Nothing... Beyond You escrita por Mityy


Capítulo 1
Nada além de você.


Notas iniciais do capítulo

Nos vemos lá embaixo (:
Fic dedicada á mim ;D



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O tempo estava úmido, mas não chovia, estava apenas ameaçando, como sempre. Acho que desde que meu amor foi recusado, os dias sempre estavam chuvosos, bem, pelo menos para mim.

Hoje resolvi andar um pouco, eu estava precisando, essa vida monótona que eu estava levando só fazia eu pensar nela, nela, e só nela.

E isso me machucava, pensar que ela estava feliz, mas com outro, me machucava, e o pior saber que esse outro é meu próprio primo, meu melhor amigo por anos, terminava de machucar a ferida aberta que restara!

Eu estava apenas andando, sem se preocupar para onde, quando vi um lugar um pouco familiar, a praça central de nosso bairro, eu tinha sonhado com Lana aqui, no mesmo banco que agora estava ocupado por um casal apaixonado, em meu sonho, ela sorria como se estivesse muito feliz, e eu a admirava, e lhe roubava um beijo, carinhoso e inesperado como o nosso autentico primeiro beijo, em meu quarto...

Enquanto eu passava pelo casal, eu olhava para cada pedrinha no chão, tentando esconder as lágrimas que teimavam em cair de meus olhos castanhos, de um tom chocolate, a mesma cor do chocolate que Lana comeu em nosso “pré-encontro” naquele restaurante.

Tudo me fazia lembrá-la, tudo, e todas essas coisas faziam lágrimas transbordarem dos meus olhos, ela me magoou em uma tal dimensão, que não passou como eu imaginei que passaria, ainda está lá em meu coração, como a ultima lembrança que tenho dela! E o pior disso tudo, é saber que eu não quero esquecê-la depois do que aconteceu, eu ainda a quero, mas de um jeito impossível, porque ela está muito mais que apaixonada por Dan, ela o ama, qualquer um vê isso, até eu que não gostaria de poder ver.

Eu, mesmo não conseguindo precisava tirá-la de minha mente, eu estava necessitado disso, e nada melhor que um sorvete de framboesa para ajudar a pensar em outra coisa, sim, eu sou viciado em sorvete de tal maneira, que nada irá me impedir de chegar ao outro do lado da rua, e ir a sorveteria do tio Manoel, não, tem uma coisa sim, se Lana aparecer na minha frente e pedir para ficar comigo e não com Dan, mas como isso não irá acontecer...

Sorvete de framboesa, não tem nada a ver com Lana, mas lógico que eu não queria vasculhar minha mente para ter certeza disso!

Enquanto, eu usufruía da minha mania irritante de apertar o botãozinho do farol, mesmo sabendo que ele não funciona, eu gostava muito de apertá-lo. Ao meu lado parou uma Audi TTS Coupé, preta igualzinha a minha, pintura metálica preta brilhante, vidros fumês escuros, detalhes em prata, e até um risquinho ao lado da roda, igual a minha, péra, igual não, idêntica, porque era a minha Audi.

Vi Dan ao volante, era normal dele pegar meu carro sem pedir permissão, muito normal, isso eu não ligava, não ligaria dele pegar meu carro, se não fosse a Lana no banco do passageiro.

Ela estava diferente, linda do mesmo jeito, mas mais jovial, mais alegre, com um sorriso de orelha a orelha, eu sabia que essa mudança drástica era por causa de Dan e sua maldita lista do dez desejos!

Eu havia lido a tal lista, e era ela que estava me consumindo a cada respiração, a cada batida de meu coração, imaginar Dan e Lana, como uma só alma, isso não era novidade, mas imaginá-los como um só corpo, me dava náuseas, a sensação trivial de lágrimas aos olhos.

Eu já havia imaginado, sonhado, pensado, em como iria acontecer, em como seria, e cada vez que eu sentia que por mais que eu queresse, era com Dan que Lana teria sua primeira noite, era com Dan que ela confirmaria seu amor, era com Dan... Nada mais fazia sentido.

O sinal verde, e eu plantado, simplesmente não consegui mexer nenhum músculo; nem piscar, eu pisquei; estava focado no casal dentro do carro, do meu carro...

Ela não me percebeu, ria, eu imaginava sua risada de sino, ela só tinha olhos para o Dan... Este me viu, apenas me olhou por um breve momento e voltou os olhos a ela, sua expressão era indecifrável, um misto de pena e 'soberba', algo como, hoje eu sou melhor que você... Talvez inconscientemente, porque nada de ruim viria de Dan, literalmente, nada...

O sinal avermelhou, e o carro partiu, simplesmente partiu, deixando a mim e à fumaça para trás, coisas sem valor, coisas sem sentido para eles...

