Pain Is Just a Simple Compromise escrita por rocknrollbby


Capítulo 21
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

AMÉM. Quanto tempo passou ? 9 dias ? T-T Saudades... Obrigada pelos reviews =D



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- Enfim, Hayles, tenho que ir pra casa, trocar de roupa.

- Quê ?! Não ! - Trocar de roupa ? Pra que ?! Tá perfeito assim...

- Eu não vou demorar. Já disse que ia ficar com você hoje.

- Eu sei, mas é que... eu não gosto de ficar muito tempo longe de você. - eu corei, ele sorriu.

- Você não vai passar nenhum segundo longe de mim. Você vai estar aqui - ele colocou o dedo na têmpora - e aqui - ele pôs a mão no lado esquerdo do peito - Ninguém pode dizer que você vai estar longe. - senti minha pele pegar fogo, mas esconder o sorriso agora era impossível.

- Idem.

- Vou indo, Hayles. Até daqui uns... 30 minutos . - ele se levantava.

- Se quando você voltar eu estiver caída no chão, a culpa vai ser sua. Vou estar morta por ter sido torturada emocionalmente.

- Há !Você passou anos sem mim . E de novo, você sofre mais por 30 minutos do que por 3 anos.

- Nesses 3 anos, eu não cogitava a hipótese de ter você comigo de novo. Já que agora eu tenho essa capacidade, exijo ela em tempo integral. - eu fui me colocar a sua frente.

- Hayles, Hayles... Desse jeito você me mata. - ele puxou meu pulso e me envolveu em seus braços. Distância entre meu corpo e o dele: 0. Vontade de sair dali: 0.Ficamos assim por um tempo, e podia-se perceber que nenhum dos dois queria parar. Ele suspirou ,me abraçou mais forte e soltou .

- Volte logo. - eu sussurrei.

- Prometo que vou. - ele beijou o alto da minha cabeça.Eu só fiquei parada, olhando ele sair do meu campo de visão. Suspiro. Oque fazer sem Josh ? Me torturar. Vamos acabar logo com isso .

***

- Aaaah! Tédiooo... tédio tédio tédio tédio tédio tédio tédio tédio tédio... Tédio . - essa sou eu encolhida o sofá, reclamando. Eu faço isso quando não tenho nada pra fazer, só esperado tempo passar. Por enquanto, ainda me restam 5 minutos disso. Mas, enfim. - Josh ! Cadê você, idiota ?! Se você não vier em 5 minutos, eu vou ai te buscar, e não pense que vai ser algo agradável de se presenciar ! - ok, agora isso está ficando ridículo. Eu estou falando sozinha. Ei, isso me fez pensar : onde nós vamos ? Que tal só ficarmos em casa ? Sabe... eu adoro ficar sozinha com você. Hm... é, se você gostar de sauna, esse lugar tá funcionando como uma. Você parece não gostar muito de calor, assim como eu. Quer dizer, eu gosto de um tipo específico de calor . Aquele que surge quando eu olho pra você, ou quando você sorri . Eu amo a sensação. Sabe, também tem aquele corporal de quando você me envolve, ou beija meu rosto, ou simplesmente me toca. Ah, Consciência ! Você tá fazendo isso de novo ! Ah, Hayley, é legal... A campainha toca . Aaaaaah! Josh !

- Voltei . - ele abriu um sorriso . O analisei de baixo para cima . Vestindo uma regata esportiva . Azul escura . Coladinha . Shorts preto que ia até o joelho.

- Hm... estilo playboyzinho. - eu provoquei.

- Que ?! Tá um calor desgraçado lá fora ! Eu ia vestir oque ? Moletom ? Quer que eu coloque um cachecol também ? - ele reclamou, levando os braços para o alto .

- Ah, calma, Josh. Tava só brincando. Mas então... onde nós vamos ? - eu já me colocava ao seu lado .

