Heartbreaker escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 23
A verdadeira história


Notas iniciais do capítulo

Depois de séculos e séculos, aqui estou eu postando um capítulo. Para compensar, eu acho que ele está grande. Obrigada para quem se importou de eu ter sumido e parado de postar, é sempre importante, mesmo com as cobranças irritadas. Terceiro ano é isso aí pessoal e ainda estou longe de terminá-lo. Mas fiquei com saudade e voltei... espero que gostem do cap.



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Edward p.d.v 

Se quer conquistar a Bella, deve agir como um amigo. Isso mesmo, nada de forçá-la com bombons, flores e coisas do tipo. Ela não gosta de se sentir pressionada. Seja apenas o amigo de infância dela.”

  - Oi Bells, posso entrar? – perguntei de frente a porta da sala dela.

  - Claro que pode Ed, entra aí!

  Respondeu sorridente e doce. Segui devagar pela sala e sentei na cadeira de frente a sua mesa, ela começou a rir e me puxou pela mão em direção a um sofá que ficava no canto.

  - Odeio conversar com as pessoas assim... Ainda mais com você. É tão formal esse negócio de sentar em cadeira e tal – ela disse sorrindo.

  Fazia dois dias que o episódio do hospital já havia se passado. Nossa amizade estava indo bem, tranquila, nostálgica. Ela sentou em cima das pernas e continuou sorrindo para mim... aquele gesto me deixava tão bem, retornava doces lembranças. Limpei a garganta e tentei evitar demonstrar demais meu fascínio.

  - Mas você tem que se acostumar Bells... Agora você é uma editora chefe. – fiz um sinal de continência e começamos a rir – Você tem razão... É um saco essas formalidades.

  - Ainda bem alguém que me entende! – ela jogou os braços para cima – Mas então, qual é o motivo de sua ilustre presença?

  - É uma honra não é? – perguntei convencido.

  - Com certeza. Creio que ninguém já teve uma honra tão grande quanto essa – respondeu sarcástica.

  - Ok. É sério agora – respondi tentando segurar a risada – Sério, pois é Bells, é que hoje é o dia de assinar a papelada do divórcio com a Tanya.

  - Sério? Que legal! Quer dizer... para você Ed, claro – respondeu sem graça.

  - Então, é legal mesmo, eu finalmente vou ficar livre dela, de vez! Você não tem noção de quantas vezes ela me ligava, tive até que trocar de número! Mas enfim, a questão é que não sei se to preparado pra vê-la de novo, entende? Não é porque eu ainda a ame. É que não sei, só acho que vai ser difícil.

  - Eu te entendo Ed, você passou anos da sua vida gostando dela, seria estranho se você não ficasse receoso quanto a isso.

  - Que bom que me entende Bells... E eu não queria estar sozinho nessa – falei devagar.

  Comecei a colocar meu plano em prática, de maneira tranquila e sagaz. Ela não expressou nenhum tipo de desconfiança, apenas passou a mão pelo cabelo, e respirou fundo.

  - Quer que eu vá com você? – perguntou.

  - Se você pudesse... Não quis chamar o Em, porque você sabe...

  - Ele não é muito sério para essas coisas, entendo. Claro Ed, eu vou com você.

  - Então as três eu bato aqui e a gente vai pode ser?

  - Pode ser, vai dar pra eu adiantar as coisas que eu tenho que fazer aqui pra poder ficar tranquila.

  - Tudo bem editora chefe. Eu tenho que ir agora, a gente se vê então? – levantei do sofá.

  - Com certeza, até mais Ed! – ela acenou enquanto eu saía da sala.

Bella p.d.v

  Faltavam dez para as duas, confirmei no relógio do computador depois de terminar um artigo. Desliguei o computador, peguei minha jaqueta e a bolsa na mesa e sentei no sofá para esperar. Esperar? Necessitada... Pessoas necessitadas esperam o parceiro para um encontro. Encontro? Que caralho de encontro o que! Calma Bella, você está saindo com seu amigo, para ajudá-lo, é só isso. A carência está me deixando louca, provavelmente.

  Desde que Jake começou a fazer faculdade e trabalhar a noite, nos encontrar tem sido uma tarefa impossível. As coisas começavam a esfriar e eu tinha medo disso. Levantei e tomei um copo de água, fui até a mesa e comecei a arrumar alguns papéis, o porta retrato da minha família, as canetas e permaneci em uma arrumação desnecessária até ouvir a batida em minha porta.

