Maldito Mestre. escrita por Arizinha


Capítulo 29
Capítulo 29 - Quem tanto ajuda...


Notas iniciais do capítulo

Desculpeeeem pela demooora! Sério!



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Tik tak. Tik tak. Tik tak. Tik-

“PARA!” berrei, indignada. Mike olhou pra mim, parando de me mexer na caneta. Seu olhar, ligeiramente sonolento, era de susto. “Só... Pare! Inferno!”

A turma inteira me encarava. Eu estava aguentando aquele barulho extremamente irritante a aula toda, mandar o infeliz do Michael Newton parar era nada perto do que eu sentia vontade de fazer.

A professora de calculo me olhou por sobre o livro grosso que ela lia enquanto fazíamos a ultima prova do ano e me fulminou. Eu a ignorei. Mike parou com a droga da caneta e eu concentrei meus olhos na matemática.

Geometria Espacial... Oh, fantástico!

Fórmulas e mais fórmulas pra se saber área, volume... Quanta bobagem!

Pra que eu ia querer saber quanta água cabia num triângulo? Ou quanta lama cabia dentro de uma esfera? Essa coisa aqui nem parecia com uma esfera... Tava mais pra ovo.

Senti vontade de rir. Ovo. Oval era a forma da cabeça de Edward! Na verdade se eu...

Desenhei um nariz e uns olhos grandes no desenho do ovo.

Perfeito!

Imediatamente meu sorriso se foi. Assunto proibido! Gemi inconscientemente.

Havia prometido ontem que não pensaria em Edward e muito menos no que ele pretendia fazer comigo a tarde inteira. Aliás, pensar nisso me dava uma certa sensação de pânico.

Minha mãe avisou que passaria a tarde toda no consultório. Ou seja: Traga ele em casa!

Mas meu pai – que eu deveria ter certeza que ficaria até tarde na delegacia, de qualquer jeito – não ia gostar nada da ideia. Na verdade, Charlie não gostava de nada.

E hoje ainda, pra completar, estava chovendo! E não era uma chuvinha qualquer, era uma chuva! Aquele tipo de chuva que faz o mundo cair e você sentir vontade de dormir toda a tarde.

Suspirei. Eu havia esquecido de novo da matemática.

A turma acabou se distraindo com batidas repetidas na porta da sala. Alice e Rose estavam ali, afobadas e vestidas de lideres de Torcida. Estranhei imediatamente.

“Licença, sorinha” Alice pediu, dando um sorriso enorme. “Eu preciso muito falar com a Bella, posso?”

“Ela está em prova.” Resmungou a velha, crispando os lábios.

Sabe aquela professora de transfiguração do Harry Potter? É a cara dessa mulher!

“Ah, professora!” Rose sorriu. “Bella é inteligente, já deve ter terminado.”

Arregalei os olhos. Minha prova estava quase em branco.

“Verdade, Srt. Swan?” A professora quis saber.

“Deem o fora daqui!” berrei. A turma riu do meu surto e as meninas reviraram os olhos.

“Vamos te esperar ali fora! Vinte minutos!” Rose avisou, antes de saírem.

É, né? Melhor não contrariar.

(...)

Exatos quinze minutos depois, quando a prova já estava feita e – espero eu – gabaritada, saí da sala atrás das meninas e as encontrei ligeiramente eufóricas em frente ao netbook amarelo da Alice.  Elas, vestidas de líder de torcida e sentadas ali com os pompons do lado, pareciam duas crianças e não duas futuras universitárias.

Fechei os olhos.

Eu não podia acreditar que o ano estava no fim. Que tudo ia acabar agora. Alguns papeis em meu armário começaram a pesar na minha consciência. E a minha caixa de correio parecia meu objeto de desejo de maior importância agora.

Eu não podia acreditar que ficaria longe delas.

Tentei dar um jeito na minha possível cara de cu e fui até ali. Rose e Alice riam descontroladamente e soltavam gritos histéricos. Ok, o que o Brad Pitt vem fazer em Forks?

“Que está acontecendo?” quis saber.

