Carta escrita por Uru Take-hime


Capítulo 1
Uma Carta Para Raito


Notas iniciais do capítulo

Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! Uru Take-hime na area um one-shot do Death Note!

Bem... Já fazia um bom tempo que eu queria fazer uma historia desse casal maravilhoso: Raito x L. Como boa fã de Yaoi eu sou, nao podia deixar eles faltarem... X3

Minha primeira fick de Death Note... Quem sabe nao venham outras por ai?

Sem mais delongas: Boa Leitura!



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Mais um dia comum e rotineiro em minha vida... Estou indo para a escola, como faço todo o santo dia e só estudo. Sou o garoto mais inteligente da escola! Minha família tem muito orgulho de mim e eu também me sinto bem por ser tão bom nisso.

Mas, às vezes me canso da vida... Embora eu seja muito jovem pra falar algo assim. Estou na terceira serie de uma escola do fundamental... Tenho apenas 9 anos de idade, mas mesmo assim me canso da vida... Ou quem sabe seja da rotina? Nada de novo acontece...

Entrei na escola e enquanto caminhava pelos corredores, percebi que os outros alunos começavam a olhar pra mim de modo estranho e cochichavam algumas coisas. Eu não entendi o porquê daquilo, afinal eu não tinha feito nada de errado... O que é que eles estão olhando?

Virei pra trás pra ver se tinha algo atrás de mim e encontrei um garotinho. Ele estava meio distante de mim, mas claramente me seguia e seus olhos negros e opacos me olhavam de um modo enigmático. Ele nem devia estar estudando... Não era dali! O que ele estava fazendo?

Andei mais um pouco e voltei a olhar pra trás. Ele me seguiu novamente e parou, ainda me olhando. Eu fiquei meio confuso, afinal eu não o conhecia e era dele que os outros alunos falavam, por ele ser tão estranho e por estar ali.

Fui rapidamente para a sala e torcia para que ele fosse embora. Alguma coisa não estava certa... Eu me arrepiava a olhar pra ele e sentia uma pontinha de medo nascer em mim.

 

...

 

Dias se passaram e agora minha vida e rotina mudaram de vez! Desde que aquele garotinho começou a me seguir... Ele não me deixava em paz! Me acompanhava na escola até a minha classe, ficava me observando durante o intervalo e eu só me livrava dele quando pega o ônibus pra ir pra casa.

Que coisa maluca... Os outros alunos começaram a ter medo do garoto e o apelidaram de “fantasminha”, pois ele tinha uma pele tão branca quanto à de um papel; os olhos negros eram opacos e sem vida; pequenas olheiras se formavam em baixo de seus olhos; tinha uma expressão seria e indescritível; e o pior: me seguia pra todo o lado como um encosto!

Eu tinha mais medo dele do que qualquer um... Mesmo que ele só me olhasse! Não fazia mais nada... Não se aproximava demais, nem ficava tão afastado. Não vinha até mim nenhuma vez pra falar se quer uma palavra. Eu só podia sentir seus olhos em mim... Observando-me incansavelmente.

Um dia, um dos alunos reclamou com a direção da escola sobre o “fantasminha” e prometeram fazer algo a respeito, afinal era um absurdo que um menino tão pequeno andasse sozinho pela escola e ainda assustando e atrapalhando os alunos.

Eu estava num corredor meio deserto... Só não estava sozinho por causa dele! Andava sempre alerta, caso ele acabasse fazendo algo e antes de chegar à sala, até que um sensei nos parou. Eu sabia que ele era um sensei de literatura do sexto ano.

 

- Yagami-kun... – ele me chamou gentilmente – Vá para a sala... Vou conversar com o outro menino.

 

Ele se referia ao “fantasminha”... Balancei a cabeça em afirmação e corri pra sala, apenas olhando pra trás e vi uma expressão triste no rosto do menino, enquanto ia andando com o sensei até uma sala.

 

...

