Fallen Angels escrita por NatalieCas


Capítulo 1
Even Angels Cry




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Capítulo 1 – Even Angels Cry

 

         POV, Hope (Ponto de Vista de Hope):

 

        Jasper - Alberta, Canadá

 

        Eu ainda me lembro.Era uma linda manhã de sábado, o sol brilhava refletido nas janelas vidradas prata de nossa casa branca, o que contrastava muito bem com os maravilhosos campos verdes e amarelos que a cercavam, com a vasta vegetação que abrangia vários espécimes de flores e árvores e principalmente com o incolor e imortal rio que nos separava de gigantescas e impotentes montanhas.Ainda me lembro do cheiro das flores e dos vastos campos, do som dos pássaros e das inquietas águas.Porém tudo foi arrancado de mim, como aquilo arrancara o coração do peito de minha mãe e meu pai, como os fizeram sentir a dor e a agonia da morte até o último segundo.Sim!Eu me lembro do cheiro da carne morta, do cheiro do sangue, da dor, da agonia.Lembro-me das lágrimas, do desconsolo, da tristeza ou depressão que senti.Hoje me recordo de quando odiei pela primeira vez, com apenas quinze anos meu mundo “perfeito” desabou.Depois daquele dia perdi meu chão, não tive mais colo, não tive para onde correr, não podia fugir então continuei.Não por mim, mas por Rose – minha irmã mais nova - atualmente agradeço a Deus por não ter desistido de viver.

        Bem, para entenderem melhor minha história vamos começar do príncipio.Quem sou? Meu nome é Hope Connor Meminger, sou uma canadense que nasceu em Jasper,  Alberta.Tinha quinze anos na época, minha família era caçadora.Meu pai era um médico - queria salvar vidas, por isso entrou no ramo.Nas horas livres gostava de ficar com a família ou ler um bom livro de qualquer gênero - me lembro vagamente de sua aparência, devia ser alto, possuia cabelos castanhos bem claros e olhos sonhadoramentes verdes claro, seu nome  nunca esquecerei, Lucas.Minha mãe era uma pianista aposentada aos trinta e oito anos - desistiu da carreira para viver sua história de amor ao lado de meu pai - ela devia ter uma estatura média, uns 1,68 m., seus cabelos eram louros bem claros e ainda me lembro muito bem de seus olhos azuis intensos, sempre dócil e calma, nunca nos repreendera sem razão.Sempre soube dizer não, ao contrário de meu pai que sempre fazia tudo para nos ver feliz, carregava o nome que ainda hoje ao pronunciá-lo posso sentir o vento batendo em meus cabelos e sussurando sua benção, Rosalie.Minha irmã Rose - a qual o nome havia sido em homenagem a minha mãe - na época uma garotinha de treze anos, tinha os cabelos louros amarelados com uma mecha rosa na franja esquerda, era mais baixa do que eu, seus olhos eram azuis esverdeados, sua pele alva como a neve.   Era muito alegre e extrovertida, tinha um jeito um pouco rebelde, nunca desobedeceu nossos pais, porém aprontava muito no colégio, nunca deu importância aos estudos, sempre preferindo curtir a vida intensamente. - nunca ultrapassando os limites de moralidade que nossa mãe havia nos ensinado.

        Eu tinha uma vida normal, cursava o 2º Grau, pois fui um ano mais cedo para a escola, tinha uma das melhores notas da sala, trabalhava como pequena-aprendiz em um hospital, tinha meus amigos, meus sonhos, minha fé. - mamãe sempre nos criara desde pequenas na igreja, lá aprendemos a orar e a confiar em Deus - Desde pequena aprendi vários tipos de lutas para saber me denfender, até treinava arco e flecha.

Assim eu esperava que continuasse até que me casasse ou até que morrese.Mas minhas expectativas não se cumpriram e tudo mudou.

        Estava voltando para casa de mais um dia normal, já chegava na porta de casa tranquilamente até ouvir uma discurssão, entro na casa, subo as escadas marrons em aspiral e pela porta, entreaberta, vejo meus pais, mantinham tons firmes, - como filha pude perceber que estavam amedontrados, afinal eu os conhecia muito bem -  havia também um outro homem que tinha uma voz mansa e ameaçadora.

 - Não faça mal à nossas filhas, elas não têm nada a ver com isso, deixe-as em paz! - Minha mãe se pronuncio corajosamente com uma lágrima nos olhos, estava de pé encarando o sujeito de olhos amarelos muito claros e sinistros, meu pai estava mais atrás, sua face era de seriedade e preocupação, percebi que ele tinha algo nas mãos.

 - Certo! Isso acaba aqui! - Meu pai aponta o que tinha nas mãos para a direção do sujeito, uma arma.Um modelo muito antigo que me lembrava as armas usadas por personagens de filmes de faroeste, não imagino como meu pai conseguira essa arma, o homem faz uma expressão de deboche, mas era visível seu medo, - bem pelo menos para mim - nesse instante minha irmã passa correndo por mim, e até hoje me culpo, eu deveria tê-la segurado, eu deveria ter empedido-a de alguma forma, deveria ter feito algo, ela entra na casa correndo e invade o quarto que antes se encontrava com a porta somente entreaberta.O homem desconhecido a vê e quando ela passa por ele sorrindo agarra-a, segurando-a ele sente-se tranquilo, como se tivesse um trunfo pronto a jogá-lo.Para mim tudo aquilo foi muito estranho, o que um sujeito que aparentava não ter nenhum objeto que oferecesse perigo à minha irmã poderia fazer? Enquanto meu pai estava com uma arma nas mãos, por mais velha e ultrapassada que parecesse.O que eu não sabia é que ele era um demônio e usando isso disse:

 – Afaste-se e me entregue a arma ou nunca mais verá sua filinha de novo! - Sorria  maliciosamente. – Eu vou amar cortá-la em pedaços e fazê-la gritar e chorar muito, até não restar um único suspiro, um único sinal de vida.Vou me divertir até o último intante. - Minha irmã aparentava estar com medo, meu coração já havia acelerado a muito tempo.Eu não podia ficar parada, mas devia.

