No Meio do Nada escrita por Mandy-Jam


Capítulo 11
Capítulo 11 - Game Over


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais um capítulo!



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House achava que até o outro lado da ilha podia escutar o ronco de Wilson. Em certo ponto talvez fosse bom, pois os animais selvagens podiam confundi-lo com um urso e manter distância deles.

Ele estava deitado entre Cuddy e Wilson. Os dois já dormiam profundamente.

“Se for meningite, esse pode ser um dos nossos últimos sonos.” Pensou House.

Ele virou-se para o lado. Ainda estava muito escuro, mas ele podia sentir e ouvir o Wilson do seu lado.

Ele estendeu a mão e deu um tapa em seja lá que parte do corpo de seu amigo fosse, fazendo-o acordar.

“Ahm? O que?” Murmurou Wilson.

“Preciso falar com você...” Sussurrou House.

“Quem...?” Wilson ainda estava tonto e desnorteado.

“Sou eu. A sua mamãe.” Sussurrou House. “Siga a minha voz...”

House levantou delicadamente para não acordar a Cuddy. Lembrava-se muito bem da promessa que tinha feito á ela, mas precisava quebrá-la por alguns minutos. Uns minutos que, com sorte, ela nem notaria.

Os dois foram tropeçando e tateando as árvores até chegarem á areia da praia, onde puderam finalmente enxergar alguma coisa.

“House...” Murmurou Wilson sonolento.

“Ficou desapontado por eu não ser a sua mãe?” Perguntou ele.

“Fala logo o que você quer...” Wilson esfregou os olhos para poder enxergar mais nitidamente.

“Você tem meningite.” Falou House.

“Ah, obrigado.” Disse Wilson. “E você tem um tumor cerebral. Posso voltar a dormir agora?”

“É sério.” Falou House, dessa vez sem sorrir.

“Está certo... E você descobriu milagrosamente que eu tenho meningite no meio da madrugada.”

“Sim.” Concordou House.

“Você pirou de vez.” Falou Wilson. “EU vou voltar para dormir.”

“O que acha que aconteceu com eles?” Perguntou House.

Wilson virou-se e viu que ele estava apontando para os corpos ainda deitados na areia.

“Ahm... Morreram?” Sugeriu Wilson.

“Foi meningite.” Falou House.

“House... Você viu uma marca, ou uma mancha no corpo do cara e supôs que ele tem meningite? Isso não tem o mínimo sentido.”

“Meningite meningocócica.” Explicou House. “Pode ser contraída pela inalação de ar contaminado. É provocada por uma bactéria.”

“Eu sei disso. Mas e daí?” Questionou Wilson. “Acha que o cara tem meningite só porque tem uma mancha?”

“Hematomas.” Corrigiu House. “E na verdade, eu estava errado. Ele ficou assim porque sofreu um acidente de avião, e não por alergia.”

“Então, de onde tirou meningite?” Perguntou Wilson.

“Simples.” Falou House pronto para explicar. “Tudo começou com ele.”

House apontou para o piloto, e Wilson franziu o cenho. Não via como isso fazia algum sentido, mas já que estava acordado, esperava a explicação.

“Um piloto de avião ganha em média 2 mil dólares.” Explicou House. “E, além disso, tem que estar disposto a enfrentar qualquer horário de voou. Deve ter contraído a doença e nem sequer notou, já que de início só tinha algumas dores de cabeça e dores no corpo. Por azar o amigo dele, que estava completamente saudável, viaja em uma cabine fechada. O que significa que inalava constantemente o ar contaminado.”

“Explicaria a convulsão, mas e daí?” Questionou Wilson.

“E se o que foi um desmaio, não fosse bem um desmaio?” Perguntou House.

“O que quer dizer com isso?” Wilson não estava entendendo.

“Pacientes com meningite tem desmaios sim.” Explicou House. “Mas não acho que seja o caso dele, já que a doença não estava em estágios avançados.”

“Então porque desmaiou?” Perguntou novamente.

“Preste atenção!” Falou House. “Se chama apnéia do sono. O paciente cai no sono e tem começa a ter falta de ar. Depois de alguns minutos perde a consciência, mas não por causa dos desmaios provocados pela doença, e sim pela falta de ar provocada pela doença.”

“Uhm... Acho que explicaria as manchas roxas.” Disse Wilson pensativo.

“São hematomas.” Falou House.

“Não! E se...” Sugeriu ele. “E se o sangue dele escapasse para a espessura da pele? Poderia ser causado pela meningite também.”

House parou para olhar novamente as manchas. Não tinha certeza dessa vez... Wilson até que podia ter razão.