 

Faz dois dias que ele não me segue. Ele vem até a escola, mas não vem atrás de mim... Ele vai pra uma sala, se encontrar com o sensei que nos barrou da ultima vez. Não sei o que ele faz com o sensei, mas ele nem olha mais em minha direção.

Não que eu esteja sentindo falta dele... De seus olhos negros intensos me observando tão arduamente. Nem sinto falta de sua companhia incessante pelos corredores... Nem sinto falta de sua presença... Se é assim, se não sinto falta dele... Por que não paro de olhar pra trás, na esperança de encontrá-lo?

Admito... Ele ficou me seguindo por tanto tempo que acabei me acostumando com ele! Com sua presença silenciosa e de seu olhar sobre mim. Eu achava que sentia medo dele... Mas percebo agora que ele faz falta! Por que ele conseguiu chamar a minha atenção, de um jeito ou de outro...

Os dias foram passando e ele vivia pela escola, sempre indo para a sala do sensei. Agora, eu fazia o papel de observador... Sempre quando via ele no corredor, parava imediatamente e ficava o observando. Ele não me notava e sempre corria pra sala.

Duas semana... E ele não me olha. Me sinto tão sozinho agora... Voltei à velha rotina de sempre. Perdi aquilo que me distraia, que chamava minha atenção... E eu nem sei o nome dele! Eu queria pelo menos saber o nome do “fantasminha” que me deu alguns momentos interessantes...

O corredor já está vazio, mas não quero entrar na sala de aula. Por mim, ficava aqui no corredor... Encolhido em um canto, esperando as horas passarem sem razão ou sem motivo. Nada fazia sentido agora e percebi que em meu peito havia um buraco...

 

- Yagami Raito-kun.

 

Uma voz rouca e imponente, mesmo sendo sutil, soou atrás de mim e me virei, encontrando o “fantasminha”... Ele estava me olhando de modo curioso e ele segurava um envelope nas mãos com todo o cuidado do mundo, esperando pacientemente que eu dissesse algo.

 

- Você... – começei, mas travei em seguida. Ele notou e preferiu falar.

- Isso é pra você, Yagami-kun... – ele me estendeu o envelope – Gomenasai por ter te perseguido e incomodado você aqueles dias. Pelo menos, agora você não precisa mais se preocupar com minha presença.

 

Eu peguei o envelope de sua mão e meu nome estava escrito de forma simples e cuidadosa nele. Ele suspirou e me deu as costas, saindo da escola... Eu não consegui falar nada para impedi-lo. Mesmo sendo mais velho que ele, ele parecia bem mais maduro e responsável do que eu...

O segundo sinal bateu, me despertando e fui correndo para sala de aula, parecendo ter recuperado um pouco de minha força de vontade. Sorte que os professores me adoram ou ia escutar um sermão enorme por ter me atrasado. Apenas me sentei na carteira e guardei a carta do “fantasminha”, decidindo ler depois.

 

...

 

Eu estava no pátio, na hora do intervalo e assim que terminei de comer meu lanche, peguei a carta em minha mochila. Não havia mexido nela desde que a recebi das mãos do “fantasminha”. Procurei o nome dele no envelope, mas só havia o meu escrito ali...

Abri a carta e puxei o papel que estava meio amassadinho e melado de doce... Acabei rindo por causa disso ao imaginar o “fantasminha” comendo um bolo enquanto escrevia, já que o papel estava melado de chantilly... Comecei a ler a carta:

Yagami Raito-kun

 

Espero que não tenha ficado bravo comigo por tê-lo seguido por um tempo... Eu só queria ficar perto de você.

Sabe, eu te vi primeiramente perto de uma loja de doces... Eu tava comprando bolo e você tava lá com sua mamãe, comprando doce também... Acho que por estar no meio de coisas que tanto gosto, eu acabei gostando de você também.

Por acaso, descobri onde você estudava e resolvi ir ao seu encontro pra poder falar com você e poder ser seu amiguinho... Ou algo mais, não sei... Mas não deu certo nee... Eu não conseguia me aproximar de você! Tinha medo de que me ignorasse... Ou me achasse esquisito como as outras crianças. Do mesmo jeito, você deve pensar assim de mim...

