Otou-sama vinha em nossa direção com minha irmã recém nascida em seu colo, um sorriso estampado em seu rosto, mas com tristeza em seus olhos, mas mesmo assim sorrindo. Tão irônico.

Aquela pirralha era a causadora de tudo aquilo. Tremi ao pensar que teria que conviver com ela. Virei-me e fui para próximo de uma janela que lá tinha.

Otou-sama, que não estava mais com Rukia em seu colo, veio em minha direção com um olhar de pena.

– O que foi Byakuya? Por que não vai ver sua irmã?

– Otou-sama, por que você dá tanta atenção a ela, se foi ela que fez okaa-sama falecer?

– Por que você fala isso meu filho? – ele colocou sua mão em meu ombro e agachou-se para olhar diretamente em meus olhos - Por esse mesmo motivo que você deveria estar com sua irmã mais nova, ela não tem culpa de nada, e sua mãe faleceu dando sua vida a ela, então honre sua morte e cuide de sua irmã.

– Hm... – apenas abaixei a cabeça e fiquei olhando para os meus pés, o que iria responder?

– Venha Byakuya – Otou-sama pegou minha mão e me levou até minha tia que carregava Rukia, ela me deu um sorriso travesso, como se fosse falar merda.

– Não quer pega-la em seu colo Byakuya-bo? – olhei para ela com raiva, ela realmente precisava me provocar em um momento desses?

– Cala boca Bakeneko, e não, não quero.

– Ooh, por que Byakuya-bo? Tem medo de quebrá-la? – Yoruichi falou já rindo.

– Tsk, quem tem medo? Passe-me logo ela – até parece que eu, Kuchiki Byakuya teria medo de pegar uma simples pirralha no colo.

– Não, não bya-chan, vai que burrice pega e você passa pra ela?

– Ught, se fosse assim ela já estaria bem retardada, afinal, está no seu colo, não concorda? – eu disse com um sorriso provocativo.

– Vejo que você está aprendendo a dar respostas, hm? – ela riu e logo me estendeu os braços, eu olhei para Ojii-sama que estava ao seu lado, ele apenas me deu um olhar me incentivando.

Peguei Rukia em meu colo e então percebi o que as palavras de Otou-sama realmente significavam.

Não teria como ela ter tido culpada pela morte de Okaa-sama, não sendo tão pequena e fraca, ela não merecia toda aquela raiva que eu estava sentindo. Senti-me culpado, como poderia ter sido tão idiota de ter sentido raiva dela?

Acariciei seu rosto com ternura, ela se parecia bastante com Okaa-sama, era realmente doloroso pensar nisso. Ela olhou para mim, seus olhos eram incrivelmente bonitos, violetas, ficavam mais bonitos ainda com aquele ar de fragilidade. Ela estendeu sua pequena mãozinha para mim e agarrou meu dedo mindinho com força. Dei um pequeno sorriso, ela era extremamente fofa. Olhei novamente para seus olhos, parecia que ela pedia proteção. Foi então que jurei que iria a proteger e que nunca deixaria que ninguém a tocasse ou a machucasse.