No Meio do Nada escrita por Mandy-Jam


Capítulo 13
Capítulo 13 - Last Wish




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O Sol já estava desempenhando o mesmo papel do dia anterior: tornar a ilha inteira um inferno. Tudo parecia estar fervendo, e quando digo tudo, quero dizer tudo mesmo.

Os cérebros de Taub, Foreman, e Treze ferviam de tanto pensar. Várias idéias haviam passados por suas mentes, mas nenhuma boa o bastante para superar o diagnóstico que House dera.

“E se fossem mesmo drogas?” Sugeriu Treze novamente.

Foreman discordou com a cabeça, e Taub suspirou cansado.

“Estamos andando em círculos. Já tínhamos pensado nisso.” Falou.

“Mas... O que mais pode ser?” Perguntou ela.

“É o que estamos tentando descobrir.” Disse Foreman. “Alguma idéia nova?”

Treze ficou em silêncio.

“Vamos rever o que eliminamos.” Sugeriu Taub. “Não devem ser drogas...”

“Nem meningite.” Lembrou Treze.

“Uhm... Sabem... Pode ser mesmo epilepsia febril.” Disse Taub. “Lembra? Disse que o Chase deu essa idéia.”

“Mas o House descartou por alguma razão.” Disse Treze.

“Não é bom pensar desse jeito.” Discordou Foreman. “Nós estamos tentando provar que o House está errado. Se concordarmos com ele agora, temos que admitir que é meningite.”

Eles ficaram em silêncio.

“O que ele pensou antes mesmo?” Perguntou Taub.

“Uma reação alérgica.” Disse Treze. “Mas seria quase impossível os dois terem alergia a mesma coisa!”

“E se... Só um deles tivesse alergia?” Sugeriu Taub. “Reação alérgica explicaria a convulsão, e também as manchas no corpo.”

“Só que as manchas estão no corpo do co-piloto, o que voltaria a teoria que os dois têm a mesma alergia.” Falou Foreman.

“Tá bom! E se eles realmente tiverem a mesma alergia?” Sugeriu Taub.

“Se eles tivessem alergia, não entrariam em contato com seja lá o que provocasse uma reação alérgica.” Discordou Treze.

“Mas vamos supor que eles entraram em contato, certo?!” Insistiu Taub. “O que poderia ser...?”

Foreman riu, e os dois olharam para ele sem entender.

“O que é tão engraçado?” Perguntou Taub.

Foreman balançou o rosto para parar.

“Isso é o melhor que podem fazer?” Perguntou ele ainda com vontade de rir. “Eu nunca vi um diagnóstico tão fraco.”

“Desculpe-nos por tentar. Sabe o que seria legal? Se você tivesse uma idéia melhor do que a nossa, ao invés de ficar rindo.” Disse Treze incomodada.

Foreman diminuiu o sorriso.

“Eu não tenho.” Falou. “Mas essa ilha tem mais 6 outros médicos, que podem pensar em coisa melhor.”

Treze ainda estava irritada com ele, mas olhou para Taub. Mesmo sem ter dito nada ele entendeu que aquele olhar era um comando para falar com os outros.

Ele pegou o Walk-Talk.

“Ahm... Oi. Aqui é o Taub.” Disse ele. “Estão me ouvindo?”

Eles esperaram uns minutos até que, por fim, alguém respondeu.

“Sim. Aqui é o Chase. O que houve?” Perguntou Chase.

“A Cameron e o Kutner estão ouvindo?” Perguntou Taub. “Câmbio.”

“Sim. Estão aqui.” Respondeu. “Pode falar. Câmbio.”

Taub olhou para Treze e para Foreman, que assentiram com a cabeça para que ele continuasse a falar.

Nós estamos pensando que a convulsão, o desmaio, e a mancha na pele tenham sido causadas por uma alergia.” Taub fez uma pausa. “Câmbio.”

“Vocês acham que não é meningite?” Perguntou Chase. “Câmbio.”

“Sim.” Confirmou Taub. “Câmbio.”

