Fobias escrita por Zara_chan
Notas iniciais do capítulo
A idéia para esse capítulo veio da minha parceirinha feliz, Vicky779. Modifiquei bastante a idéia, mas agradeço do mesmo jeito.
Valeu Vicky! :*
E mais uma tediosa terça-feira raiava. O dia estava escuro e chovia bastante antes da aula começar, vários alunos do turno da manhã preferiram esperar no colégio, pelo menos até a chuva abaixar. Muitos alunos e professores faltaram, o que movimentou bastante as turmas nos primeiros tempos de aula. Mas, graças à coragem e paciência dos inspetores dos corredores, todos se acalmaram no terceiro tempo.
Quando o recreio começou, Alec, Naehe, Sarae e Idan desceram e ficaram perto do portão, vendo a chuva cair.
-Daren faltou hoje. –Idan disse, com o queixo afundado na palma das mãos- Se já não bastasse o dia estar tão feio...
-Que droga, não dá nem pra ficar animada num dia desses. –Naehe suspirou.
-Hm, eu gosto de chuva. –Alec disse, olhando as gotas caírem na grama dos canteiros.
-Uhn... Chuva me dá sono. –Sarae bocejou e deitou na escada.
-Ok, agora está me dando vontade de ir ao banheiro. –Idan riu e se levantou- Já volto.
Ele saiu e foi correndo pelos quase vazios corredores, até o banheiro masculino. Depois de se aliviar, saiu mais calmo pelo colégio, sem nenhuma pressa. Viu algo branco se mexer e se aproximou, sorrindo.
-Olá Blanc, se perdeu? –ele se agachou perto do filhote.
Blanc olhou Idan, virou e saiu correndo, querendo brincar. Idan olhou o gato e seguiu-o.
Acabaram por correr por um longo percurso, chegando ao outro lado do colégio. Blanc entrou correndo em uma sala e se escondeu ali. Idan entrou junto e mal percebeu onde fora parar.
-Olha, esse é o laboratório quatro que está em reforma... –ele olhou em volta- Nossa, isso daqui tá bem desorganizado. Vem Blanc, vamos ir embor... Blanc!
Nem deu tempo de segurar o gato. Blanc estava brincando com uma corda presa a várias cosias. Quando Idan foi pegá-lo, o gato já havia roído a corda que segurava uma escada. Um estrondo da pesada escada caindo sobre a porta e fazendo-a fechar e então, silêncio.
-O... O que foi isso? –Idan disse, abraçando o filhote e dirigindo-se à porta.
Ele a empurrou, puxou, chutou e xingou, mas nada daquilo se mexer. Quando desistiu, sentou-se no chão no centro da sala, o único lugar do pequeno laboratório que não tinha caixas de tinta, escadas ou pilhas de jornal.
-O que faremos Blanc? –Idan disse, centralizando-se abaixo da única lâmpada da sala.
O filhote miou, pulando no colo do garoto.
-Não precisa ficar com medo Blanc, afinal...
Um trovão interrompeu a fala de Idan. A caixa de força da energia do colégio deu um pequeno curto circuito e fez a lâmpada daquela sala desligar.
-M-M-Mas... O quê acontec... –ele estremeceu e olhou para todos os lados. Blanc miava assustado em seu colo.
A sala ficara totalmente escura. O dia já estava cinzento, e a única luz era a fraca vinda da alta janela meio aberta, da onde se via a chuva cair rapidamente, e da onde podia se ouvir os gritos de alunos que foram pegos de surpresa pela chuva correndo e tentando achar um lugar seco.
Idan levantou trêmulo e se dirigiu à luz da pequena janela. Tropeçou das tintas, escorregou nos jornais, mas chegou até o outro lado da sala e encostou o rosto na parede seca, com lágrimas nos olhos. Aquela escuridão lhe dava uma tremenda insegurança e ele sentia que seria devorado pela mesma a qualquer momento.
A chuva piorou. Idan choramingava ao pé da janela, chamando fracamente por alguém.
-Ninguém vai me ouvir daqui... Todos devem ter ido para a sala... –ele olhou para a janela- Daren...
Em sua mente veio a imagem do garoto, mas logo se corrompeu por outro trovão do lado de fora. Blanc estava a pouco longe de Idan e miava. Virou-se e foi até uma bolsa que aprecia ser de um dos pedreiros. Fuçou por ali até achar algo que lhe fez miar, chamando Idan.
