Emo Apaixona por Metaleiro escrita por TriceSorel


Capítulo 1
Emo apaixona por metaleiro e é correspondido...


Notas iniciais do capítulo

NOME ORIGINAL: Emo apaixona por Metaleiro e é correspondido, só que Metaleiro não admite o seu amor, e por isso ambos sofrem a história inteira (mas no final, tudo acaba bem)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/96418/chapter/1

Cidade de Citytown. O dia amanheceu primaveril e bem florido, do jeito que Cícero sempre gostou. Por isso levantou-se junto com o sol para cheirar as flores e cantarolar no jardim da praça central da cidade de Citytown.  E era exatamente isso que ele fazia quando seu amigo Renato chegou para ter uma conversa de emo para emo.

            Renato: Miguxo, eu te emo!!

            Cícero: Ai, miguxinho, eu também te emo muito! Tome, pegue esta margarida. O que o traz até a minha singela pessoa?

            Renato: Ai, miguxo, eu tenho uma novidade!! Sabe o Paulão, aquele gato que mora na rua Presidente Emo, 171?

            Cícero: Claro que sim, miguxo, o que tem ele?

            Renato: Ele me deu uma entrada e depois tirou... aí me deu a entrada e me tirou a entrada, e me deu e tirou, e deu e tirou... 

            Cícero: Você está bem, miguxinho?

            Renato: Tô sim! Tô super felizinho!! Ele me deu uma entrada para o festival emo de hoje à noite!

            Cícero: Yppie! Yppie!! Posso ir com você, miguxinho??

            Renato: Claaro, miguxo!!! Eu vou tirar xerox da entrada!!

            Os dois então começaram a chorar e foram comprar lindas roupas multicoloridas e escovar a franja na cara, para ficarem bem emos para o show.

 

            Muito mais tarde...

 

            Segurança: Hm... as entradas.

            Renato: Já entraram demais hoje...

            Cícero cutuca Renato.

            Cícero: Estão aqui, caro miguxo segurança.

            Segurança fica olhando de forma esquisita os dois rapazes que entram saltitando para o show e cantarolando a Welcome to My Life.

            Ao entrarem na casa, os dois desconfiam de algo.

            Cícero: Renato... por que estão todos de preto?

            Renato: Não sei... e por que todos têm cabelos compridos e parecem homens?

            Cícero: Não sei... e por que eles estão chacoalhando a cabeça dessa maneira e gritando dessa forma e fazendo esse símbolo com as mãos? – e Cícero faz com a mão o símbolo do demônio conhecido como símbolo do Metal.

            Renato: Não sei... e por que a banda lá no palco está tocando essa música tão agressiva?

            Cícero: Não sei... e por que todos aqui parecem metaleiros?

            Nesse momento, um rapaz grita “METAAAAAL” do lado deles.

            Cícero: Ai! Uizinho! Aaaah!! Renato, me protege! – e Cícero começa a dar pulinhos enquanto chora.

            Renato: Não chore, miguxinho, vai borrar sua maquiagem! E seu esmalte vai descascar... e sua franja vai sair do lugar – pediu ele, chorando também.

            Foi então que a banda no palco saiu e entrou uma cover de Iron Maiden.

            Renato: Olha, Cíci!!! Vai entrar cover de Simple Plan!!!!

            Cícero, já com lágrimas nos olhos, olha atento para o palco. Mas não é uma banda emo que entra, e sim uma banda ultra-metal-do-mal. Renato começou a chorar. Estava triste. Convicto de que não veria bandas emos naquela noite.

            Renato: Vamos embora, Cíci... – chorou ele.

            Mas Cícero parecia compenetrado em alguma coisa. Observava aquele metaleiro no palco, lindo, forte, másculo, robusto, inteligente, bem macho, vestido de azul-machão, tudo que ele sempre quis!

 

            Enquanto isso, no palco...

 

            Vocalista: I WANNA KNOOOOW!!! – gritava o vocalista, quando percebeu que o solo estava descompassado e fora do tempo.

            Isso porque o guitarrista lindo-forte-másculo-robusto-inteligente-bem-macho estava compenetrado olhando para uma pessoa na platéia.

            Era um ser feio, fraco, afeminado, frágil, bem-gay, burro, vestido de rosa-mulherzinha, tudo que o guitarrista sempre quis! Foi por isso que ele grudou a guitarra com toda força na caixa de som principal, fazendo explodir a aparelhagem e pegar fogo no palco, enquanto o vocalista gritava YEAH, e saiu correndo do palco para os camarins, em busca de seu amado recém-visto.