Todos ficaram em silêncio por mais uns segundos, até que ouviram Chase suspirar do outro lado.

Eu sinto muito, mas acho que o House está mesmo certo.” Falou. Sua voz metálica parecia tão triste quanto podia, o que fez Treze, Foreman se desanimarem. “Meningite explica todos os problemas, e até mesmo os da Cuddy. Sinto muito. Câmbio.”

Taub olhou para Treze e Foreman. Eles dois pareciam ter sido atingidos por uma pedra. A luz do Sol ajudava a refletir todo o cansaço, frustração, e desânimo que tinha neles.

Ele viu que, se realmente quisesse pensar em outro diagnóstico, teria que mudar a atmosfera.

“Quero falar com a Cameron.” Disse Taub. “Câmbio.”

“Porque?” Chase foi pego de surpresa. “Câmbio.”

Treze e Foreman observavam Taub. Ele respirou fundo e continuou.

“Por que eu já devia esperar que você concordasse com o House.” Disse Taub rispidamente. “Você sempre concorda com o House. O Foreman sempre discorda do House. E a Cameron só quer saber a verdade, e se importa com o paciente. Câmbio.”

Treze e Foreman piscaram os olhos. Não esperavam ouvir aquilo. Pelo menos não do Taub. Chase do outro lado, também precisou de uns segundos para analisar o que ele disse.

“Só é uma pena nós não termos mais paciente.” Comentou ele. “Por que, como sabe, o cara está morto. Na verdade os três estão. Câmbio.”

“Me refiro aos pacientes restantes. Nós.” Disse Taub. “Chase, você é um ótimo médico, mas estou procurando alguém que não acredite que vamos morrer de meningite. Se tem alguém desse lado da ilha que ainda ache que temos esperança, tenho certeza que deve ser a Cameron. Ou o Kutner. De qualquer jeito... Passe o Walk-Talk para eles. Câmbio.”

Houve um minuto de silêncio novamente. Taub encarava o Walk-Talk como se estivesse falando cara a cara com o Chase.

Mas depois de alguns segundos, outra voz começou a falar.

“Alergia é pouco provável.” Disse Cameron. “Mas também não pode ser meningite. Câmbio.”

Taub suspirou aliviado. Por um segundo achou que ninguém mais acreditava que o diagnóstico de House estava errado.

“Tem alguma idéia melhor?” Perguntou Taub cruzando os dedos. “Câmbio.”

“Já pensou nisso? Pilotos de avião devem fazer check-ups o tempo todo. Não deixariam um cara com meningite trabalhar assim.” Falou Cameron. “Câmbio.”

“Você acha mesmo?” Perguntou Taub. “Câmbio.”

“Quero acreditar nisso...” Respondeu ela. “Desse modo a teoria do House estaria errada. Câmbio.”

Taub estava pronto para perguntar o que mais podia ser, quando outra voz surgiu no Walk-Talk.

“Minha orelha está ficando quente.” Disse a voz inconfundível de House. “E quando digo isso, não é quero dizer que seja um sintoma. Câmbio.”

“House...” Disse Taub, mas de repente as palavras sumiram de sua boca.

“Continuem.” Pediu House. “A conversa de vocês estava mais interessante do que a novela mexicana que o Wilson assiste. Câmbio.”

No fundo Taub pode ouvir o Wilson dizer algo como: “Eu não assisto novela!” ou algo do tipo, mas não deu pra ouvir direito.

“Então... Você queria dizer que, seja lá o que fosse não apareceria em um check-up?” Perguntou Taub. “Câmbio.”

“É. Mas... Ainda não sei o que poderia ser.” Disse ela. “Poderia ser um auto-imuni, mas acho que os médicos notariam. Câmbio.”

“Sem considerar que os médicos cometem erros. Brilhante, não?” Falou House usando seu sarcasmo. “Câmbio.”

“E se fosse um trauma?” Sugeriu Taub. “Lembram?! Quando o avião balançou das primeiras duas vezes. Eles podiam ter batido com a cabeça. Explicaria tudo!” Disse Taub. “Câmbio.”

