I Remember escrita por CanasOminous


Capítulo 7
Capítulo 7 - Nunca pare de sonhar.


Notas iniciais do capítulo

Yo pessoal! Estamos aqui com o último capítulo de I Remember! Se preparem para um pouquinho de ação, romance e muito drama! Ah pessoal... Eu criei essa fic no intuito de tentar me alegrar um pouco de uma época que pra mim estava muito difícil. Acho que tem gente que lembra das diversas One-Shots dramáticas que eu fiz, mas enfim, com o passar do tempo eu fui recebendo o carinho de cada leitor e o apoio de vocês para continuar em frente.

Como sempre, minhas fics sempre trazem uma mensagem no final para fazer o leitor pensar. O nome da música que aparece no começo é chamada Yesterday, da cantora Lasgo, caso alguém deseje dar uma olhada. Fiz esse capítulo com muito carinho e me esforcei bastante para tentar deixar a cena de ação bacana e de fácil entendimento, uma vez que sou terrível em descrever coisas do tipo. Espero que aproveitem bem e leiam o capítulo com calma. Obrigado por acompanharem até esse ponto!



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Capítulo 7 - Nunca pare de sonhar.

    Meu caro Steven, onde você está? Eu sinto tanto a sua falta, parece que já se passou tanto tempo desde que você partiu... Eu não vejo mudanças, acordo de manhã e me pergunto se a vida é realmente valiosa, porque sem você eu sinto um vazio incomparável.

    Mas prometi para ti que eu continuaria seguindo em frente, eu prometi que nunca desistiria, e é por você que eu encontro forças para completar meus objetivos.

Dirigindo meu carro, sentindo-me bem

As luzes da cidade brilham tanto, trazendo de volta minhas lembranças

Cenas daquela noite, em que eu te abraçava forte

Mas agora você esta tão distante, anos luz longe de mim

Às vezes eu sinto você aqui do meu lado,

você é uma parte de mim

Eu sinto que nessa noite você voltará pra mim

Eu lembro-me como dançávamos com as luzes

Lembro-me como se fosse ontem

Lembro-me do que eu senti quando abraçei você

Lembro-me como se fosse ontem.

    Por você eu segui minha vida e tornei-me uma famosa e renomada cantora. Ás vezes eu sinto que você está do meu lado, tudo que eu queria era poder te abraçar novamente, poder dizer o quanto eu te amo.

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    Algumas semanas haviam se passado, Cynthia e Steven já tinham uma vida perfeita, os dois pareciam ser feitos um para o outro, algumas vezes Lance também aparecia para ver como os dois estavam. Eles eram o casal do momento, e parecia que essa felicidade duraria para sempre.

    — Nossa, o céu está tão escuro hoje. Parece que vai chover. — suspirou Cynthia, abrindo uma das cortinas da sala.

    — Eu gosto da chuva, sinto-me mais tranqüilo com ela ao meu lado. Ela me traz inspiração e me acalma. — disse Steven sentado no sofá, apreciando as finas gotas que começavam a cair.

    — Eu não quero que você saia hoje Steven, a metereologia afirmou que vai chover muito, pode acontecer algo de perigoso com você. E-Eu não gosto de chuvas desde que ela levou meus pais... — disse Cynthia, um puco chateada.

    — Eu sei que ás vezes as coisas complicam, mas lembre-se que depois de toda noite escura, tem um dia bem claro na sequência. — sorriu Steven, tentando animá-la.

    — Hum... Não estou com bons precentimentos hoje, e fico ainda mais preocupada sabendo que você vai ter que sair.

    — Foi num dia de chuva que nos conhecemos! Não fique assim Cynthia, detesto ver você assim, triste. O Lance já deve estar chegando, eu pedi para ele ficar aqui hoje, ele pode animá-la. — disse Steven. — Preciso ir Cynthia.

    — Promete que vai ficar bem? — perguntou ela.

    — Prometo sim. — respondeu Steven, dando um beijo na loira.


