Livin On a Prayer. - Vivendo Uma Prece. escrita por Drakaly


Capítulo 1
Livin On A Prayer - Capitulo Unico.


Notas iniciais do capítulo

Um momento de devaneio, e essa historia me veio.
Preparem os lenços, aquelas mais sensiveis.



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Liven ‘on a Prayer

1982
Era uma vez
Não há muito tempo....

 

Ele tomou o casaco de couro nos ombros, deixando que todos soubessem o quanto ele sentia por estar saindo da única coisa que lhe dava segurança.

Ele estava saindo, rezando para logo poder voltar, e em sua cabeça, a ironia e o orgulho gritavam para erguer-lhe os olhos.

Tinha olhos bonitos, sua mãe costumava dizer, mas havia algo neles essa noite, que ele simplesmente precisava esconder.

Tommy costumava trabalhar nas docas
O sindicato está fazendo greve
Ele está com pouca sorte... É difícil, tão difícil...

 

Á passos largos o portão estava cada vez mais perto, e a incerteza gritava que sua mente tinha de dar um jeito.

Havia poucas opções, e menor sorte ainda.

Mas ele daria um jeito.

Ele teria de dar.

Como, ele de fato ainda não sabia. – Mas ele era um Cullen no fim das contas, e alguma fé na sorte ainda lhe sobrava.

Tinha fé, como sempre teve.

Como quando começará com o trabalho nas docas, mudando-se a parte mais remota e afastada da cidade.

Seu velho pai Carlisle não gostará da ideia, e queria todos os filhos sobre os olhos protetores.

Mas ele não sabia mais o que fazer.

Queria a tanto a sua morena, que estava disposto a abrir mão de toda a fortuna que seu nome garantirá. – Que Alice fizesse bom proveito do excesso de dinheiro, e a falta de liberdade.

Apertou o passo quando o portão foi arrastado ainda mais perto, ansiando sair ainda mais rápido.

Ouvirá dizer que em algum lugar do outro lado da cidade estavam contratando jovens, e ele iria dispor-se ia a qual trabalho fosse.

Sim, ele iria.

Acima de tudo, era um Cullen, ele não desistirá.

Amaldiçoou o sindicato em greve por mais uma vez, que o fazia não ter certeza de quando veria o próximo salário, passando pelos portões de ferro, com todos os outros 1236 empregados.

Eram tempo difíceis, onde os de mais idade de nada iriam arranjar, e a crise na economia, apenas viera para piorar.

A sorte estava do outro lado da rua a lhe acenar – Ou era o que seus olhos cansados e famintos lhe diziam – Mas ele simplesmente não podia alcançá-la.

Perto demais – Mas não era para ele.

Gina trabalha no restaurante o dia todo
Trabalhando para seu homem, ela traz para casa seu pagamento
Por amor - por amor

 

Ela estava se sentindo um tanto sozinha no meio de todos aqueles homens e fumaça, mas o que podia fazer?

Era uma mulher e sabia que para ele, isso era muita coisa, mas para o resto do mundo, isso não era de mínima valia.

Então, sua doença asmática não importava aos patrões ou aos clientes – Mas ela tinha de agüentar.

Era o ultimo dia do mês, e isso fazia qualquer coisa valer à pena.

Era o dia em que tudo o que agüentará no pequeno restaurante fosse lhe fazer de valia.

Todas as noites com os pés doloridos pelos saltos. – Todos os dias com as dores de cabeça pelo cheiro de álcool.

Gostava particularmente do cheiro dos cigarros, pois lhe fazia lembrar seu velho Charlie, que em algum lugar entre a Europa e a Ásia, lutava para mantê-la segura.

Um velho guerreiro – Era como gostava de pensar.

Muitos já diziam que, depois de tantos meses em batalha, ele não devia mais estar vivo.

Mas ela não podia aceitar. – Ela ainda o podia sentir.

E seu Edward sempre lhe dizia, que por menor que fosse o ferimento, ela iria saber.

Era seu pai.

Ela iria saber.

Colocou a ultima bandeja sobre a mesa, passando a xícara de café ao xerife mais recente, que substituirá seu pai, sentindo a rede de cabelo pegar-lhe o ouvido.

Obrigado Bella, deixe que me vire por hoje boneca” – O homem piscou-lhe um olho agradavelmente.