“Bella, o Osama morreu!” Berrou Alice.

Eu arqueei uma sobrancelha. “Desde quando vocês viraram sádicas?”

“Para, Bella!” Rose reclamou, dando um pequeno encontrão em meu braço. “Ele é responsável por aquele atentado do dia 11 de setembro.”

“Eu sei. Me conta uma novidade, agora.” Revirei os olhos.

“Ai, Bella! Ele morreu, olha, olha!” Alice me mostrou uma foto em que ele aparecia com a cara completamente nojenta e cheia de machucados. Um arrepio correu pela minha espinha. E então, pelo google imagens, eu vi a mesma foto comparada a outra mais antiga.

Suspirei. Montagem.

“Meninas, isso nem é verdade. Só querem reeleger o Obama.” Me sentei no banco junto a elas.  Meu uniforme de líder de torcida se esparramando por ali. “E, afinal de contas, por que tanto ódio assim? Só lembram desse homem dia 11 de setembro.”

“Não! Ele não podia ter arrebentado as torres gêmeas.” Rose exclamou.

“Sim! Se ele não tivesse feito isso o final de Remember me ia ser feliz!” Alice completou.

Rosalie e eu a encaramos de boca aberta. “O que foi?”

“Hmmmm, nada!” a loira desconversou, pegando uma pasta de cima do banco e a abrindo. Um papel branco com pompons pretos nas pontas e nomes em rosa foi me entregue em mãos.

“A lista das novas líderes de torcida.” Constatei.

“Exato.” Ela sorriu de canto.

“Vamos publicar no quadro de notas agora?” Alice perguntou, animada.

Eu confirmei e elas airam correndo pra pôr as notas no quadro de avisos. Eu sorri pra quantidade de alunos espalhada pelos corredores. Essa era a penúltima semana de aula, praticamente a ultima de provas. Ninguém estava levando muito a sério.

Eu levantei em um salto, indo até meu armário.

Ia ser uma boa ideia esvaziá-lo agora. Bem, na verdade essa era a desculpa que eu daria, mas a verdade era evitar conflitos com possíveis meninas recusadas. Suspirei colocando a senha de seis dígitos. Olhei os vários papéis enfiados ali de qualquer jeito. O espelho na porta, junto com duas fotos pregadas com adesivos minhas e das meninas. Uma onde nós três mandávamos beijos pra câmera. Nós havíamos bebido tanto aquele dia... E a outra com nós três pulando com o uniforme de lideres.

Peguei um envelope de dentro de meu armário, ali tinham as várias cartas de universidades.

Sim, eu tinha que enviar pedidos. E sim, eu fui aceita em mais de uma. Mas todas elas eram longe de minhas amigas e todas elas eram longe de Edward. Fechei os olhos com força. Por que tudo lembrava ele e, mais importante, por que tudo parecia não ter um “Final Feliz”?

“Bella, você tá legal?”

Eu me assustei com o índio parado a minha frente. “Quil? Ah, oi. Estou sim.”

“Você não parece legal...” ele sussurrou. Eu não havia notado sua proximidade comigo, muito menos o pânico e asco que aquilo me causava. Eu acreditava mesmo que Quil havia mandado Ben por a bomba.

Se fosse pensar, tudo fazia sentido. Ele havia o mandado colocar porque Cheney era bem inteligente – mais do que ele, pelo menos – e ainda estudava aqui. Devia ter feito alguma ameaça ligada a violência, e sabido a história de Edward através das suspeitas de Jake. Porque todos sabiam que Jake suspeitava e ele visitava Quil quase sempre no hospital.

Eu senti sua mão em meu rosto e me assustei. Encarei seus olhos tão próximos dos meus e quase enfartei. Estava tudo errado.

“Quil...” seu nome saiu como uma forma de aviso.

“Como você pode ser tão cega?” ele resfolegou. “Eu gosto tanto de você...” soprou.

“Quil, não...”

“Eu sei...” sua voz era tão suave quanto seu toque. Seus olhos estavam tão fechados quanto os meus estavam abertos. “Eu sei que você não gosta de mim, mas será” ele abriu os olhos e me encarou. “Que você não poderia ao menos tentar?”