Sou mais novo que você... Tenho apenas seis aninhos, nee... Não sei se to contando certo, pois mamãe me ensinou a contar nos dedinhos e eu ainda não sou muito bom nisso...

Ah! O sensei me ajudou muito... Eu contei pra ele que eu te seguia por que gostava de você, nee... Ele disse que eu parecia um moranguinho contando isso pra ele e ele resolveu me ajudar. Pedi pra ele me ensinar a escrever! Mesmo eu ainda sendo pequenininho, eu queria te dizer o que eu sentia, de alguma forma... Ai pensei em escrever essa cartinha pra você!

Bem, de qualquer forma, o que eu queria te dizer esse tempo todo é: Gosto de você, Raito-kun! O sensei disse que isso se chama “amor”, mas como não sei se você sabe o que é isso, vou explicar o que eu sinto...

 Meu coraçãozinho disparava ou batia lentamente ao te ver... Minha garganta secava e eu sentia como se mil borboletinhas estivessem voando na minha barriguinha. Não conseguia prestar atenção em mais nada... Como se você fosse algum doce que eu adoro e que queria ter só pra mim.

Desculpe novamente por incomodá-lo e por fazer você ler isso se você não queria... Só queria que soubesse nee. Agora que aprendi a escrever, não vou voltar pra escola... Só daqui a um ano, quando eu me matricular.

 

Ass: L.”

 

Eu estava perplexo... Estava num estado que eu nem consigo descrever! Aquelas palavras... Escritas tão cuidadosamente e a letra de mão... Tão simples e tão profundas ao mesmo tempo... Me deixaram completamente atordoado.

Compreendi o que ele queria... Também sentia o coração bater loucamente no peito, mas me angustiava saber que não o veria mais... E que também me sentia incrivelmente emocionado por alguém já gostar de mim daquela maneira!

Corri para encontrar o sensei de literatura... Aquele que ensinou meu “fantasminha” a escrever... Queria saber de tudo! Queria encontrar “L”.

 

...

 

- Yagami-kun... – o sensei não parecia tão surpreso ao me ver naquele andar, que era exclusivo para os alunos do sexto ano – Achei que viria. Então ele já entregou a carta a você.

- Hai... – entrei e olhei para o sensei. Ele tinha uma expressão terna e carinhosa no rosto – Qual é o nome dele? Ele apenas assinou como L.

- Esse é o apelido dele. – respondeu, suspirando – Seu nome real é Ryuuzaki...

- Onde ele mora?

- Não sei, Yagami-kun... Eu apenas o ensinei a escrever. – explicou, sorrindo de modo doce.

- Eu quero vê-lo, sensei... O Julguei mal! Quero pedir desculpas... – comentei baixinho, angustiado.

- Sinto muito, Yagami-kun... Mas não sei onde ele está! Ele apenas agradeceu por tê-lo ajudado e disse que me veria de novo o ano que vem, quando ele se matricularia no primeiro ano...

 

Olhei para o chão, sentindo um aperto no peito... Queria ver L. novamente, de qualquer maneira. Mas não sabia onde ele estava... A onde encontrá-lo! Tudo o que eu tinha era sua carta de amor, melada de chantilly...

 

...

 

Caminhei lentamente até o parquinho, naquela manhã fria de inverno. Mamãe havia me deixado sair um pouco, já que estava preocupada comigo nos últimos dias... Eu estava triste e contei a ela sobre Ryuuzaki, mostrando até a carta do pequeno... Ela foi piedosa e me abraçou forte, dizendo que um dia o encontraria de novo.

Um dia... Que dia era esse? Eu precisava saber pra ficar em paz... Mas não queria que demorasse tanto. Será que eu só conseguiria vê-lo no ano seguinte, na escola?

