Ela ouvi os gemidos vindos do seu próprio quarto, enquanto ficava parada na porta. Não chorava. Não sentia dor. Apesar de saber que seu marido estava com outra agora, aquela situação já era rotina, e ela se adaptou aos poucos com seu casamento desmoronando.  Ela olhou para sua aliança. Não era um simples aro de ouro como a maioria. Tinha um grande rubi, mas ele já não brilhava tanto.

- Querida, você deveria impedir isso. - Disse a rainha, se aproximando. Elizabeth sabia que Blair sofria ao ver o marido, e seu filho, Charles, ou Chuck, como todos o chamavam, com outra. Mas Blair sabia que não havia o que fazer, então apenas se recostou na parede.

- Não a saída, vossa alteza. Eu já usei todas as armas que possuia. Não adianta, ele não mudará. - Elizabeth assentiu. Ela sabia o esforço que a nora fez, porém o filho realmente não tomava jeito.

- Majestade. - Disse um conselheiro se curvando a frente da rainha. - Princesa. - Ele falou se curvando em frente a Blair. - Eu trouxe um novo decreto do Príncipe Charles, acho que gostaria de analisa-lo. - O homem estendeu um pedaço de papel para a senhora, que o tomou, lendo cada linha com extremo cuidado. Blair percebeu aflição nos olhos da senhora e tomou o papel de suas mãos, não acreditando nas palavras que lia. O ódio tomou conta dos seus músculos.

- Ele não pode ter feito isso. - Disse jogando o decreto no chão. "Todos os ciganos devem queimar na fogueira e pagar pelos pecados e impostos não pagos". 

- Blair, respire. Tenho certeza que Chuck não fez por mal. - A realeza falou com calma, tentando pegar o braço da garota, que se esquivou, abaixando-se e recolhendo o papel novamente.

- Chuck nunca faz nada de maneira inocente senhora. Já deveria ter se acostumado com essa ideia. - Blair, saiu pelo castelo, segurando as lágrimas que estavam em seus olhos. "Ele é um bom homem Blair, Ah, é claro, vai nessa.", ela murmurava para si mesma, pensando em como foi imbecil por acreditar nele. Há alguns anos atrás, quatro anos para ter exatidão, ela morava na Espanha, junto com a sua mãe, em um bairro de classe média em Madrid. Seu pai era o príncipe mais novo do promissor reino. Porém ele era frio. Nunca se importou com Eleanor e Blair, apenas com o dinheiro. Eleanor era cigana, e o rei nunca aceitaria que seu filho namorasse com uma cigana suja. Então, as duas vieram para a França procurando uma vida nova, um novo começo. Chegando em Luxemburgo, ao desembarcar do navio, Blair avistou um homem dos céus. Apenas em pensar em quão forte foi a paixão a primeira vista, Blair sente sua garganta fechar. O resto é imaginável: o homem se encantou pela bela mulher de cachos negros e ela caiu pelo charme dele. 

Blair deu a volta, retornando para o corredor dos quarto, já vazio. Ela não via nada, não pensava em nada e sentia apenas ódio. Com um chute, a porta se abriu. Ela ignorou a cena grotesca que estava acontecendo.

- A Senhorita tem 5 segundos para se retirar do meu quarto. - A mulher, em estado de choque, não se moveu. Blair porém cumpriu o que falou. Foi até a cama e arrancou a mulher nua de lá, e a colocou para fora do quarto. Ela só pode estar enlouquecendo, Chuck pensou.

- O que você está pensando para me interromper dessa maneira? - Uma gargalhada sarcástica escapou pelos lábios de Blair, enquanto ela jogava o papel sobre a cama.

- O que você pensa que está fazendo? - Chuck pegou o papel com calma e o mirou, extremamente lento. Aquilo irritava ainda mais a mulher.

- Ninguém vai lhe matar, se é essa sua preocupação. - A indiferença na voz do homem fez com que Blair explodisse. Ela chegou perto da cama, com os olhos vermelhos e as mãos trêmulas. 

- Eu aguentei 3 anos de adultérios abaixo do meu nariz, no meu próprio quarto. Aguentei sua maneira rude de me tratar e sua prepotência. Mas isso foi a gota d'água. Eu não me importo com seu estúpido decreto e não se concretizará. Mas eu nunca perdoarei o que você fez, pois eu defendo as pessoas que me respeitam e os inocentes. -  Ela se dirigiu com closet, pegando uma mala e jogando sem cuidado algumas peças de roupa. Chuck não comprendia o que estava acontecendo. Sua esposa submissa e calma estava o desafiando? Ela realmente ousava confrontar ele?

- O que você está fazendo? - Ela levantou a mala, revirando os olhos.

- O que já deveria ter feito a muito tempo: partindo. - Ela não ficará uma semana fora, ele pensou. E se ficasse, ele nunca precisou dela. Tinha mulheres que o satisfaziam como sua esposa não conseguia. Ele não precisava dela.

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Um mês depois...

- Agora podemos cuidar das burocracias gerais. - O Conselheiro disse, enquanto puxava alguns papéis. Chuck batia os pés inconsientemente no chão. Não podia dizer que não tinha se chocado com a morte repentina da mãe. Porém, ele não podia negar que também desejava assumir o trono.

- Ótimo. Quando posso assumir como rei? - Ele perguntou, indo direto ao assunto. 

- Quando sua mulher estiver ao seu lado. - o conselheiro anunciou calmamente enquanto Bass começava a ficar vermelho.

- Desde quando eu... - O homem o interrompeu. Conhecia o temperamente explosivo de Charles e queria evitar problemas.

- Todos sabem do seu problema de... dispersão de atenção. A corte do reino de Bourbon decidiu em conjunto que só poderá assumir a trono com sua esposa, a rainha a quem você fez os sagrados votos do matrimônio perante a Deus, de volta. - O sanque de Chuck ferveu. "Eles estão me chamando de imconpetente?" se indagava. Porém resolveu acatar. Afinal, a mulher voltaria com um simples pedido.

- Está certo. Blair voltará a corte e eu assumirei. - Falou se levantando e indo para o quarto.

No se imaginaba que su "sumisa" esposa no era tan sumisa y obediente también.