“Não, ela não poderia.” Uma voz potente soou atrás de Quil o fazendo me largar. Charlie Swan – meu pai e herói – e mais dois guardas uniformizados estavam ali. Charlie estava com as duas mãos no cinto, o segurando frouxamente. “Quil Ateara,” ele falou, pegando as algemas do cinto. “Você está preso pela tentativa de assassinato de Edward Cullen. Você tem o direito de ficar calado, por tudo que você disser será usado contra você no tribunal. Tem o direito a um advogado e caso você não possa pagar por um, um defensor público será designado a cuidar de seu caso-“

Ele seguiu falando dos direitos de Quil. Mas eu não estava mais ouvindo. Eu olhei pra meu pai, agradecida. E ele me olhou de volta. Eu não sabia se ele queria me matar por estar quase beijando um assassino em potencial, mas eu vi alivio ali. E eu sorri de canto. Quil não esperneou nenhuma vez, nem gritou ou falou nada. Ele só baixou a cabeça, com as bochechas tingidas de um vermelho vivido e chamativo. Ele estava se sentindo humilhado.

O colégio inteiro assistia aquilo e várias – quando eu digo várias, são várias – pessoas assistiam a reclusão de Quil. As vezes, se perguntavam porque, o que estava acontecendo. As vezes perguntavam diretamente pra mim. Só que nenhum som saia da minha boca.

Quil foi preso. Era só isso que dava pra pensar.

(...)

O ultimo sinal havia, finalmente, tocado. E agora não só chovia forte, como também ventava forte. Eu não queria e nem tinha ânimo pra sair de casa. Me embrulhei em um grosso casaco do FHS e coloquei a minha mochila pendurada nos ombros. Saí caminhando pelo corredor na escola calmamente, eu havia marcado de me encontrar com Edward em casa. Pra depois sairmos.

Ele já deveria estar lá.

E era muito bom ele estar pronto pra pedir desculpas.

Ah, sim! Pensa que eu esqueci? Claro que não. James me pediu desculpas, até VICTÓRIA me pediu desculpas – tá, foi um “Foi mal, Bella”, mas vale. E Edward, o que é o mais importante e o único que realmente me magoou, não. Ele era a única pessoa que deveria se sentir mal com essa situação.

Suspirei resignada enquanto entrava em meu pequeno cooper. E por mais revoltante que fosse a situação da traseira do meu carro, ainda esta agradecida por ter um. Chovia hoje. Quero dizer, realmente chovia. Isso sem contar naquele vento que uivava pelas laterais metálicas de meu pobre carro. S não fosse tão Forks, ficaria realmente chateada.

Espero que no dia do baile – se é que eu vou ao baile – não esteja assim.

Coloquei em ponto morto assim que eu estacionei o meu pequeno e quase bonitinho carrinho na garagem. Como eu havia previsto, o volvo de Edward já estava ali. Eu sacudi a cabeça e sorri de canto, enfiando o capuz na cabeça e ajeitando a mochila nos ombros.

Durante o pequeno percurso garagem/porta-da-frente procurei achar formas que lembrassem sua enorme cabeça oval ou sua personalidade boçal. Nada. A porta da frente estava bem trancada e, aparentemente, tudo estava normal. Só o carro ali na frente era o problema.

Sem mais aguentar o friozinho que me presenteava na rua, girei a maçaneta e a abri. Não fiquei surpresa – MENTIRA! – quando achei milhares de velas vermelhas e perfumadas – o cheiro era de alguma coisa cítrica, provavelmente frutas vermelhas – iluminando minha sala de estar. E quase não me surpreendi com barulho na cozinha.

A mesa da sala de estar (uma redonda e bem antiga, que eu usava pra estudar de vez em quando) estava posta pra dois. Não convencionalmente. Tinha bolos, salgados, torradas, geleia, um bule, um par de xicaras de porcelana antiga, pires, colheres da prataria intocável de minha mãe e mais velas.  Isso sem contar com a linda fonte de chocolate posta tão casualmente ali, rodeada de morangos.