“Mas então?” Perguntou Wilson.

“Então o que?” Disse House distraído.

“Tem certeza que é isso? Não... Não pode ser outra coisa?” Quis saber Wilson.

“Tenho sim.” Falou House.

“Então o que está dizendo é que vamos todos morrer?” Perguntou uma voz atrás de Wilson, e eles viram que era a Cuddy.

Sua expressão não estava mais como há alguns minutos atrás. Ela parecia muito séria, e profissional. Tinha voltado a ser a Direto Cuddy do PPTH.

“Cuddy...” Murmurou House.

Ele não queria que a Cuddy ouvisse isso. Sabia o como ela estava abalada com tudo isso, e a última coisa que queria é ver sua expressão ao saber que todos iriam morrer naquele fim de mundo.

“Não.” Falou ela com firmeza. “Eu quero saber disso.”

Ela apontou para os corpos, e House pode ver que um pouco de terror passou por seus olhos, mas sumiu rapidamente.

“Há quanto tempo você estava ouvindo?” Perguntou Wilson.

“O bastante para saber o que matou eles.” Disse Cuddy. “E o que ainda vai nos matar.”

“Isso... É o que eu acho.” Falou House.

“Como se você estivesse errado.” Falou Cuddy. “Todos os sintomas batem. A convulsão, as manchas na pele, a minha falta de ar...”

Ela baixou o rosto.

“Não.” Protestou House virando-se na direção dela. “Qualquer um pode ficar com falta de ar depois de ficar debaixo de um Sol infernal...”

“Principalmente alguém que fica em uma ilha deserta com dois caras com meningite.” Falou Cuddy. “Eu sei o que vai acontecer.”

Nada vai acontecer.” Disse House com um tom de voz firme e forte.

“Ah, jura? E como você sabe?” Perguntou Cuddy sem acreditar no que ele dizia.

“Eu... Nós vamos dar um jeito de...” House tentou explicar, mas ela não queria ouvir.

“Ah sim! Claro!” Exclamou ela. “Eu me esqueci de que você é um Deus!”

Eles ficaram em silêncio por alguns segundos.

“Você...” Falou Cuddy. “Você não pode mais fazer nada...”

“Cuddy...” Wilson tentou acalmá-la, mas não deu certo.

“Admitam.” Falou Cuddy. “Nós demos o nosso último diagnótico.”

Todos resolveram fitar o chão em silêncio. Silêncio que só era quebrado pelas ondas do mar.

No silêncio da noite, todos dormiam.

Tudo parecia tão calmo e tranqüilo. Até mesmo a natureza que tinha fritado a todos com um calor insuportável de manhã, tinha dado uma trégua e resolvido suavizar o ambiente com uma leve brisa.

Chase, Cameron e Kutner estavam na parte leste da ilha. Eles andaram por um tempo até ficarem cansados e acabarem deitando embaixo de uma árvore enorme.

Chase dormiu abraçado com a Cameron, e Kutner logo ao lado deles, mas simplesmente esparramado pelo chão.

Com Foreman, Taub e Treze não havia sido diferente. Eles andaram até chegarem ao extremo Oeste da ilha, e resolveram deitar em uma parte onde as árvores faziam uma boa sombra. Assim não precisariam se importar com o Sol, ao amanhecer.

É. Eles estavam mesmo em lugares diferentes. No Oeste, estavam perto do mar. E no Leste estava ainda no meio da mata. Mas uma coisa em comum aconteceu aos dois grupos.

No meio da madrugada, e ao mesmo tempo, uma mensagem foi transmitida á eles por meio do Walk-Talk. Uma mensagem que tornaria aquela noite calma e tranqüila, em uma noite de terror e preocupação.

“Atenção! Acordem!” Alertou a voz de Wilson pelo Wlak-Talk. Eles acordaram pensando: O que poderia ser á uma hora dessas? Afinal era madrugada ainda... “Nós confirmamos o quadro de meningite na tripulação. Infelizmente um pouco tarde demais... Já que todos nós entramos em contato direta ou indiretamente com os doentes... Puxa... O que quero dizer é que... Todos nós agora... Contraímos meningite.

Wilson terminou de falar, e todos eles... Mesmo estando á companhia de seus amigos, se sentiram extremamente sozinhos.


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Notas finais do capítulo

O que será que aguarda eles agora?

Saber do diagnóstico foi um choque para todos... Será que todos eles vão conseguir se salvar?

E quanto a Cuddy?

No próximo capítulo, talvez, vocês descubram...

Reviews são sempre bem-vindos!