Sentei no banco da pracinha, encostando minha cabeça no banco e fiquei admirando o céu... Acinzentado e branco como a pele de L. Não sentia vontade de fazer nada... Já havia lido aquela carta incontáveis vezes, mas eu nunca me cansava. Nem do cheiro de chantilly que envolvia o papel...

 

- Moço, me dá aquele pedaço de bolo?

 

Senti um tremor percorrer o meu corpo ao ouvir a voz... Imediatamente me endireitei no banco e olhei ao redor, buscando o dono daquela voz única que, embora eu tenha ouvido apenas uma vez, estava gravada em minha mente...

Lá estava ele... Em frente a uma pequena barraquinha de doces que tinha ali no meio da praça. Seus olhos brilhavam ao contemplar aquele pedaço de bolo e sorria de modo tranqüilo, levemente ansioso para poder provar de seu doce favorito.

Não pensei muito, apenas sai correndo em sua direção. Quando ele notou minha presença, eu já o tinha em meus braços, o abraçando com força. Percebi que ele corou e eu sorri, contente por finalmente encontrá-lo...

 

- R-raito-kun... – ele gaguejou ao me chamar e eu afrouxei o abraço – O que está fazendo aqui?

- Eu moro aqui perto... – respondi rapidamente, examinando seu rosto. Estava com saudade daqueles traços suaves e sérios – E você?

- Mamãe trabalha aqui perto e deixou que eu viesse comprar bolo! – respondeu com alegria, sorrindo largo – Eu amo bolo...

- Percebi pela sua carta... Tava melada de chantilly.

- Gomen nee... – ele abaixou o rosto, constrangido – Eu tava comendo bolo enquanto escrevia, só que acabou caindo no papel! Eu tentei limpar...

- Não precisa se desculpar... – eu acariciei sua bochecha e ele ficou mais vermelho – Queria te ver.

- Por quê? – ele tombou a cabeça de lado, em sinal de duvida – Eu te incomodei tanto...

- No inicio, sim... Mas depois percebi que você me fazia falta! – os olhinhos dele brilharam mais e eu sorri – Eu gostei muito de sua carta... Li varias vezes! Fiquei tão feliz em saber que gostava de mim, L-kun...

- Isso... É sério, Raito-kun? – ele fez um bico fofo.

- Hai... Tanto que fiz isso pra retribuir.

 

Acho que o destino me fez colocar aquele papel no bolso... Já havia feito poema a um tempo, depois que li a carta dele e tinha a intenção de entregar pra ele. Coloquei um pequeno pedaço de papel em suas mãozinhas e segurei seu bolo, esperando ele ler. Ele abriu a carta e começou a ler:

 

Ele começou a me seguir

Um dia após o outro

 

Tive medo, tive receio

E nem notava que meus sentimentos mudavam

 

Ao sensei você se aliou

Me presenteou e se esforçou

O meu melhor presente foi sua carta de amor

 

L sorriu de modo grandioso e me olhou de modo encantado. Ele havia notado a frase ocultada em cada uma das primeiras letras de cada frase... Meus sentimentos escondidos e só aqueles que observavam bem poderiam descobriu. Uma coisa que eu gostava de fazer era colocar frases ocultas dentro de outras...

Estendi o prato de bolo pra ele, mas ele negou com a cabeça, afastando o doce e me abraçou fortemente. Eu retribui e comecei a ficar sem jeito com meus pensamentos... Eu nunca namorei e era claro que L. também não... Mas eu queria fazer uma coisa que sempre vi os casais fazerem.

Seguirei o rosto do menor com uma das mãos e com muita delicadeza, pousei meus lábios sobre os dele, o beijando de forma pura e inocente, com a mesma essência que nosso amor.


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Notas finais do capítulo

Ai! *w* Eu achei tao funitinho fazer os dois com essa idade... Criançinhas... Ainda mais o L. que ficou uma graçinha! o/ Eu quero um L. fofinho desse jeito pra mim! E se ele vier com o Raito de brinde, melhor ainda. ¬_¬

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