Ok, Edward era um filho da puta se achava que vai me pescar pelo estômago.

Mordi o lábio inferior, tentada a roubar um morango. Cheguei a levar a mão até um, mas fui rapidamente proibida:

“Nem pense nisso!” a voz de Eddie soou perto de mim no mesmo instante em que ele pegou delicadamente meu pulso. “Só depois.”

Revirei os olhos e olhei pra ele. Seus cabelos ainda precisavam de um pente – com muita urgência, na verdade (tá, é recalque. Estava lindo como sempre) -,  seu rosto tinha um pequeno sorriso no canto esquerdo de sua boca. Ele usava com blusão grosso preto e calça jeans. Ele estava muito perfumado.

Me senti envergonhada por estar apenas como líder de torcida e com um casacão do time de futebol que eu havia roubado de Seth, eu acho. Dei um pequeno sorrisinho envergonhado.

“Desculpe.” Olhei pra baixo e coloquei uma mecha minha pra trás da orelha.

Ele sorriu torto.

“Er...” pigarreei. Eu havia demonstrando impressão! Chega! “Eu vou trocar de roupa.” Me soltei. “Vejo você logo.”

Posso jurar ter ouvido um “Logo? Aham.” Bem irônico, mas não posso ter certeza.

(...)

A hora que eu desci, cerca de vinte e cinco minutos depois, eu estava completamente renovada. Estava usando uma calça jeans colada e bem quente, uma blusa de mangas longas decotada vermelha, um casaco preto de botões onde a gola canoa ficava dois dedos abaixo do decote da blusa começar e meus lindos e velhos all stars vermelhos.

A casa continuava igualmente silenciosa, mas a lareira estava acesa e a sala estava incrivelmente quente. Lá fora continuava chovendo demais, mas aqui dentro... Aqui dentro estava muito confortável. O que quer Edward houvesse colocado ali – e do jeito que colocou – realmente me deixou animada. O lugar cheirava bem, parecia bem e tinha boa comida. Que mais eu poderia querer.

Meu professor de biologia, então, saiu da cozinha com um pano de prato posto sobre o ombro e com as mangas dobradas. Ele sorriu quando me viu.

“Bella! Achei que fosse demorar mais.”

Eu lhe olhei desconfiada, semicerrando os olhos. “Que você está aprontando?”

“Eu? Nada.” Ele sorriu me conduzindo pelas costas até a cadeira, que ele fez questão de puxar pra mim. Surpresa, notei um chá esverdeado já servido pra mim. Eddie sorria de forma genuína enquanto sentava a minha frente e segurava minha mão.

Não posso dizer que era uma sensação ruim, sua palma quente sobre a minha, mas algo em seu sorriso exageradamente perfeito estava me deixando louca. Então, resolvi quebrar o clima.

“Edward, você soube?”

“Soube dou que, querida?”

Evitei a surpresa pelo adjetivo e segui: “Quil foi preso.”

Ele enrugou o cenho. “Beba o chá, sim? Está ótimo.” Mudou de assunto.

Encarei a gororoba verdes escuro outra vez. Aquilo ali não me parecia bom.  “Ah...” pigarrei. “De que é?”

“Menta.” Ele disse. A resposta saiu muito rápido, como se houvesse sido ensaiada.

“Edward, isso não parece menta.” Resmunguei, cheirando o negócio. “Não tem nem cheiro de menta.”

“Vai querer saber mais que eu, um professor de biologia?” Ele sorriu.

“Aparentemente...” retruquei em voz baixa, finalmente bebendo o treco.

Aquilo não era menta. Não tinha gosto de menta, não se parecia com menta e não cheirava a menta.

Eu gemi inconscientemente, aquilo era terrível. E eu acho que Edward não estava nem tomando a mesma coisa que eu. Indignada, notei que a bebida dele era café.

“Por que eu não posso tomar café também?”

Ele arregalou os olhos e então me encarou com suas orbes ligeiramente desapontadas. “Você não gostou do meu chá?”