Oh, obrigado Bobby. Edward está para chegar.” – Ela sorriu um sorriso completo, fazendo com que o xerife, por um momento, sorri-se também.

Ela era apenas uma menina, e ele sabia disso.

Agradecia aos céus por ter encontrado o Cullen, ou não sabia a que caminho teria se entregado quando o pai não estava lá por ela.

Agradecia aos céus.

Ouvi dizer sobre as docas, sinto muito.”

Nós vamos passar por isso de cabeça erguida Bobby, pode apostar.” – Seu sorriso esmaeceu três quartos, anunciando que suas palavras, embora fortes e seguras, não lhe erram fieis ao que sentia no peito.

Eu aposto em vocês desde o primeiro minuto boneca, desde o primeiro minuto.” – Ele levou o café forte à boca, lançando-lhe um sorriso pela borda. – “Falando no diabo, nos aparece o capeta”

Bella virou-se nos calcanhares, o sorriso retomando-lhe o tamanho, os olhos brilhar na figura imponente ao lado da porta.

Os olhos dele encontraram os dela, e o chocolate úmido e circular de sua iris, quase lhe fez perder o controle.

Segurou seus pés no carpete vermelho, mantendo dela uma distancia segura. – “Bella, amor, vim te buscar.” – Ele sentenciou, correndo um sorriso pelos lábios. – “Pronta para ir?”

Ela afirmou levemente com a cabeça, sem dizer-lhe uma palavra, e Bobby, repentinamente muito apressado em ir embora para que Bella também o pudesse, virou a xícara nos lábios, e escorregando de sua cadeira para a porta – Não se esquecendo de virar a placa de ‘FECHADO’.

Bella sorriu internamente, e ditando as batidas do coração acelerado, foi até a cozinha, onde Ângela virava alguns ovos que comeria com Bella.

“Ang, pode guardar isso pra mim?” – Perguntou, indicando os ovos – “Vou comer com Edward em casa.”

“Okay, Bella, farei mais um então.” – Ângela concordou, cumprimentando Edward que as olhava pela janela.

“Não, eu não posso descontar mais nada de meu salário Ang.” – Bella deu de ombros, as bochechas ficando rubras. – “Está contado. É comida, ou os remédios.”

“Oh, Bella, não seja boba.” – Ang sorriu, olhando por sobre os ombros, enquanto empurrava os ovos para um prato embrulhado, juntamente com algumas torradas – “São por minha conta amiga, apenas dessa vez.” – Apressou-se a acrescentar, quando Bella fez questão de negar.

“Mas, Ang...”

“Bella, eu trabalho porque gosto, você porque precisa.” – Ela colocou o pacote na mão de Bella, puxando-a para um abraço. – “Serio meu amor, leve, Edward parece muito cansado e com fome. Ele não vai admitir, mas está faminto.”

Ocorreu a Bella que talvez, nos próximos dias, eles não fossem comer metade do que Ang havia colocado dentro daquela sacola. – Estariam apenas com o que ela pudesse ganhar, e a incerteza do que ele conseguiria. – Então, de todo modo, era melhor aceitar.

Agradeceu por mais de uma vez, pegando o pacote, e em tempo, entrando na sala do senhor Denalli.

Senhor, já fechamos.” – Informou, mordendo nervosamente os lábios. Era assim que sempre ficava com aquele homem. – Nervosa. – Ele parecia estar constantemente comendo-a como a sobremesa mais saborosa de seu restaurante.

E certa vez, o medo de Bella lhe deu fundamento.

Na primeira semana em que entrará no emprego, e ele a tocará de forma indigesta, tentando fazê-la sua a modo bruto. – Obviamente que Edward não sabia disso.

Ou que faria seu noivo?

Acharia-lhe impura? Romperia com ela? Diria que ela o tinha facilitado?

Ela nem ao menos podia pensar em tão atrocidade.

Seu peito murchava, a mente doía. – Não. Sem Edward ela não podia ficar.

Okay Swan, seu pagamento está sobre a bancada.” - Ele respondeu, desviando a atenção do telefone. – “Esse mês pegou mais coisas da cozinha que o mês passado, mas, apenas porque muito me agrada você, e a minha filha seu noivo, não descontarei nada... Apenas dessa vez.”