-      E ai Bells, ta pronta?

-      Estou sim Ed – peguei minha bolsa no sofá e saímos.

  Durante todo o percurso até o carro dele fomos conversando sobre coisas banais. Ele abriu a porta do carro para mim e fiquei completamente desconcertada, o idiota percebeu e deu seu sorriso torto, marca registrada dele. Fomos até o cartório ouvindo músicas do nosso tempo de adolescência e cantando em alto e bom som.

  Coincidência ou não, chegamos juntamente com Tanya e sua irmã Kate e o olhar que a vadia me enviou foi o mais odioso possível. Edward nem sequer olhou em seu rosto e seguimos juntos em busca do advogado dele que estava em uma sala de espera.

  - Edward! Como está? – um homem de altura mediana, cabelos grisalhos e olhos profundamente pretos, cumprimentou Ed.

  - Estou ótimo Albert. Finalmente chegou a hora. Essa é minha amiga Bella, veio me fazer companhia.

  - É sempre bom ter um amigo por perto nessa hora. Olá Srta. Bella. – dei um sorriso e apertei sua mão estendida.

  - Bells você quer comer algo? Tem uma sala com máquina de café logo ali, se você quiser ir lá enquanto eu decido os últimos detalhes com o Albert.

  - Ok, eu já venho então.

  Segui para uma sala no fim do corredor e me deparei com aquelas máquinas complexas de fazer café, tão comum em New York. Escolhi o café mais simples possível, apertei os botões e esperei pelo resultado. Quando me virei de costas para a máquina, encontrei Tanya com aquele olhar cínico de vadia.

  - Olha quem está por aqui! Eu sabia que você não ia perder tempo... – disse com um sorriso cínico.

  - Olá Tanya... É sempre bom vê-la novamente.

  - Não se faça de inocente sua idiota. Acha que eu não sei? Você nem esperou o Ed terminar comigo e já está aí, rastejando que nem uma cadelinha no cio.

  Respirei fundo para não socar o rosto perfeitinho dela. Dei meu melhor sorriso cínico e joguei meu cabelo para o lado com os dedos.

  - Tenho certeza que está confundindo você comigo.

  Virei para a máquina e peguei o copinho de café.

  - Olha aqui, eu vim nessa droga de divórcio, mas eu não desisti do Ed. Eu não fiz tudo o que fiz para perdê-lo pra você.

  - Do que você está falando?

  - Você é tão ingênua Bellinha... Acha mesmo que Sophie e Jennifer seriam suas amigas assim do nada? Logo de você, uma menininha magricela e sem graça.

  - Eu achei que...

  - Parece que você achou errado não foi? Elas ficaram suas amigas porque eu mandei! Eu sabia que o Edward sentia algo por você e seu amor por ele nunca foi segredo pra ninguém. Eu já o tinha em minhas mãos, mas eu tinha receio de que você com esse jeitinho ridículo e inocente conquistasse ele.

  - Quer dizer que foi você que...

  - É isso ai! Finalmente você conseguiu pensar! Eu chamei o Edward para ir a sua casa, combinei com as meninas de te arrumarem para o baile, fazê-la acreditar que ele tinha me dado um pé na bunda e iria te chamar para ir com ele. E você caiu bonitinho! Você sempre foi tão idiota e ingênua... foi tão fácil. É claro que também contei com o lado bom do Edward em acreditar que todos podem ser amigos e felizes! Eu levei ele até sua casa, evitei todos os pedidos de irmos para um lugar melhor, fiz acreditar que você queria isso, queria nossa felicidade, e Sophie e Jennifer chegaram com você na melhor hora. Porque acha que sua porta travaria justamente quando você queria sair? Elas seguraram para que você curtisse aquele momento tão prazeroso.

  - Sua vadia, filha da mãe! Eu não acredito que você teve a capacidade... – disse segurando forte o copinho de café quente em minha mão.

  - Ei, ei, olha como fala comigo sua pentelha ingênua! E ainda fiz mais, acha que eu deixaria só por isso? Tinha certeza que você não desistiria de ir ao baile e embebedei o Edward e o chamei para irmos a um racha. Ele já estava enraivecido por você ter ignorado ele na festa e então eu só uni o útil ao agradável. Enchi a cabeça dele com coisas sobre você e Mike, que você tinha falado mal dele. Você foi atrás dele para impedi-lo de ir ao racha, e ele descontou toda a raiva misturada com a bebida em você. Foi tão fantástico. Eu sabia que a bebida o faria não lembrar de nada que tivesse dito ou feito, então não fomos a um racha como você pensou, fomos a uma festa e eu embebedei mais ele.