-Uhn... O que foi, Blanc?
-Não acham que Idan está demorando um pouco? –Sarae olhou o relógio de pulso.
-É... –Naehe disse indiferente- Vai ver só tá por aí, em momentos de depressão com saudade do namorado. Isso me lembrou que Daren não vem à aula faz uns dias já.
Alec concordou com Naehe e olhou para um canto da escada. Lá viu uma bolinha de pelos preta se aproximar.
-Ei, aquele dali não é o Noir?
-É mesmo. –Sarae viu o gato parar ao lado dos três- O que ele fez aqui?
-Será que se perdeu? –Alec acariciou a cabeça dele.
-Acho meio improvável. –Naehe- Ele mora aqui, já deve conhecer cada cantinho.
-E o Blanc, onde está? –Sarae olhou Alec e Naehe, que também não sabiam- Devia estar junto do irmão, sempre está.
Noir miou e se virou. Andou uns passos e olhou para os três de novo, miando.
-Será que ele quer que nós o sigamos? –Alec se levantou.
-Provavelmente. –Sarae se levantou e Naehe a seguiu- Vamos ver, só por precaução.
Noir miou e voltou a olhar para frente. Correu alternando entre passos e saltou pelo colégio, com os três atrás de si. Chegou até a porta de uma sala e se sentou.
-Uh? O laboratório quatro? – Naehe olhou a porta- O que quer aqui, Noir? Está em reforma.
-Será que ele quer entrar?
Noir miou, arranhando a patinha na porta de madeira.
-Estranho, mas tudo bem. –Alec se aproximou e tentou abrir a porta- Uhn tem algo pesando a porta do outro lado.
Idan havia ascendido uma vela que Blanc achara com um isqueiro que um pedreiro havia deixado sobre a mesa. Ele deixou a vela derreter a cera para colá-la no chão. Mesmo pequena, a chama da vela iluminava um pouco mais a sala.
O loiro estava com seu rosto corado molhado, pelas lágrimas que caíram. Quando ele ouviu as vozes do outro lado e o mio de Noir, levantou-se em alegria. Blanc foi até a porta e miou, tocando com a patinha nela, como se respondesse ao irmão do outro lado.
-Alec...! –Idan grudou-se na porta ao ouvir a voz do outro- Sou eu, Idan!
-Idan? –Naehe olhou para a porta.
-O que está fazendo aí? –Sarae completou.
-Fiquei preso...
-Disso já sabemos gênio. –Alec reclamou- Agora, por que a porta não abre?
-Uma escada daqui caiu sobre a porta e eu não consigo tirá-la. –Idan choramingou.
-Calma Idan, vamos te ajudar a sair daí.
Blanc e Noir miavam um para o outro feliz.
-Idan, puxa a escada e nós empurramos a porta. –Alec instruiu- Pode ser pesada, mas quatro juntos são melhores do que um.
-Está bem...
E assim fizeram, cada um empurrou e puxou no seu lado. A escada era muito pesada, então demoraram um pouco para conseguir movê-la. No final a porta foi escancarada e Os três que estavam do lado de fora caíram para dentro da sala.
-Uhn, sujei meu cabelo de tinta! –Naehe olhou uma das mexas de seu cabelo- Eca.
-Haha, pra ver o que fazemos por você, Idan! –Alec riu, ajudando Sarae a se levantar.
O loiro já estava com os olhos cheios de lágrimas novamente. Ele pulou e abraçou os três, choramingando um ‘obrigado’.
-Nossa Idan, que drama, calma. –Naehe bagunçou o cabelo dele.
-E que vela é essa, anda fazendo macumba que nem a Sara? –Alec sorriu.
-Eu não faço macumba! –Sarae empurrou Alec, rindo.
-Ah, o Blanc achou uma vela e eu ascendi, já que a lâmpada queimou.
-Você ficou aqui no escuro? – Naehe olhou surpresa para ele.
-Só um pouco. –ele viu que todos estavam meio surpresos- Unh é, eu chorei.
-Ah, tá explicado. –Alec brincou.
-Vamos, vamos sair daqui. O sinal logo vai bater. –Sarae mostrou o relógio- E esse lugar me dá arrepios.
Os quatro saíram da sala e foram na direção das escadas. Idan olhou para trás, mas não via mais Blanc nem Noir.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Olá leitores felizes, me desculpem pela demora do capítulo! Fiquei tão sem criatividade esses dias.......
x_x/