Mudando o Jeito de Viver escrita por Mayara Paes


Capítulo 16
15- Entre dúvidas e incertezas. (Bell)




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"E se a minha coragem fosse do tamanho da minha vontade, tudo seria tão diferente."

As coisas não estavam como eu esperava.

Tudo aqui se tornou chato demais, tedioso demais, normal demais. Excessivamente rotineiro. Minha própria vida caiu na rotina.

Já estava a exatamente dois meses nesse país e... Nada, absolutamente nada! No começo, até tentei conhecer o lugar que até então era desconhecido por mim, passei á caminhar diariamente ás tardes pelo grandioso parque cercado de árvores e flores silvestres, localizado no centro da cidade em que minha avó morava. Vancouver. O cenário perfeito para um romance, mas como eu deixei tudo o que eu tinha para trás, aquele lugar se tornou não muito agradável para minhas lembranças que insistiam em permanecer extremamente vivas em minha mente. Nada era prazeroso de fazer, nenhum lugar era bom o bastante para permanecer.

Há cada lugar que eu ia, a cada objeto que eu pegava, fosse até mesmo um singelo livro, lembranças açoitavam-me de uma forma dolorosa e saudosa, fazendo-me sentir o tão conhecido aperto no peito.

Saudade. Essa era a palavra que se encaixava nesse momento.

Tinha um gosto amargo e nada agradável. Tive o desprazer de provar e ainda provo, até hoje, oito semanas depois.

Por fim, desisti de meus passeios e passei a ficar trancafiada no quarto a maior parte do tempo em que estive aqui.

Tudo estava como antes. Sem família, sem amigos, sem meu violão, sem ninguém. Nem mesmo meu cachorro eu pude trazer comigo.

Meus pais ligavam todos os dias, mas ainda sim, não era o suficiente.

Desfiz-me a contragosto de meu celular, pois não agüentaria ouvir os insistentes telefonemas dele, sem atendê-lo. Sabia que se continuasse á usá-lo, acabaria cedendo.

#Inicio de Flashback#

A noite estava excessivamente fria para essa época do ano. O vento glacial batia em meu rosto, fazendo meus olhos marejarem pela ardência ocasionada pelas constantes rajadas frias que passavam por mim no percurso que eu fazia. Respirava em arfadas, observando uma leve fumaça sair de meus lábios e nariz, tamanho era o frio que fazia no lugar. O casaco pesado e grosso de nada adiantava nesse momento, parecia mais absorver o ar gélido do que aquecer meu corpo.

Soltei os cabelos, na intenção de manter meu calor corporal. Abracei-me tentando inutilmente afastar o vestígio friorento que meus trajes absorveram, mas nada funcionava.

Pus o capuz e apertei minhas mãos dentro dos bolsos sentindo a vibração constante de meu celular.

Apertei o passo, querendo acabar logo com isso ou tudo estaria perdido.

O parque estava deserto, ninguém por perto. Também pudera, onze horas da noite, quem em sã consciência estaria fora de casa com um tempo desses? Só eu mesmo! Mas, eu tinha uma justificativa para meu ato insano.

Enfim, cheguei ao meu destino.

Parei á poucos metros do pequeno lago existente ali. Exatamente no centro do parque florestal. Dali poderia se observar todo local. Desde o delicado chafariz até a extrema escuridão que envolvia as arvores.

A lua encoberta por algumas nuvens refletia na água trepidante, ocasionando um pequeno reflexo prateado no mesmo, deixando o ambiente iluminado. Uma bela paisagem.

Sentei-me na margem, cruzando as pernas.

Esse era o momento, o momento de reflexão, de receio, de temores, de decisão.

E ela já estava formada, inteiramente concreta.

Eu estava convicta de minha escolha, e eu o faria sem arrependimentos.

Não voltaria.

Mesmo sofrendo, mesmo desejando desesperadamente sua presença, eu não retornaria.

Era o melhor para todos, era o melhor para ele, era o melhor para mim! Ou era o que eu tentava me convencer.

Suspirei pegando o celular.

Olhei o visor. Vinte e sete chamadas perdidas piscavam na tela.

"Meu lindo"

Ele ligava incansavelmente, mesmo passado um mês de minha partida, ele não desistia.

Eu não agüentaria por muito tempo.

Por fim, fiquei de pé. Fechei os olhos, respirei fundo e joguei o celular dentro da água.

Perdoe-me Edward!– pensei observando, com um aperto no peito, o telefone desaparecer.

#Fim do Flashback#

Necessitava de seu abraço, de ouvir sua voz, de seus beijos. Ah, vamos ser realistas, eu necessito dele!

Novamente somente a solidão fazia-me companhia.

Eu tentava seguir com minha vida, mas falhava totalmente.

Ora dormia, ora olhava pela janela, ora lia um livro, ou pelo menos tentava. Meus dias se resumiram nisso.