  - Tudo foi culpa sua... você é louca Tanya! Você precisa se tratar sua vadia. Você não tem noção do quanto eu sofri e era tudo um plano maléfico dessa sua mente desnorteada.

  - Ah tadinha de você... tenho tanta dó. Porque você acha que foi pra Forks? De repente sua mãezinha teve a ideia de te mandar pra viver com sua avó? Claro que não. A vizinha meiga e linda deu essa ideia maravilhosa a ela! Fui eu, fui eu que contei ao Edward a história, de que você e o Emmet tinham ido embora porque quiseram, porque nunca gostaram dele.

  Eu não conseguia segurar mais minha raiva dentro do corpo frágil. Sem pensar, joguei todo o café quente naquela vadia treslocada. Ela deu um gritinho abafado e pegou dezenas de guardanapos.

  - Você acha que vai ficar assim? Acha que eu vou desistir o Edward depois de tudo que fiz? Eu não vou! Você não tem chance alguma com ele, quem é você garota? Não é nada.

  Virei à mão em seu rosto, dando-lhe um belo tapa. Ficaram as marcas dos meus cinco dedos e um pequeno corte graças ao meu anel. Não pude conter o sorriso que surgiu em meu rosto, ansiei tanto por aquele momento, uma parte da raiva, do sofrimento, da rejeição, da humilhação que senti durante minha adolescência foram descontadas ali. E eu faria mais, se Edward não tivesse chegado naquele momento. Tanya arrumou o cabelo loiro e sorriu angelicalmente para ele.

  - Tanya? O que está fazendo aqui?

  - Eu vi a Bella chegando com você e vim conversar com ela, tinha tanto tempo que não nos víamos.

  E ela ainda queria ser cínica. Mas o tapa havia me anestesiado, por incrível que pareça, estava tranquila, sabia que era temporário, mas gostava daquela sensação.

  - Bells? – Edward olhou desconfiado para mim.

  - Pois é, estávamos colocando o papo em dia. Foi ótimo vê-la Tanya, mal espero por outra. Enquanto essa mancha de café... É bom lavar logo, dizem que queimadura e sujeira de café são terríveis.

  Segurei o braço de Edward e saímos juntos daquele lugar contaminado de cinismo e revelações.

  Logo, Albert chamou Edward e os dois seguiram para uma sala. Sentei na sala de espera e respirei fundo passando as duas mãos pelo cabelo. Tudo que eu sofri, o amor que sentia e escondi dentro de mim, as noites em claro, os pesadelos, as palavras e pensamentos mal ditos sobre Edward, era tudo mentira. A história começava a fazer sentido para mim. Não passava de um plano maléfico arquitetado por uma pessoa demente. E por mais que eu a odiasse, eu nunca tinha feito nada pra ela! Tanya era a garota mais bonita da escola, líder de torcida, popular e eu uma garota qualquer, irmã do capitão de futebol americano e vivendo nos cantos, sem importância, sem destaque. Tudo porque ela sabia que ele me amava... Que nós nos amávamos. Edward parecia à vítima da história agora. Quer dizer, é óbvio que ele quis transar com a Tanya, mas foi manipulado pelo amor doentio que sentia por ela. Ele estava certo, não se lembrava de nada que tinha dito para mim, não era mentira. Agora, o plano de vingança não fazia muito sentido, parecia idiota até. Era meu amigo, meu melhor amigo e tudo estava mais leve agora. Fiquei perdida e absorta em pensamentos como: entrar na sala e abraçar e beijar Edward, arrancar todos os cabelos loiros de Tanya, socar o rostinho de modelo da Vogue dela, e torturas variadas. Mas fiquei ali, quieta, confusa, reprimida, pensativa, nostálgica, esperando Edward sair daquela pequena sala daquele imenso cartório.  

  Depois de uma hora, a voz de Edward conversando com o advogado surgiu no corredor. Acordei do meu transe e esperei com que ele chegasse com as novidades. Despediu do homem rapidamente e apareceu um pouco abatido, mas havia um sorriso tímido em seus lábios.

