Coroner Stories escrita por themuggleriddle


Capítulo 7
Words




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Todo o sono que Hermione estava sentido parecia ter evaporado, assim como a sua irritação com Riddle. Agora, tudo o que sobrara era uma imensa curiosidade misturada com ansiedade, afinal, aquela era primeira vez que estava trabalhando na área legal e, pelo jeito, seu companheiro de trabalho parecia ter deixado de lado o seu plano de apenas deixá-la plantada ao seu lado, observando tudo o que ele fazia, e a estava deixando fazer a maior parte do trabalho... Se bem que aquela atitude de Riddle a estava deixando preocupada.

O legista não parecia bem. Durante todo o tempo em que eles ficaram falando com os pais da vítima, Tom ficara quieto, deixando que Hermione fizesse todas as perguntas e anotando tudo o que achava necessário, mesmo que a conversa estivesse sendo gravada. Ele ainda estava pálido e com o olhar meio distante, a psiquiatra pôde perceber.

- É isso? – a Sra. Keiths perguntou, assim que viu que Hermione não iria mais fazer-lhe perguntas.

- Sim, por enquanto é isso – a médica sorriu.

- E agora?

-Agora, Sr. Keiths, eu irei falar com o Sr. Wright e a sua família e, depois, com o Sr. Riddle – ela respondeu enquanto corria os olhos por alguns papeis que tinha em mãos – E, pelo que está escrito aqui, eu também devo falar com Madeleine Brown, a vizinha de vocês, certo?

- Sim, sim... Ela disse que ouviu Jane e Wright brigando – Holly murmurou enquanto seus olhos voltaram a se encher de lágrimas.

- Você deveria falar com um amigo da Jane – o Sr. Keiths falou - Jeremy Sturges... Ela sempre contava tudo para ele, talvez ela tenha contado alguma coisa importante, não?

- É claro – Hermione sorriu, anotando o nome do amigo da filha do casal – Como podemos entrar em contato com ele?

***

- Quero sair daqui.

- Daqui a pouco nós sairemos, querida.

Tom olhou rapidamente para o casal sentado ao seu lado. William tinha as mãos da mulher seguras dentro das suas enquanto ela apoiava a cabeça em seu ombro, olhando para alguma coisa invisível a sua frente.

- Peter não fez isso.

- Eu sei que não.

- Eu disse que ele não deveria ter ido até lá noite passada – Cecilia sussurrou, sua expressão passando de apática para irritada – Mas não, ele tinha que ir ver a namoradinha dele.

- Noiva.

- Tanto faz – a mulher sussurrou tão baixo que duvidou que alguém a tivesse ouvido.

Riddle passou a mão pelos cabelos, não se importando com o fato de que estava bagunçando-o completamente, antes de sobressaltar-se ao ouvir o seu celular tocando. Ao seu lado, o casal também se assustou com o barulho e agora Cecilia o encarava com um olhar irritado, mas ele apenas a ignorou, antes de levantar-se do banco aonde estava sentado e se afastar um pouco para, então, atender a ligação.

- Alô?


- Tom! Ainda bem que você atendeu.

- Ellen?

- Sim, sou eu – a amiga falou com uma voz meio desesperada – Ligaram para nós, a polícia, dizendo o que havia acontecido e pedindo para que fossemos até aí para depor...

- Espera, por quê?

- Porque Peter estava debaixo do nosso teto algumas horas antes da noiva dele aparecer morta... Bom, nós estamos indo para aí já. Como está Cecilia?

O homem virou-se rapidamente para olhar a mulher loira, que havia finalmente se desencostado do ombro do marido e agora tentava desamassar a saia que estava usando.

- Como você acha que ela está?

- Gritando para todos que o filho não é um assassino?

- Ela já fez isso, mas... É.

- Eu não acredito que Peter possa ter assassinado alguém – Ellen murmurou – Quero dizer, sabemos que ele não é a pessoa mais simpática do mundo às vezes e que é um rapaz bem mimado, mas cometer um crime? Não, acho que ele não chegaria a tal ponto.

- Também acho isso, mas cabe a polícia descobrir o que aconteceu.

- Tom, você está bem? Parece que tem alguma coisa errada...

- Acontece que... – o homem parou de falar, pensando se seria bom contar para a amiga que ele havia acabado de descobrir que tinha um filho naquela noite, mas decidiu mudar o assunto – Eu falo com você e Charles quando vocês chegarem aqui, certo?

- Certo...  Até.

