Chegamos ao mercado, pegamos um carrinho e eu não vi mais Mary por alguns minutos, imagino o tanto de coisas que ela estava juntando dentro daquele carrinho. Ri sozinho segurando uma lata de atum.

 - Como um peixe pode comer outro, Adam? – Me virei para ver quem tinha falado comigo e me surpreendi.

 - Emily?

 - Pode me chamar de Em, eu prefiro – Se ela tivesse me falado isso antes, eu teria um motivo para não ser zoado por Mary.

 - Tudo bem, Em – Ela sorriu o que me fez sorrir também, mas eu pensei na possibilidade de Mary passar por ali e meu sorriso se transformou em uma expressão preocupada.

 - Bem, eu só vim perguntar se você estava bem, Brad me disse que tinha um cara que queria te bater hoje, eu acho.

 - Ele te contou?

 - Bem, eu o obriguei a me contar, na verdade. É que foi estranho ver vocês dois conversando, sabe? Sem discussões, ou xingamentos.

 - Ah, está tudo bem sim, Em, não precisa se preocupar – O sorriso voltou ao meu rosto e ao dela também.

 - Emily? – Olhei para trás e vi Mary olhando com uma cara de dor para ela e segurando o carrinho, que estava extremamente cheio, então tentei quebrar o clima.

 - Você sabe que vai me deixar falido, não sabe Mary? – Ela parou de encarar Em e se virou para mim ainda confusa, mas ergueu as sobrancelhas.

 - Eu disse que ia deixar seu saldo abaixo de negativo, não disse?

 - Você a deixa detonar o seu crédito? – Perguntou Em rindo.

 - Eu estou devendo uma para ela – Em olhou para trás de mim como se não aprovasse algo, ou alguém. Eu tinha certeza de que era alguém e quem era esse alguém, mas não me atrevi a virar para ver a cara de Mary, ela me fuzilaria antes mesmo de eu pensar em fazer o mesmo com ela.

 - Então, boa sorte com seu saldo negativo, Adam – Em disse virando-se, mas antes que eu pensasse em olhar para Mary, Em deu meia volta – E boa sorte para você também, Mary.

 - Para quê?

 - Para tentar manter seu amigo – Disse erguendo as sobrancelhas e virando-se para se dirigir aos caixas.