Fobias escrita por Zara_chan


Capítulo 22
Aniversário


Notas iniciais do capítulo

Não me culpe pela demora, culpe o colégio e o inventor da semana de provas :x
Hey hey, acordei hoje já rachando a cabeça pra escolher um tema pra esse capítulo. Bem, para compensar a demora, o capítulo ficou bem grande.
Boa leitura! :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/96151/chapter/22

O cachecol escondia seu rosto até o nariz, deixando à mostra suas leves sardas um pouco abaixo dos olhos. Tomás parecia meio excluído, estava de cabeça meio baixa olhando para a carteira.

-Toma.

Ele olhou para cima, Alec lhe entregava seu casaco, que agora estava limpinho.

-Eu limpei pra você, tem uma lavanderia perto da minha casa. –Alec disse, deixando o casaco na mesa de Tomás.

-O-obrigado...

-De nada. –ele sorriu e voltou ao seu lugar na segunda fileira.

Tomás ficou olhando pra janela feito um autista, mergulhado em pensamentos. Assustou-se quando uma bolinha de papel atingiu sua cabeça. Olhou para trás confuso e viu Naehe, Idan, Daren e Sarae chamando-o.

-O que houve...? –ele perguntou, se aproximando.

-É um segredo, fala baixo! –Naehe sussurrou.

-Desculpe. Mas por que me chamaram?

-Amanhã é o aniversário do Alec, vamos fazer uma festa surpresa pra ele. –Sarae explicou, apontando discretamente para Alec- Quer ajudar?

-Claro. –o ruivo disse sorrindo.

-Ótimo. Primeiro: não conte nada ao Alec. Segundo: você pode ajudar o Idan a fazer o bolo? – Daren disse, apontando o namorado.

-Aham. Mas e vocês?

-Eu e a Sara cuidamos do presente. –Naehe apontou para si mesma e para Sarae.

-Naruki vai me ajudar na decoração e nos brigadeiros. –Daren disse desanimado- Tomara que ela não queira nada rosa.

-O que vocês vão comprar para o Alec? –Idan perguntou curioso.

-Ainda não sabemos. –Sarae riu- Mas vamos tentar comprar algo que combine com ele.

-A parte do ‘nada rosa’ está valendo para vocês duas também, ok? –Daren olhou-as. Os quatro riram e voltaram aos lugares, a aula de história começou.

No final da aula despediram-se de Alec e se juntaram os cinco no portão do colégio.

-Então vamos para a minha casa Tomás, comprei hoje de manhã tudo o que vamos precisar. –Idan apontou para a direção de sua casa.

-Uhn... Aham! –o ruivo disse meio avoado.

-Eu vou indo também, Naruki deve estar me esperando. –Daren disse abrindo a porta da limusine.

Antes de Daren entrar, o loiro se aproximou dele e beijou-o.

-Não fica com ciúmes viu? –Idan riu baixo, fazendo Daren ficar com o rosto vermelho.

Idan, Tomás e Daren saíram cada um em sua direção.

-Vamos, o centro fica pra lá. –Sarae apontou uma rua larga do outro lado da rua, parecia que o quarteirão era bem maior que os outros.

1ª Tarefa Random – Fazer o Bolo

Tomás já lavava pela milésima vez as mãos e Idan colocou um pesado livro de culinária em cima da mesa.

-Vamos, seque as mãos e pegue o leite, três ovos, farinha e manteiga. –Idan disse, lendo o livro e apontando um armário.

Com as mãos secas e pondo as luvas, Tomás se agachou no baixo armário da cozinha para pegar os ingredientes. Abriu a portinha dupla de madeira e ficou parado, olhando.

-Algum problema aí? –Idan olhou Tomás enquanto untava a forma.

-E-está... Empoeirado demais, né? –Tomas forçou um sorriso.

-Nossa, que coisa educada pra se falar. –Idan brincou, se aproximando dele- Deixa que eu pego então.