Mas agora, nem levantar da cama eu conseguia.

Tudo ficou pior de uns dias para cá. Sete, para ser mais exata.

Fui acometida por uma dor inescrupulosamente dolorosa em meu abdômen, que me impossibilita de mexer até mesmo as pernas. A febre que se seguiu alta fazia-me ter delírios cada vez que o cansaço se tornava insuportável, obrigando-me a ter ilusões que pareciam extremamente realistas.

“Edward olhava-me desolado. Seu corpo estava magro, sua feição abatida, escuras manchas arroxeadas contornava seus olhos totalmente opacos e sem vida. Seu rosto banhado em lagrimas contorcia-se em uma expressão dolorosa e angustiada. Seus braços abertos chamavam-me, enquanto esse implorava pelo meu retorno.

–Volte para mim, eu não consigo viver sem você! Você está com a minha vida, retorne e poderei viver novamente. Eu te amo, volte por mim. Eu não agüento mais! Não suporto mais. Volte para mim, minha Bell, volte! – suas palavras não passavam de sussurros.

Um suspiro, um soluço e seu corpo desabou”

–Não, volte, Não! – sussurrava enquanto me debatia na cama encharcada com meu suor.

–Bell querida! Bell? – chacoalhava-me alguém. – Bell? Acorde! Bell!

Abri os olhos e a primeira coisa que vi foram dois olhos azuis me fitando preocupados.

–Oi vovó! – saudei roucamente, dando um pequeno sorriso. – Digo, Lívia.

–Oh querida, como se sente? - questionou passando a mão por minha testa.

–Bem. – menti tentando sorrir, mas acho que se tornou uma careta.

–Sei que está mentindo, então venha, vou te dar um banho! – disse ajudando-me a levantar. – Talvez diminua á febre.

Retirou a grossa coberta sobre mim e levantei-me da cama, fazendo uma forte pontada acertar meu abdômen.

Resmunguei pondo as mãos no local.

–Bell, vamos ao hospital, por favor. – suplicou minha avó amarrando meus cabelos. – Sua mãe está à beira dos nervos por você está assim.

–Diga á ela que vou ficar bem, já vai passar. – disse encaminhando-me com dificuldade ao grande banheiro.

–Esse seu “já vai passar” está durando muito, não acha? – questionou levemente irritada, ajudando-me a tirar meus trajes.

–Não se preocupe Lívia, é normal, sempre acontece! – disse olhando em seus olhos.

Suspirou enquanto abria o chuveiro.

–Espero que você fique bem logo!

Entrei e fiquei exatamente no centro do chuveiro. A água gelada que caia sobre meu corpo parecia que machucava minha pele excessivamente quente.

Gritei roucamente tentando escapar, mas fui impedida por braços fortes, que me prendiam ali meu corpo debilitado, como duas vigas de ferro.

–Não vovó, me deixe sair, me deixe sair! – implorei sem forças para lutar. – Está doendo.

–Eu sei meu bem, mas vai te fazer bem. – encharcava-se por estar praticamente debaixo do chuveiro comigo. – É preciso, vai abaixar a febre.

Chorei sentindo meu corpo inteiro latejar, enquanto era acometida por uma serie de tremores violentos pela mudança brusca de temperatura.

–Não chore, vai se sentir bem daqui a pouco. – dizia enquanto lavava meus cabelos recém-renovados.

Afirmei tremula sentindo o leve cheiro de morango vindo da colônia que minha avó passava em meu corpo.

Gemi quando suas mãos tocaram meu abdômen dolorido.

–Bell, sua cintura está inchada, estou muito preocupada com você. – disse. – Temos que ir ao...

–Eu... não... vou ao... hospital! – declarei com a voz entre cortada, tentando passar firmeza, mas acho que não obtive muito sucesso.

Suspirou resignada olhando-me.

Odeio aquele lugar, teria que ir arrastada e inconsciente.

–Teimosa igual á sua mãe. – comentou desgostosa. – Quando põe algo na cabeça, nada, nem ninguém tira.

–Pensei... que isso fosse.... uma qualidade. – rebati ainda um pouco tremula.

–Algumas vezes sim, isso mostra o quanto você é determinada, mas outras vezes isso se torna prejudicial á própria pessoa. – disse fechando o chuveiro.

Enrolei-me na toalha e á passos lentos sai do banheiro.

–Vou levar sua... queixa em consideração, pode... deixar. – sorri sentando-me na cama.

–Devia considerar mesmo, não foi um elogio. – pegou a escova e sentou-se atrás de mim, penteando meus cabelos recentemente pintados. – Gostei dessa cor de cabelo, combinou com você.

–Eu também gostei. – sorri. – Sempre gostei de preto, mas nunca tive coragem de mudar tão radicalmente.

