- Sua mãe deve estar realmente louca com você. - Eu falei, enquanto o carro se esgueirava pela rodovia.

- Ela é naturalmente louca, então não vou ter problemas com isso. - Ele me respondeu sorrindo e eu olhei as luzes de Nova York pela janela. 

- Então... - Comecei a falar, torcendo para que a coragem não parasse no meio das palavras. - Está pensando em... em... bem... em contar para sua mãe que... que dizer... 

- Que nós transamos? - Ele pediu com delicadeza, embora eu percebsse que ele segurava o riso.

- É. Quer dizer, a intercâmbista e o filho mais velho da mãe temporária. Podiam fazer um filme com isso. -  Ele gargalhou, parando na frente da casa.

- Acho que podemos sobreviver. Talvez sem um olho, ou uma perna. Ah, e meu pai provavelmente vai arrancar um dos nosso braços, mas podemos viver só com o tronco e a cabeça. - Arregalei os olhos e ele sorriu. - Estou brincando. Vamos, saia do carro. - Abri a porta, com as pernas trêmulas. Eu podia ser deportada. Mas todo aquele medo sumiu no momento em que ele pegou minha mão e começou a andar em direção a porta. Evelyn abriu a porta, dois segundos depois que tocamos a campainha, abraçando o filho, e sequer percebendo as nossas mãos dadas.

- Desnaturado! Quase matou sua mãe de preocupação. Achei que tinha sequestrado Blair e que eu teria que explicar tudo para a policia brasileira! - Ela gritou me fazendo rir.

- Obrigado pela confiança mamãe. Podemos entrar agora? Tenho que contar uma coisa para a senhora e para o papai. - Evelyn franziu o cenho.

- Tudo bem, então. Vamos, vou preparar um chocolate quente. - Limpei meus sapatos e me sentei no sofá, ao lado de Chuck, enquanto minha "mãe"  servia chocolate quente, borbulhante. - Então... - Ela começou, enquanto Bart descia as escadas de dois em dois degraus e ficava de pé, ao lado Evelyn. - O que vocês queriam falar? - Chuck me olhou, hesitante por um momento, mas sorriu logo depois.

- Eu queria comunicar que... Blair e eu... nós estamos namorando. - Ele disse, e eu parei para mirar os olhos de espanto dos meu pais-temporários-e-quase-sogros.