Ele murmurou um “até”, antes de desligar o celular e olhar novamente para o casal.

- Quem era?

- Ellen – ele suspirou – Ela e Charles estão vindo para cá.

- Meu Deus, daqui a pouco toda Londres vai saber do que aconteceu – Cecilia murmurou, massageando as têmporas com as pontas dos dedos.

- É claro que toda Londres vai saber mais cedo ou mais tarde, Cecilia – oh, aquilo era interessante... William Wright estava perdendo a sua inesgotável paciência ou era apenas impressão? – Você acha que os jornais vão deixar passar uma coisa dessas? Droga, por que é que estão demorando tanto?

- Seu filho é o principal suspeito, William – Tom arriscou falar – É claro que o interrogatório dele vai ser mais longo.

- É, e é o seu filho quem o está interrogando.

“Cale a boca.” Esse fora o único pensamento que aparecera na cabeça do homem ao ouvir o que o outro havia falado.

- Acredito que seja a garota que esteja falando com ele.

Wright decidira ficar quieto, graças a Deus... Tom Riddle podia ser paciente, mas, devido as circunstâncias, o seu limite de paciência estava quase esgotado naquela madrugada.

***

Tom nunca havia se importado com gente o encarando, na verdade, ele já estava acostumado com isso, mas o jeito como Peter Wright não tirava os olhos dele já estava o irritando. Desde que entrara na sala, o loiro o ficara observando com os olhos arregalados e com aquela expressão idiota de que não está acreditando no que estava vendo.

- Então você saiu da casa dos Campbell com Tom Riddle, certo? – ele confirmou com a cabeça – E vocês foram até a casa dos Keiths... Por quê?

- Porque Jane havia me ligado de tarde e pedido para que eu fosse até lá... Ela disse que era importante.

- E o que ela queria falar com você? – a médica perguntou.

- Ela...

Riddle ergueu os olhos do caderno onde estava fazendo suas anotações e olhou para o homem a sua frente, estreitando os olhos ao perceber a expressão preocupada que tomava conta do rosto do outro.

- Fale.

- O que?

- Fale de uma vez, não temos o dia inteiro para ficar aqui – o legista revirou os olhos – O que diabos ela queria falar para você?

- Ela queria... Bom, na verdade não é uma coisa muito importante – ele riu, nervoso – Jane tinha mania de exagerar.

- O que era, Sr. Wright?

- Ela queria apenas que eu pegasse de volta alguns DVDs que eu havia emprestado para ela...

Tom Riddle teve vontade de se levantar daquela cadeira e dar com a cabeça daquele infeliz na parede. Como alguém conseguia mentir tão mal?

- Fale a verdade.

- Eu estou falando a verdade.

- Não está.

- Tom – Hermione falou com a voz baixa – Acho que ele...

- Você não acha nada, Granger – o médico falou rispidamente, ignorando a expressão assustada que apareceu no rosto da outra, antes de voltar a olhar para Peter – Olhe para você... O jeito como você não para de mexer com as mãos, como você fica olhando para os lados, como você se enrolou para responder a pergunta da Dra. Granger – Riddle ficou quieto por alguns segundos, apenas observando o homem a sua frente se encolher na cadeira – Você não sabe mentir, então, fale a verdade de uma vez.

- E-Eu...  Ela... J-Jane disse que... Que achava que...

- Pare de enrolar.

- Ela disse que achava que estava grávida.

A cara que Hermione fez ao ouvir a resposta foi cômica, Riddle teve que se segurar para não rir. A médica arregalou os olhos e quase deixou cair os papéis que estava segurado, e, por um momento, um silêncio desconfortável tomou conta dos três.

- Muito obrigado por cooperar, Wright – o legista falou, sorrindo levemente para o outro, antes de voltar a olhar para Hermione – Dra.Granger? Pode continuar com a conversa.

- Ah, claro...

Certo, agora as suspeitas para cima de Peter Wright aumentaram ainda mais... Tom sorriu para si mesmo enquanto observava a psiquiatra continuar com as perguntas.

- A mãe de Jane disse que uma vizinha ouviu vocês dois brigando...

- Eu... Perdi a cabeça, sabe? Foi meio inusitado – o homem suspirou – Ela também estava nervosa, aí acabamos discutindo, mas não foi nada sério.

- O que houve depois?

- Eu fui embora, voltei para casa de carona com o Sr. Riddle e, quando cheguei, fui direto para a cama – Peter murmurou, esfregando o rosto com uma mão – De madrugada o telefone tocou e... A polícia estava dizendo que haviam encontrado Jane e ela...