–Ficou lindo, sua pele é clara, então realçou bem com essa tonalidade. – comentou enquanto escovava cuidadosamente cada mexa. – Fez uma boa escolha, mas á uma justificativa por trás dessa mudança repentina?

Franzi o ceio.

–Como assim? – questionei confusa.

–Se eu te conheço bem, você não faz nada subjetivo. – disse olhando-me pelo espelho de frente á cama. – Há ou não sentido para essa mudança de visual?

–Não tem motivos ocultos não, vovó. – respondi entendendo onde essa mulher queria chegar. – Apenas... Mudei! Nunca ouviu falar que mudar é viver? Então, é o que eu estou fazendo!

Ou tentando! – acrescentei mentalmente, baixando o olhar.

–Bom, em minha opinião de avó, uma pessoa experiente, arcaica á contra gosto, devo ressaltar, acha que vivendo é a ultima coisa que a senhorita está fazendo! – disse dando uma leve cutucada em meu braço. – E que se não me engano, você está tentando esquecer tudo que te aconteceu antes de sua mudança para o Canadá.

Ofeguei tamanha veracidade de suas palavras.

Eu fazia o possível e o impossível para não lembrar nada, mas parece que minhas tentativas foram vãs, pois a situação chegou á tal ponto de querer mudar até minha aparência.

Inocentemente mudei a cor de meus cabelos, na intenção de levantar minha autoestima e me alegrar um pouco, mal sabendo eu, que inconscientemente eu queria era mesmo livrar-me das memórias dolorosas, que até algo tão banal como cabelo era capaz de trazer a tona.

Fui retirada de minhas conclusões por mãos em meu rosto.

–Estou certa, não estou? – questionou olhando dentro de meus olhos.

Mesmo se quisesse, não poderia mentir. Minha avó sabe distinguir o que é verídico e o que não é.

Suspirei derrotada.

–Infelizmente, sim! – desviei o olhar. – Estou tentando, até mesmo sem perceber, esquecer-me de tudo e de todos, seguir em frente, viver á minha vida do meu modo, mas está cada vez mais difícil.

–Bell, viver intensamente, ter a tão desejada felicidade plena, é estar ao lado das pessoas que se ama e não fugir de todos os problemas como se fosse uma carcerária. – disse-me. – Devia voltar e encarar o problema de frente, não importando o quão dificultoso esse seja.

–Eu não sei se consigo vê-los sofrer novamente, não dá, eu não agüentaria vê-lo chorar daquele modo de novo. – sacudi a cabeça, tentando afugentar as cenas daquele dia.

–Vê-lo? Um menino? – questionou arqueando as sobrancelhas.

Eu não contei nada para minha avó e ela também não insistiu em saber, ficou terminantemente proibido esse assunto em especifico dentro deste apartamento. Vovó não sabia sobre ninguém, muito menos sobre ele.

–Não quero falar sobre isso! – declarei por fim.

–Mas, Bell...

–Olívia, por favor! – resmunguei levantando-me e pegando meus trajes para vestir.

–Tudo bem, vou respeitar sua decisão, sei que no momento certo você irá se abrir e eu estarei aqui para te ouvir. – suspirou. – Vou preparar algo para você comer.

–Estou sem fome, não se preocupe. – neguei vestindo as roupas.

–Isso não foi uma pergunta, Isabella! – rebateu levantando-se um tanto quanto irritada. – Veja como está magra, não comeu por dias e ainda recusa? Negativo, vai comer nem que seja a força.

Abri a boca para contestar, mas fui interrompida.

–Não aceito reclamações e nem tente me persuadir, não caio mais em chantagens emocionais. – riu saindo do quarto.

Sorri vendo o quanto ela fazia por mim.

Se não fosse a vovó Lívia, não saberia o que seria de mim. Ela virou meu alicerce, me manteve em pé e de cabeça erguida todo esse tempo, mesmo eu querendo me afundar em um poço de tristeza sem fim, ela esteve ali, me impedindo, me dando forças para seguir, mesmo sem ao menos saber o motivo.

Eu seria eternamente grata.

Resmunguei desgostosa sentindo novamente a dor latejante em meu abdômen levemente inchado.

Á passos cautelosos, voltei á cama e me deitei, cobrindo-me por inteira. O quarto de repente parecia excessivamente frio.

Ao que parece, a febre estava retornando.

Oh droga, eu mereço!

X-X

Bell, você tem duas opções: ou você volta para Forks ou vai á um hospital com a sua avó, do jeito que você está não pode ficar! – vociferou minha mãe ao telefone. Sua voz estava preocupada e autoritária. Altamente elevada.

O que não é nada bom!

–Mãe, pela milionésima vez, eu estou bem, a dor é passageira, rapidamente melhora. – tentei convencê-la.

–E pela milionésima vez estou dizendo que nesse estado você não pode ficar! Eu ainda estou sendo bondosa, estou te dando opções, se fosse outra, te arrastaria a força de volta para casa, então pare de reclamar e diga o que você decidiu. – insistiu impaciente.

