Coroner Stories escrita por themuggleriddle


Capítulo 2
I almost feel bad for him




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- Hey, Mione!

A médica desviou o olhar do chão e virou-se para observar dois médicos que estavam encostados no balcão da recepção, acenando para ela. Um dos homens era ruivo e tinha o rosto cheio de sardas, já o outro tinha cabelos negros e bagunçados, e usava óculos redondos por cima dos bonitos olhos verdes.

- Boa noite para vocês – a mulher sorriu, aproximando-se deles – Como estão?

- Ótimos – o ruivo sorriu – Harry tem uma cirurgia daqui a pouco, estou certo, cara?

- Sim – o moreno falou enquanto abria um prontuário que tinha nas mãos – Correção de miopia.

- Boa sorte – Hermione sorriu – E você, Ron, tem alguma coisa?

- Minha noite está calminha – o sorriso dele se abriu ainda mais – Acho que vou dormir um pouco... E você?

- Vou dar uma olhada nos meus pacientes e depois ir para casa, tenho algumas coisas para fazer.

- Hey, nós encontramos o Percy e ele havia dito que você tinha ido falar com o diretor, o que houve? – Harry finalmente ergueu os olhos dos papeis que estava lendo.

- Ah, isso... – os dois médicos se encararam por um tempo ao verem a amiga fechar os olhos e massagear as têmporas, coisa que ela só fazia quando estava estressada – Bom, Dumbledore queria me oferecer outro posto aqui no hospital, sabe, como psiquiatra forense... Eu continuaria a tratar da minha ala, mas, quando precisasse, iria ajudar o legista daqui.

- Wow! – Ron riu, apoiando-se no balcão da recepção com os cotovelos e espalhando alguns papeis que haviam ali, ignorando o olhar severo que a recepcionista lançou em sua direção – Parabéns, Mione! Então você vai ser assistente do legista quando for preciso... Vai trabalhar com o Corner?

- Ahm, não – a médica torceu o nariz enquanto respondia – Michael Corner saiu do cargo, ele se mudou para os Estados Unidos, lembra?

- É verdade, lembro dele falando – resmungou Harry – Casou com uma americana e foi morar lá em... Onde mesmo?

- Nova York – disse Hermione – De qualquer jeito, eles contrataram um novo legista.

- Interessante, Mione, você vai poder conhecer gente nova – o ruivo riu, tirando sarro da amiga.

- Bom, o problema de tudo isso é o meu “parceiro” – a mulher bufou baixinho e cruzou os braços na frente do peito – Ele é um babaca que acha que não precisa da ajuda de ninguém. Acreditam que ele conseguiu tirar Susan Bones do sério? Quero dizer, Susan é um poço de paciência!

- Se ele conseguiu irritar a Bones, imagine o que vai fazer com você – começou Weasley, mas ficou quieto ao ver o olhar que o amigo de cabelos escuros lançava em sua direção.

- Ah, eu não vou deixar que ele me intimide!

- Nós sabemos, Mione – Harry sorriu para a amiga, finalmente deixando o prontuário de lado – Aliás, qual é o nome do sujeito?

- Tom Riddle.

A reação de Ron ao ouvir o nome do outro médico não fora o que Hermione esperara. O ruivo arregalou os olhos e abriu a boca para falar alguma coisa, mas as palavras não saíram, como se ele estivesse tentando articular uma boa sentença. Foi só depois de alguns segundos que ele finalmente conseguiu  falar alguma coisa.

- Mione, esse cara é tipo... O cara quando se trata de medicina forense! – Weasley falou – Eu já ouvi falar nele! Tom Riddle... trabalhava no hospital Durmstrang.

- Por que ele saiu de lá?

- Não sei, Mione – o ruivo coçou o queixo enquanto olhava em volta – Ouvi gente dizendo que ele pediu demissão e outras pessoas dizendo que ele foi mandado embora depois de se meter em briga com alguns outros médicos lá.

- Posso dar a minha opinião? – o homem de olhos verdes ergue a mão, pedindo permissão para falar. Os outros dois acenaram com a cabeça e ele sorriu – Esse tal de Riddle parece ser bom no que faz, então, Hermione, você deveria tentar ignorar a... babaquice dele e prestar atenção no trabalho que ele faz.

