A Arte escrita por Ryoko_chan


Capítulo 1
A arte




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“Você chama isso de arte?”

Foi essa frase que , proferida em alto e bom tom, chocou a todos Toreadores presentes no Grande Baile.

Como poderia um neófito como ele ser tão ousado? Será que seu senhor não lhe ensinara boas maneiras?

Embora alguns discordassem, a maioria dos Membros lá presentes admitiam que aquele quadro era magnífico: Suas cores foram tão bem escolhidas e seus detalhes tão bem colocados que parecia ser uma fotografia. O vermelho assemelhava-se com perfeição ao sangue fresco, dando a impressão de que acabara de cair na pintura; o corpo desnudo da dama retratada parecia ainda possuir os últimos momentos de calor antes de sua morte.

Como aquele, que era praticamente uma criança da noite, tivera coragem de falar com tanto desprezo de um quadro daqueles?

O que ele entendia de arte, afinal?

-Meu caro, -Arthur, o autor do quadro, um toreador ancilla que estava ascendendo muito em status ultimamente por suas belas pinturas, resolveu se manifestar. –Posso saber seu nome?

-Claro, chamo-me Jules Roderiquiz. –Ele respondeu sem se intimidar pelo olhar discreto, porém raivoso que aquele Membro lhe lançava. Ele não perderia a pose por nada.

-Então, Jules. Não gostastes do meu quadro? Achas que podes apresentar uma obra melhor?

Todos os outros membros prestavam atenção naquele embate, e apenas alguns cochichos eram ouvidos. Certamente todos os toreadores ali presentes teriam assunto por vários dias para comentar no elísio.

As harpias estavam especialmente animadas, ansiosas para ver qual seria o desfecho, afinal, seria muito chato uma festa sem pelo menos uma grande intriga que pudesse ser utilizada a seu favor.

-Claro que posso. –Respondeu confiante, com um sorriso debochado em sua bela boca.

-Então me mostre! –Desafiou irritado.

-Então me siga. -Disse mansamente, com a voz doce e encantadora, começando a andar.

Arthur o seguiu, assim como os olhares de todos.

Jules parou em frente a um grande espelho, apontou para seu próprio reflexo e disse:

-Isto sim que é uma obra de arte.

O choque daquele público foi grande. Alguns, mais velhos, comentavam a arrogância daquele tolo neófito.

Mas no fundo, todos tinham que concordar: Jules era de fato era uma obra de arte.

Nunca se vira vampiro tão belo. Seu corpo tinha as formas mais idealizadas do que qualquer escultura feita pelos maiores mestres que já existiram. O rosto perfeitamente simétrico possuía uma beleza andrógena e delicada. Os cabelos curtos, lisos e castanhos moldavam seu rosto com elegância. Seus olhos verdes eram como nobres esmeraldas e tinham o brilho típico dos olhos de uma criança da noite, que se encantava ao descobrir todas as maravilhas de sua maldição.

As mão, os dedos, as roupas, os gestos, a maneira de andar e falar –sua voz era mais encantadora e apaixonante que a de uma ninfa. Tudo nele era perfeito, e tinham que admitir:

Aquela sim era uma obra de arte.”

Enquanto Jules ganhava a atenção e admiração de todos, seu senhor apenas sorria em um canto, com um cálice de sangue nas mãos.

Afinal, se Jules era uma obra de arte, ele era o artista.


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Notas finais do capítulo

Notas das Autora:
Ai, meus lindos toreadores mostrando sua parte mais fútil *desmaia*
Pequena crônica, só para mostrar um pouco da relação deles com a arte (e com as fofocas).
Eu imagino que isso deve acontecer que só nos bailes, mas não abertamente como o Jules fez... No final, o Jules ganhou um monte de prestígio com sua ousadia ._.
Esperto...