Ah Deus, voltar eu não volto, de modo algum! E o hospital não é um dos meus lugares preferidos.

Maravilhosas escolhas, não?

–Mãe, não faça isso comigo, estou implorando! – resmunguei chorosa.

–Você tem quantos anos? Cinco? Está parecendo uma criança birrenta! Ande Isabella, não tenho muito tempo!

–Mas mãe, eu vou melhorar, na verdade, eu já me sinto bem, não precisa de tudo isso! – tentei persuadi-la.

–Você não me deixa alternativas! Vou amanhã mesmo te arrastar de volta para Forks e dessa vez você não terá direito á escolhas! – ameaçou.

–Você não teria coragem! – desafiei.

Ah não? Está duvidando? – questionou incrédula.

–Tudo bem, eu nunca duvido do que você é capaz! Mas mãe, você sabe que eu não posso voltar e o hospital é... é... Horrível!

–Ok, entendo seu lado, você conseguiu me convencer, tenho mais um opção para você, não disse antes porque achei que você não aceitaria.

–Qual? – questionei decidida a aceitar qualquer coisa.

–Talvez, hã... Talvez o Carlisle Cullen possa ir até você!

–O QUÊ? – gritei não acreditando em sua proposta.

–Hey, não grite assim no telefone, sua mãe ainda está na linha meu bem, quer me deixar surda? – brincou tentando descontrair. Ela queria fugir do assunto.

–Mãe, não estou para brincadeiras agora. – cortei-a. – Quando disse que Carlisle pode vir até aqui, a senhora estava mentindo, não é? Diz que sim, pelo amor de Deus!

–Hum... Não, tenho certeza que ele aceitará na mesma hora!

–Tudo bem, se você está dizendo isso para me convencer á ir ao hospital, parabéns, você conseguiu! – disse irritada.

–Bell, minha querida, mas sério do que eu estou falando agora, é impossível. – riu. – Ele pode ir até o Canadá, ver o que você tem afinal, te diagnosticar o tratamento e voltar para Forks! Nada vai acontecer, ninguém além dele precisa ir, nada será prejudicado!

–Mãe...

–Não se preocupe, tudo vai dar certo. – insistiu. – Não percebe? Você pode acabar com dois problemas de uma só vez: A dor continua que eu sei que te incomoda e minhas insistentes ligações para perturbar seu juízo. Vai matar dois coelhos com apenas uma cajadada.

Ri.

–Suas ligações nunca são ruins, pelo contrário, elas me fazem muito bem. – sorri. – Estou com saudades mamãe!

–Oh querida, eu também estou com muita saudade de você, na verdade, todos nós estamos ansiosos pela sua volta!

Suspirei.

–Você sabe que eu não posso e não vou voltar! – declarei sentindo meus olhos úmidos.

–Claro que pode voltar! Porque não? É só você querer! Todos esperam desesperadamente por seu retorno Bell! – disse. – E quando eu digo todos, estou me referindo à família Cullen também. Eu soube que Edward não está muito bem desde sua partida.

Meu peito se apertou, fechei os olhos.

–Mãe, não vamos tocar nesse assunto, por favor!

–Mas Bell...

Não existe “mas”, já tomei minha decisão, não vou voltar atrás. – murmurei firmemente. – Ele vai superar, ele tem de superar!

–Disso eu duvido, mas tudo bem. – suspirou. – Então, vai aceitar minha proposta? Carlisle pode ir até ai?

–Já disse que a senhora tem um ótimo poder de persuasão?

Sim, eu sou ótima em tudo! Pode dizer, sou uma mãe maravilhosa! A melhor do mundo! – riu.

–Nossa, a modéstia mandou lembranças!

–Estou sendo apenas realista! Faço tudo por vocês!

–Eu sei dona Renée, eu sei! – sorri. – Bom, se não for incomodar o Carlisle, pode permitir que ele venha sim, mas sobe uma condição. – disse.

–Que condição?

–Não permita que ele venha junto, se eu sequer desconfiar, me tranco no quarto e não deixo Carlisle entrar aqui. – ameacei, mas era necessário.

Se eu conhecia bem ele, iria fazer o possível e o impossível para vir com o pai.

–Ele quem? Ah, Edward! – riu.

Revirei os olhos.

–Sabe que mais cedo ou mais tarde vocês se encontraram novamente, não sabe?

–Desejo que seja tarde, muito tarde!

–Não deseje o que você realmente não quer Bell, você pode se arrepender depois! Mas eu acredito no destino, se ele colocou Edward no seu caminho, não será você capaz de tirá-lo!

–Talvez o destino tenha falhado dessa vez. – sussurrei.

–Ele é implacável Bell, nunca falha. – disse com a voz um pouco elevada. – Ah, mudando de assunto, sabe que o aniversário de sua irmã está chegando não sabe?