Ah, ok! Que merda de inglês ele era. Como eu poderia confirmar a história com aquela carinha triste e aquele beicinho quase formado?

“Não!” desconversei. “Está ótimo!”

“Ah, que bom!” ele sorriu pra mim, acariciando minha mão outra vez. “Tem um bule cheio disso pra você. Quer biscoitos de gengibre?”

“Claro.” Sorri.

Sim, porque se outra coisa com gosto melhor, eu não ia enfiar esse chá de menta pra dentro de jeito nenhum!

(...)

Depois da segunda xícara – e meio pote de biscoitos depois – eu comecei a ter uma visão diferente da situação. Eu estava sentindo a peça aquecer. Na verdade, eu me sentia quente. Quente, inquieta e ansiosa.

Um arrepio desceu pela minha coluna de maneira agradável quando Edward me analisou rapidamente com seus olhos. Eu sorri gigante.

Eu não entendia porque, mas aquele olhar me aqueceu internamente. Era quase como se eu estivesse... Excitada?

Eu achei isso engraçado. Estava muito alerta e com muito calor.

“Está quente aqui, né?” perguntei, enquanto tirava meu casaco. Eu sentia meus seios incrivelmente sensíveis agora, era como se minha TPM estivesse adiantada. Eu os sentia ali.

“Deve ser a lareira.” Edwrad chutou, sorrindo. Aquele sorriso era satisfação?

“Não!” eu sorri, levantando o cabelo em um coque desfiado. “Sou eu.” O indiretei  com uma olhadela sensual.

Edward deu uma risada e pegou um biscoito. Eu sorri e beberiquei mais meu chá. O bule inteiro estava indo rápido agora, o gosto não era tão ruim.

“Chega de chá, não é?” Edward perguntou, retirando a xícaras das minhas mãos. “Quem sabe a gente não assiste a um filme?”

“Filme? Ah, ótima ideia.” Sorri, levantando. “Tenho uns que são excelentes!”

Edward POV

Eu estava começando a odiar aquela ideia de Jasper. Ok, eu sei que foi burrice, mas eu só realmente acreditei nisso agora. Ele não havia dito nada sobre os efeitos colaterais e muito menos sobre os exagerados.

Suspirei.

Emmett havia tido a brilhante ideia de dizer a Jasper sobre sua noite incrível com Rosalie. Foi uma ideia péssima porque a loura é irmã dele, mas como Jass é um abobado estúpido, ao invés de ficar bravo perguntou qual era o segredo dele. E o que ele respondeu? Chás afrodisíacos.

Dos mais variados e vindos das coisas onde menos se espera, ele acabou achando um que sempre funcionava com ela. O chá de catuaba. Ele era importado do Brasil e dizia o troglodita que fazia maravilhas. Impressionado e desesperado, acabei achando a ideia boa e a aderindo.  Fiz o chá e dei pra Bella junto com biscoitos de gengibre que também tem efeito afrodisíaco e, agora, Isabella parecia completamente diferente.

“Aqui está!” ela sorriu vindo do andar de cima. “Ele não é meu, na verdade. Eles vieram dentro de uma caixa que papai confiscou da casa da vovó Swan, pra ser sincera. Ele disse que eles eram... Você sabe, violentos demais! Mas sempre senti vontade de assistir.”

Enruguei o cenho. Filmes antigos?

“Hm. Ok. Clássicos!” brinquei.

Ela deu uma risada completamente irônica e descontrolada. “Você nem imagina o quanto.”

Bella foi até a luz da sala, depois de colocar o filme no DVD e a apagou. Correu pro sofá e se aninhou em meu corpo. Comecei a estranhar aí. Ela estava furiosa comigo, jamais se aninharia.

O filme começou com créditos. O cenário era uma rua antiga da cidade de Londres, acredito, uma mulher com um casaco que ia até os joelhos caminhava sobre saltos gigantes. O filme era em preto e branco.  Seu cabelo estava quase inteiro posto para o lado e seu rosto era disforme, apesar de muito maquiado.

Bella parecia cada vez mais eufórica do meu lado.