- Certo – Hermione sorriu – Você pode se retirar, Sr. Wright, e, caso queira, você e sua família já podem ir para casa, acho... Já falei com os seus pais e agora só falta o Sr. Riddle e o Sr. Sturges...

- Sturges? Jeremy Sturges? Por que é que vocês vão falar com ele?

- Porque os pais da sua noiva pediram – Tom respondeu rapidamente e apontou para a porta – Você pode ir, Sr. Wright.

O loiro abriu a boca para falar alguma coisa, mas ficou quieto. Foi apenas quando já estava na porta que ele se virou e encarou o legista uma última vez.

- Dr. Riddle?

- Sim?

- Engraçado, eu nunca ouvi falar de você antes – Wright riu baixinho – E eu conheço os Riddles desde que nasci...

- Sr. Wright, saia, por favor.

O homem lançou um olhar rápido para a médica, antes de obedecer a ordem dela. Hermione voltou-se para olhar Riddle, que tinha os olhos fixos no caderno em suas mãos e nenhuma expressão aparente no rosto.

- Eu vou chamá-lo agora – a médica murmurou – Você não precisa ficar aqui caso não queira...

- Vou ficar.

- Riddle – o tom de voz duro que ela usou fez com que ele finalmente erguesse a cabeça e a encara-se – Eu não quero que você tenha outro desmaio e também não quero ver você não prestando atenção no caso, então, acho melhor você sair.

- Granger, eu não...

- Saia, vá comer alguma coisa, beber uma xícara de café, esticar as pernas ou até tirar um cochilo, sei lá – ela suspirou – Mas saia daqui.

- Eles me contrataram.

- E eu sei que você quer fazer um bom trabalho aqui, então, acredite em mim, o melhor que você pode fazer agora é não ficar enquanto eu falo com o Sr. Riddle.

Tom ficou em silêncio. Ele absolutamente odiava quando não havia como rebater um argumento... Afinal, Hermione Granger estava correta, caso ele ficasse para interrogar aquele homem, ele poderia colocar tudo a perder, afinal, sabe-se lá o que ele poderia fazer na presença do outro: ficar totalmente indiferente? Atacá-lo verbalmente? Atacá-lo fisicamente? Passar mal novamente? É, ele não confiava muito em si mesmo e em seu corpo naquele momento.

- Droga, Granger – o homem resmungou, juntando todas as suas coisas e colocando-as debaixo do braço – Não amoleça no meio do trabalho, por favor.

- Eu não vou, acredite.

***

Ela havia dito que não iria amolecer no trabalho, mas era quase impossível não perder a concentração enquanto olhava para aquele homem... Não que Hermione estivesse sonhando acordada com ele ou qualquer coisa do tipo, mas era porque, apesar de ser bonito e tudo mais, aquele homem era pai do seu colega de trabalho... O pai que abandonara o seu colega de trabalho antes mesmo dele nascer... Aquilo fazia com que ela ficasse meio desconcentrada, afinal, mesmo sabendo que Riddle não era a melhor pessoa do mundo, ela sentia uma pontada de pena dele ao saber que o pai o abandonara.

- Então...

Droga, até a voz dele era parecida com a de Tom. Certo, o que naquele homem não era parecido, se não igual, a Tom? Tom Riddle Sr. – sim, chamá-lo de sênior faria com que a confusão com os nomes iguais ficasse menor, Hermione decidira – era o que o médico legista que ela conhecia seria dali alguns anos... E aquilo era estranho, era como conversar com o Tom do futuro ou coisa assim.

- Me desculpe – a mulher sacudiu a cabeça de leve e sorriu – Então, Tom Riddle, filho de Thomas e Mary Riddle, certo?

- Sim.

- Você não é de Londres, certo, Sr. Riddle?

- Não, moro em Little Hangleton – ele respondeu e depois, ao ver a expressão de confusão no rosto da outra, complementou – É ao norte, perto de Hornsea.

- Oh, certo... Então, Sr. Riddle, foi o senhor que levou Peter Wright até a casa de Jane Keiths na noite de ontem, certo?

- Sim.

- Por quê?

- Nós estávamos jantando na casa de alguns amigos nossos – o homem falou – E Peter disse que precisava ir até a casa da noiva dele, mas acho que ele estava sem carro e também ele havia bebido um pouco durante o jantar e William não queria deixá-lo ir dirigindo.