–Sei, daqui a duas semanas.

E você sabe que ela ficará muito triste se você não vier vê-la, não sabe?

–Mãe, eu já disse que não posso, não insista! – resmunguei.

E como eu também já disse, é claro que você pode voltar! É o ANIVERSÁRIO da sua irmã! Você não pode fazer essa desfeita! – reclamou.

–Eu não...

–Tudo bem Bell, esqueça! – declarou com a voz desanimada. – Tenho que desligar, outro dia eu converso com a sua avó, a deixe descansar.

–Ok até amanhã. – despedi-me tristonha.

–Até, se cuida!

–E mãe...

–O quê? – perguntou.

–Eu te amo!

Suspirou.

–Eu também Bell, eu também! – e desligou.

Joguei o celular de qualquer jeito sobre a cama, sentindo novamente as lagrimas escorrem por meu rosto.

Arrg! A situação estava cada vez pior!

A idéia que me parecia a solução de todos os meus problemas, estava se tornando a mais destrutiva de todas. Estava destruindo todos e á mim.

“Edward não está muito bem desde sua partida.”

Oh Deus o que eu faço? Até quando isso vai durar?

Morrer seria uma ótima opção agora, uma forma muito tentadora de me livrar da culpa, dos medos, de tudo. Pouparia o sofrimento de muitas pessoas.

Porque era só para isso que eu existia, causar dor nas pessoas que amo!

Solucei abrindo a gaveta e pegando a foto que a muito não era vista. Estava trancado a sete chaves dentro do armário, dentro de minha mente e principalmente, dentro do meu coração.

Seu sorriso era lindo, feliz. Seus olhos esmeraldinos brilhavam em euforia. A imagem perfeita.

A imagem perfeita se quebrou, seu coração se quebrou, nossos corações se partiram em milhões de pedaços dolorosos e irreparáveis.

Sentei-me no chão, ignorando a dor abdominal que esse movimento me proporcionou, abracei a foto contra o peito com toda minha força e chorei, chorei como nunca antes.

Saudade. Arrependimento. Magoa. Decepção.

–Bell? – sua voz me chamou.

Não respondi, apenas senti-me ser abraçada por braços confortáveis e aconchegantes.

–O que houve meu bem? – questionou acariciando meus cabelos.

–Eu fui egoísta vovó, só pensei em mim mesma.

–Não querida, você fez o que achou que era certo.

Solucei olhando novamente a foto.

–É ele? – perguntou.

–Sim, o homem da minha vida. – respondi roucamente. – Ele está sofrendo novamente e é tudo por minha culpa!

Deixou-me chorar em seu ombro por um tempo que parecia infinito. Só sei que anoiteceu e ainda estávamos lá, as duas sentadas no chão abraçadas.

–Está certa do que fez? – questionou falando pela primeira vez.

Imediatamente as mesmas palavras de meu pai, retornaram á minha mente, fazendo-me questionar se fiz o que realmente era certo.

#Inicio de Flashback#

Última chamada para o vôo 025 com destino ao Canadá. Embarque no portão três.

A voz mecanizada soou por todo o aeroporto.

Essa era a minha deixa, esse era o momento de renovação, o momento de mudar.

Mudar para melhor, assim espero.

Deixaria aqui, minha família, meus amigos, minha vida.

Mesmo determinada á deixar tudo consegui para trás, meu coração se apertava ao lembrar tudo que abandonaria.

Suspirei ajustando minha mochila.

–Oh meu bem, vou sentir sua falta! - disse minha mãe me abraçando pela sétima vez.

–Eu também mamãe, vou sentir saudade de todos vocês! – chorando abracei cada um.

Marie agarrou meu pescoço, não querendo se soltar.

–Não Bell, não vai, não vai! – implorava chorando. – Ele disse, disse que nunca te abandonaria! Você não pode fazer isso, não Bell!

–Marie, é para o bem de todos! Você pode me visitar quando quiser e aproveita para ver a vovó Lívia. – soltei facilmente seus bracinhos e a pus de pé. – Se cuida minha pequena! – beijei sua testa.

–É TUDO CULPA DELE, CULPA DELE! – gritou correndo de nós.

–MARIE! – gritou minha mãe correndo atrás dela.

–Vá minha filha, seu vôo já vai decolar! – beijou minha testa e sorriu.

Chorei abraçando-o.

–Está certa do que está fazendo? – questionou olhando-me. Seus olhos eram insondáveis.

Soltei-me de seus braços, sorri tristonha e caminhei em direção ao portão de embarque.

Não respondi sua pergunta por que, simplesmente, eu não sabia a resposta.

#Fim de Flashback#

–Sim? – saiu mais como uma pergunta.

–Só quero que pense se fez a escolha certa, a escolha que você queria, a mais sensata.

