House Of Night: Sweet Darkness escrita por BrunaNagorski


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, capítulo 9.
Capitulo 10 e 11 já estão prontos, é só passar para o PC. E como agora estou de férias, estou escrevendo diariamente.
Divirtam-se. (:



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Ao longo do corredor organizado havia telas de quadros bem pintados, pendurados na parede revestida de madeira escura, iluminados pelos enormes lustres. Estava vazio e meus passos frenéticos e pesados contra o chão faziam eco.

Mirei meu olhar para o papel branco que estava segurando firmemente. Era meu horário amassado, e eu estava pessimamente atrasada para o meu primeiro horário, para meu primeiro dia de aula numa escola bizarra. Forcei meus olhos a ler o que estava impresso.

House of Night – Nova York City e Manhattan.

07 de novembro.

WANDA SELENE OS-DA-A-DA-NV-SE

Entrando como terceiranista.

1º período - Sociologia Vampirica 101. Sala 215. Prof. Katharine Soulcold.

2º período - Espanhol 101. Sala 316. Prof. Philip Leighton.

3º período - Drama. No centro de artes. Prof. Sarah Monson.

          ou

      Dança. Sala 412. Prof. Kristin Danner.

          ou

      Introdução a musica. Sala 414. Prof. Anne S. Jencks.

          ou

      Ciência da Computação. Sala 211. Prof. Derek Sheppard.

          ou

      Liderança eletivo e táticas. Sala 312. Prof. Richard Graham.

4º período – Combate. Ginásio. Prof. James D. Owen.

Pausa para o almoço.

5º período - Biologia 101. Na sala botânica. Prof. Molly Punnet.

Marcar dias para o 7º período: Preparação Corporal Vampirica na clareira, ou Baseball no campo esportivo, ou Grupo de Líderes de Torcida também no  campo esportivo.

Uh, nada mal. Poderia ser pior. Eu simplesmente fiquei mais nervosa depois de ler o horário. Eu teria de perguntar a alguém sobre o terceiro horário. E essa nota no final, sobre a ‘preparação corporal vampirica’ e tudo mais? Certo. Isso é bizarrice demais.

Se eu tivesse olhado para frente um segundo depois, eu teria rolado escada abaixo. Sim, escadas têm algo contra mim, particularmente. Desci correndo, claro que segurando no corrimão – todo mundo passa a mão (hehe, piadinha in fame pra alegrar) – e sai numa enorme sala cheia de pufes e almofadas, com um enorme sofá e uma ma-ra-vi-lho-sa TV de plasma pink, acompanhada de um home theater e um DVD. Num outro canto havia uma cozinha que estava com algumas caixas de cereais jogadas na mesa e louças para lavar na pia.

Depois da breve olhada, andei – ok, corri até a porta. Abri, e dei uma olhada. Outro belo corredor. Só que maior na largura. Andei e fechei a porta atrás de mim sem olhar para trás.

“Atrasada, mocinha?” Eu dei um pulo frenético para frente já me virando pra trás. Já estava sentindo meu coração na garganta, e minha boca secou. É óbvio que eu gritei. “Desculpe por te assustar.” Se eu não estivesse tão assustada, eu poderia jurar que eu vi um sorriso maroto no canto de uma boca – e, oh, maravilhoso. Ele era muito boom! “Sou o guardião do dormitório feminino.” Agora que minhas chances de ficar calma, pelo menos hoje, se foram. Quero dizer, um guardião delicioso estava parado na porta do dormitório feminino! Vampiros me chocam facilmente. Ele era bronzeado, e tinha um sotaque estrangeiro que não consegui identificar. Tinha olhos e cabelos escuros. Era alto e bombado – e muito! Traduzindo: Ele era TUDO!

“Hmm, yeah.” Falei meio que respondendo e concordando. “Err, eu sou... Wanda. Prazer.” E dei um apertado sorriso amarelo. Nunca fui boa nessas coisas de se conhecer e fazer amigos. Apesar de eu ter vários conhecidos no meu antigo colégio. Ele retribuiu o sorriso.

“Igualmente. Sou Thomas, mademoiselle.” Okay. Vamos lá, Wanda, que você consegue. Quem que fala assim? São os... Italianos? Aff, que tonga. Andei em direção ao papel branco que estava caído perto de Thomas, e então ele se abaixou e pegou o papel por mim.

“Oh, obrigada.” Agradeci.

“Por nada.” Disse. Ele estava meio perto de mais para minha sã consciência, então eu aproveitei para perguntar.

“Err, eu acho que você poderia me dizer onde que fica, ãh, a sala...” Dei uma olhada no horário, “a sala 215...!?”

