Contos de Um Coveiro escrita por chibi_cold_mari
Fui andando pela cidade suja e poluída.Era incrível como era evidente a desigualdade ali,as cores e realidades se chocavam no subúrbio e na parte nobre.
Se de um lado flores ornamentavam a entrada de uma grande mansão,do outros fores apodreciam em garrafas de vidro nas janelas.
Sim,aquela cidade era estranha.Porque ao contrário do que você pode imaginar a maioria dos crimes eram cometidos por nobres.
Parecia que se cansavam de suas vidas agitadas com suas festas,bebidas,dinheiro e sorrisos.Então procuravam por corpos,e lá encontravam uma verdadeira diversão.
Órgãos,membros,corações...Tudo ali para ser retirado e acompanhado de uma boa dose de sangue.”Como vampiro sedentos,eles procuram sangue por diversão”
“Cheguei”Pensei eu ao ver o portão enferrujado que separava o prédio da rua.
Tinha letras sujas,mas ainda assim revelava seu nome com orgulho:”Orphanato Ophispring”.
Sim,eu entrei.
Dirigi-me a mesa descascada que atendia com o nome de recepção.Lá uma funcionária me olhou e não gostou do que viu.
-Procuro por Elliot Stanford.
Dito isso o garoto que me observava saiu correndo.
-Ele acabou de sair correndo.O que você deseja com ele?Olha,se for um daqueles caras que procuram por garotos para aquelas boates...
-Não!...Bem,é que eu vim fazer o ultimo pedido de um homem...
-Ele parecia com este?
Ela me entregou uma foto amarelada e desbotada.E mesmo em preto-e-branco eu pude
reconhecê-lo.
-Sim,é ele.
-Então pode levá-lo.
A mulher pegou o garoto,apontou para mim e disse algumas palavras.Ele abaixou sua cabeça e foi pegar sua mala.
-Ele já volta.Não se preocupe com a papelada.Ele já cuidou de tudo.
-Sim.
“Como assim “já cuidou de tudo”?”
O garoto voltou e parou em frente a mim.Assim pude examiná-lo melhor.
Ele aparentava ter uns 15 anos.Tinha cabelos pretos e lisos que batiam em seu pescoço e ofuscavam seus olhos castanhos claros.
Sua aparência era doentia:pele pálida,com lábios rachados,olheiras profundas,além de estar magro demais.
-Quantos anos você tem?
-16.
Ele não aparentava ter aquilo,era baixo demais.Talvez fosse a péssima alimentação que recebia ali.
O garoto ficou quieto durante todo o trajeto.Não fez perguntas,não falou nada.
-Chegamos.
Disse eu ao abri a porta de casa.Mesmo estando dentro de um cemitério,ele não se impressionou.Talvez porque minha casa fosse grande e bem mais aconchegante do que aquele orfanato.
Minha casa não é uma mansão,e nem muito menos uma cabana.Ela tem 2 quartos:um meu e outro que ficava vazio a espera de visitas.
-Este é o seu quarto.
Disse eu ao abrir a porta daquele quarto inabitado.
Ele sentou na cama,observou o quarto...E finalmente disse uma frase concreta.
-Sabe...Aquele homem que você enterrou...
-Era seu pai?
Ele riu com certo sarcasmo.
-Meu irmão.Minha família morreu há muito tempo.
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