  - E então Ed, como foi? – perguntei, me levantando.

  - Ah Bella... dramas a parte, eu finalmente estou livre da Tanya! – disse levantando os braços e suspirando profundamente.

  - Que bom Ed! Quer dizer... para você né? – comentei sem graça – Mas o que você quis dizer com dramas a parte?

  - Vou te contar no caminho. Bom, eu não to muito afim de voltar para empresa mas se você ainda tiver algo para fazer lá, eu te levo.

  - Não Ed, terminei tudo.  

  - Então, vamos ao Central Park? Quando mudei para cá, eu costumava ir lá para espairecer sabe...

  - Tá bom, só porque você parece estar bem mal.

  - To tão ruim assim? – ele perguntou passando a mão no cabelo.

  Olhei para ele e fiz uma careta, segurando o riso.

  - Ah esqueci... você é assim. Foi mal ai.

  - Haha. Engraçadinha...

  Saímos rindo do cartório e fomos direto para o Central Park. Sentia falta daquele clima tranquilo que aquele lugar proporcionava. Uma mancha verde naquela imensa selva de concreto. As crianças com seus pais ou babás, cachorros com seus donos, casais de namorados espalhados na grama ou fazendo piquenique, as apresentações musicais, ali ninguém se preocupava com o trabalho, os chefes ou dinheiro. O descanso merecido de um nova iorquino. Fomos até um sorveteiro e Edward pediu dois sorvetes: de leite condensado e morango, pagou e veio até mim.

  - Então você agora sabe o sabor que eu gosto?

  - Mas é claro... depois daquela vez, como esqueceria? – ele deu uma risada relembrando a nossa ida ao sorveteria com Mike no feriado desastroso – Mas como eu ia te contando... a audiência estava sendo tranquila, o juiz comentou todos os critérios, ficamos de acordo, ela assinou e quando eu fui assinar, ela começou a ter um ataque. Chorava freneticamente e fingia que ia desmaiar. Mas eu já estava tão saturado daquele showzinho que assinei correndo e saí com o Albert.

  - Tão típico dela... imaginei que algo parecido iria acontecer mesmo – falei sem medo de ofender o ex marido dela.

  - E sabe o que mais me impressiona? É como eu pude aguentá-la tanto tempo, entende? Estava tudo tão na cara e não percebi. Era um corno manso mesmo... ela devia rir de mim.

  - Ah Edward para. Olha, vamos fazer um combinado? Você acaba de iniciar uma nova fase na sua vida: “minha vida sem a Tanya”. Então não fale, pense, cite, o nome ou os momentos que compartilhou com ela tá legal? Porque eu acho que alguém como ela não deve ser lembrada, não por que eu não gosto dela, mas por tudo que ela já fez contigo Ed.

  - Você tem razão Bells... a partir de agora eu nem sei mais quem é Tanya. Do que a gente estava falando mesmo? – perguntou sorridente.

  - Isso aí, gostei de ver!

  Sentamos em um banquinho e ficamos por um tempo observando as pessoas passando, andando, correndo ou pedalando, enquanto tomávamos nossos sorvetes.

  - Bells... vou entender se não quiser falar, mas como era sua vida em Forks? Quer dizer, o que você fez depois que foi embora de Seattle?

  Hesitei por um momento e fiquei observando meus pés por alguns segundos. Porém, depois de tudo que tinha ouvido da vadia hoje, contar meus anos sem Edward era tranquilo. Comecei a procurar minha mágoa e rancor daquele tempo, só que não havia nada, afinal descobrir toda a verdade pela boca da Tanya tinha feito tudo se esvair aos poucos, até sobrar lembranças, não eram boas, mas não doíam tanto como antes.

