Dia Ruim escrita por LordMark


Capítulo 1
Capítulo 1




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        Estou em 1943 em plena 2ª Guerra Mundial. Sou americano e meu nome é David. Estou num acampamento, não muito grande, em uma floresta na França. Estamos sem água, sem botas, sem comida e para piorar, o inimigo ataca com tanques e muitos soldados.

        Escutei vários disparos e a primeira coisa que pensei, foi que estava morto. Imediatamente, levantei e comecei a correr, dois dos soldados inimigos estavam atirando na minha direção, pensei que não poderia ficar pior, mas ficou!

No meio da correria, pisei em um prego, pulei para o lado e fiquei atrás de uma árvore. Quando olhei para o prego dentro do meu pé, gritei:

- Ah, danado inconveniente!

Com isso, os inimigos que estavam atirando, pararam de atirar e começaram a andar em minha direção, para ver se eu estava morto. Ao notar que eles estavam se aproximando, peguei rapidamente uma faca e rasguei minha roupa, enfiei o dedo no “buraco” que tinha no meu pé e retirei um pouco de sangue para meu “disfarce”, fechei os olhos e fiquei encostado na arvore. Quando eles me viram caído no chão, acharam que eu estava realmente morto.

          Agora você se pergunta, como eu vou sair dessa? Foi assim. Levantei e fui para o meio da mata mancando, observei que estava começando a anoitecer, comecei a apertar o passo para procurar um lugar para dormir. Dias atrás tinha chovido muito, por esta causa que estou com lama até a canela, não sinto mais os pés e nem os dedos da mão, o frio é insuportável. Depois de um tempo caminhando, enfim percebi que o solo estava melhorando e o chão estava mais seco, então pensei que não poderia ficar pior, estou sem comida, sem bebida, sem armas, só com a roupa do corpo rasgada e com um furo no pé. Começou a chover. Gritei com muita raiva olhando para o céu:

- Por que só comigo? Já basta eu não ter nada pra comer a dois dias, agora, o que você quer Senhor?

No mesmo momento, um caminhão que estava em um comboio me atropela, apago na hora, e acordo no chão tonto com um soldado me olhando:

- Ele acordou! – Disse o soldado com muita alegria no rosto, cuspindo em mim.

Levantei devagar e resmunguei:

- Só faltava essa, fui atropelado por um caminhão no meio da floresta com um soldado me babando!

- Pode relaxar você esta entre amigos. – Disse um rapaz que estava encostado no caminhão.

- Que horas são? – Perguntei passando a mão no rosto.

- Quatro horas – Disse um deles.

Depois de cuidarem dos meus ferimentos, pedi um copo de água e fui saindo. Um dos soldados, quando me viu saindo, gritou:

- Espera ai, você não quer que eu te leve? – Olhei para o rapaz e voltei.          Quando me aproximei dele, ele me perguntou:

- Pra onde você vai?

- Para onde vocês forem. – Disse sem nenhuma esperança no rosto.

- Qual o seu nome? – Disse o rapaz subindo no caminhão.

- David.

- Prazer, eu sou Richard Frutastes dos Santos.

                           Sentamos e ele tirou uma foto dobrada do bolso, que estava um pouco rasgada, e disse:

- Essa é minha filha, tem nove anos, está em New York com a mãe. Ele botou a mão no outro bolso e tirou outra foto que dessa vez era de uma mulher, ele olhou para foto com o olho brilhando, e disse:

- Eu me masturbo com essa foto há dois anos, não agüento mais olhar para essa mesma foto! Assustado, digo a ele:

- Toma essa aqui.

- Qual o nome da sua filha? Pergunto.

- Chiquinha Melopall.

             Depois de uns três minutos o comboio seguiu viagem, o caminhão não era muito confortável, pois estava muito molhado, porque ele não tinha um forro tinha uma peneira. Mas pelo menos comi um Yaquisobra e tomei um suco, gosto amarelo, que disseram que era caju. Algumas horas depois, umas três da manhã, o comboio parou para armamos um acampamento, que dessa vez não foi atacado. Armei minha barraca e fui dormir.

          Já deitado, abro os olhos e vejo um rombo no forro da barraca. Um buraco que teve vários buraquinhos, e milhões de remendos, mas pensei:

- Pelo menos vai entrar um ar.

          Esse rombo serviu de entrada para uma variedade enorme de insetos. Com exceção de uma pedra que estava na região das minhas nádegas, do tamanho de uma bola de tênis, e a merda de um galo cantando às três da manhã, foi um passeio legal.