- Eu sei disso, Harry – ela sorriu para o amigo – Já disse que não vou deixar que ele me irrite como fez com Susan, vou ficar mais atenta ao trabalho do que à ele.

- Bom, se eu conheço você – Ron riu baixinho – Sei que vai cumprir a sua palavra... Mas também vai fazer o possível para infernizar a vida do infeliz caso ele continue com a ser um idiota.

- Chego a ter pena dele – Harry balançou a cabeça, rindo.

- Vocês falam como se eu fosse uma tirana – a médica seguiu os amigos na risada.

- Droga – o moreno resmungou, olhando para o relógio de pulso – Tenho que ir.

- Boa cirurgia! – Hermione acenou enquanto via o amigo andar pelo corredor até desaparecer no meio dos médicos e pacientes que ali transitavam -  E você, Ron? Vai fazer o que agora?

- Já disse: nada – o ruivo sorriu – Acho que vou comer alguma coisa, já que não tenho nada marcado e...

Antes que o homem pudesse terminar de falar, uma enfermeira afobada parou na frente dos dois e, após recuperar o fôlego, virou-se para Ron.

- Dr. Weasley, estão chamando você na emergência.

- Eu ia comer alguma coisa – ele resmungou para a amiga e depois voltou a falar com a enfermeira – O que houve?

- Fratura do fêmur em um acidente de carro – a moça explicou enquanto os dois iam se afastando.

Hermione sacudiu a cabeça de leve, rindo baixinho, antes de dar as costas para o amigo, apoiar os cotovelos no balcão e apoiar a cabeça nas mãos, tentando decidir o que iria fazer. Ergueu o rosto e encarou a recepcionista, que agora estava arrumando os papeis que Ron havia derrubado.

- Aqui – a médica apanhou algumas folhas que estavam ao seu alcance e entregou para a mulher, que sorriu para ela – Como está indo esta noite, Sally?

- Até que está calma, Dra. Granger.

- Hm... Sabe se estão precisando de mim lá na psiquiatria?

- Não recebi nenhuma chamada – a outra sorriu – Nada para fazer?

- É.

- Por que você não vai descansar um pouco? Já está tarde.

- Estou acordada demais para conseguir dormir um pouco – a doutora riu, desencostando-se do balcão e alongando os braços acima da cabeça – Vou dar uma olhada lá na psiquiatria... Boa noite, Sally.

- Boa noite, Dra. Granger.

Hermione deu as costas para a recepcionista e começou a se dirigir até a área psiquiátrica, que ficava a alguns minutos dali. Enquanto fazia o seu caminho, a médica continuava a pensar no que ela iria fazer depois de visitar alguns de seus pacientes. Acabou decidindo que iria para casa, afinal, como dissera Sally, já estava tarde... E ela já havia feito todo o seu serviço do dia.

- Boa noite, Hermione.

- Ah, olá, Susan.

Susan Bones já trabalhava com ela fazia algum tempo e, sempre que ela via a outra psiquiatra, Hermione se sentia calma. A imagem que Bones passava era a de uma médica incrivelmente paciente, imagem essa que estava extremamente correta...

- O que você está fazendo aqui? Pensei que já havia acabado o trabalho...

- Eu acabei, mas quis vir dar uma olhada nos pacientes.

- Você é viciada em trabalho, Hermione – a outra mulher riu – Não vá visitar todo mundo, escolha só um.

- Eu estou tentando te ajudar! – Granger riu junto com a outra.

- Eu também! Não quero que você perca a sua madrugada aqui, sendo que hoje não é o seu dia de plantão – Susan sorriu.

- Certo, vou ver o Barty e depois vou embora, tudo bem?

- Tudo ótimo!

Hermione deixou a Dra. Bones conversando com um enfermeiro e continuou andando até chegar ao quarto que queria. Bateu na porta, onde havia uma pequena placa com as informações sobre o paciente, levemente, antes de abri-la.

- Barty?