            Vocalista: BigRichard, volta aqui! Ainda não terminamos o show!! – gritou de forma extremamente aguda.

            Como todo mundo achou que era uma composição inédita, gritaram em uníssono: BIGRICHARD, COME BACK! THE CONCERT IS NOT OVER YET! enquanto chacoalhavam o cabelão e viam o palco pegar fogo.

            BigRichard misturou-se na platéia, pegando aquela criatura toda-errada que descrevemos acima pelo braço, e o levou para fora da casa de show.

            BigRichard: Cara... eu tenho medo de escuro. – disse, sem saber o que falar.

            Cícero: Bem-vindo à minha vida!

            E os dois se apaixonaram perdidamente. Até que o segurança os empurrou para longe dali.

            Segurança-pau-no-cu: Ei, circulandoaê, isso aqui não é reserva florestal para criar veado, aê!

            BigRichard: Mas, meu senhor, o animalzinho se chama “veado”, e o termo pejorativo que o senhor está empregando é “viado” com i, originário da palavra “transviado” que significa “homossexual”, aê! – defendeu ele, com toda a sua cultura de metaleiro.

            Cícero: éé! – chorou o emo.

            Segurança: Ahn... nesse caso... ahn... FORA DAQUI!!!!!!!

            Os dois saíram correndo. De mãos dadas. Saltitando.

            BigRichard: Peraê! Saltitar é coisa de emo! Eu tô chacoalhando a cabeleira, tá ligado?

            Os dois saíram correndo. De mãos dadas. Um saltitando, e o outro chacoalhando a cabeleira.

            BigRichard: Melhorou.

            Cícero: Qual é o seu nome, querido miguxo metaleiro?

            BigRichard: Ahn... é Ricardão. E o seu?

            Cícero: Cíci!! S2

            Os dois então ficaram se olhando. Seus rostos se aproximaram. A lua estava cheia e iluminava romanticamente o ambiente. Eles olhavam fundo um no olho do outro. Começou a tocar uma música romântica.

            WHO LET THE DOGS OUT?

            Cícero: Who? Who? Who who who?

            BigRichard: Ahn? O que você tá fazendo, idiota?

            Cícero: Non xei... di repenti mi deu             uma vontadi di cantáááá! Buáá... e de chorar, também! Eh tudu taum ninduuuu!

            BigRichard tacou Cíci na parede, chamou ele de lagartixa, e disse “isso é um assalto!”, quer dizer, ele disse...

            BigRichard: Cíci...

            Cícero: Xim, meu amorxinhuuu?

            BigRichard: Nosso amor é impossível! – e ele afastou-se do emo.

            Cícero: Maix pur quê?

            BigRichard: Eu sou um Metaleiro com M maiúsculo! E você não passa de um emozinho que não sabe o que quer!

            Cícero: Xim, e dexde cuandu ixxu é defeituuu? Buááá. Eu não xou emuu! Non goxtuuu di rótuluuus, buáááá. O que feix você penxar qui eu xou emuuu? Buááá.

            BigRichard: Ahn... não sei... me perdoe. – e BigRichard seguiu dando uns amassos naquela criatura indigna.

            Depois de uma noitada de sexo selvagem, drogas e rock’n’roll, o dia amanhece. BigRichard acorda e vê seu cônjuge adormecido, abraçado em um travesseiro e uma tulipa premiada, ali do lado. Rapidamente, ele veste sua roupa de metaleiro-machão, seus coturnos de macho e seu CD do Metallica e sai correndo. Mas teve tempo de deixar um bilhetinho na geladeira.

            Cícero acorda feliz e vai tomar água quando percebe o bilhete na geladeira. Pega o pedaço de papel e liga aos prantos para seu amigo Renato.

            Cícero: Renato, Renato, venha cá rápido, miguxo!

            Minutos depois Renato chegou.

            Renato: O que houve, miguxinho?

            Cícero: O BigRichard deixou esse bilhete na minha geladeira!

            Renato: Quem? O metaleiro com quem eu vi você ontem?

            Cícero: Xiiim, buáááá!

            Renato: Buááá, e o que diz?

            Cícero: Naum xei! Esqueceu que eu naum xei ler?

            Renato: Ah, é mesmo. Vamos ouvir Simple Plan?

            Cícero: Xxxxxxxxxxim!!!