–Eu... eu não sei. – respondi por fim, chorosa.

–Tenho apenas uma coisa á dizer: Nunca é tarde demais para o amor!

É, minhas próprias convicções que pareciam tão conclusivas, agora pareciam meras dúvidas mal formuladas.

X-X

No dia seguinte...

Mesmo enrolada nas cobertas até o pescoço, o frio febril que eu sentia se tornava cada vez mais doloroso, fazendo-me bater os dentes pelos tremores violentos de meu corpo molhado pelo suor. A dor constante se intensificou consideravelmente de ontem para hoje, tornando-a praticamente insuportável, chegando ao ponto de não poder mexer qualquer músculo pelas pontadas que tal movimento me proporcionava.

O que diabos é isso? Pelo amor de Deus, eu não agüento mais!

Estiquei o braço na intenção de pegar o remédio que, pelo menos, aliviava momentaneamente a dor abdominal.

Gemi pela dor de tal movimento, mas fui até o fim.

Engoli o comprido á seco mesmo, afundei-me nos travesseiros decidindo que o melhor á se fazer em um momento desses é dormir e esperar o bendito remédio fazer efeito.

Fechei os olhos e suspirei, desejando pegar no sono de uma vez.

Mas, fui impedida pela irritante e extremamente alta campainha que soou fazendo eco por todo apartamento.

Bufei irritada apertando firmemente os olhos.

Novamente a campainha soou.

E de novo;

E de novo;

De novo;

Novamente;

De novo.

Sentei-me na cama, ignorando qualquer dor que esse movimento tenha causado.

De novo a campainha soou ecoando pelas paredes.

–VOVÓ tem alguém tocando a campainha! – gritei um tanto quanto brava.

Silêncio.

–VOVÓ? – chamei-a. – OLÍVIA?

Silêncio.

Que ótimo, ela tinha saído!

DIDOM...

Arrg, que barulho chato!

Deitei novamente decidindo ignorar a pessoa um tanto inconveniente por aparecer na casa dos outros ás... 21h37min da noite.

Alguns minutos se passaram no mais absoluto silêncio.

Sorri satisfeita, por finalmente descansar em paz.

Ah, doce engano!

DIDOM;

DIDOM;

Praguejando até a sétima geração da pessoa atrás daquela porta, levante-me cautelosamente da cama, enrolei-me no coberto mais grosso existente ali e á passos lentos e arrastados, fui em direção ao meu irritante visitante.

Acho que a dor está começando a afetar minha cabeça, não estou me reconhecendo mais!

Nem me dei ao trabalho de ver quem era o individuo. Escancarei a porta com tanta brutalidade, que a mesma bateu contra a parede, fazendo um barulho um tanto quanto alto.

Preparada para proferir xingamentos e palavras de baixo calão para a pessoa, olhei-o furiosa e quase cai para trás.

–É assim que você recebe seu médico preferido? – questionou risonho.

–CARLISLE! – gritei correndo e abraçando-o.

–Nossa, não imaginei que você sentiria minha falta. – rimos.

–Pensei que só chegaria amanhã pela tarde! – soltei-me dele, permitindo sua entrada.

–Me adiantei, sua mãe disse que você não estava muito bem, então corri para cá. – explicou.

–Sempre exagerada. – ri. – Venha, vou lhe mostrar o quarto de hospedes.

–Não se incomode, posso muito bem ficar em um hotel.

–Negativo, tem quarto sobrando, não á necessidade de você se hospedar em um hotel sem conforto. – indignei-me. – Vamos, quer que eu ajude com as malas?

–Que isso, não precisa, você não pode ficar fazendo esforço mocinha, devia estar em repouso. – disse seguindo-me até o quarto ao lado do meu.

–Mais descansada do que eu estou, impossível! – ri.

Carlisle parou, analisando-me.

–Você parece estar... hã, muito bem! – comentou olhando meu rosto.

Sabia exatamente á que ele estava se referindo.

Poderia estar bem fisicamente, mas emocionalmente estava totalmente aos pedaços. Só não deixava transparecer... Muito!

–É, estou bem! – sorri tristonha.

Suspirei.

–Então, onde está sua avó? – questionou tentando mudar de assunto.

–Ela saiu, mas daqui a pouco está de volta. – olhei as mãos. – Como está Esme? Alice? Hã... Edw...?

–Estão bem... é, estão bem. – sorriu pondo seus pertences sobre a cama. - Só vou me acomodar e já vou te examinar. – informou abrindo sua mala.

–Não se preocupe, você deve estar cansado da viagem, fique e descanse, amanhã nós vemos isso.

–Sei que está doendo, então vou te examinar hoje mesmo, é para isso que eu vim, não é? – pegou peças de roupa. – Só preciso de um banho.

–Tudo que você precisa está no banheiro. – informei retirando-me do quarto para dar lhe privacidade. – Vou preparar algo para você comer, você deve estar faminto.