“Ah, sim.” Ele aproximou seu rosto e, sussurrando, gesticulou com a mão. “Aqui você já vira à direita, e então à direita de novo. Você desce, e no fim você continua reto numa passarela que entra na floresta. No fim desta se encontra a praça de alimentação. Lá, você pega a outra passarela que fica no lado leste, e entra na primeira porta à esquerda. No salão, você continua reto, e quando você ver um quadro grande com dois cavaleiros de espadas lutando, você vira à direita, e então você sairá no salão principal deste andar. Suba a escada, vire à direita, e então no segundo corredor à esquerda e vá reto, até achar a sala. Ufa.” Ele sorriu. Agora foi a minha vez de retribuir.

Eu só não queria estar tão atrasada e ter ficado ali com Thomas.

Contra minha vontade, acenei um tchau e corri, seguindo o que ele havia informado.

Após virar a direita nas duas vezes, me deparei com uma enorme escada que descia em espiral. Sinceramente? Isso me lembrou da escola de bruxaria em Hogwarts. Tudo era idêntico. Por falar em bruxos, minha mãe sempre me contou sobre eles. Diz que eles existem, e tal, mas não são coisas ruins – tipo Harry Potter e sua cambada. É claro que sempre tem o Voldemort da vida, só que essa já é outra história.

Peguei o caminho da floresta, ou passarela, que seja, que era idêntica àquela que eu havia estado... Ontem.

 Na correria, me lembrei de uma história que mamãe havia contado.

“Vampiros, pode ser titia Jess?” Perguntou Sandra, uma garota que era só pele e osso, colega minha no primário. Ela estava estranhamente (nem assustador, é estranhamente mesmo) fantasiada de vampira. Todas as crianças estavam sentadas num sofá grande, que ficava em frente á poltrona antiga onde minha mãe estava.

Era a esperada noite do Halloween.

As fantasias eram de vários temas legais e bizarros: Um era a Múmia (na verdade uma pobre criança enrolada de papel higiênico), outro era o Frankstain, outra era uma princesa (?), e até Monstro do lago Ness tinha. Lembro-me de Lucas, que havia pegado o vestido caro e bonito de gala de sua mãe, cortando ali e aqui, para formar o diabo. Combinava, porque até atitudes de capeta o garoto tinha. Os chifrinhos que brilhavam no escuro eu lembro ter emprestado a ele.

Eu estava fantasiada de bruxinha.

Quem segurava a cesta que deveria voltar cheia de doces era eu. Ela estava enfeitada de papel crepom preto e com abóboras laranjas de EVA. Hmm, é claro que não pode faltar os morceguinhos.

Os “sim” e “yeah” foram gerais em concordância, e para alegria de todos, minha mãe concordou em contar a história.

“Tudo bem. Hmm, eu não tenho uma história sobre vampiros legal para contar, mas eu acho que posso contar sobre eles.” Ela olhou pra cada um dos rostinhos brilhantes e alertas e começou.

“Vampiros... Eles existem a muito, muuuito tempo. O pior é que existem até hoje. E podem estar em seu colégio, em sua família, e bem ao lado de vocês!” Todo mundo deu um gritinho e olhou para os lados. Minha mãe fez cara sóbria. “Vocês sabiam que eles não bebem só sangue? Yeah. Suco natural de limão?” Ela tomou o copo que estava em seu lado e deu um grande gole. “Eles bebem também! Mas só andam a noite. E... Atenção! Todos falam, todos recomendam: nunca mexa com eles. Eles podem entrar em suas casas sem mesmo você convidá-los. E ai, eles podem sugar, sugar, e sugar todo seu sangue até você...-” E se jogou no sofá, numa demonstração de morta. Todo mundo gritou.

Bem, nem todo mundo.

Ouvi uma risada histérica e só descobri que era minha quando todo mundo olhou com os olhos esbugalhados para mim. Até minha mãe ressuscitou pra me olhar como se eu fosse pirada.

Levantando do meu lugar, eu disse: “Haha, e então, vamos lá?”

Comecei a rir da lembrança. Poxa, eu não vi nenhum problema na minha risada a noite inteira, até os dias de hoje. Eu achei engraçado, assim como os outros tinham ficado com medo. Se assustar nunca foi meu forte, mas nesses dias parece que eu mesma estava provando o contrário.

Desci da passarela e tive sensação de já ter estado aqui. Estava agora numa grande praça de alimentação – quero dizer, super-hiper-mega-ultra-giga-master grande.

