Im Your Decoy escrita por mariporto
- O que você ta fazendo, Ad? Ele já foi embora – Disse ela me encarando séria.
- E-eu, eu não vi, desculpa. Pensei que ele fosse mais resistente.
- Aham – Fez um olhar desconfiado e foi andando em minha frente.
- É sério, o que mais poderia ser, Mary?
- Não sei, mas depois que você me viu ficando com o Matt no colégio, você ficou estranho, sabe?
- Como assim estranho?
- Como agora, antes daquele dia, eu duvido que você me beijasse, mesmo que fosse por um ótimo motivo. Você diria que estaria traindo a Emily.
- Você é quem mais diz que ela não é nada minha, como eu estaria traindo ela?
- Eu sei lá, sua mente é confusa demais pra mim!
- A minha mente que é confusa, Mary? Você nem pára de andar para olhar na minha cara! O que é isso? Medo de dizer que era verdade o que você disse pro cara? Medo de dizer que você é mesmo afim de mim?
No mesmo momento ela parou, virou-se para mim e me encarou com seus olhos mais escuros que o normal. Em segundos, a escuridão deixou seus olhos e surgiram lágrimas em seu lugar. Odiava quando Mary chorava, só nessa hora percebi o tamanho da besteira que tinha dito.
- Qual é o seu problema? – Disse soluçando.
- Desculpa, Mary! Não era a intenção te magoar, não chora, por favor.
- Como você não quer que eu chore, Adam Winnercky? Você acabou de dizer algo que eu nunca disse por medo, medo de estragar nossa amizade! – Seu tom de voz se elevou.
- É verdade?
- Não, não é verdade! Eu nunca fui afim de você, eu sempre te amei, Ad.
- E por que não disse nada antes?
- Porque sempre que eu decidia te contar, você me vinha com “a Emily é perfeita”, “Eu amo a Emily”, “Olha lá a Emily, Mary! Já disse que ela é perfeita demais pra ser de verdade?”.
- Mary...
- Não me venha com “Mary”, Adam. Eu não podia falar com você falando de outra menina. Pior que isso, de outra menina que namora e ama outro cara. Eu não queria estar no seu lugar, ficar só observando uma pessoa de longe, tentando fazê-la notar em você e surtar por um beijo na bochecha.
- É isso que você pensa de mim?
- Não, mas é o que ela e o namorado devem pensar. E saiba que isso te prejudica.
- Como isso me prejudica?
- Se você não fosse afim dela, você não teria nenhum tipo de rivalidade antiga com o Brad e até poderia ser amigo dele e pedir ajuda na natação.
- Eu nunca faria isso, Mary.
- É claro que faria, sem motivação para odiá-lo, você faria – Eu não conseguia mais encará-la, então, resolvi andar em sua frente.
- Adam, volte aqui!
- Não posso, vou me atrasar para a aula.
- Adam! – Ela correu e segurou meu braço. Andei mais rápido, a forçando a me acompanhar o que quase a fez cair – Pára, Adam, eu preciso falar com você! A gente não pode adiar mais essa conversa, agora que você já sabe metade, vamos continuar.
- Eu não posso continuar conversando com você se você só sabe me criticar por amar.
- Me poupe do seu amor, Adam. Se você conhecesse a menina melhor, eu duvido que você a “amasse” como pensa.
- É claro que a amaria!
- O problema é seu, Ad. Eu só queria deixar claro que só não te disse nada antes por isso que está acontecendo. Você vai me ignorar a semana toda, e se voltar a falar comigo semana que vem, vai sempre olhar pra mim de forma superior, como se meu amor por você te colocasse acima de mim.
- Eu nunca faria isso, Mary.
- Prove.
- Quer fazer aquele programa hoje?
- Que programa?
- Filme alugado, pipoca, porcarias do supermercado no meu cartão, guerra de travesseiro, dormir.
- Não vai ficar falando coisas como “Desculpe, não era a intenção te iludir” quando falar algo e eu fingir acreditar?
- Claro que não.
- Jura?
- Juro – Mary sorriu com a minha última palavra, o que me fez perceber que talvez o sorriso mais bonito do mundo não fosse o de Em.
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