A atriz deu uma olhada para os lados quando chegou a um enorme prédio de tijolos a vista, eu achei aquilo teatral demais, porque não havia nenhuma viva alma na rua por onde ela andava.  Ela abriu a porta vagarosamente, entrando em uma sala com uma assistente simpática. Ela sorriu.

A recepcionista usava uma roupa muito vulgar e um  batom muito escuro. Tirando isso, não tinha nada violento no filme.

“Mr. P. Lhe espera em sua sala.” A bendita loira disse, sua voz rouca estava sendo traduzida. O filme era francês.

A atriz protagonista deu um ligeiro sorriso torto e piscou. “Aposto que está ansioso.” E saiu.

Bella deu um gritinho eufórico e começou a sorrir. Ela estava completamente maluca hoje! Sua mão que estava comportada em sua perna subiu. E subiu pra minha coxa. Arqueei uma sobrancelha mas não disse nada.  Supostamente era acidental.

A protagonista tinha entrado em um elevador excessivamente luxuoso e saiu em uma sala quatro vezes mais. Era toda em madeira escura e couro, as paredes repletas de livros e mais livros empilhados. O tal do Mr. P. estava sentado numa cadeira giratória de couro, atrás de uma mesa vazia.

“Vejo que o senhor aprendeu,” a mulher soprou. Sua voz anasalada era irritante. “Dessa vez não deixou nada sobre a mesa.”

Uma risada mal humorada veio da cadeira.

A mulher seguiu insistindo:

“Eu estou com aquele casaco.” Ela sorriu, um sorriso MUITO safado. “ com aquele casaco.”

A risada dessa vez foi bem humorada. E o cara falou antes de se virar.

“Parece que eu ganhei de você, então.” O homem se virou.

E ele estava PELADO! Eu quase morri de susto, porque no momento que ele virou, mostrando todo aquele corpo exageradamente malhado, e mostrou aquela coisa... a sua coisa, completamente esparramada ali em cima. Isabella apertou minha coxa com muita força.

“Ai!” eu não pude deixar de gritar. Ela me cravou as unhas!

“Eu sei!” ela sorriu, olhando pra mim com os olhos castanhos brilhando. “Esse filme é ótimo!” Ela mordeu o lábio inferior.

Puta merda! O que foi que eu fiz?

Bella POV

Sim, eu estava excitada. Demais, na verdade. Eu precisava mesmo dar um jeito... Você sabe, naquilo. Edward não estava cooperando, pra variar. Eu já havia até esquecido o que tinha me feito ficar chateada com Eddie, mas eu juro que lhe arrancaria as bolas se ele não se resolvesse.

 Ligeiramente frustrada, tive a ideia genial do filme. Me joguei sobre ele – literalmente – depois de colocar um dos filminhos da minha avó. Comecei a fazer carinho em sua perna, só que ele parecia não sentir. Então, aproveitando o momento empolgante do filme, tasquei um beliscão daqueles.

E sabe o que ele fez? Gritou de dor. Viado!

“Bella, isso... isso é um filme pornô?” ele perguntou, horrorizado.

“Não, Edward!” respondi. Agora quem estava horrorizada era eu. “Isso é um filme erótico, imbecil.”

Meu estagiário de biologia estava com a boca escancarada enquanto via o “Mr. P.” levantar e exibir seu P. desavergonhadamente. Eu o entendia, de verdade, o P. do Mrs P... Bem, ele realmente merecia esse nome. A atriz sorriu de maneira safada e jogou o cabelo para trás, deixando o casaco escorregar por seus ombros depois de desamarrá-lo de sua cintura.

Ela ficou completamente nua.

“Isso é pornô sim!” Edward resmungou.

Revirei os olhos. Ele não tinha que gostar disso? Quero dizer, homens gostam de ver pornôs.

Infeliz e extremamente animada, resolvi agir. Ele não agiria. Então, fiz meu dedo médio e o meu indicador caminharem por sua perna. A medida que eu ia chegando perto do seu P., Eddie ia ficando tenso. E no exato momento em que eu deslizei meus dedos por ali, a porta se escancarou de maneira brusca, junto com um trovão e o gemido da atriz do filme.  Meu pai havia entrado. Eu havia levado um susto. E Edward havia dado um urro dolorido.