            E os dois foram ouvir a escória das bandas juntos.

 

            Enquanto isso, a banda de BigRichard estava ensaiando quando ele entra esbaforido. Os outros integrantes perguntaram por que ele estava atrasado. Ele disse que havia dormido demais e pegou sua guitarra. Contudo, não conseguiu se concentrar no ensaio. Pensava no bilhete que havia deixado para Cícero.

            BigRichard: “Será que eu acentuei a palavra ‘notório’? Será que escrevi ‘esmorecer’ de forma correta? Oh, Deus, eu nunca vou me perdoar se tiver cometido um erro de português no bilhete que deixei dando um pé na bunda do Cícero.”, pensou consigo. “Será que Cícero ficará magoado com isso?”

            Não podia deixar ninguém saber que estava envolvido com um emo, blargh. O que fazer? Resolveu ir até a casa de Cícero observar sua reação ao encontrar o bilhete. Pegou sua guitarra nova, grudou no amplificador do baixista fazendo o estúdio pegar fogo e foi embora. O vocalista gritou YEAH.

            Ao chegar na casa de Cícero, viu que ele escutava aquele lixo que ele chamava de música. Deu um jeito de desligar o disjuntor.

            Cícero: Ai, miguxo, acabou a luz! Buááá!

            Renato: U qui a jente fazeia agora? Buááá!

            Cícero: Vamus brincá di Barbie?

            Renato: Maix ax noxxax Barbie tão tudo capenga aê!

            Cícero: Intão famú tentá lê u bilheti duuu BigRixard?

            Renato: Tá, miguxo!!! Buá.

            Os dois então ligaram para a rádio e soletraram o bilhete letra por letra.

            Cícero: E termina com meio boneco de neve e uma bolinha.

            Locutor: Desculpe-me caro amigo emo, mas acho que seu namorado machão te deu um fora.

            Cícero: U KÊ?!!!! Buazinho... snifezinho.. chuife. NÃO TEM MAIX GRAXA VIVER!!

            Cícero, num acesso emo-suicida, tenta cortar seus pulsos com uma tesourinha sem-ponta da Adriane Galisteu. Fracassando na tentativa, tenta se afogar no chuveiro. Vendo que seu amigo não ia conseguir desse jeito, Renato alcança uma faca Guinsu a ele. Cícero, então, toma veneno e desmaia.

            BigRichard, vendo a cena, fica triste. Mas pensa... “Foi o melhor que podia ter acontecido... menos um emo no mundo. Mesmo tendo sido ele o alvo de meu amor proibido. Se o emo não se chamasse emo, mesmo assim... ah... esquece”, e o metaleiro foi pra casa.

            Renato levou Cícero para o hospital, onde ele se curou. BigRichard, com a consciência pesada e sentindo-se culpado, foi até o hospital  visitar seu amado amor. Quando se aproximava do prédio, viu que Cícero saía pela porta da frente. “Oh, ele já recebeu alta”, pensou feliz.

            BigRichard: Cíci!!!

            Cícero: BigRixxxard!!!

            Ambos correram um para os braços do outro, mas, antes que pudessem encostar um no outro, Cícero foi baleado por um Franco-atirador.

            Franco atirador: Morre, emo filho da puta!!!! – disse ele, antes de disparar.

            BigRichard: NÃÃããÃÃO!!!

            O metaleiro pegou o emo em seus braços.

            Cícero: Eu posso morrer... – balbuciou ele, moribundo. – Mas meu orkut viverá para sempre!!

            BigRichard: Try to stay alive untill I hear your voice! I’m gonna lose my mind… SOMEONE TELL ME WHYYYY!!! I chose this life, this superficial lie, constant compromise, ENDLESS SACRIFIIIICE!!!!!

            Cícero: OoOoOhHh… - e morreu.

            BigRichard: NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOO!!!

            Franco atirador: hihihi, si fudeu.

            Vocalista: YEAH!

            BigRichard: O que vai ser de miiiim?

            Vocalista: Vamos fazer cover de Megadeth.

            BigRichard: Demorô.

            E os dois metaleiros e o atirador viraram recorde de vendas e ficaram ricos fazendo shows do exterior.

            Ah, o emo foi enterrado e uma semana depois teve uma missa para ele. Mas seu orkut viverá.

 

 

Fim

 

 

Moral da história: emo bom é emo morto.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Isso é uma brincadeira, não queremos matar emos, e metaleiros não são assassinos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Emo Apaixona por Metaleiro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.