Diário 2-do primeiro Amor E... escrita por Patrick Villela
Acordou de um sonho sem sonhos, ou com sonhos esquecidos, para uma realidade escura e silenciosa.
Era de madrugada, por volta das 2:00. Você levantou e se direcionou à cozinha, a fim de comer algo, saciar aquela fome repentina sempre que você acorda no meio da noite. Pegou aquele pedaço de torta maravilhoso que sobrara da noite anterior e comeu ali mesmo na mesa. Acabando de deliciar-se com o manjar dos deuses, tomou um copo d'água e voltou para o quarto.
Chegando perto da porta, ouve um barulho estranho. Parece o estrado da cama rangendo com o peso de alguém subindo nela. Você se assusta, pega o objeto mais próximo de você e o segura ameaçadoramente ao avançar pelo corredor. Ao passar pelo portal do quarto, você vê talvez o que menos queria naquele momento.
Íris.
Você baixa a guarda do que-quer-que-seja que você estava segurando e começa a se perguntar como ela teria entrado e sentado em sua cama.
- Não se preocupe, meu querido. Tudo está bem agora.
"Meu querido", "Tudo está bem"? Como assim? O que é isso?
- O que é isso, Íris? Como entrou aqui? O que quer dizer com "está tudo bem"?
- Não, vê, querido. Eu estou em sua cama, você aí, em pé, sem dor alguma nas pernas. Você está curado e com a garota de seus sonhos com você.
Tudo muito confuso para o seu gosto, e para o meu também.
- Garota dos meus sonhos? Você não é a garota dos meus sonhos. Você foi quem acabou comigo. - nunca teria coragem de dizer isso - Eu estou com Yasashii agora, e nada que você faça pode mudar isso.
Ela não esboçou reação, exceto por um duvidoso sorriso. Descruzou as pernas e, levantando-se lentamente, falou.
- Nem me tornar ela? - e, ao terminar, se transformou em Yasashii
Isso o assustou e o derrubou no chão sem a menor cerimônia. E, como de costume, ao cair você acordou.
A perna doendo como nunca.
Acordou desse sonho louco, suando como um maratonista. Algo a ver com o encontro de ontem não deixara você ter um repouso tranquilo. Na verdade, nem repouso houve, já que se sentia um lixo quando levantou a cabeça para olhar o relógio que, insolente, marcava suas 5:30 da manhã, como a rir da sua cara por você ter acordado tão cedo por nada.
"Pare com isso, está sendo ridículo", você dizia para si mesmo. Como pode você achar que o relógio estava tirando uma com a sua cara? Talvez fosse a paranoia causada pelo sonho que teve a pouco. Fez uma leve massagem na perna e virou-se para voltar a dormir.
Como previsto, não conseguiu. Revirou-se um pouco, mas por fim desistiu. Acendeu o abajur e pegou um livro que estava na cabeceira de sua cama. "Memórias de um Sargento de Milícias" estava gravado na capa. Naturalmente, o próprio título te deu sono e você conseguiu dormir, depois de, felizmente, devolver o livro à cabeceira.
Acordou horas depois, quando o relógio já marcava 13:30 e sua perna não mais doía. Ouvia murmúrios na sala e se perguntava quem estaria lá. Em pouco tempo, sua mãe entrava no quarto.
- Ah, que bom! Já acordou. Seus amigos estão aqui. Não quer vê-los?
Sua feição se confundiu com surpresa e tristeza, mas concordou que viessem até seu quarto. E assim entraram, dois minutos depois, Marcos, Gustavo e Fernando.
- Os outros não vieram porque foram no shopping fazer "sei lá o que".
- Tudo bem. Eu nem esperava que vocês viessem. Foi uma surpresa. - disse você, tentando não parecer desconfortável com a visita. Devo manifestar minha opinião de que suas habilidades sociais são terríveis.
- Bom, mesmo assim viemos - disse Gustavo
- Eu trouxe isso para você. - disse Marcos enquanto te entregava um embrulho
- Ah, cara, não precisava. O que é isso?
- É a matéria atrasada dos dias que você não foi. Achei que ia precisar.
- Mano, fala sério. Ele está com a perna quebrada e você faz um negócio desses? - perguntou indignado Gustavo
- Não, não, tudo bem. É até bom, assim eu não fico tão atrás. - não que você tenha realmente pensado dessa forma
- Eu, por outro lado, trouxe meu videogame para a gente jogar. - e então Gustavo tirou seu console da mochila
- E eu trouxe comida. - Fernando
Quando vocês começaram a arrumar o quarto para jogar o videogame, sua mãe falou que voltaria para a sala, estando disponível para ser chamada se necessário, e então saiu.
Sua tarde foi resumida a lanches, jogos e risadas. Marcos, apesar de muito preocupado com estudos, conseguiu se divertir bastante, mostrando para vocẽ que não é necessário ser um nerd chato para obter notas boas e se dar bem na vida. Basta estudar o suficiente para matar sua sede de conhecimento, que ela te leva até onde ela puder.
Quando o relógio marcou 18:00, todos já haviam ido, e você estava novamente sozinho com seus pensamento e suas lembranças. E, perigosamente, caiu no sono, desejando que nada de ruim acontecesse enquanto dormia.
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