Havia várias mesinhas de piquenique espalhadas pela praça, e alguns bancos de madeira também. No centro havia um grande chafariz que jorrava água incansavelmente. A imagem de uma mulher nele vez minha mente falhar ao procurar a informação de eu já ter a conhecido.

Envolto ao chafariz havia luzes de neon verde, que já estavam começando a ficar mais fortes conforme ia escurecendo. Ao olhar pro céu acima de mim, notei que ele estava de um tom cinzento-azulado.

E aí o reconhecimento me atingiu. Era aqui que eu havia estado na última noite, correndo desesperadamente de um vampiro (creio eu que ele era um vampiro). Lembrei de ter ouvido som de água segundo antes de eu ter desmaiado.

Minha atenção foi imediatamente transferida para alguns adolescentes nada barulhentos que estavam começando a cruzar a ponte que passava por cima da praça. Conversavam alto e alegremente, e riam de suas próprias idiotices. Bem, me diz qual adolescente não ri ou não conversa tão alto que é até difícil de ouvir?

Não que eu não estivesse enxergando bem à noite – havia postes de luz (ó, luz) espalhados pela praça, do mesmo estilo antigo dos postes da passarela, fazendo essa praça parecer aqueles memoriais a Cristóvão Colombo ou a Napoleão Bonaparte -, mas não tinha percebido a presença de 3 garotas que estavam sentadas numa das mesinhas.

Okay, risque o que eu disse. Eram duas garotas e um cara.

Mas não é minha culpa se aqueles roqueiros estranhos que deixam crescer o cabelo, e usam lápis e delineadores pretos em volta dos olhos fazendo-os parecerem guaxinins assustadores – guaxinins me dão medo, sério. Deve ser algum tipo de trauma de infância. – me confundem. Eu poderia ficar aqui a noite inteira numerando as vezes que eu confundi meninos com garotas, ou aquelas emos-girl com emos-men e vice-versa, e que cara, eu prefiro não comentar mais nada.

Cruzei a praça em passos rápidos e largos, só para não correr na frente dos três, e subi a passarela que, infelizmente, dava na mesma passarela onde, no mínimo, uns 10 adolescentes pirados estavam andando – na verdade estavam mais pulando. De costas para eles, andei em direção a porta automática de vidro, como daqueles shoppings legais.

Uma voz feminina gritou atrás de mim, interrompendo o resto, “Hey, não é ela aquela Caloura nova?”

“Poxa, mas olha só. Nada mal para uma novata, hmm,” Dessa vez foi um cara. Os comentários no grupo foram gerais.

“Vincent, está insinuando que ela pode te dar mais do que eu te dei?” O mesmo timbre de voz da garota soou. Okay, isso é no-jen-to. Certo, não que seja nojento, mas, pô, existe lugares mais apropriados para se dizer isso. Você quer um exemplo? Vá a um quarto.

E aí o pessoal começou a gritar e assobiar, e meu, eu só quero não morrer por ter chegado atrasada na primeira aula. Andando mais rápido e tentando não pensar em porcaria com o comentário engraçadinho da moça (convivência com Lucas. Dá no que dá.), vi que faltava uns 3 metros pra eu sai dessa tortura – yeah, tortura de calouros. Mas então uma coisa realmente grande se enfiou na minha frente. Oh, um cavalo – ops, um cara do grupo. Eu olhei para o céu na minha esquerda e então para o chão, sem olhar para o rosto do indivíduo. O barulho atrás de mim cessou, e eu era a atenção do público mais uma vez. Ouvi o cara da minha frente arfar e dizer para a cambada que tinha parado atrás de mim. “Caraca! Ela é... é...”

“Boa?” Alguém chutou.

“Você está brincando,” Ele ridicularizou, “É uma delícia, tipo assim, morango e chocolate, é... perfeita, como uma deusa, cara...” Enquanto ele falava, ouviam-se alguns “ui” e “oh”. Aff. Resolvi abrir a boca pra dizer alguma coisa que prestasse. Tomei uma corrente de ar, e com os olhos abaixados, disse, “Será que você pode me dar licença? Eu estou atrasada.”

“A gente também está, gostosa.” Ah, não me diga? “Vamos fazer assim: Eu saio da tua frente agora, te levo a seu primeiro período, e você me encontra no campo esportivo as 4:30 PM, okay?” Não! Aff, cada coisa que me aparece.

Atrás de mim, alguém soltou um “só assim pra fazer alguém sair com ele”, e então outra pessoa corrigiu, “só assim pra fazer alguém transar com ele”, e riram.