- Tava pensando em ir num parque aqui perto... - ele disse, passando a mão na nuca. - Talvez você goste. Não é muito frequentado, mas como hoje tá calor pode estar meio cheio, e eu sei que você não gosta muito disso... pelo menos, não de uns tempos pra cá.

- Só não quero uma câmera colada na minha cara . - eu disse, me virando para fechar a porta. - Parece divertido. Quer dizer, eu vou passar o dia com você, nada pode ser melhor. - eu lhe lancei um sorriso, o meu melhor.

Josh e eu andamos até seu carro, numa distância que não me agradava muito. Por mais que parecesse que resolveram transformar a terra no inferno, ficar o mais próxima possível de Josh era uma sensação que sempre me atraia . Entramos e partimos.

- Nem sabia que esse lugar existia... - amplo, espaçoso, e limpo. A natureza vivia em harmonia ali. O sol iluminava cada canto. Árvores espalhadas pelo lugar como se alguém as tivesse colocado numa sequência perfeita, a grama cobria todo o chão, exceto pela passarelas e ciclovias . Movimentado eu diria, grupos de pessoas sentadas na grama, alguma correndo por ai, outras tomavam sorvete... e claro ! Aquelas no período de escassez de testosterona ativa !Por força do hábito, segurei a mão de Josh, entrelaçando nossos dedos. Se elas querem um homem, esse homem não vai ser Josh.

- Um ótimo lugar pra quem só quer passar o tempo. - Ele apertou sua mão na minha, virando o rosto para sorrir para mim. Retribui.

- Então... oque vamos fazer agora ? - eu perguntei, enquanto começávamos a caminhar.

- Ficar por ai e... eu acho que temos alguns assuntos pendentes para resolver. - ele olhou meio sério pra mim, mas ainda tinha um brilho caloroso em seus olhos. Adore isso. Levando em consideração que o tal assunto deveria ser “Os Acontecimentos de Ontem”, eu deveria estar do mesmo jeito que ele. Deveria . Mas eu sorria, ao repassar tudo em minha memória . - Enquanto eu esta fora, fiquei pensando... Tem que ter outra razão pra ter feito aquilo.

- Te acordar, já falei. - eu rolei os olhos. Quer dizer... te acordar foi a intenção porque o resultado...

- Mas me “acordar” - pude sentir as aspas na frase - você poderia ter feito de qualquer outro jeito, beijar a outra pessoa não é algo muito...

- Viável.

- Eu ia dizer comum.

- De qualquer jeito, não foi minha intenção ter projetado outras razões para você, Josh . - Ah ! Mas que foi incrível... Ele suspirou. Longo e pesado.

- Pena que não foi o resultado que provocou em mim.

- Eu juro que a minha intenção foi te acordar.

- Eu sei que tem alguma coisa além disso, eu consigo ver pelo jeito que você fala, que seus olhos brilham quando você diz a palavra “acordar”, ou que você cora quando fala de intenções. Eu te conheço. Mas não o suficiente pra saber oque se passa ai dentro. - ele apontou para minha cabeça.

- Segredos obscuros. - eu brinquei - Muito perigosos e complicados para um mero humano.

- Tá falando a anormal aqui. - ele ironizou - Não, espera ai, você é anormal mesmo.

- Eeei !

- Enfim, um dia eu descubro.

- Um dia eu te falo tudo que penso. Só que agora, eu quero mais é aproveitar o dia do que tentar te explicar o inexplicável.

- Quer fazer oque agora ? - ele perguntou, parando no caminho para me olhar, seu rosto sério agora tinha uma expressão calma e relaxada. Linda. Obviamente. Ele não parava de me olhar, e eu acabei me perdendo nele .

- Eu... não sei . - eu olhava para o alto, e balançava nossas mãos entrelaçadas entre nós, para tentar achar um meio de distração. Também não tinha uma resposta certa para a pergunta dele. Se “ficar com você a qualquer hora e de qualquer jeito” fosse uma resposta normal...