Obrigado senhor.” – Vá para o inferno velho maldito, e leve sua maldita filha prostituta com você;

Bella controlou seus pensamentos, pegando o envelope pardo sobre a bancada, e como se arrastada, fugiu da sala às pressas, lembrando-se de fechar a porta.

Adeus, Ang.” – Ela murmurou, passando pela cozinheira, que se ocupava em fazer alguns ovos para si.

Até, Bella.” – Ang sorriu-lhe, enquanto Bella desviava do fogão, passando pela porta e a bancada.

Como foi teu dia?” – A voz dele lhe soou mais grossa que o normal, e sem poder conter o peito, jogou-se contra ele, abraçando-lhe pela cintura.

Não faz qualquer diferença pra mim Ed. Eu ainda amo você. Não importa o quanto dinheiro tem ou deixa de ter, apegue-se a mim. Segure-se em mim. Tenha minha fé como sua, Ed, nós vamos conseguir. Vamos passar por isso. Eu prometo..”

A garganta dele ficou apertada uma segunda vez, e novamente, como se homem não fosse, ele tornou a verter em lagrimas.

Ele voltou a chorar.

Ela diz: Temos que nos segurar no que nós temos
Porque não faz diferença
Se conseguiremos ou não
Nós temos um ao outro e isso é muita coisa
Por amor - nós vamos acabar com isso!

 

Ela apertou-lhe a cintura, enquanto saiam pela porta, um delicado sorriso no rosto.

O pacote com seu dinheiro estava agora no bolso interno da jaqueta dele, enquanto seu casaco a envolvia na noite fria. – “Eu já lhe disse que te amo hoje?” – Ele perguntou, apertando sua cintura magra contra si.

Ela era mais do que ele merecia. - Ele tinha certeza.

Enquanto andavam, ainda não podia acreditar que como maricas chorará na frente de sua mulher, e da mulher de outro.

Ele tinha de ser forte.

Não um maricas chorão.

Hum, deixe-me pensar.” – Podia escutar o sorriso em sua voz, enquanto ele engolia o orgulho.

Sua mãe dizia que mais bonito do que parecer-lhe forte, era parecer humano.

E chorar era humano.

Oh, acho que não.” - Ela se fingiu ofendida, enquanto viravam a esquina, a dois quarteirões da casa de Edward, a qual eles dividiam.

“Deus do céu, espero que não venha pensar que não te amo mais por isso.” – Ele entrou em sua brincadeira, fazendo-a virar de frente para si. – “Não suportaria viver em um mundo no qual meu amor por ti fosse colocado em duvida.”

“A duvida seria uma prova, de que seu amor realmente existe.” – Ela ergue-lhe os olhos, corando fortemente. – “Só se pode duvidar, daquilo que se sabe existir.

Ele puxou uma longa respiração, tocando-lhe a testa com os lábios. – “Eu te amo, minha doce Bella.”

“Eu também te amo, forte Edward.” – Ele sorriu, por mais uma vez, pensando que talvez algo em sua Bella fosse mediúnico.

Como ela podia saber exatamente o que dizer? Como ela sabia o que ele precisava escutar?

 “Vai te incomodar se levar-lhe em meus braços?” – Ele perguntou, as mãos paradas fortemente em sua cintura.

Como esperado, o tom de sua pele alva, verteu em rubro mais uma vez. – “Edward, estamos em vias publicas. E eu estou de saia.”

“Bella, são mais de onze, e no fim das contas, estou apenas treinando para nosso matrimonio. Não quero lhe deixar cair.” – Pegou-a nos braços, sem dizer mais meia vírgula, fazendo-a soltar uma risada alta, gostosa.

Ele sabia que ela havia reparado.

É a primeira vez que realmente fala em casar comigo.” - Ela comentou, o rosto imerso no pescoço do rapaz.

Eu sei.” – Ele deu de ombros, sacudindo levemente o cabelo da moça, enquanto caminhavam pelas ruas, com ela em seus braços. – “Mas de que isso vale? Eu estou amarrado a você além da morte, Bella Swan, o casamento é detalhe. Não há nada que a igreja possa fazer, não há modo nenhum de nos unir, que o próprio Deus já não nos tenha feito, por intermédio do nosso amor.”- Piscou-lhe um olho, voltando à atenção ao caminho.  – “E, em todo caso, poderemos apenas nos casar, quando o dinheiro vier.”