Com os ingredientes na mesa, Idan colocou a farinha numa vasilha grande e redonda e voltou a atenção ao livro. Tomás ficou levantando a manga da blusa, olhando a farinha tão branquinha.

-Duas xícaras de leite, três ovos e uma colher de sopa de manteiga. –Idan instruiu Tomás, que foi despejando o necessário na vasilha- Ah, precisa de mais farinha.

-Ok... AH! –Tomás soltou o saco de farinha, que sujou a mesa toda.

-Tomás! O que houve? –Idan olhou-o desentendido.

-A-alguma coisa no chão... –ele olhou devagar para baixo- Alguma coisa tocou a minha perna...

Mesmo com a mesa toda suja, Idan ouviu a resposta do ruivo e riu. Este não entendeu o porquê da felicidade dele, olhava em volta de si assustado.

-Ah, me desculpe. –Idan se agachou e levantou com algo peludo nas mãos- O Iru te assustou? Relaxa, ele não morde.

O loiro aproximou as mãos de Tomás, deixando-o ver melhor o porquinho-da-índia. Era branco com manchas pretas e cor de caramelo, bem peludo.

-Um porquinho-da-índia? –Tomás olhou o bichinho e acariciou-o cuidadosamente.

-Aham. –Idan olhou para a mesa, totalmente suja- Wow, você fez um belo estrago aí hein?

-Desculpe.

-Ah, nem precisa se desculpar, quando cozinhamos sempre acabamos nos sujando um pouco né? –Idan riu, deixando Iru numa mesa perto. Ele foi até o outro lado da mesa e juntou um pouco da farinha.

-O que você vai faz...

Idan interrompeu Tomás, assoprou a farinha que havia juntado. Esta voou no rosto do ruivo, que se pôs a tossir.

-Idan! –ele riu.

Tomás pegou um pouco da farinha e jogou no loiro. Eles ficaram fazendo essa guerrinha até a farinha toda estar no chão. Riram juntos enquanto lavavam o rosto na pia da cozinha.

-Hey, você não tem medo de germes? –Idan se lembrou.

-Farinha é branquinha e limpa. E também, eu tenho mais medo é de tocar coisas sujas. –Tomás respondeu, batendo as luvas para tirar a farinha.

-Ih, temos que acabar esse bolo! –Idan olhou para trás, vendo a vasilha lá no meio da mesa imunda.

-E os seus pais, eles ainda estão trabalhando?

-Devem chegar daqui a pouco, vamos acabar e limpar essa sujeira antes que eles voltem, sim?

-Ok.

2ª Tarefa Random – Decoração e Brigadeiro

-Ah! Que coisas lindas! –Naruki exclamou, vendo a variedade de decorações que seu irmão havia comprado- Tanta coisa pra escolher!

-Não se esqueça que não é seu aniversário, Naru. –Daren disse, bagunçando os cabelos da irmãzinha- Por isso nada pode ser rosa.

-Awwwn, Dare! –ela fez uma carinha pidona- No meu aniversário você vai decorar com tanta coisa também?

-Claro. Mas agora temos que escolher pro aniversário do Alec. –ele mexeu nas coisas espalhadas pela cama em que ele e a irmã estavam sentados- A cor favorita dele é Azul.

-Como você sabe? –Naruki perguntou, esticando uma bexiga.

-Aquelas garotas lá do colégio que amam o Alec sabem tudo sobre ele. Chega até a assustar.

Os dois riram e começaram a encher uns balões azuis e de outras cores. Daren estava no décimo balão e Naruki não conseguia encher nem o primeiro.

-Quer uma ajuda? –Daren sorriu enquanto amarrava mais um balão.

-Não, eu consigo sozinha. –Naruki disse fazendo bico.

-Então tá... –o irmão continuou a encher os balões.

Quando já tinha acabado, olhou para a loirinha. Ela ainda estava no primeiro balão e finalmente tinha conseguido encher o mínimo deste, ficou toda alegre. Terminaram mais alguns preparativos para enfeitar a mesa e a sala. Logo se dirigiram à cozinha.