- Acho que... nesse tempo o melhor que se tem a fazer é tomar um sorvete. E esse lugar é monótono demais, ou caminhamos por ai, ou... nada. É só isso mesmo. Enfim. Vou lá, pegar alguma coisa para nós, depois a gente fica por ai... tudo bem ? - “nós”... “ a gente”... adoro ouvir essas palavras.

- Hm... ok. Só... não demore muito. Por favor. Você sabe como eu fico... - eu choraminguei. Mais alguns minutos sem ele. Josh soltou um riso descontraído e apetou sua mão mais ainda na minha.

- Não vou demorar. - ele me puxou para me abraçar, passando os braços pela minha cintura . - Hayles e suas crises de solidão. Eu já te disse onde você sempre vai estar.

- Isso não é suficiente. Eu quero mais. Eu sempre vou querer mais. - eu o pressionei. - Volta logo.

- Ok. - ele me soltou, me deu uma última olhada e foi embora. Eu só observei ele se debruçar sobre o balcão do pequeno quiosque em um dos cantos do parque. Josh falou alguma coisa para o balconista, e ficou esperando enquanto o cara fazia os pedidos. Enquanto isso, pude ver um grupo de garotas se aproximando do lugar. Por volta dos 20 anos, todas elas usam shorts e regatas, assim como eu, e óculos de sol descansavam em suas cabeças. A diferença mínima entre nós era que elas estavam vulgares. Eu digo, está calor e tudo mais, mas a maneira que elas falam e andavam já deixava subentendido suas verdadeiras intenções. Todas falavam ao mesmo tempo e às vezes, saia um riso descontrolado e alto do meio da rodinha. Quando chegaram perto do balcão, uma delas, oque me parecia ser a “líder”, parou, fazendo com que todos a imitassem. Ele disse alguma coisa, não consegui entender, mas me parecia um “Olhem isso” . Acompanhei seu olhar. Encontrei Josh. Depois disso, meu olhar disparou de volta para elas. Todas estavam meio que de “boca aberta” , e cochichavam uma para a outra. A líder deu uma última palavra . “Finjam que não é nada, que estamos aqui por acaso” . Ela, então continuou a andar “graciosamente” em direção a Josh. Eu tentei me mexer, procurar se algum sentido meu ainda estava funcionando. Nada. Minhas mãos estavam serradas em punhos, oque eu fiz sem nem sequer ter percebido, e meu rosto começava a queimar, só não sabia se era por causa do calor ou por... ciúmes. Elas continuavam a se aproximar deles, agora formando uma fileirinha no balcão, com a líder na frente. E eu, imóvel, observando. Antes delas chegarem mais perto dele, Josh se virou para mim e sorriu, acenando. Ele consegue me acalmar...

- Oi ! - ela disse animada, tão alto que pude escutar daqui, a uns 20 metros de distância deles, como se Josh já não estivesse perto o suficiente para ouvir. O resto do grupinho soltou risinhos.

- Ahm... oi. - eu tentei ler seu lábios. Josh também não parecia muito confortável com elas. Acalme-se, Hayley. Josh sabe oque ele está fazendo. Ele sabe lidar com garotas desse tipo. Acalme-se ?! Acalme-se ?! Tem cinco garotas dando em cima dele e você quer que ela se acalme ?!Melhor do que ficar estressada por nenhuma razão. Hayley ! Vá lá exigir oque é seu! Ou seja mais sensata e deixe Josh resolver toda a situação.

- Você vem sempre por aqui ? - preciso dizer alguma coisa ? Clichê demais.

- Vim com uma amiga. - ele apontou para mim com o dedão, aproveitando para me olhar e sorrir, tentando me transmitir confiança. Adiantou. A garota seguiu seu olhar e, pelo jeito, não gostou do que viu, fez uma cara de desgosto. Também não retribui com uma cara amistosa.