Me perguntei, se por acaso, ele comentasse que tinha me visto, se por acaso ele a lembrasse que o carro é meu, o que ela sentiria? Indiferença, saudade, tristeza, ou simplesmente passaria batido por essa 'informação'?

Esperei ao próximo sinal verde para atravessar, Lana apareceu, mas nem percebeu que lá estava eu, olhando para seu mundo perfeito de longe, admirando-a, enquanto ela ria, eu lastimava não poder estar em sua companhia!

Entrei cabisbaixo na sorveteria, pedi o meu sorvete a garota que veio me atender logo depois que sentei, e apoiei o queixo sobre as mãos tentando, inutilmente, lógico, porque tudo o que eu tento não funciona, esconder minhas lágrimas.

As lágrimas eram escassas, acho que minha cota de lágrimas já estava ultrapassando o limite para um dia só... Ou era minha mente lançando um alerta que chorar por um mesmo motivo era burrice, ou sei lá...

Uma garota de cabelos loiros, de roupas normais, e olhos azuis marcantes veio trazendo meu delicioso sorvete. Mas para minha total surpresa, ela entregou o potinho cheio de castanhas, e ficou ali, me fitando, não apenas me fitando como me analisando intensamente.

E ela permaneceu ali, apenas me olhando, enquanto eu tinha a leve impressão, que estava sem vontade e fome nenhuma para pegar a colher e comer meu sorvete, fiquei cutucando o sorvete esperando ele derreter, e ela ainda lá, me observando.

Pela primeira vez, naquele meio tempo, eu levantei o olhar do sorvete, e mirei a garota loira a minha frente. A expressão dela, estava entre pena e indignação, ela se sentou ainda com os olhos nos meus – passou um frio pela minha espinha, ao encontrar com seus olhos -, e disse com uma voz aveludada e tranquila:

_ Porque está chorando? - E por incrível que pareça eu respondi a ela, uma completa estranha, com toda a sinceridade.

_ Por causa de uma garota...

_ E você queria poder fazer alguma coisa, mas ela tem outro... Alguém próximo a você, não é? - Olhei-a admirado, a garota tinha adivinhado.

_ Sim, meu primo.

_ E eles estão bem apaixonados...

_ Amando...

_ Me responde, sinceramente, tem algo que você possa fazer para mudar isso?

Eu parei para pensar, realmente não havia nada o que fazer, nunca houve.

_ Não, não há.

_ E agora eu te perguntou, por que tentar fazer alguma coisa por algo irreparável, porque chorar por algo irreparável?

_ Talvez, para criar esperanças imaginárias...

_ Se eu fosse você, não me apegaria a essas esperanças, porque uma hora elas irão sumir, quando você der de cara ao mundo real.

E ela se levantou, sem dizer mais nada e saiu, me deixando sozinho com os meus pensamentos. Como se nada tivesse acontecido...

Eu não sei como, nem por que, aquelas palavras surtirão tanto efeito em mim, não há o que fazer... Exatamente, não havia nada o que fazer.

Mas meu coração não conseguia nem ao menos tentar esquecê-la... Ela levou o meu coração com ela, está com ela desde sempre, desde o momento que a vi, não tem como me desligar dela... É como se meu coração já fosse parte dela, como se ela já fosse parte de mim... Como se fosse nada além dela...

Me levantei calmamente, como se não quisesse, e fui pagar meu sorvete, cheguei ao caixa, e me veio a mente, procurar aquela garota para talvez agradecer sua preocupação.. E perguntar seu nome, pelo menos.

_ Moça?

_ Sim.

_ Você sabe me dizer onde está a garota que levou meu sorvete agora pouco, uma bem loira de olhos azuis, estava com uma blusa meio alaranjada, sabe dela?

_ Meu garoto – A senhora do caixa baixou o óculos do olhos, cansada – não há ninguém que trabalhe aqui assim, não mesmo...

_ Mas... - Eu sabia que podia ser um fruto da minha imaginação, a minha consciência me alertando dessa paixão doentia, mas se eu não tivesse com o gosto do sorvete em minha boca, eu acharia que era tudo uma ilusão...

Sai do estabelecimento atônito, será que eu havia criado uma garota para me alertar sobre tudo isso? Não... Talvez fosse meu anjo da guarda apenas tentando me dar um toque... Pena que no quesito Lana, eu prefiro dar de cara com a verdade, do sofrer por antecedência sem ela.

 

 


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Notas finais do capítulo

Quem gostou levanta coloca a mão no teclado, para mandar review /o/
Poisé, essa fanfic não foi nem idéia minha, foi da Mariana Cintra, uma grande amiga minha, que é dona dos personagens usados nessa fic, menos da garota loira, que foi baseado em mim! na minha opinião, sobre o Matt ^^
Saiu, e ficou muito boa UHSAUHSA, nada humilde eu ;D