“Você esmagou minhas bolaaaaas!” ele berrou, dolorido, quase choramingando.

“QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI, ISABELLA?” Charlie perguntou. “ISSO É UM PORNÔ? Eu não acredito!”

“Não!” Edward tratou logo de se ajeitar. Ainda estava ligeiramente manco. “Isso é um filme.. han... Erótico.”

“Vai! Mais rápido! Vai! Vai! Isso! Agora! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH”  a TV o desmentiu.

“Opa.” Eu não pude evitar. Charlie estava vermelho de raiva, Edward estava vermelho de vergonha e eu estava vermelha de quente! Pelo amor de deus! Que diabos tinha naquele chá?

*

Tem gente, na realidade várias pessoas, que não acreditam em azar. Acho que essa coisa de Murphy e suas leis não passam de uma bobagem um mito infeliz que inventaram para explicar alguns fatos de pessoas desajeitas. Uma desculpa pra pessoas desastradas, uma razão maior pra elas não se sentirem tão inconformadas com seus atos.

Acontece que isso só pode ter sido Murphy! Qual seria a outra razão – além do maldito fantasma aspirante a bozo de Murphy me assombrando – para meu pai chegar da delegacia mais cedo logo HOJE? E naquela hora?  E pior, eu estava excitada! Tem noção do quão nojento é estar excitada na frente de sue pai?

Suspire. Edward, coitado, estava com um saco de gelo sobre seus... Brinquedos.

Talvez eu realmente tenha apertado com muita força. Charlie estava andando de um lado para o outro na sala, bravo, e eu estava puxando minha blusa discretamente e me abanando como podia. Eu estava morrendo de calor! Estava incontrolável.

Suspirei outra vez.

Charlie me encarou mortalmente e depois pra Edward.

“Como você teve coragem de assistir um filme desses com minha menininha?”

Meu estagiário de biologia arregalou os olhos. “O que?”

“Ela é só uma criança! Seu pedófilo, pervertido!” Charlie acusou.

Perversão? Ah, cara. Pense em coisa broxantes. Minha avó pelada, Mike Newton...

“Eu não sou pervertido! A Bella me agarrou!’ se defendeu.

Mal cheiro, Jéssica Stanley....

“Bella nunca faria uma coisa dessas!” Charlie retrucou.

Jéssica e Mike fazendo sexo com minha avó...

“isso só pode ser algum tipo de brincadeira!” rosnou. “A ideia foi de sua menininha.”

“Ah, seu delator!” me indignei. Realmente atenta. É assim? X9!

“Como pode dizer uma coisa dessas?” Charlie rosnou.

“Porque é verdade! Ela quase arrancou minhas bolas!” Eddie se defendeu.

“É, um bem feito!” Charlie deu de ombros. “Estou orgulhoso de você, Bella,” Charlie tocou meu ombro. “Não deixe esses bandidos se aproveitarem de você.”

Eu dei um sorrisinho pro meu pai e encarei Edward. Ele, com aquela cara furiosa, estava muito gostoso. Minha verdadeira intenção era xingá-lo, mas não dava. Não com aquele rosto irritado. Ali ele era tão meu professor de biologia – com os cenhos enrugados com uma cara de mal – e, sério. Acho que um dos meus maiores sonhos era agarrá-lo durante as aulas.

“Eu já volto aqui.” Charlie anunciou. “Tenho que fazer uma ligação. Não faça nada do que poderá se arrepender depois, jovem.”  Ameaçou Edward.

Eddie revirou os olhos. Acho que a dor o deixava mal humorado.  Eu sorri quase psicótica e corri pra cima de Edward. O coitado se assustou tanto que quase caiu com o sofá.

“Que você está fazendo?” ele rosnou.