A mulher entrou no quarto e sorriu ao ver um jovem, um pouco mais velho que ela, que estava sentado em uma cama encostada a parede e a encarava seriamente. Ele tinha um livro aberto no colo e, depois de analisá-la por um tempo com o olhar, sorriu abertamente para ela.

- Você já me visitou hoje.

- Eu sei, mas eu quis vir de novo -  ela puxou a cadeira que estava encostada na escrivaninha e sentou-se nela – Como você está, Barty?

- Estou bem – ele respondeu – Meu pai veio me ver?

- Não, você sabe que hoje não é dia dele vir.

- É que... se você veio duas vezes, ele poderia ter aparecido também, não é mesmo? – o jovem sorriu meio sem graça – Mas você gosta de mim, ele não.

- Seu pai gosta de você, Barty – a expressão da médica ficou séria enquanto ela falava.

- Não, ele não gosta de ter um filho louco... Quero dizer, é claro que ele odeia ter o nome dele, Barty Crouch, relacionado com um hospital para loucos.

- Barty, preste atenção – o paciente ficou quieto e ergueu o rosto para encará-la. Hermione se sentiu meio mal ao ver como o jovem herdeiro dos Crouch parecia acabado... Seus cabelos loiros estavam bagunçados, sua pele estava muito pálida, fazendo com que as sardas de seu rosto ficassem ainda mais visíveis, e seus olhos azuis claros estavam rodeados por olheiras – Seu pai te ama, certo? Ele gosta muito de você, caso contrário não estaria pagando um tratamento, não é verdade? – ele acenou positivamente com a cabeça – Você é o orgulho dele, não é mesmo? Lembra-se do que você me disse? Que você havia sido o melhor aluno da sua classe em todos os anos de colégio...?

- Mas isso foi antes de eu pirar.

-Barty, você está melhorando, não está? O que foi que você me disse hoje de manhã, hm?

- Que eu estava melhorando...

- Isso mesmo – ela sorriu levemente – E você precisa continuar melhorando, sabe por quê?

- Porque daí eu posso mostrar para o meu pai que eu estou me esforçando – dessa vez fora ele quem sorrira – Ai ele vai voltar a ter orgulho de mim.

- Isso mesmo – Crouch observou enquanto Hermione se levantava e andava até a porta – Lembre-se: você está melhorando.

- Você já vai, doutora? – ele perguntou, apertando o livro que tinha nas mãos contra o peito.

- Posso ser uma médica, mas também preciso dormir um pouco... Só passei aqui para ver como você estava – ela riu - Boa noite, Barty.

- Boa noite, Dra. Granger.

Assim que fechou a porta, o sorriso desapareceu do rosto da médica. Hermione sabia muito bem que Barty Crouch Sr. morria de vergonha de dizer que tinha o filho paranóico esquizofrênico internado na ala psiquiátrica de Hogwarts. O homem era um horror, aos olhos da médica, o tipo de gente que se preocupava muito em ter uma imagem perfeita diante do público, imagem esta que fora destruída depois que o filho começou a adoecer e a mulher acabou morrendo apenas alguns meses depois que o rapaz fora internado... Mas a Dra. Granger gostava de imaginar que o Sr. Crouch ainda tinha algum vestígio de afeição por Barty e era por isso que continuava pagando um bom tratamento para o rapaz.

A mulher deixou-se sorrir um pouco ao lembrar-se de como seu paciente parecia lúcido durante a conversa que tiveram. Realmente, Crouch Jr. estava tendo uma melhora significativa. Nas últimas sessões que haviam tido, o jovem estava sempre lúcido... Fazia algumas semanas desde a última vez que ele tivera uma crise, achando que os enfermeiros eram algum tipo de aliens que queriam dissecar o seu cérebro, mas, desde então, ele havia melhorado.

- Agora você vai dormi!

Hermione riu e acenou para Susan, que havia deixado de lado a conversa com os enfermeiros para poder dar esta ordem a ela. A outra médica acenou de volta, antes de dar-lhe as costas novamente.

***

Tom Riddle já havia aprendido a ignorar quando alguém o encarava, o que, durante a sua vida, já havia acontecido diversas vezes por diferentes razões. Agora que ele andava através do seu novo local de trabalho, os olhares de alguns outros médicos não o deixavam em paz. Nenhuma novidade... Desde que ninguém o parasse no meio do caminho para conversar, estava tudo bem.