    Em seu carro, Steven ligou para Lance com o objetivo de saber a opinião de seu melhor amigo para um assunto muito importante.

    — Lance, onde você está? — perguntou Steven, falando no celular.

    — Tô saindo de casa, velho.

    — Eu queria saber sua opinião, estou pensando em pedir a Cynthia em casamento, o que você acha? Eu já comprei as alianças, só falta entregar.

    — Hah, hah, hah! Por mim tanto faz cara, agora que você já comprou vai ter que entregar, né? A vida é tua cara, mas saiba que eu vou estar la pra te apoiar! — riu Lance. — Ah, e tem mais uma coisa: Se não me chamar pra ser padrinho eu te cubro de porrada.

    — Hah, hah! Pode ter certeza que vou te chamar pra ser padrinho! Acho que vou fazer o pedido quando eu voltar. Depois eu te ligo, não gosto de falar no celular enquanto dirijo.

    — Certinho como sempre, tu vai pro céu cara.— riu Lance. — Falou meu velho, daqui a pouco eu apareço aí na tua casa. A gente se fala mais tarde.

    Steven saiu naquele dia chuvoso deixando Cynthia sozinha casa, era um domingo, seus empregados estavam de férias e agora apenas os alarmes da casa estavam ligados, mas não por muito tempo, quando subitamente a energia do local acabou.

    — Ah!! A energia acabou... — suspirou Cytnhia. — Tem alguém aí?

    Cynthia tentou ligar para Lance, mas o celular não conseguia localizar sinal, ela agora estava sozinha na imensa casa. A loira permaneceu algum tempo sentada no sofá da sala, quando de repente ouviu sons de portas sendo abertas. Alguém estava entrando na casa.

    — Hum? Será que o Lance tem as chaves da porta de casa? — pensou Cynthia, andando cautelosamente para ver quem entrara no local, mas para sua surpresa não havia ninguém. A porta apenas jazia aberta fazendo com que muita água e vento entrassem na casa fazendo um barulho aterrorisante.

   — Hum... Talvez o Steven não tenha fechado a porta direito quando saiu... — suspirou ela, descendo para a sala quando foi surpreendida por um homem que a imobilizou por trás, fazendo-a desmaiar. Eram seqüestradores..


    Lance havia acabado de chegar na casa de Cynthia, ele estava de moto e totalmente encharcado por conta da forte chuva que fazia, ao aproximar-se do local ele percebeu que o portão estava arrombado, o que o deixou um pouco preocupado; algo de ruim havia acontecido com Cynthia.

    — Ah, merda! Não me diga que... — sussurrou Lance temendo o pior, aumentando a velocidade da moto rumo a casa.

    Ao aproximar-se, Lance pôde perceber dois estranhos homens vestidos de preto que colocavam Cynthia dentro de um carro, ela jazia amarrada e inconsciente.

    — Soltem ela agora, seus desgraçados! — gritou Lance irado, sacando uma arma de sua cintura. Os sequestradores rapidamente tentaram entrar no carro para fugir, mas Lance disparou alguns tiros que acertaram os vidros blindados do carro. Os dois sequestradores também sacaram suas armas e disparam contra Lance, acertando um tiro em seu braço direito e outro em sua perna.

    Os homens fugiram deixando-o ali, esticado no chão, Lance não conseguia mover-se por conta da bala em sua perna, mas com um pouco de esforço ele conseguiu ligar para a polícia e alertá-los do sequestro.

    — Merda, eu não consegui fazer nada... — resmungou Lance, deitado em meio aquela forte chuva que caía.

    Não demorou muito para que a notícia chegasse para Steven, ele estava dirigindo na estrada quando recebera a ligação.

    — S-Sequestrada? Mas como? Agora? Maldição, já estou voltando para a cidade, mas alguém teve notícias do Lance? Era para ele estar junto de Cynthia! Droga, tomara que ele esteja bem. — disse Steven, falando no celular.

    Ao chegar em sua casa, Steven avistou ambulâncias e carros de polícia em volta. Lance estava deitado sob uma maca todo ensanguentado, recebendo soro.