Eu só não falei nada. Fiquei impacientemente esperando ele sair da minha frente. O sinal tocou. Ótimo. Achei legal que o sinal daqui bate como de um colégio normal. Imaginei que talvez fosse de um estilo terror, como a risada maléfica do Jason, ou até se fosse sinos normais, podia ficar mais macabro. Mas as coisas aqui são tão normais quanto o mundo lá fora.

Eu tentei de novo. “Eu tenho aula, com licença.” Mas ele não me deixava passar.

Sua mão direita voou para minha cintura.

“Aí, gata, vaamos...” Imediatamente dei um soco no braço dele, tirando da minha cintura. Ergui minha cabeça e olhei bem no fundo dos olhos dele e disse, distintamente.

“Você encosta... esta sua mão nojenta em mim de novo, e eu te quebro.” Ouvi os risos de deboche dos caras, e coisas como “cuidado com ela, cara”.

Só agora que olhei para o rosto dele pude ver o quanto ele era bonito. Os caras daqui usam algum tipo de sabonete que a Umbrella Corporation criou e que, ao invés de apresentar efeitos colaterais transformando-o em zumbi, apresenta efeitos deixando ele gostosão e tal? Não, sério mesmo. Se é que caras usam sabonete quando tomam banho. Espere, se eles tomam banho.

Olhos escuros, cabelos loiros arrepiados para cima com um gel fixador. Já disse que ele é grande? Já. Foi a primeira coisa que comentei do caval- err, enfim. Ele tinha tanto músculo que em outra oportunidade eu poderia pedir um tanto emprestado para o pobre Alec. Oooin, que saudade do meu nerd fofo... Bem. Voltando a realidade, este aqui usava uma regata branca, que, uii, que calor.

Ele riu um sorriso branco para os seres de outro planeta que estavam atrás de mim, como se eu não fosse capaz.

Com um sorriso torto e cheio de segundas intenções (e só digo uma coisa, ele é bão), ele impossivelmente se aproximou de mim, e como se já não estivesse perto de mais, agora ele já estava se esfregando em mim. Suas duas mãos foram à minha cintura, e foram subindo, subindo, por baixo de minha blusa. Os assobios voltaram.

E aí tudo foi rápido demais para um ser burro como o que estava em minha frente reagir.

Com meus dois pulsos magros e frágeis, eu bati nos grossos e maravilhosos – risca isso – pulsos dele, que já estavam chegando aos meus seios. A força do impacto jogou a mão dele para trás, e então os segurei, golpeando seu abdômen definido e... Gostoso - pronto, falei -, e enquanto ele se debatia e ia pra trás, eu enrosquei minhas pernas com as dele, deixando-as imóveis, e então me joguei em cima dele, fazendo-o cair.

Com ele no chão, fiquei de quatro em cima dele – oh, sem mentes sujas agora, por favor.

Me agachei, e no pé de seu ouvido, sussurrei, “Eu avisei,” levantei meu rosto, e vi a surpresa estampada no rostinho bonito dele.

Sai de cima dele, e agarrei minha bolsa que estava jogada atrás de mim. Neste momento, todos estavam rindo. Ok, todos estavam dando gargalhadas, e as garotas debochando. Menos uma. Ela estava na frente de todos, com seus braços claros cruzados e com uma cara séria e irritada. E aí a ficha caiu. Ela era minha irritante colega de quarto! Okay, a pessoa precisa ser internada.

Com uma última olhada à cambada e para o grandalhão caído no chão, deixei o ar fresco quando eu passei pela porta de vidro que dava num pequeno “hall”.

Só que teve uma coisa que eu vi e que não deixei despercebido. Por mais que estivesse nas sombras, no lugar sem iluminação, perto das árvores, sabia que era uma pessoa, que estava parada lá, apenas observando. Não me deu medo. Deu vergonha. Como eu disse, essa escola é normal. Os vampys que habitam aqui é que não são. Aff.

E então eu só corri, corri, corri... Só me foquei em uma coisa: Como será que meu professor reagiria meu atraso? Foi o que Marie tinha dito pelo telefone: Nunca era uma coisa legal se atrasar na aula de um vampiro.

O que eu tinha sentido na hora que ela havia dito, eu senti agora, só que 20x pior.

Depois de correr muito e passar por vários corredores bem bonitinhos que não prestei muita atenção, encontrei a bendita (amém!) sala 215. Levantei meu pulso, mas não bati na porta. Tinha que admitir, eu estava com vergonha. Mas pior que isso é eu estar com medo.

A porta se abriu, e como aqueles filmes de terror, a vampira de cabelos claros sorriu para mim, um sorriso mortal, concluí.


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