“Pare de falar sobre isso.” – Ela lhe deu um tapa de leve no peito, mordendo o lábio inferior com força, quando a casa dos dois despontou no horizonte.

É nossa realidade Bella.”

“Nunca nada do que vivemos foi real, Edward.” – Bella rolou os olhos nas orbitas. – “Quais eram as chances? E, no entanto, cá estamos.” – Ele fez uma careta em desaprovação, pensando que ela tinha sua razão.

Quais eram as chances do filho de um médico renegar sua fortuna por tempo indeterminado, indo viver no subúrbio, ao lado da única mulher sozinha por conta da guerra?

Em sua maioria, mulheres não eram deixadas sozinhas antes de atingirem a maioridade.

Mas mesmo assim, eram casos os poucos.

E qual foi à surpresa de Edward, ao chegar a casa simples, e se deparar com a garota de não mais de 16 anos lavando roupas em um tanque de pedra, aos fundos da casa, com lagrimas nos olhos?

Desde então não se separaram.

Fazia mais de um ano, e com o tempo, tornaram-se amigos.

E com mais tempo, Edward convidou Bella para dormir em sua casa, o medo de que lhe fizessem mal lhe torcia a espinha de modo que ele não compreendia ou jamais sentia. – Ela incrivelmente aceitou.

E no dia seguinte, quando ela pela manha saia de sua casa para a dela, e um jovem moço mexeu com ela, falando alto sobre suas curvas, e ele de fato reconheceu o que lhe mexerá por dentro.

O que mais ele podia fazer? Pediu-lhe em namoro. – E mais uma vez, ela aceitou.

Ele desceu Bella de seus braços, deixando a nostalgia de lado, e pegando a chave do bolso dos jeans.

Bella arrumou o vestido, puxando o casaco de Edward para mais perto dos ombros, enquanto entravam na casa.

Apesar de Carlisle não concordar que ele fosse embora, quando foi, não pode deixar que fosse de qualquer modo. – Deu-lhe a casa.

Não era muito grande. – Pois ele não aceitaria, e o pai sabia.

Haviam dois quartos. – Ele parecia adivinhar que Edward acharia alguém para dividir a casa. Hospede, ou uma moça com quem eventualmente teria filhos. – Sim, pois em breve ele os queria. E queria muitos. Três ou quatro.

Um banheiro, uma cozinha, uma enorme sala, e uma lavanderia ao fundo.

Jogou a jaqueta no sofá, ficando apenas com a camiseta outrora branca que usará para trabalhar em seu ultimo dia. – Agora, ela estava marrom terra.

Bella tirou o casaco dele, colocando-o sobre o sofá, juntamente com o fino chalé que usava por baixo.

Comer?” – Ela perguntou simplesmente, e respondendo por Edward, seu estomago roncou avidamente.

Bella sorriu a ele, fazendo seus ossos amolecerem, enquanto sentava-se no chão. As pernas cruzadas.

Você quer fazer a prece hoje?” – Ele ofereceu, lembrando-se que Bella a muito gostava disso.

Oh, não, faça você. Fiz ontem.” – Ela cedeu-lhe a vez, pegando sua mão direita entre as suas.

Edward limpou a garganta, começando, antes que seu estomago o interrompesse. - “Bom, eterno, e divino senhor. Sabeis que muitos de nós vos pedidos, e que eu e minha Bella somos mais alguns desses, mas senhor, também agradecemos. Agradeço pela mulher que colocaste em minha vida, acima de qualquer outra coisa, agradeço pela fé que ela tem por nós dois. Pela fé que ela tem em mim, e aquilo que nela diz que tudo dará certo. Eu estou esperando que dê senhor. Está dando. Obrigado senhor pela comida, e em especial por colocar Ângela em nosso caminho. E peço senhor, como sempre, apenas uma coisa: Nunca tire Bella do meu lado. Eu preciso dela para continuar inteiro. Eu preciso senhor.”

 

Estamos quase lá
Vivendo a base de uma prece
Pegue minha mão - nós vamos conseguir - eu prometo
Vivendo a base de uma prece

Ela tinha a garganta apertada, como todas as vezes que ele dizia aquelas palavras.