    — Meu Deus, Lance! O que aconteceu?? — perguntou ele.

    — Por favor senhor Steven, afaste-se. Ele tomou dois tiros e pode ter hemorragia, ele precisa descansar  — disse uma das enfermeiras.

    — Mas ele é meu amigo!! — gritou o rapaz.

    Enquanto Steven culpava-se por ter saído de casa naquele dia, ele pôde ouvir seu celular tocar. Era um número desconhecido.

    — Quem fala?

    — É bom seguir todas as nossas instruções se quiser a garota de volta. — disse a voz do celular.

    — Foram vocês... — balbuciou Steven apertando o celular cada vez com mais força. — Por favor, não façam nada com ela.

    — Nós já acabamos com seu amiguinho na frente da tua casa, se quiser que sua namoradinha fique bem basta seguir as instruções e não falar para ninguém que tivemos essa conversa.

    — Eu faço o que quiserem, só não machuquem ela.

    — Traga a quantia que pedirmos, você têm duas horas para se encontrar conosco no vigésimo terceiro andar do prédio abandonado. Se avistarmos qualquer viatura, a garota já era. Tenha um boa dia doutor. — terminou a voz, desligando o celular.

    — Vá a merda. — respondeu Steven, quase quebrando o celular.

    — S-Stev... — sussurrou Lance, ainda deitado na maca da ambulâcia.

    — Lance!! Lance, que bom que está bem!!

    — Eu conheço aqueles caras... Eles não vão cumprir a promessa, eles vão matar a Cynthia... Você tem que arrumar algum jeito de acabar com eles... — disse Lance com um pouco de dificuldade.

    — E-Eu não sei mais o que fazer... Talvez se eu pagá-los mais do que a quantia que eles querem... 

    — Você não entende?? Você acha que todas as pessoas são bondosas? Procure o Stanley, ele conhece esses otários. Apenas diga para ele que você se encontrou com a máfia Marshall... Boa sorte campeão.

    Lance foi levado para o hospital, e agora Steven estava sozinho em baixo daquela chuva. Ele não tinha mais ninguém a seu lado, e sua vida parecia ter virado de cabeça para baixo.

    — Cynthia... Eu prometo que não vou deixar que nada te aconteça! — sussurrou ele. — É uma promessa!


    Steven rapidamente seguiu com seu carro rumo a um simples bairro da cidade em que Stanley morava numa pequena casa.

    — Stanley! Stanley, é Steven Stone!! — gritou ele, batendo euforicamente na porta da casa.

    — Ora, doutor Stone? O que faz em minha humilde casa? Precisa de algo doutor? — perguntou o homem.

    — É a Cynthia... A Cynthia foi sequestrada e o Lance baleado.

    — Balearam o Lance? O Lance não iria tomar tiro de bobeira.

 — O Lance falou que você os conhecia. Ele falou algo sobre a máfia Marshall, você conhece? — perguntou Steven.

 — Conheço sim, eu fazia parte dessa gangue, eles são sequestradores e assassinos sangüinários que não possuem nem um pingo de honra, matam mesmo recebendo o que querem.

    — Eu não sei mais o que fazer, não consigo imaginar o que pode acontecer com a Cynthia... — respondeu Steven num tom de tristeza.

    — Eu vou te ajudar doutor Stone, mas acho melhor você ficar aqui para que nada o aconteça.

    — Eu não vou ficar aqui de braços cruzados esperando o pior, e eu não posso avisar os policiais porque se não eles matam a Cynthia.

    — Bom, eu não sou policial, e eu conheço cada ponto fraco, defeito e esconderijo daquela gangue. Temos que ser rápidos, doutor. — afirmou Stanley.

    Steven seguiu para o local em que os sequestradores haviam pedido com a quantia necessária, Stanley estava logo atrás carregando grandes malas que traziam todo aquele dinheiro. Enquanto os dois saiam do carro, os sequestradores apenas os observavam do alto do prédio.

    — Chefe, o doutor Stone trouxe um estranho homem junto com ele. — afirmou um dos sequestradores.