- E o senhor decidiu levá-lo?

- Sim, eu não tinha mais nada para fazer mesmo – ele deu de ombros – Não seria um incômodo.

- Entendo – Hermione murmurou – Você chegou a entrar na casa da vítima?

- Não, fiquei esperando no carro até Peter voltar.

- E, quando ele voltou, como Peter estava?

- Nervoso – Tom não hesitou em responder - Eu perguntei o que havia acontecido e ele disse que...ahm...

- A namorada achava que estava grávida, é, ele já nos disse isso.

- É, isso mesmo... Ele estava bem nervoso – Riddle explicou – Mas logo se acalmou e pareceu até gostar da idéia.

- Que idéia?

- De ser pai.

- Oh...

- Eles eram um casal novo, mas já pensavam em se casar – o homem continuou – Eu tentei explicar para ele que não devia ser de todo o mal a garota estar grávida, não? Quero dizer, eles queriam se casar mesmo...

- Entendo o seu ponto.

- E aí Peter se acalmou – ele falou – Eu o deixei em casa e fui para o meu apartamento.

- E?

- Tomei um banho e fui dormir... até me ligarem de madrugada.

- É, todo mundo foi acordado no meio da noite, Sr. Riddle, acredite, eu também estava bem feliz dormindo, antes de vir para cá... Agora, por quanto tempo você conhece Peter?

-Desde que ele nasceu? Quero dizer, eu conheço Cecilia há muito tempo já... – ele começou a falar – Olhe, eu sei que parece que tudo está apontando para ele nessa história, mas é quase impossível ver Peter como um... assassino, entende? Ele não parecia ter acabado de matar alguém quando saiu daquela casa ontem e, meu Deus, ele está chorando pelos cantos por causa da morte da garota...

- Sr. Riddle – Hermione falou, fazendo com que o homem parasse de falar e olhasse para ela – Você não sabe o que o ser humano é capaz de fazer... Matar alguém e depois sair andando como se nada tivesse acontecido? Eu já vi isso. Matar alguém e fingir estar de luto? Eu também já vi isso...

- Certo, você é a psiquiatra aqui, deve conhecer todo tipo de gente louca que existe por aí – ele murmurou – É só isso?

- Por enquanto sim, nós ainda temos muita coisa para fazer...

- Tenho pena de vocês dois – Riddle riu – Foram tirados da cama de madrugada e aposto que terão que correr para trabalhar o dia inteiro hoje.

- É verdade – ela sorriu – Eu ainda tenho que falar com mais três ou quatro pessoas, depois vou ter que ir até a cena do crime junto com Tom e depois... Acho que voltar para casa, não tenho certeza.

Droga. Pronto, foi como se ela tivesse dito uma palavra mágica. A expressão do homem a sua frente mudou completamente, deixando de ser tranqüila e passando para uma mistura de curiosidade e ansiedade assim que ele ouviu o nome “Tom” sair da boca dela.

- Dra. Granger?

- Diga.

- Desde quando você o conhece?

A médica abriu a boca para responder, mas descobriu que as palavras pareciam ter ficado enroscadas em sua garganta assim que seus olhos encontraram os de Riddle.

- Dra. Granger?

- Eu o conheci essa semana – ela murmurou – O senhor já pode ir, Sr. Riddle.

- Ele me conhecia?

- Sr. Riddle, eu preciso falar com mais quatro pessoas, então eu devo pedir para que o senhor, por favor, se retire.

- Pelo amor de Deus, doutora, apenas me responda...

- Eu não sei – Hermione respondeu rapidamente – O senhor terá que falar com ele. Agora, será que...?

- Claro – o homem sussurrou, levantando-se e indo até a porta – Me desculpe o incômodo.

- Não foi nada.

***

- Meu filho não matou ninguém.

- Ninguém o está acusando, Sra. Wright.

A mulher ergueu a cabeça e prendeu os olhos azuis na médica a sua frente, olhando-a como se estivesse prestes a pular em seu pescoço. O homem ao seu lado permaneceu calmo, segurando a mão da esposa para tentar acalmá-la, o que parecia não estar dando muito certo.

- Ninguém o está acusando? Você acha que eu sou boba, garota? – a loira sibilou – Desde que eu entrei nessa delegacia todos olham para o meu filho como se ele estivesse encharcado de sangue! Você acha que eu sou cega a ponto de não perceber como o seu colega agiu diante dele?

- O Dr. Riddle não julgou ninguém, Sra. Wright – Hermione murmurou – Agora, se a senhora me permite continuar com as perguntas.

