pescoço dela, ele se satisfez de seu corpo.Ela gritava, gritava...Como alguém podia fazer aquilo?

Sem mais delongas ele finalmente a matou.Cortou lhe a jugular e bebeu seu sangue.Quando acabou foi se embora.

Quando cheguei para checar o cadáver vi o seu recado no chão, escrito com o sangue da vitima.”Senhor sádico, creio que devo ter lhe divertido. Aproveitou o espetáculo? Pois bem, estarei amanhã na praça em frente à loja de tortas. Se quiser ver um espetáculo diferente dessa vez pode se prostrar e lhe farei sorrir novamente, talvez um garoto seja algo mais promissor...”.

Com muito pesar olhei para a garota, a recolhi do chão e a coloquei deitada ao lado do chafariz.Mesmo estando morta, em seu rosto havia uma lágrima.Jurei que iria vingar sua morte, e que seria amanhã o dia de acertar as contas.

-Elliot apresse-se!Iremos pernoitar na casa de Ellena!

-Ora, por que tanta pressa?O que aconteceu?-Perguntou ele assustado.

-Amanhã será o seu dia...

-O quê?O que está acontecendo?

-Vamos logo!

Eu o arrastei até lá.Quando Ellena nos recepcionou fez uma cara de surpresa, não era para menos...Eram mais ou menos 11:00 da noite.

-O que fazem aqui?!-Perguntou ela assustada

-Iremos pernoitar aqui.-Respondi

-Mas e minha tia?O que está acontecendo?

-Temos que planejar o que iremos fazer amanhã.Sua tia está doente, não é?Não irá ligar...

Ela mal teve tempo de responder quando entrei e tranquei a loja.

-Tudo bem, mas o que faremos amanhã?

-Iremos finalmente acabar com os dias de diversão daquele desgraçado.

Eu estava tenso como todos, queria terminar logo com tudo aquilo.Então comecei logo a contar tudo o que sabia.Começamos então a discutir sobre uma forma de como conseguir pega-lo.

Foram horas até que conseguíssemos finalmente ter um plano em mãos.

-Então está tudo decidido não é?-Perguntou Elliot

-Pelo o que parece, sim.-Respondeu Ellena depois de um longo bocejo

-Acho que é melhor todos dormimos.Amanhã será um grande dia para todos.-Disse eu.

Depois todos fomos dormir: Elliot dormiu com Ellena e eu dormi no quarto que estava desocupado.Quando deitei minha cabeça no travesseiro, o som dos gritos daquela jovem vieram me à cabeça.”Porque eu não fiz nada?”.Culpado, só consegui dormir quando o orvalho já começava a banhar as flores e a grama adormecidas.

Ellena não conseguiu sequer abrir a loja, estava preocupada demais para que conseguisse fazer algo.Então ela partiu.

-Irei providenciar algumas coisas para hoje à noite, Elliot, você poderia vir comigo?

-Sim.

Nesse meio tempo, tudo o que me restou para se fazer foi esperar.Uma longa e tediosa espera.E os gritos dela ressoavam na minha cabeça, como uma melodia desesperada e horrível...E aos poucos eu estava ficando louco, com o timbre das risadas dele.Delirando, eu estava delirando.Ou estava acordado em estado de catatonia eminente?Céus, as paredes giravam...Tudo o que eu podia fazer era esperar que alguém me tirasse daquele transe.

-Christopher!Christopher!O que houve?-Gritava a voz de Ellena

-Não há nada...Eu só estou escutando ela gritar...Céus!Que horas são!

-São 6:00 horas.Já está na hora de irmos, não?-Respondeu Elliot

-Sim, vamos logo.-respondi me levantando.

Percebi logo que Elliot já estava devidamente trajado para a tal emboscada.Até mesmo seu rosto pálido tinha ganhado uma cor...Aquilo era

-Maquiagem?

Ele se irritou, e me lançou seu olhar furioso.Ellena se antecipou e respondeu a minha pergunta.

-Sim.Eu levei Elliot até um amigo meu, ele é dono de um bordel que sofre diariamente perdas causadas por este homem.Ninguém sabe dizer ao certo quem ele é, ou o que quer com os promíscuos.

-Tudo bem, mas o que foram fazer lá?

-Tentei convencer esse meu amigo a apresentar Elliot para qualquer um que parece com o sujeito.Aproveitei para já arrumar tudo por lá mesmo.

Era divertido ver que Elliot tentava esconder o seu rosto mirando o chão.

-Já não lhe disse para não ficar mexendo o rosto desse jeito?Sua cicatriz fica à mostra e qualquer pode vê-la!-Advertia Ellena

Logo Elliot foi até o bordel e eu e Ellena ficamos por ali.Ela estava nervosa, tremia e não conseguia ficar sentada.Tentei acalma-la, afinal, de nada servira o nervosismo nessa hora.Ficamos silenciosamente observando a praça na loja de tortas, desligamos as luzes e esperávamos ansiosos pela figura de Elliot e seu acompanhante.

-Veja lá!Ele chegou, já está na hora, venha!

Fomos nos aproximando para observar de perto e esperar a hora de atacar.Mas a tensão era muito grande para Ellena, que acabou por pisar numa garrafa de bebida que jazia ali.O desgraçado escutou o barulho e fugiu, tirando suas mãos mal-intencionadas do corpo de Elliot.

-Droga!Maldito seja!-Exclamei sacando a arma.

Atirei em sua perna, fazendo o cair no chão agonizando.Me aproximei dele e fiquei horrorizado com o que vi...

Ele lambia compulsivamente seu ferimento.

-Mas o que é isso?!-Gritei afastando sua cabeça de sua perna

Ele estava ofegante e suplicava para que eu deixasse ele continuar com o seu processo.

-Deixe-me...Senão tudo isso será em vão...Todas as vitimas...É isso o que desejas?

Atirei em seu braço.Ele gritou de dor e de medo quando viu que seu antebraço estava vermelho e ensopado.

-Deixe-me!Perdão!Perdão!Suplico-vos que me deixes!Sou apenas um homem com leucemia!Só matava para viver, bebia o sangue deles em troca de minha vida!

Eu comecei a rir.Ria de seu choro e de sua ignorância.

-Não sabes que é necessário ter o mesmo tipo sangüíneo das vitimas?E que há todo um processo de tratamento do sangue?Veja teu corpo!Veja tua face!A morte já é presente em teu ser!

Apontei a arma para seu rosto e ele suplicou...

-Por favor, peço-lhe que me deixes!Quero viver, não me mates!

Abaixei a arma.

-Eu já o matei.Irás sangrar até a morte.Irás agonizar como todas as tuas vitimas.Irás morrer, portanto, nesse chão frio e imundo.Passar bem.


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