    — Hum, ele deve apenas estar carregando as malas, porque são muitas. Quando ele subir vocês matam ele, eu alertei o Stone de não trazer ninguém.

    — Afirmativo senhor.

    Steven e Stanley subiram os andares até chegarem a uma pequena sala em que haviam quatro homens armados e encapuzados. Um deles foi para frente e retirou seu capuz, encarando Steven e Stanley com desconfiança.

    — Stone, você sobe com o dinheiro para o próximo andar, seu companheiro fica nesse. Nosso chefe quer falar com você a sós. — disse ele.

    — Onde está a Cynthia? — perguntou Steven um pouco zangado.

    — Só sobe maluco, e é bom seguir nossas ordens se não matamos esse cara que tá junto contigo. — respondeu o sequestrador já irritado.

    Steven subiu as escadarias deixando Stanley sozinho junto com os quatro sequestradores.

    — Aê cara, nosso chefe deu as instruções de que mais ninguém podia vir acompanhado do Stone, então a gente vai acabar com você aqui mesmo. — falou o mesmo homen.

    — Você acha que consegue me matar sozinho? Aqui são quatro contra um. — riu Stanley com as mãos na cabeça.

    — Do que você tá falando seu otário?!

    De repente os outros três sequestradores desviaram suas armas para o outro sequestrador, Stanley já participara daquele grupo uma vez, e ainda por cima era uma das pessoas mais influentes da gangue, e por isso conhecia muitos do que ainda trabalhavam lá.

    — Quem você chamou de otário, novato? — riu Stanley, retirando uma arma de sua cintura. — Quando você entrou no mundo de crimes eu já era graduado nele.

    No andar de cima agora restava Steven e o chefe dos sequestradores. O homem ria a toa, ele carregava um capuz preto que tampava seu rosto e em sua outra mão uma arma que ficava apontada para Cynthia, que estava amarrada ao seu lado.

    — Aê cumpadi, abre a mala pra mim ver o dinheiro. — ordenou o homem.

    Steven apenas abaixou-se lentamente e abriu uma das malas que continham o dinheiro e empurrou-a para próximo do sequestrador, que continuou rindo.

    — Ei, ei! Você ouviu esse barulho de tiro no andar de baixo? Oh, parece que o seu amiguinho está morto agora, eu disse pra você não trazer ninguém seu desgraçado! — gritou o homem, dando um soco no rosto de Cynthia.

    — Se você enconstar nela de novo... — gritou Steven extremamente enfurecido.

    — Vai o quê? O que você pode fazer contra mim? Eu acabo com ela e com tu agora mesmo. Joga as malas pra cá. — respondeu o sequestrador.

    Steven chutou as malas para próximo do homem que agachou-se para verificar, distraindo-se um pouco com a enrome quantidade de dinheiro nas malas; neste mesmo momento Steven retirou uma arma de seu bolso e apontou para o sequestrador, dando um tiro que certeiro em seu ombro.

    — Ah! Seu desgraçado!! — gritou o homem, contorcendo-se no chão por conta da dor.

    Steven no desespero correu em direção de Cynthia e soltou-a rapidamente, esquecendo-se totalmente do sequestrador que continuava ali caído.

    — Rápido, vamos para fora do prédio!! — disse Steven, soltando as amarras da garota.

    Os dois corriam para fora do local quando Stanley entrou na sala e avistou o homem ainda caído no chão segurando uma S&W 500. Ele só teve tempo de alertar Steven, que pôde ver de o homem apontando a arma na direção de Cynthia. Steven saltou empurrando a loira, recebendo um tiro da poderosa arma no peito. Cynthia deu um grito e caiu na sequência. Stanley sacou sua arma e atirou no sequestrador que caiu morto. Cynthia arrastou-se para lado do corpo de Steven e abraçou-o temendo o pior.

    — Steven! Por favor, Steven! Responde!! — repetia a loira desaguando em lágrimas.

    — Cynthia... — sussurrou ele com dificuldade.