- É claro, Dra. Granger – dessa vez fora o marido quem falara  - Pode continuar.

- Seu filho alguma vez já demonstrou algum tipo de comportamento agressivo?

- Nunca.

- E, quando se tratava da namorada, como ele era?

- Como ele era? – a mulher riu – Ele era um bobo apaixonado, é claro, sempre fazendo o que ela pedia, contando para Deus e o mundo o quanto ele a amava.

- Eles brigavam com freqüência?

- Não – o Sr. Wright respondeu – Acho que só os vi brigarem umas três vezes desde que começaram a namorar.

- E as causas das brigas?

- Coisas idiotas, entende? Nunca era alguma coisa que um deles havia feito, eram mal entendidos que aconteciam ao redor – o homem explicou.

- Como na vez em que um amigo de Jane disse ter visto Peter com outra mulher – Cecília respirou fundo – Deus, eu nunca vi aquele garoto tão desesperado enquanto tentava ligar para ela para poder dizer que o tal amigo estava alucinando.

A médica ergueu os olhos, encarando o casal. Eles realmente acreditavam na inocência do filho. Por mais enraivecida que a Sra. Wright pudesse estar, ela também estava machucada, assustada, com medo de que alguém fosse fazer algo ruim contra seu filho... E também com medo de que o garoto fosse realmente o culpado. Seria uma coisa horrível para aquela família se, no final das contas, Peter Wright fosse realmente o assassino de sua noiva.

- Isso é tudo?

- Sim, Sr. Wright, por enquanto sim.

Ela deu um pequeno sorriso para o casal, mas só o que recebeu de volta foi um olhar frio por parte da mulher.

***

O rapaz sentado do outro lado da mesa era completamente diferente de Peter Wright. Apesar de parecer arrasado com a morte de sua amiga, Jeremy Sturges estava sendo bem simpático e cooperando bastante com a médica. Aparentemente, o jovem conhecia Jane Keiths há anos e sempre fora um tipo de melhor amigo dela, sempre estando ao seu lado quando ela precisava e coisas do gênero...

- Como era o relacionamento dos dois?

- Normal, eu acho – Jeremy deu de ombros – De vez em quando eles discutiam, mas logo ficavam bem.

- Você conhecia bem Peter?

- Ahm, não muito, conheci a mais pelo que Jane falava do que de falar com ele na verdade – o rapaz deu um sorriso triste – Ele me parecia meio idiota de vez em quando, mas talvez fosse só eu tentando proteger Jane, sabe como é...

- Eu entendo – a psiquiatra sorriu, antes de encará-lo com mais seriedade – Jeremy, tem alguma coisa que você não está dizendo?

- Bom... Vez por outra eles tinham algumas brigas bem feias – ele falou – Quero dizer, de gritarem um monte e acabarem ficando sem se falar por um tempo.

Hermione estreitou os olhos enquanto encarava o rapaz. Aquilo não batia com o que os pais de Peter haviam falado... Ela teria que dar um jeito de descobrir quem estava falando a verdade.

- Doutora?

- Diga.

- Só quero que você saiba que os Wright são o tipo de pessoa que fariam de tudo para manter a reputação limpa – Jeremy começou a falar – Eles eram uma das pessoas mais influentes na cidade da onde vieram e tentam manter esse padrão aqui em Londres. Apenas se relacionam com gente de alto escalão, como os Riddles, então, se alguém descobrir que o filho deles fez alguma coisa... Será o fim da família, entende?

- É claro que entendo, Sr. Sturges – a psiquiatra deu um leve sorriso – Bom, acho que é isso, por enquanto, caso eu precise de mais alguma coisa, entrarei em contato, certo?

- Certo.

A mulher esperou o outro sair da sala, antes de começar a arrumar as suas coisas e sair também. O lugar estava bem mais calmo, depois que a maioria das pessoas havia sido liberada. Agora ela teria que descobrir onde estava Tom, o que não foi muito difícil, já que o médico decidira não deixar o local, apenas esperá-la dentro de seu carro.

- Como foi? – o homem perguntou assim que abriu a porta para ela entrar.

- Normal. Aonde vamos agora?

- Casa dos Keiths – ele respondeu, dando partida no carro – Dar uma olhada na cena do crime e cuidar para que não estraguem o corpo durante o transporte até o hospital.

