O Cisne Branco escrita por anonimen_pisate


Capítulo 32
Capítulo 32




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P.D.V – Hellena di Fontana

Não acredito que isso aconteceu de NOVO! SACOO!

Era como se Jane usasse o poder dela em mim, o mesmo poder que não fazia efeito em minha mente.

Nunca gostei da minha vida do jeito que era, mas agora, eu desejava nunca ter conhecido a parte sobrenatural do mundo em que eu viva.

Lagrimas quentes desciam de meus olhos enquanto eu abria espaço entre as pessoas com empurrões.

Consegui chegar a dez metros do portão, quando Alec me segurou e me puxou para um beco. Segurou meu rosto enquanto eu me debatia e gritava para ele me soltar.

-Pare! Me solta! Socorro... – ele abafou meus gritos com sua mão.

-Hellena me escuta! Hellena! – segurou meus ombros.

-Eu não quero saber Alec! – minha voz saiu abafada por sua mão.

-Hell... Me escute, eu falei a verdade sempre! Eu te amo. Estamos ligados pelo nosso sangue. – eu não queria ouvir, mas eu realmente conseguia sentir ele dentro de mim.

-Não Alec... – disse calma. – Você mentiu para mim sempre.

-Eu... Eu te amo Hellena. Haja o que houver eu amarei você ate o dia da minha morte. – cantou minha musica favorita. Suspirei soltando as mãos dele dos meus ombros.

-Acontece Alec, que você nunca vai morrer. – eu me sentia tão controlada, algo que eu nunca fora. – Não podemos mais ficar juntos.

-Não pode desistir de tudo agora!

-Eu não desisti de tudo, desisti de você. – eu quase podia sentir a tristeza em seus olhos, o desapontamento estampado em sua face perfeita.

-Mas Hellena... – ele gaguejou. – Deixe-me pelo menos levar você para Verona. – parecia quase suplicar.

-Vou pegar um taxi.

-Vai sair muito caro.

-Não importa. – disse de olhos baixos.

Sai do beco e fui em direção da entrada da cidade, dessa vez Alec não me segurou. Dei uma ultima olhada para trás, e consegui ver de relance ele parado nas sombras, me olhando, e por um minuto pensei ver uma lagrima escorrer de seus olhos, mas esse minuto desapareceu quando uma pessoa interrompeu minha visão.

Quando ela saiu, ele não estava mais lá.

Fiquei parada na calçada encarando o nada onde ele estivera. Meus olhos arderam fortemente. Fiz sinal para um taxi parar, mas quem ficou na minha frente foi um porsche amarelo.

O vidro completamente negro desceu, e uma mulher baixinha e de cabelos arrepiados sorriu para mim de dentro de veiculo.

-Ola Hellena, quer carona?

-Não posso... – murmurei.

-Um taxi ate Verona vai sair muito caro. – balançou a cabeça.

Funguei olhando em volta, me dando por vencida. Abri a porta do carona e me sentei no estofado de couro cheiroso.

Alice começou a dirigir em alta velocidade, sem nunca diminuir.

Respeitou-me e não perguntou nada.

Quando o silencio começou a me irritar, finalmente falei.

-Obrigada...

-Não foi nada querida. É dançarina mesmo?

-Sim... Faço a faculdade de dança de Verona. – funguei. Alice me ofereceu um lenço de papel. Passei por meus olhos molhados. O que eu mais precisava agora era conversar, mesmo sabendo que era segredo e que ninguém podia saber de mim e de Alec, ela me passava uma confiança extrema.

-Eu adorava você. – resfoleguei

-Adorava, não adora mais? - falou divertida.

-Gosto, gosto sim. Achava você mais bonita que Rosalie.

-Não deve achar mais agora que nos conheceu.

-Continuou achando você perfeita. – suspirei me lembrando que dois dias atrás foi natal. – O que faziam aqui no natal?

-Problemas...  – apertou o volante. – Uma guerra esta quase para explodir entre o mundo imortal. As espécies estão se unindo para criar reforços, mesmo não gostando da forma de vida dos Volturi, e com tudo que eles nos fizeram, temos de ficar unidos.

-Guerra? As súcubo tem algo haver com isso?

-Não sabemos muito bem quem são os culpados, mas algo esta acontecendo, conseguimos sentir a tensão no ar. – entendia o que ela dizia, eu também sentia algo estranho no ar às vezes.

Encostei a cabeça no banco e fechei os olhos.

Uma nevoa tomou conta do carro, e Alice não estava mais lá, apenas eu e o nada.

Estava em uma floresta nevoenta. Uma clareira se abria onde eu estava. Vultos se esgueiravam entre as arvores. Um deles, uma mulher, se aproximou de mim e tocou meu rosto com sua mão transparente.

Me encolhi com o medo do seu toque fantasmagórico, eu não conseguia ver o rosto de quem me tocava, os olhos dela eram buracos vazios.

-Nos salve... Nos salve... – todos murmuravam como um canto, uma prece. Vieram para cima de mim. O ar falto dentro do meu peito, eu sentia o calor do meu corpo ir se esvaindo a cada fantasma que me tocava, como se tirassem de mim minha vida.

Eu gritei, grite e mandei que fossem embora, que me deixassem em paz.

Acordei sobressaltada e suando.

-Hellena! Chegamos! – Alice gritou em meus ouvidos. Abri os olhos ofegando. Passei a mão por meus cabelos.