    — Steven, por favor, não morra... Você prometeu que não ia acontecer nada com você.

    — Ei, não se preocupe... Não vai acontecer nada comigo... Ainda estou aqui do seu lado. — sorriu ele.

    — Você entrou na frente daquela bala por mim... Você não devia ter feito isso, você é famoso, é uma pessoa importante, eu não sou ninguém, sou apenas uma mulher que já errou tanto em sua vida... Você sempre fez tanto por mim. — continuou Cynthia, enxugando as lágrimas.

    — Eu podia ser famoso, ser a pessoa mais importante da terra, ter tudo que eu sempre quis, mas eu sempre senti um vazio em meu coração... Um vazio que só essa linda pessoa ao meu lado pôde completar. E foi esse “ninguém” que me deu forças para continuar cada dia...

    Cynthia não sabia o que dizer, ela só queria continuar abraçada a seu amado, Stanley chamara os médicos a fim de levar Steven logo para o hospital, ele sangrava muito.

    — Cynthia... Eu queria... Te dizer algo... — sussurrou Steven.

    — Sim...? — disse ela coberta por lágrimas.

    Steven lentamente tirou uma pequena caixinha de seu bolso, e com muita dificuldade abriu-as para a garota.

    — Você... Aceita casar-se comigo...?

    — Ah... Meu Deus, Steven... Eu não acredito nisso. — sorriu ela maravilhada com as alianças.

    — Eu aceito! Eu aceito! Por favor, fique comigo Steven, eu não quero que você morra.

    — Eu não vou morrer... — riu ele. — Eu prometi que ia ficar bem... Não é mesmo...? Eu te amo Cynthia.

    — Eu te amo Steven, eu te amo... — repetia a garota.

    Os médios o levaram para o hospital, ele despejava muito sangue, a bala acertara uma região vital, Cynthia abraçava Stanley preocupada com o que podia acontecer. Ela não podia acreditar em tudo que acontecia.

    Eles seguiram rumo ao hospital em que Lance também encontrava-se internado. Ele já estava totalmente recuperado, gritando e brigando com os médicos para saber se seu amigo estava bem. Ele não conseguia mexer muito bem seu braço direito nem sua perna, por isso ele andava de muleta, mas mesmo assim ele insistia em ver seu amigo.

    Cynthia continuava chorando. O tempo foi passando e ela não conseguia dormir. Ela ficava esperando pelos resultados de Steven o tempo todo. Eram quatro da tarde, o sol logo começaria a esconder-se atrás das montanhas, já haviam se passado quatro dias desde o seqüestro de Cynthia, um silêncio tomava o hospital quando Lance apareceu, apoiando-se em suas muletas e acompanhado de uma enfermeira que tinha os olhos vermelhos e inchados.

    — Lance... — sussurrou Cynthia ainda com os olhos cheios de lágrimas. — E o Steven? Como ele está...?

    — Cynthia... O Steven... — exitou Lance desanimado, em seguida falando seriamente. — O Steven morreu.

    — Dia 13 de setembro, às 4:03 da tarde. A bala alojou-se no pulmão direito causando hemorragia interna. Insuficiência respiratória e parada cardiorespiratória.— afirmou a enfermeira. — Peço-lhes licença...

    Tudo estava branco para Cynthia, a pessoa mais preciosa de sua vida estava morta. Tudo estava acabado. Ela segurava com força a pequena aliança em seu dedo, lembrando-se de Steven e agora chorando ainda mais. Tudo estava branco...

    Cynthia ficou por um tempo hospitalizada, para ela era um choque muito grande ter pedido o amor de sua vida. Todos haviam perdido alguém muito importante, Lance havia perdido seu melhor amigo, para ele parecia que ainda não havia caído a ficha, ele não conseguia acreditar que seu melhor amigo estava morto.

            Depois de um tempo Lance foi andando em direção ao quarto de Cynthia, a garota observava as janelas do hospital e sentia uma suave brisa sobre seus cabelos. Era um dia claro. O sol brilhava, e o vento ecoava como uma sinfonia.