“Faria sentido se a humanidade não tivesse inventado uma coisa chamada sinto de segurança.” Falou House. “Câmbio.”

“Viu eles com sinto de segurança?” Perguntou Cameron.

“... Não me lembro...” Disse House pensando.

“Então pronto! A idéia de Taub é perfeita.” Disse Cameron feliz.

“Já parou para se perguntar o que provocou aquele solavanco?” Perguntou House. “Câmbio.”

“Turbulência?” Sugeriu Cameron. “Isso não é importante. Câmbio.”

“Pelo contrário. Tem toda a importância.” Falou House. “O avião sofreu o solavanco porque nem o piloto nem o co-piloto virão àquela montanha da ilha.” Todos olharam em volta. Cada um de seu ângulo notou que House tinha razão.

Na ilha tinha mesmo uma montanha. Nenhum deles tinha reparado antes, mas não ligaram para aquilo.

Então, seja o que for os reflexos deles foram afetados.” Disse Cameron. “Câmbio.”

“Ou a visão.” Falou Taub. “Pode ser um problema neurológico.”

Ou, de novo, pode ser meningite. Afetaria os reflexos dele. Eles não veriam a montanha, ou não teriam tempo de desviar, daí todos os passageiros do avião morreriam em uma queda horrorosa. Nossa. Vai ver eles queriam mesmo nos matar...” Disse House.

Kutner estava ao lado de Cameron, e ao ouvir isso se assustou.

Acha mesmo?!” Perguntou ele.

“Claro que não seu idiota!” Disse House. “Mas é meningite.”

Todos se calaram novamente.

Kutner parou para pensar. Não no diagnóstico, mas sim no que ele queria fazer, e sabia que não conseguiria mais. Ele lembrou-se dos filmes que queria ver, das pessoas com quem gostaria de falar, ou de ídolos que queria conhecer...

Se ficasse preso naquele lugar até morrer, nunca mais veria as cidades novamente.

Sentiria falta de muitas coisas... Mas entre elas, sentiria muita falta de...

“Sabe o que eu queria? Ir ao McDonalds uma última vez.” Falou Kutner.

“Eu queria ter viajado mais...” Comentou Cameron desanimada.

“Queria falar com a minha esposa...” Murmurou Taub.

“E eu queria...” House estava pronto para dizer alguma besteira, mas então ficou mudo.

Todos esperaram pela fala dele, mas... Nada.

“House?” Perguntou Taub. “House, você está aí? O que houve?”

Sem resposta.

“House?!” Chamou Cameron.

Mas novamente, nada.

“Responda House! O que houve?” Perguntou Taub.

Treze e Foreman trocaram olhares nervosos. Se algo tivesse acontecido com ele, estavam longe demais para socorrê-lo a tempo.

“E-Ele tem a Cuddy, e o Wilson.” Disse Treze insegura. “Vai ficar bem... Não é?”

“Vai.” Respondeu Foreman. “Vai sim. E... Não deve ter acontecido nada. Ele... Ás vezes faz isso mesmo. Ignora os outros.”

Mas aquilo não tranqüilizava ninguém.

Taub tentou mais uma vez.

“House, por favor! O que aconteceu?! Responda!” Falou.

“Ele... Deve ter ido falar com o Wilson.” Disse Cameron. “Câmbio.”

“Certo... Nós. Vamos continuar pensando, e depois entramos em contato se acharmos algo. Câmbio.”

“Faremos o mesmo. Câmbio final.” Disse Cameron desligando.

Taub desligou o Walk-Talk também, e o silêncio voltou.

Todos eles se encararam preocupados.

Eles queriam fazer uma pergunta, mas sabiam que ninguém ali teria um resposta.

Afinal... O que teria acontecido com o House? 


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Notas finais do capítulo

Tam tam tam taaaaam!

O que será que aconteceu com o House?

Ou... Será que não foi com o House?

Bem, espero alguns reviews!

Nos vemos no próximo capítulo...