-Naruki, coloca o granulado nos potes enquanto eu pego o brigadeiro.

-Awn! Você já fez? –ela reclamou.

-Não, não. –Daren riu, trazendo os potes com o brigadeiro- Ainda falta botar granulado e colocar na forma. Por isso você tá aqui né.

Ele ajudou a irmã a prender os cabelos longos e sentaram-se à mesa. Começaram a arrumar o doce, mas Naruki sempre acabava deixando o brigadeiro meio sem... Forma.

-Naru, tenta enrolar enquanto coloca o granulado. Aí fica mais bonito. –Daren mostrou, re-enrolando um brigadeiro.

-Ah!

Enquanto faziam o doce, a mãe de Daren aparece na cozinha.

-Que bonitinhos, fazendo brigadeiro juntos. –a mãe riu, puxando a bochecha de Daren, que reclamou.

-É pra festa do Alec! –Naruki disse contente.

-Parece estar ótimo. –ela disse, olhando os doces já prontos.

-Espero que sim. –Daren sorriu.

3ª Tarefa Random – Comprando um Presente

Enquanto cada um organizava a comida, Naehe e Sarae andavam pelo enorme centro da cidade, entrando em todas as lojas e vendo de tudo. Acabaram comprando algumas coisas para elas, mas nada para Alec até agora.

-Naehe, acho que não é boa idéia sair comprando essas coisas, temos que escolher logo algo pro Alec. –Sarae disse, quando as duas pararam para ver uma vitrine.

-Não se preocupe, Sara. –Naehe riu- Na pressa, o Daren acabou dando o cartão de crédito dele pra gente. Você nem acredita o quanto de dinheiro tem aqui!

-Naê... Ainda não acho boa idéia. –ela disse, abraçada em Dwari.

-Ok, ok. Vamos comprar então o presente do Alec. –ela sorriu e saiu pelas ruas puxando Sarae pelo pulso- Hum... O que será que o Alec vai querer de aniversário?

-Estou me perguntando isso desde que concordei em vir com você. –Sarae disse, sendo puxada rua abaixo.

-E então?

-Uhn, eu ainda não sei. –ela choramingou- Não sei exatamente o que ele gosta.

-Ah, sem stress. Somos mulheres, temos um sentido natural em perceber coisas que os homens não notam, como por exemplo, os gostos. No que o Alec se interessa mais?

-Eu sei que ele gosta de ajudar os outros, é bem receptivo, simpático... –Sarae foi interrompida por um gesto de silêncio de Naehe.

-Eu pedi uma coisa que ele se interessasse, não uma dissertação sobre o garoto. –ela disse, fazendo Sara rir- Vamos, pense, você é a cabeça do grupo Sarae.

-Acho que ele gosta bastante de coisas alegres e divertidas. Ele é sempre tão... Assim. –ela disse, tentando fazer a outra entender o que ela diz.

-Isso, isso mesmo. –Naehe riu- Agora... O que seria uma ‘coisa alegre’?

-Não sei, algo que só de se ver já transmita a felicidade que o Alec transmite. –ela disse, com a voz baixa e meio envergonhada.

-Awn, que fofo Sara! –Naehe disse, puxando a garota para um abraço enquanto andavam.

Olharam muitas lojas, mas nada que parecesse tão interessante. No meio do caminho, Sarae parou na frente da vitrine de uma joalheria.

-Sara você não disse pra pararmos de olhar vitrin...

-Olha Naê.

-O quê? –a garota de aproximou e olhou junto de Sara- Ah, então é isso o que você quis dizer...!

O dia raiou bem quente, todo mundo parecia bem animado naquele fatídico Cinco de Julho. Alec cansou de ouvir parabéns por cada corredor que passava, sorria e cumprimentava a todos. Os únicos de quem não ouviu os tão carinhosos parabéns foi de seus quatro companheiros, que pra constar não havia visto o dia todo.

Durante as aulas, calados. No recreio, ocupados. Esperou até o último sinal tocar, para que fosse chamado por Sarae para o corredor.