    — Depois de toda noite escura... Tem um dia bem claro na sequência... — sussurrou a loira, lembrando-se das palavras e Steven.

    Lance andou lentamente e sentou-se ao lado da loira, os dois ficaram um tempo sem dizer nada, até que o rapaz retirou uma pequena carta de seu bolso, um pouco amassada, mas que ainda tinha um papel muito belo.

    — Tudo que aquele idiota do Steven falava, acontecia... Acho que ele já esperava que alguma coisa desse tipo acontecesse, e por isso ele escreveu essa carta, e pediu para mim te entregar se as coisas piorassem... Eu nunca esperei que realmente fosse acontecer, então eu tinha até jogado fora... Eu queria que ele estivesse errado pelo menos uma vez. — disse Lance, entregando a carta nas mãos de Cynthia. — Bom, vou deixá-la a sós por enquanto.

    — N-Não... Por favor, fique aqui comigo Lance.

    — Se você desejar...

    Cynthia observou a carta um pouco confusa e abriu com todo o cuidado. Dentro havia uma linda carta que trazia a caligrafia pertencente a Steven. Nesse momento era como se ela sentisse ele ao seu lado.

Minha querida Cynthia,

    Como se recupera sua vida antiga? Como é que se continua quando em seu coração você começa a entender que não há volta? É engraçado como o destino prega peças em nós, eu nunca imaginaria que algum dia eu a reencontraria em um local tão inusitado, mas em nenhum momento eu me arrependo de ter entrado naquela festa.

    Por muito tempo você sofreu, mas lembre-se do que eu sempre digo: Depois de uma noite escura sempre há um dia bem claro na sequência. Então nunca desista, erga a cabeça e seguia seus objetivos! Todos pensavam que eu tinha tudo atrás das muralhas de minha casa, mas tudo não passava de um imenso vazio. Quando eu tive a oportunidade de revê-la, senti como se eu tivesse uma nova razão para viver, e depois de muitos anos eu pude sentir-me completo novamente.

    O Futuro é desconhecido, e eu não imagino o que pode acontecer. Espero que essa carta nunca chegue a suas mãos, mas se você está lendo-a neste momento é porque provavelmente eu não estou mais ao seu lado. Deixo para você toda minha fortuna, junto desta carta está o testamento e basta você assiná-lo, porém cabe à você decidir. Não tenho palavras para dizer como você é especial para mim.

    Durante sua vida, nunca pare de sonhar. Ninguém pode tirar seus sonhos de você. Siga em frente Cynthia minha querida, estarei sempre olhando por você onde quer que você esteja. Eu te amo.

Com carinho, Steven Stone

    Lágrimas continuavam a cair de seu rosto, Cynthia estava ainda mais emocionada com as palavras de Steven. Era um testamento em que ele deixava todos os seus pertences para ela. Cynthia soluçava alto, ela colocava a mão em sua boca tentanto abafar o som, mas sua tristeza era imensa. Pela primeira vez ela teria visto uma lágrima cair do rosto de Lance.

    Passado mais um tempo, os dois já estavam recuperados, Lance ainda usava uma muleta por conta de sua perna, mas Cynthia já sentia-se melhor. Ela queria falar com Stanley e com Lance para tratar sobre a fortuna de Steven.

    — Lance, mesmo que o Steven tenha deixado tudo em meu nome, eu não quero aceitar nem um centavo de seu dinheiro. — afirmou Cynthia.

    — Você tem certeza Cynthia?

    — Sim, e acredito que o próximo herdeiro dessa fortuna seria você, Lance. Tenho certeza que o Steven iria ficar orgulhoso em saber que seu dinheiro ficou em boas mãos. — sorriu Cynthia.

    — Não podemos esquecer do Stanley, pois graças a ele nós fomos capazes de resolver tudo.

    — Não, não. Não posso aceitar esse dinheiro, eu ficaria feliz de trabalhar de segurança para o Lance. — continuou Stanley.

    — Cynthia, você tem certeza que não vai aceitar? Como você vai fazer para seguir sua vida? — perguntou Lance.