Sim, ele não mentira. Ele sempre agradecia em suas preces por ela.

Ele dizia que ela seu premio, mas ela não podia ver como. – Ele era o premio dela.

E naquele momento, uma lagrima salgada escorreu, batendo no saco escuro da comida. – “Não sei por que ainda chora, Bella.” – Ele riu, tocando o caminho sua lagrima com os lábios, enquanto encostava as costas na parede.

Sofá já não tinha, penhorado a muito havia.

A TV que tinham era a que o pai de Bella a havia deixado.

E naquele momento, ela quis muito que não tivessem penhorado o violão de Edward também.

Ele gostava tanto de tocar para ela, vê-la sorrir, e quando teve de se desfazer do violão para pagar os remédios da asma de Bella, foi à primeira vez que ela o viu chorar.

Ele chorou durante toda a noite, e ela só pode assistir – Disse que tomaria o vilão de volta, mas ele a impediu. – “Não é por ele que choro Bella. É por você. O que vai ser dá próxima vez Bella? Como vou pagar da próxima vez? O que vou vender da próxima vez?” – A lembrança a vez perder mais ar ainda.

Abriu o saco, desviando os olhos para a marca vermelha e recente no antebraço dele.

Desde então, ele passará a doar sangue, para ganhar o dinheiro.

Ela o via chegar fraco, e por vezes mentirá para ela. – Mas ela não era burra. – Ela encontrará os recibos, e os preços. – Ele possuía um tipo raro de sangue, por tanto, o hospital estava oferecendo a ele quase o quíntuplo do que ele ganhava por dia nas docas. – Mas ainda sim, ele não tinha dinheiro para comida, par repor o que vendia.

O que ganhava ali era apenas para ela. – Para os remédios dela.

Sete reais a cada semana, todas as semanas, mais o salário das docas. – Que agora não viria.

Tommy penhorou seu violão
Agora ele está segurando
o que costumava fazê-lo falar
tão difícil, é difícil...

Comeram em silencio, enquanto ela se perdia em memórias, as lagrimas salgadas ainda escorrendo pelo rosto.

Não comeram tudo, pois, amanhã ele iria ‘se vender’, como ela chamava, e precisava comer mais.

Ele se recusou a deixar que ela parasse de comer o seu, para deixar-lhe mais. – Metade do seu hoje, e metade amanha. – Ele comeria apenas o que pudesse.

Não se importava.

Bella precisava dele.

E ele estava fazendo o que lhe estava ao alcance. – Se tivesse certeza de que realmente Bella ficaria bem depois de sua morte, já teria aceitado a proposta daquele velho do hospital, e causado um acidente a si próprio, vendendo tudo que havia em si para ele.

Sim, ele venderia.

Venderia tudo que seu corpo possuía por ela.

Por sua Bella.

Guardaram na despensa o resto da comida - Pois a geladeira foi a primeira a sair. – E assim que os pratos estavam lavados, os talheres iguais e guardados, foram para a cama.

Ele sabia que a muito já passava das 12 horas, e que ela deveria estar tão casada quanto ele, mas, pegando-a em seus braços, carregou-lhe para cama.

Deitou-a ali, puxando as cobertas dobradas aos seus pés, e cobrindo-lhe. – “Não vem dormir?” – Ela perguntou, os olhos quase a fechar.

“Vou, logo vou amor.” – Ele lhe sorriu, se sentado na cadeira a frente dos dois. – A cama nada mais era que um colchão no chão, e tinha espaço apenas para um deles, e ambos ali se apertavam. – O da casa dela, a muito ruído pelas pragas. – “Esquente-se, tudo bem? Eu vou logo.” – Ela o olhou, sem entender, enquanto, por baixo das cobertas, jogava o vestido longe das vistas.

Venha comigo, Edward.” - Ela pediu, mordendo levemente os lábios.

Sabe que me mexo demais. Vou descobrir você.” - Ele deu de ombros, acomodando-se na cadeira, sem mais poder mentir. – “Sabe que não pode adoecer. Falta pouco para amanhecer, eu posso ficar aqui...”

Não seja bobo.” – Bella esbravejou, puxando-o, enquanto tirava as cobertas.

