-Lobisomens! – exclama Abel vendo alguns deles se aproximando do trio que no momento se encontrava em uma alameda.

Destiny e Egil se voltam ao mesmo tempo para vê-los. A loira revira os olhos e estala os dedos.

-Isso é tão patético – resmunga ela enquanto raios e tornados se fazem presentes.

-O que significa isso? – murmura Abel vendo os lobisomens serem queimados ou lançados para longe dali

-Não faço a menor idéia – respondi Egil tirando seu casaco branco – Acredito que temos problemas bem maiores vindo por ai.

-É mesmo? – indaga Destiny com desdenho – Acho incrível como progrediu.

O demônio a olha sugestivo enquanto ela gargalha indo em direção a uma loja recém-destruida.

-Não venham aqui – avisou ela quase gritando

-Não tem nada de interessante ai mesmo – diz Egil dando de ombros

Ele então a ouvi xingá-lo enquanto retorna seu olhar para Abel que olha para o monte de lobisomens que ainda queimavam.

-Tem algo errado – refleti ele estreitando as sobrancelhas

-Também pensei nisso – concorda o demônio ficando ao seu lado – Não é coincidência que os vira-latas tenham vindos nos atacar.

-Belzebu me parece uma ótima resposta – satiriza o anjo

-Me inclino a isso também, mas as coisas estão bem confusas – desabafa o demônio – Por que temos que fazer isso? Um Apocalipse? Caos? Iluminação?

-Também não sai – diz franco Abel deixando seu cabelo esvoaçar á favor do vento – Simplesmente foi um pedido estranho do Pai, penso que Anke tem algo haver com isso.

-Com toda a certeza – diz Destiny se aproximando deles

Os dois a olham de cima abaixo. Agora ela trajava uma blusa preta manga longa, calça jeans de lavagem escura, sandália negra e um casaquinho cinza.

-Que foi? – pergunta ela ao ver suas expressões – Tinha que trocar de roupa.

O demônio revira os olhos enquanto o anjo limita-se a rir.

-Ficou linda – elogia Abel solene

Destiny sorri largamente antes de seus olhos voltarem para o teto de um prédio deparando-se com um trio de anjos que detinham suas asas abertas.

A deusa senti seu sangue endurecer em suas veias. Sabia porque eles estavam ali, sabia o que eles queriam, sabia o que planejavam. Sabia de tudo que aconteceria daqui pra frente.

Egil e Abel retornam seus olhares para o trio de anjos que já desciam rumo á eles. O trio para á poucos metros deles recolhendo suas asas. Um deles era moreno dos olhos verdes e os demais loiros dos olhos azuis.

-Armen, Turiel e Kael – reconhece-os Destiny – O amaze (Que incrível).

O trio deixa seus olhares recaírem sobre ela, antes de darem um cumprimento discreto ao demônio e o anjo que estavam ali.

-Bem o see mutlu olmayan o görürüm yazgi (Vejo que não está feliz em nos ver, Destiny) – diz Turiel numa voz arrastada.

-Be iyi bir nedeinin kalmasini isterim (Quero uma boa razão para ficar assim) – replica a deusa tornando sua voz mais ofensiva.

-Llk canavar is-her hand o bil iyi bir neden olur mu? (Saber que a primeira besta encontra-se ao seu lado, não é um bom motivo?) – diz Armen a olhando diretamente.

Destiny abri a boca para falar, mas a fecha tornando a ficar pensativa. Enquanto isso Kael retorna seu olhar para Egil e Abel que não entendiam nada do que estavam falando, pelo menos era isso que Kael pensava.

-Ne burada geldi? (O que vieram fazer aqui?) – pergunta Abel causando espanto em Kael.

Destiny levanta rapidamente uma sobrancelha enquanto cruza os braços. As cosias não estavam saindo do jeito que o trio tinha imaginado.

-Birinci canavar? Ne? (Primeira besta? O que querem dizer com isso?) – pergunta Egil também se intrometendo na historia.

-Satisfeitos? – indaga Destiny com fúria na voz – Agora expliquem á eles o que está acontecendo.

O trio se entreolha enquanto Destiny batia o pé impaciente. Agora precisavam inventar uma boa desculpa para dar á eles, ou contariam a verdade?

Armen deixa seus olhos recaírem sobre Abel, depois de olhar os demais.

-Acredita-se que você, Abel é a primeira besta – conta o guardião sereno e solene.

Ele arregala os olhos de tamanho choque enquanto Egil faz uma careta de confusão.

-Como assim ele é a primeira besta? – pergunta ele enfático – Isso é impossível!

-Não – discorda Turiel – Tudo leva a crer que Abel seja a primeira besta.

-Como? – pergunta Egil atordoado – Esse anjo apenas sabe chorar, é puro demais.

-Quer exemplo melhor? – satiriza Armen – Pureza para julgar quem merece, não há escapatória.

-Isso é estranho – refleti Abel quase sussurrando – A primeira besta deveria ser o Papa. Não eu.

-Não existe em nenhum lugar que diga que deveria ser ele – critica Kael – Isso não passa de uma maneira de deixar que as pessoas pensem que as bestas são humanos mesmo.

-Acho que vocês já fizeram estragos demais por aqui – intromete-se Destiny irritada – Sumam da minha frente.

-Não havia como você parar isso – diz Turiel a olhando

-E não pretendia fazer isso – o corrige ela – Não queria que ele descobrisse dessa maneira.

-Agora é tarde – conclui Abel abrindo suas asas

-Você vai ficar aqui – ordena a deusa o olhando suplicante – Quero que entenda tudo de uma vez por todas.

-Uma outra hora conversamos – diz ele levantando vôo.

A deusa mordi seu lábio inferior enquanto deixa seu olhar vê-lo se afastar.

Que mentira mais ousada.