A viagem de carro fora silenciosa. Por mais que Hermione quisesse encher o colega de perguntas sobre várias coisas – o caso, as testemunhas e, principalmente, o pai dele – conseguiu se controlar para não fazer tal coisa, certa de que, caso o fizesse, teria que enfrentar o incrível mau humor de Tom Riddle... E ela realmente não queria ter que enfrentar isso logo de manhã cedo.

Assim que chegaram a casa, Tom pegou algumas coisas no banco de trás, antes de apressar-se para o local. A médica apenas o seguiu, decidindo que o mais útil que poderia fazer naquela hora era ficar quieta e observar tudo, desde quando seu colega praticamente mandou a técnica de cena do crime, uma mulher de cabelos cor de rosa curtinhos que parecia estar se divertindo fazendo o seu trabalho, para fora apenas com um olhar, até quando o médico ficou parado no meio do quarto da vítima, com os olhos azuis fixos no corpo por alguns minutos, antes de começar a andar em volta, observando a posição de Jane Keiths na cama e anotando algumas coisas em um caderninho preto que sempre levava no bolso.

Hermione, que ficara na porta do quarto, não conseguiu tirar os olhos do corpo sobre a cama. Jane Keiths era uma moça bonita e, com toda a certeza, formava um belo casal com Peter Wright. Ambos eram loiros, altos e com a pele bem clara. A garota parecia que, em vida, fora uma pessoa simpática, um pouco diferente do noivo, e, olhando em volta, a médica também pôde perceber que ela deveria ser rodeada de amigos, devido a quantidade quase exagerada de fotografias dela com outras pessoas que havia pendurada nas paredes do quarto... Algumas fotos representavam Jane com outras garotas, outras era a moça com o noivo e também havia algumas com ela e o amigo, Jeremy Sturges.

- Granger?

A psiquiatra fora arrancada de seus pensamentos assim que ouviu o outro a chamando. Quando parou de olhar as paredes do local, Hermione viu Tom agachado ao lado da cama, com uma máquina fotográfica em mãos, apontada para o rosto do cadáver.

- O que foi?

- Desça e diga que podem vir pegar o corpo – o médico murmurou, voltando a olhar pelo visor da máquina e tirando uma foto do corpo.

- Certo.

A mulher respirou fundo, olhando mais uma vez para o colega, antes de lhe dar as costas, dizendo para si mesma que ela tinha plena consciência do que iria ter que fazer naquele trabalho, então, não poderia reclamar de estar vendo o sol nascer dentro de um quarto aonde, supostamente, havia ocorrido um assassinato.

****

Parabéns, vocês ganharam um desenho/fotografia/composição :D

...porque vocês sabem que eu amo desenhar e tirar fotos '-' então aí está (ói meu estetoscópio! *-*)

http://arileli.deviantart.com/gallery/#/d378riy


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Notas finais do capítulo

N/A: Capítulo freaking longo não gosto muito dele, parece confuso...


1- "[...] a técnica de cena do crime, uma mulher de cabelos cor de rosa curtinhos que parecia estar se divertindo fazendo o seu trabalho[...]": É a Tonks


Eu dei uma vacilada aí... Num dos caps anteriores o policial diz pro Tom que ele já havia mandado alguém levar o corpo para o hospital, dai eu tava lendo uns livros e vi que o médico legista vai na cena do crime e pans... dai eu mudei, vou arrumar no outro cap tb.


OKA, momento propaganda, tudo bem?

1- Riddle's Riddles: acho que vocês já leram, mas ok... Estou repostando RR, já que ela ta sendo reescrita, betada, arrumada, embelezada e aperfeiçoada -Q ... É, se quiserem dar uma olhada lá, fiquem a vontade


2- Lagarta Azul: vou indicar essa fic de novo, porque ela é linda, fofa, tem THr e é AU... então, Lagarta Azul, da Moownk, vão lá


3- Asylum: uma tradução que eu fiz para a fic da menina que beta LFLS em inglês para mim. É AU e se passa num hospício... e tem Tom Riddle, então, acho que vocês vão gostar (mas ela é forte), então, Asylum da RipperShadow aqui no Nyah.


4- Rain: é o início de Asylum... também AU e também com o Tom, e também da RipperShadow.
(reviews enviados nessas duas fics são traduzidos por mim e enviados para a autora, oks?)


5- Poison: essa aqui é minha mesma... segue esse AU do Tom legista, mas não tem nada a ver com Coroner Stories. Leia se você curte slash e TT.




Bom, é isso '-' Espero que tenham gostado digam o que acharam...



Beijos ;*
Ari.