    — Vou fazer o mesmo que Steven, começarei uma carreira musical. Seguirei meus objetivos e jamais desistirei. A vida continua, e eu continuarei por ele. — disse a moça.

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    Dawn chorava ao ouvir as palavras que saíam da boca de Cynthia, Ash observava tudo com atenção e pela primeira vez que parecia realmente interessado pela história. Os olhos de Cynthia também começaram a ficar um pouco vermelhos. Ela observava o vinho, o carro do lado de fora, o anel em seu dedo, tudo a fazia lembrar de Steven.

    Agora o restaurante já encontrava-se vazio, ninguém ainda estava no local, parecia estar exclusivamente aberto para a cantora. Dawn soluçava e limprava suas lágrimas, nem mesmo conseguia dizer nada. Ash estava pensativo concentarndo-se para não chorar na frente da garota. Um longo silêncio tomou os três, agora já eram altas horas da noite e chuva havia parado, revelando um lindo céu estrelado. Depois de uma noite escura sempre há um dia bem claro na sequência.

    — Bom, minha história termina aqui. — sorriu Cynthia, limpando algumas lágrimas. — Foi com essa canção que eu alcancei a fama e a riqueza. Mesmo sem usar um centavo do dinheiro de Steven eu consegui seguir minha vida e completar meus objetivos.

    — S-Senhorita, eu nem sei o que dizer, sua história foi a mais linda que eu já ouvi em minha vida. — disse Dawn com uma voz chorosa.

    — Foi realmente muito bonita Cynthia. Obrigado por compartilhá-la conosco. — disse Ash.

    — Ah, eu que agradeço vocês dois por terem ouvido minha longa história até o fim. Espero que tenha rendido uma boa reportagem. — sorriu a cantora.

    — Ah, será a melhor reportagem de todos os tempos! Acho que seria possível até mesmo fazer um filme com o que gravamos. — disse Dawn. — Onde está a câmera Ash?

    — Tá ali no canto. — respondeu o rapaz.

    — Ali no... canto? Me diga que você estava gravando a história da senhorita Cynthia...?

    — Opa.

    — Ash, me diga que você gravou a história. — continuou Dawn.

    — O que vai acontecer comigo se eu falar que eu esqueci de gravar? — riu ele.

    Dawn colocou a mão em seu rosto em sinal de decepção, toda aquela linda história de Cynthia não fora gravada. Agora eles não tinham uma reportagem para fazer sobre a cantora.

    — Ash, eu só não te mato porque eu estou muito triste para isso... A história da senhorita Cynthia foi tão linda e você não gravou nada?! Desse jeito nós nunca vamos ter uma reportagem que dê audiência para apresentar!

    — Ah, vocês só queriam alguma notícia que desse audiência? — sorriu Cynthia. — Bom... Então digam à todos que estou grávida.

    Durante sua vida, nunca pare de sonhar. Ninguém pode tirar seus sonhos de você. Siga em frente Cynthia minha querida, estarei sempre olhando por você onde quer que você esteja.


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Notas finais do capítulo

Bom, pra quem lia com atenção acho que desde o primeiro capítulo já estava um pouco na cara que o Steven morria, mas espero que esse finalzinho tenha ficado de bom agrado à todos! *_*Não direi "não chorem", afinal, nem todas as lágrimas são ruins. Eu os agradeço por todos os reviews que recebi, a FernandaHarumi que recomendou minha fic no começo e me ajudou tanto para continuar, meu caro parceiro Elton que me manda reviews formidáveis, meu velho irmãozinho Lino que sempre acompanha minhas fic... Enfim, só tenho o que agradecer a todos! Minha Cat, Erika, Pearl-chan, Arty, Jenny-chan, Kuso, Senhorita Kasumi, Star-chan... muito obrigado por tudo pessoal!Eu sei que as vezes as coisas complicam, mas lembre-se de uma coisa: Depois de toda noite escura, tem um dia bem claro na sequência.(Frase de Tupac Shakur.)