- Mas, então... eu e minhas amigas - ela gesticulou para as outras, atrás dela, que acenaram para Josh, parecendo mais uma coreografia - estávamos pensando - ah, vocês pensam agora ? - se você não gostaria de ficar um tempo com a gente... - ela inclinava o corpo para Josh. Ele se afastava ao mesmo tempo. Minha reação: primeira vez que eu teria prazer em dar uns tapas em certos rostos.

- Na verdade, vou estar muito ocupado hoje. Pelo resto da tarde.

- Ah, por favor... Nós gostamos muito de você ! - eu chegou mais perto. Perto demais para mim. Hora de fazer alguma coisa em relação a isso, Hayley... Eu respirei fundo e comecei a andar ( lê-se marchar ) para lá. Josh percebeu minha aproximação e sorriu, fazendo todo o meu nervosismo desaparecer. Como ? Eu realmente queria entender. Eu me coloquei ao seu lado, entre “ela” e Josh.

- Sabia que você viria. - ele sussurrou no meu ouvido, fazendo um sorriso envergonhado se formar automaticamente em meus lábios.

- Só minha obrigação. - quer dizer, se eu não fizesse isso, alguém poderia morrer hoje.

- Então... quem é você ? - ela me perguntou, mesma cara de desgosto de antes.

- Eu ? Bom, eu sou a tal amiga. - eu respondi, seca. - Agora queria saber quem é você ?

- Ashley.

- Prazer em te conhecer, Ashley. - Prazer seria se você sumisse daqui. Eu me virei para olhar Josh, formando uma barreira entre eles. Ele, pelo jeito, gostou da ideia, já que sorria feito... ele. Era perfeito. - Mas enfim, Josh, vamos ? - eu disse, sorrindo também. Bipolaridade? Talvez. Estou mais para a opção de que Josh consegue mudar meu humor em segundos.

- Vamos, Hayles. - ele disse, feliz, pegando os sorvetes em cima do balcão. - O seu, de baunilha. - ele colocou o sorvete a minha frente.

- Obrigada. - eu o peguei.

- Sabe, eu gostei de você ter ido lá, falar com aquela garota.

- Por quê ?

- Não sei, acho que é porque eu não esperava você ir até lá.

- De novo: Por quê ?

- Porque você nunca foi muito ciumenta. Quando éramos mais novos, você não fazia isso.

- Eu não estava com ciúmes ! - eu disse, num tom meio indignada, mas a mentira era explícita na minha voz. Ele riu baixinho.

- Tudo bem, tudo bem. Eu acredito nisso... - ele ironizou, segurando para não rir.

- Qual é a graça, Josh ? Eu não estava mesmo! - e de novo, eu tentei cobrir a mentira. Só não queria admitir que eu sentia isso. Não pra ele.

- Ah, nada, Hayles. É que, sei lá, fico feliz em saber disso...

- Não tire conclusões, Josh. Fiz aquilo porque você também não parecia muito confortável.

- Sei, sei... - ele riu, despreocupado.

- Ah, é sério. Enfim, Josh, eu tava pensando... - assim, eu mudei de assunto.

Josh não voltou a falar delas, oque me deixou melhor, e de qualquer forma, eu não poderia ficar brava com ele, era impossível. Enfim, continuamos assim, caminhamos durante o dia inteiro sem parar sequer um minuto. Era fácil como respirar ficar ao lado dele. Assuntos leves, comentários simples e diretos, mas mesmo assim ,geravam mais e mais coisas para conversar, um ciclo infinito, mas que, de modo algum, não nos fazia perder o ritmo. Elogios por aqui, carícias por ali, nenhum dos dois se casava disso. Era incrível como o tempo colaborava com a gente. O sol ainda brilhava, agora quase sumindo no horizonte, o que, apesar de eu não ser muito fã dele, deixava o lugar ainda mais gracioso, muitas pessoas ainda estavam lá, e a cada centímetro que eu andava, eu desejava que todos os meus dias pudessem ser sempre assim, sem nenhuma preocupação, apenas aquele momento ocupando cada espaço que eu tinha em minha mente. Eu, Josh e mais nada. Não me sentia tão bem há anos. Ele não fazia referência a nada que pudesse nos levar a “maus caminhos” e eu muito menos. Esqueci de mencionar que estávamos de mãos dadas por todo o percurso, e que todas as vezes que falávamos, um olhava para o outro. Sem mais nenhum compromisso.