Eu tinha posto uma perna de cada lado de seu corpo, enfiado meus dedos em seus cabelos e estava beijando descontroladamente seu pescoço.  Senti um certo desconforto em minha traseira. Então, tratei de tirar aquele saco de gelo dali rapidinho, jogando ele do outro lado da sala.

As mãos de Edward vieram pra minha cintura, mas não pra me puxar pra perto como eu queria, pra me afastar.

“Enlouqueceu?” ela resmungou, me encarando. Estava todo escabelado e furioso. “Seu pai vai nos matar!’

“Desde quando você é uma menininha assustada?” debochei, voltando ao seu pescoço. Tentei lhe dar um chupão, mas ele me empurrou antes de eu conseguir chegar perto. “Hei!”

“Bella, para com isso.” El se irritou. “sério.”

Eu o encarei, primeiramente, com cara de cu. Depois, vendo aquele cenho franzido e indignado eu comecei a sentir necessidade física de lhe dar beijos.

Coloquei minhas mãos por sobre as suas de seus ombros e comecei a fazer carinhos gentis. Ele me olhou desconfiado, quando eu segui o percurso de seu braço indo até seus ombros. Eu sorri pra ele, e ele, ingenuamente, desfrouxou o aperto.

Coloquei minhas mãos em seu rosto, deslizando elas pra seu cabelo. Há quanto tempo eu não beijava Edward? Eu pensava nisso quando suas mãos me puxaram pra perto. Nos encaramos por breves segundos, eu podia ver um brilho genuíno em seus olhos verdes. Ele me encarar de volta de tão perto era tão difícil agora. Nós havíamos nos afastado muito.

Seus lábios beliscaram suavemente meu lábio inferior, começando tudo de maneira lenta.  Ele se afastou eu pude vê-lo sorrir. Eu senti vontade de sorrir por isso, de canto. De repente tudo era muito engraçado. A graça passou rapidinho, quando ele voltou a me beijar. Dessa vez sem ser  tão gentil, ele mordeu meu lábio inferior e aprofundou o beijo.

Eu não sabia se sentia felicidade por isso finalmente acontecer ou uma tristeza enorme por não estar conseguindo me controlar direito. Eu não estava achando nada romântico agora, tudo parecia muito apelativo sexualmente. Ok, eu estava MUITO excitada, caralho. Edward ali, todo lindo, estava acabando com meu controle.

Mordi seu queixo a caminho do pescoço, chegando ali, fui direto pra região que eu queria. E tratei de sugar fortemente o local. O estagiário pareceu não notar a situação, quer dizer, até ele paralisar.

Eu parei e encarei Edward. Ele olhava pra um ponto fixo longe de mim. Fechei os olhos. Merda! Era Charlie.  Encarei meu pai mordendo o lábio inferior. “Pelo menos agora você sabe que eu não sou um tarado.” Edward argumentou.

“ISABEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEELLAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!”

Droga!


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Notas finais do capítulo

Aiiiiiiii, me desculpeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeemmmm! Por favor, por favor, desculpem! Eu acho que fiquei uns dois meses sem postar aqui, as eu andava muito ocupada.

Sério, desculpem meeeeeeeeeeeesmo! E eu nunca vou desistir de vocês, sério. Nunca pensem isso. Eu posso sumir, mas eu vou aparecer de volta. Prometo muito.

Enfim, acho que isso de longe nãop era o que vocês esperavam. Só que eu tinha que dar um jeito no Charlie pra fins futuros, o Quil tinha que sumir, e eu precisava fazer Edward ser um perfeito pateta. Bella - quando sair do estado de calamidade que se encontra - vai fazer ele se sentir mal.

Eu tenho planos.

Aliás, eu já tinha planos. Nãp quis mudar, mas eu queria uma beward. Acho que eles estavam precisando mesmo.

E, ah, gente, eu quero comentários.! Não é só aqui, é em todas as minhas fics. Eu estou muito chateada com EVED... Eu postei um capítulo cheio de afrenalina lá e ngm leu! Sério, por favor, passei por lá qqr dia desses. Ia ser mesmo importante pra mim.

Bom, era isso. Comentem muito! E votem na enquete do meu blog!

Beijão! Amooo vocês!