          Finalmente o dia amanhece me levanto e vejo a biodiversidade na minha barraca, eu acho que aqueles insetos procriaram aqui e chamaram os amigos para uma festa. Desarmo a barraca e a coloco no caminhão, subo e seguimos viagem.

          Percebo que o terreno está ficando mais plano. Mais na frente vejo uma parte do campo que foi esburacado por bombas. Escuto disparos, o motorista vira brutalmente o caminhão. Então percebo que ele foi atingido na cabeça, pois todo o sangue do energúmeno, veio na minha cara. Vejo balas atravessarem o caminhão, pego um fuzil e pulo do veículo. O caminhão vira, começo a correr junto com quatro soldados, viro e dou dois disparos e continuo a correr até um buraco, que foi feito por uma bomba, agacho e começo a atirar, mas a porra da arma é “Made in China” e trava. No momento que estou enfiando o dedo para destravar a arma, vejo dois tanques inimigos virem em minha direção. Um soldado que estava correndo pára e me pergunta:

- Aqueles tanques são amigos?

- Eu acho que sim, eles estão juntos.

         Um soldado americano que estava correndo leva um tiro de tanque na perna, e voa do meu lado só da cintura para cima. 

           Os tanques continuam na minha direção. Pego a granada que estava com o soldado morto, e a lanço na esteira de um tanque. A granada explode e a esteira arrebenta. Nisso a torre do tanque vira na minha direção, eu pensei que minha hora tinha chegado, mas no momento que o tanque ia atirar um avião da um rasante metralhando toda blindagem dele. Por fim, ganhamos a batalha.

           Um jipe que estava em nosso comboio, encosta ao nosso lado e o motorista grita:

- Amor, entra no carro! – Com uma voz de pato feminino.

- Sim, senhor. E entro no jipe.

- Para onde vamos senhor? – Perguntei.

- Vamos para o aeroporto, querido.

- Qual o seu nome, senhor?

- É Jorge, mas pode me chamar de Cláudia.

- ...

Continuamos o trajeto, até chegarmos à cidade do aeroporto, destruída pelos bombardeiros. A cidade era irreconhecível, suas ruas devastadas, suas casas destruías, mortos, pessoas jogando Handball...

Com um olhar de tristeza olho para ele e pergunto:

- Quanto tempo você está nessa guerra? – Perguntei.

- Dois anos como Jorge, e um como Cláudia. Já estou acostumado com este tipo de visão, e você, quanto tempo esta nessa guerra?

- Estou há quatro meses.

Quando chegamos, no aeroporto, pegamos um bombardeiro, em bom estado, eu acho, e nos direcionamos para Paris. Fomos recebidos muito bem, pelas baterias antiaéreas Alemãs. O avião foi atingido no motor e na cabine do piloto. Olho para o companheiro que estava do meu lado e digo:

- Que sorte, né?

 Tivemos que fazer um pouso forçado, que infelizmente e felizmente, só eu sobrevivi.

Pousei no meio de uma cidade destruída, em um tiroteio entre ingleses e alemães. Não pude sair dos destroços, poderia ser atingido por tiros de amigos ou de inimigos. As balas amigas e inimigas batiam na lataria do avião. Minha grande sorte de novo, pois sou um cara muito sortudo, fui atingido no braço de raspão, e isso dói pra caralho. Vejo que não tenho mais esperança.

Lembro da minha vida, da minha esposa, de meus pais, meus parentes, de tudo o que foi bom, menos minha sogra.

Pego uma bola e desenho com uma canetinha, azul, que tinha comprado em um camelô lá na cidade do aeroporto destruída, aquela, que eu tive uma conversa medonha com aquele cara, Jorge, Cláudia, sei lá.

      Desenho um rosto nela e chamo de Harry. Olho para o lado, e vejo o piloto morto com o “Jorge” do lado entre os destroços, não queira saber onde estava a boca de “Jorge”. Eu pego um rádio que estava no avião, em bom estado e tento fazer contato com o exército inglês, mas o rádio era do camelô, e pegava sinal de um rádio pirata holandesa eu acho. Tento pedir socorro com o código Morse, mas o idiota que respondia tinha mal de Parkinson, e metralhava o dedo no bagulheti. Quando estou quase perdendo as esperanças, eles botam um cara decente para me responder, que envia um grupo de soldados para me resgatar.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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