-Nossa, mas que dia em Tsuna-kun.

- Pode ter certeza Touji.

Pequei minha mochila e sai andando junto com Touji. Ele é um grande amigo meu, e quando eu digo grande, não é só porque eu conheço ele a muito tempo, é por que ele é muito alto, mas nem tudo de altura é inteligência, só que surpreendentemente ele passava todo ano.

-Aula cansativa, eu praticamente dormi.

-Mas Touji, você dormiu mesmo!

- Sério..., isso explica porque eu tava tão cansados sem motivo algum, hehe.

-Mas pelo menos você não teve de fazer a aula de educação física, o Matsuda-san triturou a gente, acho que quebrei alguns ossos.

-Mas não deve ter sido tão ruim, pelo menos você ficou olhando ‘’ela’’.

-Ah droga Touji, nem me lembre, to cansado demais.

-Mas você tem de falar com ‘’ela’’ logo, se não alguém chega primeiro e você vai ficar chorando pelos cantos, e eu não quero estar perto quando acontecer Tsuna.

-Que belo amigo você é não se preocupe, eu vou falar com ‘’ela’’ e me humilhar diante da escola inteira.

-Deixa de ser tão dramático, ela não é o diabo.

-Yo pessoal, cheguei.

-sussurro - Falando no diabo – ele se vira rápido e diz:- Oi Mina-chan, espalhando muita fofoca?

-Cala a boca Touji, e aí Tsuna, como vai?

-Cansado e triste graças ao gigante aqui- apontei pro Touji e rindo empurrei ele e começamos uma pequena briga, de brincadeira, claro.

Esta é Minakoto, mas a gente a chama de Mina, ela é um pouco baixinha, mas, compensa com seus cabelos loiros, metade dos garotos do colégio não tiram o olho dela, porém nenhum a pediu em namoro, talvez com medo do seu gênio forte, ela é uma amigona, desde o jardim, o único mal é que ela é muito fofoqueira, acho que herdou isso da mãe.

-Bem eu sei de algo que vai te animar, a Kathe terminou com o namorado dela.

-Sério?!- dissemos eu e o Touji.

Kathe, ou Katheryne é uma garota inglesa que se mudou pra cá, e desde que eu a vi, me apaixonei, mas acho que ela nem sabe que eu existo.

-Seriíssimo, parece que ele tava traindo ela, só sei que alguém, linguarudo, dedurou ele pra ela, e deu no que deu.

- Mina, se sabe, às vezes eu te adoro- sorri radiante, já estava na hora do meu dia mudar.

-Mas Tsuna, se já vai falar com ela agora?

-Vou por quê?

- Cara, você é meio retardado né? Ela acabou de descobrir que foi traída e você já vai querer dar em cima?

Murchei novamente, o Touji podia ser tudo, mas uma coisa ele sabia, e como sabia, era conquistar uma garota, mas, infelizmente pra ele isso não funcionava com a Mina.

-Talvez você esteja certo, mas o que você acha Mina-chan?

-Bem eu não sou muito boa em dar conselhos, não tanto quanto o Mister Mulher aqui - apontando para o Touji- mas eu acho uma boa você ir lá conversar com ela, consolá-la talvez.

-Não havia pensado nisso!- disse Touji.

-Claro você só tem meio cérebro!

-O que?!

Sai de perto, pois quando os dois brigavam, saí de baixo se não apanha.

Bem resolvi ouvir a Mina, o que talvez seja um sintoma de loucura.

-Talvez eu devesse arrumar um psiquiatra- pensei rindo.

Depois de andar um pouco, cheguei ao parque e a vi, ela estava estonteantemente bonita, com aqueles belos e lisos cabelos pretos, então ainda um pouco nervoso peguei uma rosa do jardim e resolvi falar com ela:

-Oi, hã... Katheryne acho que nós não nos conhecemos, eu sou Tsuna, da sua classe.

-Acho que já o vi, o que você quer?- disse ela indiferente.

-Bem, eu soube sobre seu namorado, eu sinto muito, apesar de achar que ele não valia nem pra amarrar seus sapatos.

Surpreendentemente ela sorriu e disse:

-Talvez você esteja certo, não gostava dele realmente, só que mudar de país é meio complicado, eu não conhecia ninguém, mas sabia que se eu ficasse com ele seria popular, agora que eu vi que não valia apena.

-Se você precisar de alguém pra conversar, não precisa ir atrás desse povo interesseiro, pode ir com a gente, não somos extremamente populares, mas se pode confiar na gente.

-Certa - ela disse entre um sorriso e outro- por que será que eu não notei que você era tão legal- mas ai tocou o celular dela, ela atendeu e falou- Ih...tenho de ir, aula de instrumento, bem até mais Tsuna.

-Tchau- me sentei depois que ela saiu e notei que eu estava tremendo, não sei se era frio ou porque eu simplesmente tinha acabado com as minhas reservas de coragem indo falar com ela. Resolvi então contar o que aconteceu para os dois, mando uma mensagem pro Touji e pra Mina, pra gente se encontrar no Burger King.

Dez minutos depois, lá estávamos conversando:

-Eu não acredito que você fez isso, e deu certo, talvez a bocuda aqui saiba dar conselhos no final das contas.

- Haha, Touji, pelo menos você admite-disse Mina, que rapidamente se vira e pergunta pra mim- Mas e aí como foi?

-Inesperado, eu achava que ela ia me esnobar ou me ignorar, mas ela foi muito legal, ficamos conversando.

-Sei..., mas não rolou nenhum clima?

-Não Mina, não rolou. –Fico impressionado às vezes, como essa garota adora uma boa fofoca.

-Bem, se fosse eu, teria agarrado e beijado ela, garotas gostam de atitude- disse Touji.

-Isso explica a sua falsa abstinência de garotas, não é você que não quer elas, são elas que não querem você, haha.

-Retire o que você disse Mina, é sério.

-A droga, vocês já vão começar, eu não sou babá sabia?- já estava cansado dessas brigas- Vamos parar.

Mas ai começo a sentir minha perna tremer e Linkin Park tocar, demorou meio segundo pra eu notar que era meu celular. Atendo e quando acabo de falar, digo:

-Ihh... droga, meu pai vai chegar mais cedo de viagem e se eu não estiver em casa ele provavelmente me mata.

-Mas se não tinha dito que ele só vinha próxima semana? E aquela festa que a gente tinha planejado?

-Que você tinha planejado, eu já te disse que não ia rolar Touji.

-...

-To indo já, tchau.

-Tchau Tsuna- disseram os dois em uníssono, apesar das brigas, eles sempre falavam juntos, talvez quisessem entrar no coral.

Saí e fui andando.

-Que dia maluco esse- comentei – droga, preciso parar de falar sozinho.

Faltando umas duas ou três quadras até a minha casa, do nada tudo começou a escurecer, apesar de ainda serem 4 horas da tarde.

- Que estranho, será que algum gerador estourou?- mas nesse momento eu sinto uma pancada forte na minha cabeça e ouço um sussurro distante.

- É ele, o escolhido, cuidado para não machucá-lo demais.

E então apaguei.