Chegamos a uma área do parque em que estávamos praticamente sozinhos, as árvores eram mais... espalhadas, não eram muitas.

- Chega de andar, minhas pernas estão me matando... - Josh resmungou. Eu só concordei.

- Hm... não tem lugar para sentar aqui... - eu observei, olhando a nossa volta. Nenhum banco.

- Não faz mal, nós podemos ficar... ali. - ele apontou para debaixo de uma árvore, a maior de todas, e também a mais bonita. Eu lhe mandei um sorriso, ele retribui me puxando pra lá.

Quando chegamos, sentei na sombra projetada pela copa da árvore e pude sentir uma sensação de alívio na minha pele. O sol estava realmente forte. Estiquei as pernas e cruzes os calcanhares, apoiando minhas costas na árvore. Josh continuava de pé, me olhando curioso.

- Que foi, Josh ? Não vai sentar ? - eu perguntei. Ele continuava a sorrir, apoiando-se no tronco da árvore.

- Claro. - e começou a abaixar, mas ao invés de simplesmente sentar ao meu lado, deitou a cabeça no meu colo. - Mas prefiro tomar essa liberdade. - me senti... estranhamente feliz. Eu não sei porque, se era por tê-lo mais perto ou por ele estar ciente da liberdade que tinha.

- Com toda a liberdade. - eu, por alguma força de vontade que surgiu dentro de mim, comecei a acariciar seus cabelos, passando a mão delicadamente neles, como se estivesse fazendo carinho num cachorro. Josh fechou os olhos e suspirou.

- Um dos melhores dias que já tive. Você consegue fazer tudo se tornar especial . - eu corei, mesmo que ele não pudesse ver meu rosto agora, e algo dentro de mim começou a florescer, algo... muito bom.

- Josh, eu não... tenho oque dizer, acho que... eu só tenho que concordar que você também... faz isso comigo. - eu disse, meio envergonhada. Ele sorriu. E assim nós ficamos por uns minutos.

Ah, que lindo. Porque tem sempre alguém que insiste em destruir os bons momentos... Fala, Consciência, oque você quer agora? Nem eu sei, só queria aparecer por aqui mesmo. Agora, perceba o quão feliz você está. Isso não é nenhuma novidade pra mim. Só estou aqui para reforçar, caso você não perceba o segundo significado que isso tem. Você vê coisas onde não existe nada. E eu não quero ter que discutir isso comigo mesmas de novo. “Ah, mas você está passando para o outro lado e blábláblá” . Cadê o Bom-Senso ? Pelo jeito, te comandando. Enfim, era isso que você queria me falar ? Na verdade não, só estava te provocando mesmo. Eu queria que você tentasse se concentrar no seu estado de espírito. Que?! Você ?! Hahahahahaha. Sinceramente, isso não tem sua cara. É, eu sei, Hayley, mas às vezes eu também tenho que te ajudar com ouras coisas, sem ser o Josh. Se você conseguisse me ajudar, eu estaria grata, mas a única coisa que eu vejo você fazendo é me confundir mais ainda. É, eu também sei que eu faço isso, mas você também deveria saber que você só está mais confusa por causa de um certo outro “ser” . Eeei ! Eu não disse nenhum nome! Afinal, oque eu quero é que você simplesmente tente aproveitar tudo que está sentindo agora. E você acha que eu to fazendo oque ?! Hayley, preste atenção. Você não sente mais nada além de felicidade ? Um sentimento estranho... Sim, mas eu deduzo que isso seja só resultado da alegria. Analize-o melhor. … Alguma coisa... ruim, está vindo... Por que eu me sinto bem com isso ? Porque não é tão ruim assim ,você só tem medo de que aconteça, e que possa estragar o que está acontecendo agora. Não é ruim se você não quiser. Argh, estou ficando parecida com o Bom-Senso... E eu ainda posso ouvir oque vocês falam. Só... fique mais atenta em alguns detalhes, e tente fazer disso algo bom. Para você e Josh. Porque tem que ter Josh no meio... Eu queria entender essa seu mal-humor repentino ! Você me causa mal-humor ! Eu estou tentando te ajudar ! Vou... tentar. Obrigada !