-Que houve Sara?

A garota tentava abafar um sorriso. Conversando sobre qualquer coisa, esperou até que sentisse seu celular tocar no bolso da blusa para puxar Alec pelos corredores. Ele a seguiu, mesmo sem entender nada.

Entraram no quarto laboratório de ciências – que estava em reforma até o começo desse capítulo – que estava bem escuro. Alec ligou o interruptor e se deparou com a festa surpresa que os cinco haviam preparado.

Como estavam só os seis ali, puderam ficar de papo furado a tarde toda. Até ouviram o barulho do turno da noite começando, mas como tinham a chave da sala – nem me pergunte como conseguiram -, puderam continuar nas conversas sem interrupções de professores.

-Ahhh Alec, abre o presente! –Sarae disse rindo.

-É, demoramos um belo bocado pra escolher ele!

-Ah, é, meu cartão de crédito. Pode passar pra cá, Naehe. –Daren disse.

-Sem graça. –Naehe tirou o cartão da mochila e jogou para o outro.

-Uhn, uh, Ubnh. –Alec murmurou, com a boca cheia de bolo.

O bolo era de chocolate com morango, estava muito bem enfeitado e parecia ter sido feito com bastante cuidado.

-Espero que o bolo não esteja com gosto de porquinho-da-índia. –Tomás riu.

-E por que estaria? –Sarae olhou assustada para o ruivo.

-Por nada não. –Idan sorriu.

Alec pegou o embrulho azul escuro de cima da mesa e abriu cuidadosamente.

-Vai logo seu lerdo, eu tô curioso pra saber o que é! –Daren disse impaciente.

-Se é assim eu vou mais devagar. –Alec disse, puxando tão devagar o embrulho que nem parecia que ele movia a mão- Haha, brincadeira.

Logo tirou de lá de dentro uma caixinha preta. Abriu-a e sorriu largamente.

-O que é? –Tomás perguntou curioso.

Alec levantou da caixinha um colar brilhante de prata com um diamante nem não pequeno na ponta, que brilhava com o reflexo da luz.

-Que lindo. –Alec sorriu com a voz meio baixa.

-Own, vai chorar é? –Naehe apertou a bochecha de Alec, que riu.

-Se você fizer isso de novo eu choro, você é forte!

-Fresco! –Naehe bagunçou os cabelos de Alec, que já não eram arrumados mesmo.

Eles ficaram mais no papo furado, que passou de assunto tantas vezes. Falavam do presente, depois de como a Naehe e a Sarae teriam enrolado para comprá-lo, depois de por que o bolo devia ter gosto de porquinho da índia e depois ficaram no assunto da relação entre porcos e indianos.

Pararam de falar quando o último sinal do turno da noite tocou. Pouco antes de saírem da sala, ouviram miados. Os seis viraram e se depararam com Blanc e Noir, os dois arrastavam juntos uma folha de papel.

Quando Alec pegou, viu que era a foto dos seis juntos que haviam tirado uns dias atrás quando Tomás entrou no colégio, que eles haviam perdido. Mas no canto da foto tinham duas marquinhas de patas, uma em tinta preta e outra em tinta branca.

-Obrigado, Blanc, Noir. –Alec acariciou a cabeça dos gatos e se levantou, vendo os dois já sumirem por entre as mesas e janelas- Nossa, esses gatos são espertos.

-Até demais. –Tomás riu.

-Também, são os filhotes do meu gato, claro que nasceram pra serem gênios. –Naehe sorriu gloriosa.

-Ô humildade. –Daren suspirou.

Acabaram desviando do caminho para casa e foram tomar sorvete ao saírem do colégio. Claro, Daren deu o maior troço quando passou o cartão de crédito e viu que Sarae e Naehe haviam gasto quase todo o dinheiro com sei lá o quê.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mensagem subliminar na data do aniversário do Alec, mas só a Vicky vai sacar mesmo ;o;



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fobias" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.