 - Pare!!! - Grito tentando interceder, ao desviar o olhar para mim ele se distrai - sendo notada pela primeira vez naquele ambiente, sendo a primeira vez que um demônio olhou para mim - quando ele dirigiu o olhar à mim senti meu corpo gelar, seu olhar era muito frio, talvez mais que a Ántartida – e estranhamente senti que podia ver através dele.... como se pudesse decifrar sua alma, se é que aquilo ainda têm uma - aproveitando sua distração meu pai atira em seu braço obrigando-o a soltar minha irmã que corre para perto de minha mãe, várias cargas elétricas passavam pelo corpo daquela criatura fazendo-o cair, logo meu pai parte para cima da criatura - rolam no chão em uma séria briga que foi o começo do fim de meu pai para sempre, que mudou minha vida para sempre - minha mãe pega a estranha arma e seu celular, tratando de nos tirar rapidamente dali.

        Lágrimas e mais lágrimas escorriam em seu suave rosto, enquanto corria contra o tempo para nos proteger, falava com alguém no celular, descemos as escadas, fomos até a biblioteca da casa - não era muito grande, exibia algumas estantes com livros clássicos, modernos e informativos - mamãe nos levou até a estante perto da porta. - a mais antiga, todos eram livros sobre o sobrenatural com pentagramas em cada um, havia também um círculo com um pentagrama no teto, eu sempre achara aquele símbolo esquisito, mas nunca perguntara o quê era - Ela puxou um dos livros sobre vampiros, quase ninguém lia por causa das histórias sanguinárias e horríveis contidas neles, uma câmara se abriu.

 - Agora, quero que prestem atenção! - Enxugou as lágrimas em seu rosto e respirou fundo - Não quero que saiam daqui até o tio Bobby vir buscá-las, Ok? - Seu olhar aflito passava de minha irmã até mim, era um breve adeus, tão doloroso que senti minha boca amargar.

- Não importa o que ouvirem! - Ainda me recordo bem dela ter dito isso com lágrimas nos olhos - Eu amo vocês! - Aquelas palavras me quebraram por dentro, não acreditei naquele adeus, no fundo não queria acreditar.

 - Mamãe, você vai voltar não é ? - Rose perguntara a nossa mãe antes que ela fosse embora.

 – Eu vou voltar meu amor, eu prometo que sempre estarei com vocês. - Mamãe abraçou minha irmã bem forte, beijando o topo de sua cabeça e molhando seus cabelos com as lágrimas salgadas que ainda escorriam de seu rosto, estava pronta para ir quando desta vez eu a impesso.

 - Mamãe, eu te amo e ao papai também! - Ela me abraça fortemente, beijando minha testa e sussurando coisas como “Eu também amo vocês, minhas vidas”, me entregou a arma dizendo – Entregue-a à seu tio Bobby, ele vai saber o que fazer. - Se despede de novo de minha irmã e corre lá para cima, tudo que eu vejo depois é só escuridão, ouço gritos altos de dor, mas não pareciam ser do ser desconhecido, pareciam com as vozes de meus pais, eles pediam para que ele parasse, foi horrível.Senti como se ele estivesse arrancando o coração de meus pais para fora de seus corpos.Foram horas de agonia constante até Bobby chegar, e finalmente podermos ver a luz novamente.

Assim que a câmara se abriu, foi possível ver Bobby e sua esposa, minha irmã correu aos braços dela chorando, eu apenas fiquei paralizada, creio que apenas por segundos, pois de repente senti uma impulsão como se a adrenalina de meu corpo me guiasse, quando me dei por mim já subia as escadas sendo seguida por Bobby, as paredes estavam ensanguentadas, a casa praticamente destruída, os quartos encontravam-se com seus objetos na maioria destruídos e despedaçados.Procurava desesperadamente por sinais de vida de meus pais.Que tola, ainda tinha esperanças.

Eis que entrando em meu quarto, vejo a cena que jamais esqueci, minha mãe  em cima da cama coberta de sangue, em seus últimos suspiros, me aproximei dela e com a claridade que batia na janela consegui ver seu rosto, havia uma ferida aberta verticalmente meio para esquerda em sua testa, o azul de seus olhos se misturava com o vermelho de seu sangue, mas ela ainda sorria fracamente, parecia um anjo.

 – Mãe !? - Minha voz soou rouca – Filha...eu quero ...que fique com isso... - Ouvi sua doce voz em resposta, que neste momento era quase inexistente, abrindo sua mão esquerda que guardava a jóia mais linda que eu já havia visto -  um colar prata com um pingente em forma de lua feita de cristal azul – ela pronunciou suas últimas palavras – Lem...bre-se de sempre nos.... guardar em seu coração.... e nunca sentir..o..d..ío... – Ela faleceu semeando o bem como sempre fizera.Naquele momento uma lágrima caiu de meu rosto atingindo o corpo imóvel e já sem vida de minha mãe, em seguida outra e outra também caíram, parecia que nunca parariam de cair.Eu abracei Bobby, sabia que o vazio que acabara de se abrir no meu coração não se fecharia facilmente.O abraço foi mais um abrigo para toda a dor e nostalgia que estava sentindo, naquele momento meu chão sumiu, meu coração se fechou, e eu soube que “Até os anjos choram”.        


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