Edward caiu sobre ela, fazendo com que ela envolvesse seu corpo com as pernas e os braços. – “Você pode ficar, Edward, me esquenta mais.” – Ele sorriu, rolando para o lado, enquanto colocava-a sobre seu corpo, como sempre costumavam fazer.

Eu juro Bella, um dia, eu vou recompensar você por tudo. Por ser tudo para mim.” – Ela sorriu-lhe um sorriso engasgado, as mãos na barra de sua camiseta.

Tire isso, está sujo.” – Ele ajudou-a, jogando a camisa longe, e o jeans indo em seguida.

Você não se cansa?” – Perguntou, não como se estivesse reclamando, enquanto pousava seus lábios em seu pescoço.

Não. De você não.” – Ele riu baixo, o rosto imerso nos longos cabelos chocolate de sua morena. – “Você promete?

O que?” – Ele perguntou, sentindo-a empurrar seu corpo contra o dele.

Que vai me levar pra longe daqui, Ed? Que vamos poder estar juntos, em outro lugar?” – Ele sorriu, apertando seu rosto, agora imerso em seu peito.

E como num farfalhar, num sussurrar, ele respondeu: “Eu prometo Baby... Um dia... Seremos apenas eu e você.

E ali, encostado contra ela, quase inerte, ele pode sentir, completamente quando as lagrimas vieram contra seu peito. – “Baby tudo bem.... Um dia....” – Ele nunca soube por quanto tempo falou, por quanto tempo a assistiu chorar sobre seu peito, mas ele sabia de uma coisa.

Que no fundo, ele jamais poderia esquecer o quão amargo se sentia.

Gina sonha em fugir
Quando ela chora de noite,
Tommy sussurra: baby tudo bem... Um dia...

Ele sentia a pele do dorso molhada.

A garganta aperta.

Enquanto, em algum ponto, ele continuava a sussurrar.

Ele tinha uma melodia na cabeça.

Uma dor profunda que em estacas atingia sua alma.

Ele sabia que era fraco. Que nunca poderia cuidar de uma mulher.

Então porque, em nome de Deus, ele foi se apaixonar?

Ele não podia suportar a dor em sua mente.

Ele não podia suportar as incertezas em sua alma.

Tinha absoluta certeza, que em algum lugar de sua alma, algo esperava para queimar, enquanto algo já estava queimando.

A esperança.

Estava se esvaindo.

Ele podia sentir cada poro de seu corpo se abrir em chamas, quando se lembrou.

A única coisa na qual podia se agarrar.

A única certeza que nunca iria falhar.

Sua Bella.

Apertou-lhe entre os braços cansados, e os olhos turvos. – Ele não podia desistir.

Agarrou em sua mente, aquilo que sabia ser a fé de sua mulher em sua mente.

Agarrou-se, com unhas em dentes, naquilo que sabia e conhecia.

Ele não sabia em que parte de seu dia havia crescido a certeza de estar vivendo a base de uma prece.

Ou em que momento Bella havia entrado no meio de toda essa bagunça.

Sua mente lhe pertencia, ele tinha certeza, mas o que ele lhe tinha a oferecer?

Que espécie de egoísta ele era?

Porque ele não podia... Cuidar da sua garota?

Cuidar da sua menina?

Ele não estava pronto para isso quando saiu de casa, e duvidava fielmente que um dia estivesse.

Ele não sabia mais o que tinha em mãos... Havia algo, no entanto, no fundo de sua mente, que o fazia ter sono.

Que o fazia adormecer.

E antes de adormecer, como sempre nos acontece, nos momentos mais difíceis.

Nas vidas mais sem razão.

Nas partidas mais duras.

Nós momentos mais insanos.

Nas dificuldades mais abrasadoras.

A resposta lhe veio.

Ele tinha de lutar. – Ele tinha de continuar. – Por ela. Por ele.

Era apenas para isso que ele iria viver agora. – Porque, no fundo, ele sabia que não havia mais nada a fazer.

Fechou os olhos, entregando-se a inconsciência, e com um sorriso no rosto, e uma certeza na mente, ele ainda pode sussurrar – “Baby tudo bem... Um dia.... Tudo vai dar certo.”

 

Nós temos que agüentar, preparados ou não
Você vive para lutar quando é tudo o que resta


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Notas finais do capítulo

Reviews?
*-*
Eu gostei mt de escrever, sinceramente.
Beijos.