- Tom Riddle? Não acredito que estou vendo você de novo, meu rapaz!

O médico segurou-se para não soltar um muxoxo enquanto se virava para ver quem o estava chamando. Um homem mais baixo do que ele, gorducho com bigode e cabelos grisalhos estava se aproximando dele, sorrindo.

- Professor Slughorn -  Riddle forçou-se a sorrir – Não sabia que você trabalhava aqui.

- Ora, Tom, não sou mais o seu professor! – o outro deu uns tapinhas em suas costas, fazendo com que ele se sentisse meio desconfortável – Quanto tempo, Tom, quanto tempo! Parece que foi ontem que você estava no primeiro ano da faculdade e agora já está aqui! Um médico formado e, pelo o que eu ouvi, muito pertinente.

- Muita gente superestima o meu trabalho, professor.

- Vamos, Tom, nós dois sabemos que você tem tudo para ser um ótimo profissional – Slughorn riu alto, atraindo a atenção de algumas pessoas que estavam em volta – Medicina legal, hum? Achei que você fosse seguir para cardio ou neuro... Talvez até administração hospitalar.

- Acho que eu não sirvo para essas especialidades, professor.

- Bom, se você gosta da parte legal, então, seja feliz com ela – o mais velho sorriu – Eu não me vejo trabalhando com mortos, prefiro o meu laboratório.

- O senhor continua dando aulas?

- Não, Tom, deixei de dar aula assim que a sua turma terminou a minha matéria e vim trabalhar apenas no hospital – Slughorn explicou – Um colega meu tomou o meu posto, o professor Severus Snape, conhece?

- Já ouvi falar.

- Ótimo bioquímico, Severus, mas meio duro demais com os alunos, ouvi dizer – Tom deu um sorriso meio sem graça, enquanto olhava, de relance, para o seu relógio de pulso – Oh, você já estava indo embora, não? E eu fiquei segurando você aqui! Bom, é um prazer tê-lo aqui em Hogwarts, Tom! Tenho certeza de que você irá adorar o hospital.

- Também tenho, professor... Boa noite.


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Notas finais do capítulo

N/A: Senti que ess capítulo ficou meio corrido ._. mas tudo bem, ele finalmente saiu, depois de ser reescrito umas três vezes...

1- Cirurgia para a correção de miopia: quem quiser dar uma olhada aqui [ santalucia.com.br/oftalmologia/miopia-p.htm] para ver mais certinho como é... é a segunda cirurgia, a Lasik, tem duração de 8 a 10 min. Uma pequena camada da córnea do paciente é levantada para poder ser aplicado o laser que vai corrigir a miopia. [é por isso que eu prefiro continuar com os meus óculos D:]

2- Slughorn: O Slug é um bioquímico :D Ele foi professor do Tom na primeira e segunda fase dele na faculdade de Medicina [primeiro ano] :D Hihihi, porque Slug como professor de bioquímica é mara XD Eu gostaria de ter ele como professor de bioquímica ._.'

3- Barty Crouch Jr e esquizofrênia paranóide: eu gosto dele... e acho que ele serve para paciente da Mione D: na fic ele sofre de esquizofrênia paranóide.

"Idéias e comportamento paranóides são características de uma forma de esquizofrenia chamada esquizofrenia paranóide. Indivíduos que sofrem de esquizofrenia paranóide normalmente são acometidos de delírios extremamente bizarros ou alucinações, quase sempre sobre um tema especifico. Freqüentemente ouvem vozes que outros não podem ouvir ou acreditam que seus pensamentos estão sendo controlados ou divulgados em voz alta. Além disso, seu desempenho em casa e no emprego se deteriora, muitas vezes com um grau menor de expressividade emocional."
fonte: psiquiatriageral.com.br/tema/paranoia.htm


eu vou postar essas notinhas de fim de capítulo no meu livejournal [ http://aribh.livejournal.com/33152.html#cutid1 ] também, já que lá fica mais organizado ._.

Espero que tenham gostado (:
Digam o que acharam :D


Beijos ;*
Ari.