- Hayles, assim eu acabo dormindo. - Josh brincou. Me fez rir, apesar do meu estado de agora, provocado pelo presença da Consciência. Eu sabia que perto dele, eu poderia estar a salvo. Mas... ele não era capaz de tirar aquilo que me perturbava agora. Por que ?

- Não seria incômodo nenhum. - eu respondi, fazendo-o sorrir. Josh fechou os olhos. Eu continuei a acariciar seus cabelos.

Encostei a cabeça no tronco e fiquei observando o horizonte. O céu, não mais azul, agora formava uma linha alaranjada indefinida, enquanto todo o resto se dividia entre rosas e laranjas claros. Eu não havia visto o tempo mudar. Talvez muito angustiada pelo meu estado de espírito.

Percebi vozes perto de nós. Olhei para os lados até encontrar uma figura um tanto interessante. Uma criança brincava com uma bola, quase tão grande quanto ela. Ela a perseguia, tentando agarrá-la de qualquer jeito, mas toda vez que se aproximava, ela acabava a chutando para mais longe ainda, fazendo com que seus pequenos e gorduchos bracinhos abraçassem o nada, e ela ria a situação. Não estava muito distante de nós, o suficiente para que eu pudesse ouvir suas risadas. Não consegui achar seus pais, mas levando em consideração o tamanho e a possível idade da criança, eles deveriam estar por perto. Ela foi chutando a bola inúmeras vezes, e eu só a observava com um sorriso enorme no rosto. Chegou a hora em que a bola acabou indo muito longe dela, se aproximando de mim, a criança procurava desesperadamente por ela, percebia-se pelo seu rostinho. Aquilo estava me angustiando. Resolvi deixar Josh sozinho por um momento e fui ao encontro da bola.

- Hey, Hayles ! Onde você vai ? - Josh, perguntou, meio desorientado.

- Só um minuto, é rápido. - eu disse, por sobro o meu ombro.Ao agachar para pegar a bola, percebi que a criança vinha em minha direção, correndo meio atrapalhada. Me abaixei o máximo, até ficar mais ou menos do tamanho dela. Ela mantinha os olhos na bola.

- Brigada, tia ! - ela disse, feliz, finalmente pegando a bola. Quando ela levantou os olhos e sorriu, eu não tive mais reflexo ou raciocínio o suficiente para respondê-la. Eu conhecia aqueles olhos. Cega eu poderia reconhecer eles. Aqueles em que eu procurava a última palavra de sabedoria que poderia salvar minha vida, capazes de me fazer feliz todos os dias em que eu passava com eles, e que me fazia rir e sorrir em momentos críticos.

- De... nada, querida. - eu disse, meio atrapalhada e até anestesiada pelo momento. Aqueles olhos eram...

Azuis. E só poderiam pertencer a uma única pessoa.

Jeremy.


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Notas finais do capítulo

GENTE, EU VOU NA FILA PREMIUM [AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA] . EU VOU TER UMA ATAQUE CARDÍACO ~se eu tiver depois do show, morreria feliz~ *-----* . Enfim, de novo sem previsão. Tá difícil escrever, estou aceitando qualquer tipo de sugestão sobre a Fic. Se alguém tiver alguma ...