–Não precisa se incomodar!

–Não é incomodo, já volto! – retirei-me de lá, indo para a cozinha preparar sua janta.

Fiz bife, grelhei algumas batatas e requentei o arroz.

Com tudo pronto, voltei ao seu quarto para chamá-lo. Quando estava prestes a bater na porta, ouço sua voz um pouco mais alterada que o normal. Parecia falar no celular.

–Acabei de tomar banho! Como Edward está? Ainda sem comer? Esse garoto ainda vai ficar doente! Isso não pode continuar, ele não pode ficar desse jeito! – reclamou. – Bell está bem, mas acho que só fisicamente. Ela não me engana! Sei que está sofrendo. – uma pausa. – O QUÊ? Esme, pelo amor de Deus, não deixe Edward SOZINHO, por favor!

Fico me perguntando se cheguei a imaginar o estado em que ele se encontrava.

X-X

Already Gone – Kelly Clarkson.

Remember all the things we wanted
Now all our memories, they're haunted
We were always meant to say goodbye
Even without fists held high, yeah
Never would have worked out right, yeah
We were never meant for do or die
I didn't want us to burn out
I didn't come here to hurt you now
I can't stop
I want you to know
That it doesn't matter
Where we take this road
Someone's gotta go
And I want you to know
You couldn't have loved me better
But I want you to move on
So I'm already gone
Looking at you makes it harder
But I know that you'll find another
That doesn't always make you wanna cry
Started with a perfect kiss
Then we could feel the poison set in
Perfect couldn't keep this love alive
You know that I love you so
I love you enough to let you go
I want you to know
That it doesn't matter
Where we take this road
Someone's gotta go
And I want you to know
You couldn't have loved me better
But I want you to move on
So I'm already gone
I'm already gone
I'm already gone
You can't make it feel right
When you know that it's wrong ?
I'm already gone
Already gone
There's no moving on
So I'm already gone
Already gone
Already gone
Already gone
Oooo, oh
Already gone
Already gone
Already gone
Yeah
Remember all the things we wanted
Now all our memories, they're haunted
We were always meant to say goodbye

I want you to know
That it doesn't matter
Where we take this road
Someone's gotta go
And I want you to know
You couldn't have loved me better
But I want you to move on
So I'm already gone
I'm already gone
I'm already gone
You can't make it feel right
When you know that its wrong?
I'm already gone
Already gone
There's no moving on
So I'm already gone

Já Fui Embora

Lembra-se de tudo o que queríamos?
Agora todas as nossas memórias estão assombradas
Nós fomos feitos para sempre dizer adeus
Mesmo sem punhos levantados, yeah
Nunca teria dado certo, yeah
Nós nunca fomos feitos para fazer ou morrer
Eu não queria que nós nos queimássemos
Eu não vim aqui para te machucar
Não posso parar
Eu quero que você saiba
Que não importa
Onde essa estrada vai parar
Alguém tem que ir
E eu quero que você saiba
Que você não poderia ter me amado mais
Mas eu quero que você siga em frente
Então já fui embora
Olhar para você faz tudo mais difícil
Mas eu sei que você encontrará outra pessoa
Que não queira fazê-lo querer chorar
Começou com um beijo perfeito
Então nós pudemos sentir o veneno entrando
A perfeição não poderia manter esse amor vivo
Você sabe que eu o amo tanto
Te amo o suficiente para deixá-lo ir
Eu quero que você saiba
Que não importa
Onde essa estrada vai parar
Alguém tem que ir
E eu quero que você saiba
Que você não poderia ter me amado mais
Mas eu quero que você siga em frente
Então já fui embora
Eu já fui embora
Já fui embora
Você não pode fazer isso parecer certo
Quando sabe que isso está errado?
Eu já fui embora
Já fui embora
Não há mais conserto
Então eu já fui embora
Já fui embora
Já fui embora
Já fui embora
Oooo, oh
Já fui embora
Já fui embora
Já fui embora
Yeah
Lembre-se de todas as coisas que queríamos
Agora todas as nossas memórias, desapareceram
Nós sempre tivemos que dizer adeus
Eu quero que você saiba
Que não importa
Onde essa estrada vai parar
Alguém tem que ir
E eu quero que você saiba
Que você não poderia ter me amado mais
Mas eu quero que você siga em frente
Então já fui embora
Já fui embora
Já fui embora
Você não pode fazer isso parecer certo
Quando você sabe que está errado?
Eu já fui embora
Já fui embora
Não há mais conserto
Então eu já fui embora.

Os últimos acordes do piano de segunda mão soaram por todo apartamento.

Recostei-me nele, não agüentando a frustração e o arrependimento que queriam se apossar de mim.

Queria gritar, berrar aos céus para aliviar tudo que eu sentia no momento. Mas, não podia, simplesmente... não podia.

