"Eu sei que o que fiz foi grave. Sei que não devia ter te deixado sozinho daquele jeito na praia. Tive muito sangue frio, eu sei, mas eu não sabia como lidar com aquilo. Você era meu melhor amigo, e isso era difícil para mim.

"E se eu não gostasse de você? E se você ficasse incrivelmente chateado comigo e nunca mais me dirigisse a palavra? E se eu nunca mais te visse por causa do que acontecesse naquele dia? Preferi esperar, mas talvez demais.

"Você agora está namorando, eu sei. Sua mãe me contou que está saindo com uma japonesa, e acho isso super legal. Desejo sorte para vocês dois, e espero que algum dia eu possa voltar a bagunçar o seu cabelo como eu fazia.

"Agora quero explicar porque tive aquela reação.

"Meu querido, você me pegou desprevenida, de 'calças na mão', como diria minha mãe. É difícil você ver em um amigo um amante, e eu não via isso em você. Não tinha jeito de falar para você que eu não te amava sem soar como desprezo ou crueldade, então eu pirei. Fui para os Estados Unidos, cara, querendo distância de você, mas não de você precisamente, mas do assunto, da situação. Quando soube que você tinha quebrado a perna, vim correndo, mesmo sabendo que te encontraria machucado e magoado.

"Eu também te amo, meu amigo, mas somente assim. Espero que não me tenha por uma vilã, porque basta eu me ver assim.

"De sua amiga eterna,

"Íris"