-O que houve?

-Você estava sonhando.

-Sonhando... – murmurei me jogando no banco.

-Chegamos em Verona, pode me dizer onde mora? – fiz que sim e lhe dei as coordenadas ate minha republica. Chegamos e eu praticamente saltei do carro, como se meus pesadelos viessem de lá. – Ficara bem?

-Vou... E obrigada Alice, te devo muito.

-Não foi nada, estou aqui para ajudar. E fiquei curiosa, não conseguia ver nada do seu futuro. Ou ele é incerto demais, ou você tem um bloqueio para dons vampiros. – acenou sorrindo.

Subi as escadas correndo e dei um tchau da porta. Entrei indo embora do mundo sobrenatural, e voltando para meu mundo humano e comum.

-Hellena! Onde estava! – Blake e Quenn surgiram da sala.

Não disse nada, apenas me agarrei ao abraço delas, e chorei como uma criança. Não faço idéia do que aconteceu depois, mas acordei no dia seguinte em minha cama, e nunca havia me sentido tão mal em toda a minha vida.

Blake surgiu com um copo de chá na mão.

-Odeio chá... – balbuciei.

-Te fará bem. – se sentou ao meu lado. – Onde esteve nessas ultimas vinte e quatro horas? Perdeu nossa ceia. – falou, mas não parecia não se importar muito de ter desperdiçado comida.

-Um amigo sofreu um acidente...

-Alec? – perguntou solicita.

-Sim... – apertei minhas mãos por cima do lençol. – Tive que levar-lo ao hospital, e coisas aconteceram... – prensei os lábios sentindo lagrimas começarem a pontilhar meus olhos.

Como se tudo já não estivesse ruim o suficiente, eu ainda tinha que mentir para elas. É para protegê-las. Me repreendi, mas Alec pensara o mesmo quando mentiu para mim...

Balancei a cabeça, não era a mesma coisa.

-O que houve? – passou a mão por meus cabelos.

-Terminamos Blake, e dessa vez de verdade... – falei daquele jeito de quem chora. Minha amiga me abraçou.

Fiquei abraçada a minha irmã durante muito tempo, Blake sempre fora tudo para mim, irmã, mãe, amiga, minha consciência. Eu sabia que sempre que precisasse de algo, ela estaria lá, com seus olhos azuis, seus cabelos loiros perfeitos, e seus blusões verdes.

Separei-me dela fungando.

-Tenho um presente para você. – levantei da cama e me enrolei em um roupão. Fui ate meu armário e tirei um colar com um pingente em forma de rosa, era bem pequeno e delicado, feito de cobre.

Pedrinhas verdes formavam as delicadas pétalas.

-Não é uma jóia de verdade, as pedras são gemas semipreciosas, e rosas com pétalas verdes são meio estranhas, mas... – ela me interrompeu, sufocando-me em um abraço.

-É lindo Hell... Adoro verde!

-É... Eu sei. – ri. – Tem um para Quenn também. – mostrei a forma de um pássaro folheado à prata com cristaizinhos transparentes.

-Você tem o dom de entender as pessoas Hell... – Blake sorriu quando Quenn chegou. Ela segurava um pacotinho bem feito nas mãos, me estendeu rindo.

-Feliz quase natal.

Peguei o presente e desfiz o embrulho com cuidado, sem querer estragá-lo. Um pacotinho de veludo escuro circundava um colar com cuidado. Hum... pelo visto teríamos o natal dos colares.

-Que pena que Hopp e Georgie não estão aqui. – elas concordaram.

Segurei a corrente de prata e puxei o colar para fora do embrulho. O pingente dele era um objeto que me lembrava uma gota, de opala.

Ao ver a opala, meu coração se apertou, ate porque combinava totalmente com o anel que Alec me dera.

-É lindo... – balbuciei tentando conter as lágrimas. Olhei para elas, e percebi que usavam colares iguais ao meu, o de Blake era verde e o de Quenn de um azul gelo. – Acho que acertei nas cores não é?

Torci meus lábios, e comecei a chorar.

-Vai ficar tudo bem Hell... Acredite em mim... Ficara.

Debrucei-me nos braços de Blake e Quenn. Nunca tinha reparado como os cabelos delas tinham cheiros bons e distintos.

-Minha duas loiras! – eu ri entre lagrimas.

-Nossa única morena... além de Georgina é claro. – Quenn disse de seu jeito divertido e suave. – E afinal, o cabelo de Hoppe é que cor? Loiro é que não é.

-O cabelo dela é branco. – Blake fez uma careta.

-Ela é albina?

Levantei da cama e fui olhar a janela, enquanto as duas discutiam tons de cabelo. Cruzei os braços e me aproximei da janela, afastei a cortina o suficiente para ver-lo parado lá em baixo.

Seus olhos estavam mais escuros que o normal.

Fechei as cortinas com agressividade, praguejando baixinho. Elas nem me notaram e continuavam aquela conversa supérflua.

-Vai ser como se você nunca tivesse existido Alec... – murmurei tentando imitar aquela frase do filme Lua Nova, não sabia muito bem se tinha no livro, ah mais isso não importa. – Nunca existido...

-O que? – Quenn perguntou.

-Nada... Eu disse que tenho que comprar um vestido.

-Quando você for tem que me levar. – piscou.

-Pode deixar. – sorri de boca fechada e sai do quarto.

Nunca... Ah, ta!


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