–Posso lhe dizer minha opinião? – questionou Carlisle assustando-me.

Afirmei, sendo incapaz de lhe responder.

–Volte, retorne para casa, permita-se ser feliz pelo menos uma vez na vida! – sorriu, deu-me um beijo na testa e saiu.

Oh Deus, o que eu faço?

X-X

Treze dias depois...

–EU NÃO ACREDITO! Você está falando serio? Deus, obrigado! Obrigado! – tagarelava minha mãe, incapaz de se controlar.

–Mãe, se acalme! Eu só vou para o aniversário da Marie, nada muito extraordinário! – reclamei tentando por as roupas na mala enquanto falava ao telefone.

–É claro que é extraordinário! Você vai voltar, mesmo que por dois dias, mas vai voltar! – disse gargalhando eufórica. – Carlisle nem me disse nada quando voltou hoje!

–Ele não sabia!

–Poderia ter me avisado antes, já é amanhã o aniversário dela! Mas tudo bem, o que importa é que você está de volta! Sua irmã vai ficar tão feliz!

–Decidi agora que iria, estou arrumando as malas e volto hoje mesmo! Quero chegar á tempo de ser a primeira a dar lhe parabéns! – informei lhe.

–Não garanto que será a primeira, mas a terceira até pode ser! – riu. – Sua avó virá também?

–Não, dessa vez não, você sabe que ela tem pavor de aviões!– disse. – Ah mãe, quero lhe pedir um favor!

–Diga.

–Hã... Não diga á ninguém que eu estou voltando e quando digo ninguém, estou me referindo à família Cullen, inteira.

–Mas Bell...

–Sem “mas” nem “menos”, faça isso por mim ou eu desisto! – ameacei.

–Tudo bem, se você insiste! – concordou rápido demais. – Quem sou eu para questionar?

–Ok, agora tenho que desligar! Até daqui á algumas horas, beijos!

Beijos, até...

Espero estar fazendo o que é certo, pelo menos dessa vez.

– PDV Renée.

Minha filha está voltando, minha filha está voltando! – era somente isso em que minha mente se focava no momento em que eu discava um número bastante utilizado por mim ultimamente.

–Alô? – Ótimo, com quem eu queria falar.

–Alice, minha linda, sou eu Renée! – informei eufórica.

–Oi tia Renée, não reconheci sua voz. – riu. – Está mais animada que o normal.

–Tenho motivos para isso Licinha, na verdade, um ótimo motivo que você também vai amar!

–Nossa, agora eu quero saber, fiquei curiosa! – disse-me.

–A BELL ESTÁ VOLTANDO! – gritei sorrindo.

–O QUÊ? Está falando serio? Não brinque comigo assim!

–Mas serio que isso, impossível! – ri. – Ela acabou de me ligar dizendo que volta hoje mesmo para o aniversário de Marie.

–Oh meu Deus, Oh meu Deus! Eu não estou acreditando! Hoje mesmo? O que vamos fazer?

–Reúna todos, venham todos para cá imediatamente! Incluindo você sabe quem! – informei.

–Ele vai surtar quando souber! Mas, ela volta somente para a festa de Marie? Ela não pretende ficar?

–Não, mas estou contando com vocês para fazê-la mudar de idéia! – expliquei o real motivo.

–Ah, pode deixar, vamos fazer o possível e o impossível para isso!

–Tudo bem, agora tenho que desligar, vou preparar algumas coisas aqui em casa. – disse.

–Ok, até mais...

–Até...

Que Bell me perdoe, mas fiz aquilo que achei sensato e principalmente, aquilo que eu sei que á fará feliz.

–Fim PDV Renée.

Meu coração palpitava forte no peito, minhas pernas tremiam e minhas mãos suavam enquanto tentava inutilmente recolher minha única mala da esteira do aeroporto de Forks.

O avião havia pousado á poucos minutos e esses poucos minutos pareciam ser capazes de matar uma pessoa, ou seja, eu.

O nervosismo era tanto que nas tentativas frustradas de erguer a bendita mala, a mesma acabou escapando de minhas mãos e caindo ao chão.

–Arrrg! Era o que faltava! – resmunguei chutando-a.

Algumas pessoas olharam-me como se eu fosse uma psicopata á solta. Talvez eu seja, mas só talvez.

Suspirei, tentando reerguer a mala e finalmente conseguindo.

Sorri satisfeita.

Cambaleava em direção á saída quando:

–Precisa de ajuda? – uma voz que eu reconheceria entre tantas, questionou.

Paralisei deixando novamente a bolsa cair de minhas mãos agora tremulas.

Meu coração perdeu uma batida.

Somente de uma coisa eu tinha absoluta certeza no momento: Eu estrangularia Renée com minhas próprias mãos.

Ok, agora posso me preocupar!

Estou completamente ferrada!


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