  - Bom... quando minha mãe apareceu com a brilhante ideia de me mandar para Forks para viver com minha avó, confesso que não fiquei muito feliz. Mas percebi que ia ser melhor e também Emmet ofereceu pra passar as férias comigo lá, não poderia ser tão ruim assim. Tá, que ele passava mais tempo em Port Angeles do que lá, mas tudo bem. Enfim... Assim que cheguei fiquei umas duas semanas, mais ou menos, sem sair de casa. Lá chovia o tempo todo e fazia um frio da porra e eu odiava aquele clima sombrio e mórbido da cidade. Não conhecia ninguém e minha avó também não era muito influente na vizinhança, eu só saía de casa para ir à padaria. Dizia que eu ia morrer ali, jogada na cama – sorri lembrando a minha doce avó – Emmet conheceu algumas pessoas e saía todos os dias para as festas em uma cidade maior próxima a Forks, ele me convidava, mas eu preferia ficar em casa. Até que no meio das férias ele conseguiu uma vaga na universidade de Londres e foi para lá cursar arquitetura. Aí um dia ela me convidou para ir até uma festa em La Push, porque a maioria dos amigos dela morava lá. Depois de muita briga, acabei indo, conheci Jake e os outros garotos, no fim das férias fiz até a metade do meu último ano na escola de Forks, pois Jake surgiu com a ideia de mudar para cá. Então, terminei meu último ano aqui e entrei na universidade de New York para fazer jornalismo. E aqui estou eu! – finalizei sorrindo.

  - Uau. Não deve ter sido nada fácil para você... logo você que adora sol!

  - É, não foi muito bom mesmo. Mas logo me acostumei Ed, sem dramas.

  - Quando vocês foram embora eu fiquei um bom tempo deprimido. Eu não entendia porque meus melhores amigos tinham ido embora sem ter me dito nada entende? Tantas coisas me passaram pela cabeça. Confesso que um dia, no auge dos meus pensamentos, imaginei que vocês tinham sido abduzidos e os alienígenas tinham apagado a memória da sua família – ele começou a rir e eu o acompanhei – Assim que seus pais voltaram de Forks, do enterro da sua avó, fui com meus pais em sua casa para dar os pêsames e com a esperança de que vocês talvez pudessem ter voltado. Sua mãe contou que você estava bem e que Emmet tinha ido para Londres, ela estava toda orgulhosa.

  - É, o Emmet ter conseguido uma vaga em uma universidade de lá foi novidade para todo mundo – demos outra risada.

  - Nosso reencontro foi um tanto constrangedor não é?

  Ele comentou me fazendo relembrar do momento que nos reencontramos no banheiro do escritório, na tentativa frustrada de pregar uma peça em um colega.

  - Muito constrangedor... Edward e a viagem para Veneza?

  - Ah sim! Já está tudo certo. As passagens já estão compradas e o hotel confirmado. O único compromisso com a empresa que temos é a festa para divulgação e premiação do nosso relatório. Depois disso são apenas passeios. Você vai adorar, Veneza é linda, vi em algumas fotos.  

  - Já vi em filmes também, é realmente fantástico.

  Ficamos muito tempo conversando sobre assuntos aleatórios e só saímos do parque quando um trovão fez se ouvir no céu nublado. No carro dele, ouvíamos músicas antigas enquanto a chuva caía e faltando duas quadras para chegarmos ao prédio, o carro parou.

  - A não... Agora não, por favor – Edward implorava enquanto tentava ligar novamente o carro.

  - O que aconteceu?

  - Não faço ideia... Não acredito nisso, não quer ligar! Vamos ter que empurrar até o prédio.

  - COMO É QUE É? Edward, tá chovendo, não dá pra gente esperar aqui não?

  - Ah que isso Bells, são só duas quadras, você não vai nem notar. Vai lá pra trás e eu empurro aqui na frente manobrando o carro.

  - Porque eu que tenho que ir para trás? – perguntei abismada.

  - Porque tenho ciúmes do carro, você sabe... vai lá Bellinha, quanto mais rápido a gente fazer isso, mais rápido chegamos em casa.

  - Ah Edward, como eu te amo... – comentei sarcástica.

  Até que a parceria não foi tão injusta como eu esperava. Edward fez muito mais esforço que eu e com dificuldade conseguimos chegar até o estacionamento do prédio, onde meu amigo ligou para um mecânico que viria quando a chuva parasse. Subimos, encharcados, o elevador e eu ansiava para chegar em casa e tomar um banho quente, mas na hora de entrar notei que Emmet não havia chegado e eu tinha esquecido a chave do apartamento na empresa.

  - É muita desgraça para um momento só...

  - O que foi Bells? – perguntou Edward que ainda me esperava.

  - Esqueci minha chave e Emmet deve ter saído para os bares da vida e com certeza não tem hora pra voltar – peguei meu celular e disquei o número dele – Atende seu filho da puta, merda, esqueço que não posso xingar meu irmão desse jeito... pronto, caixa postal. Não quero deixar porra de recado nenhum não Emmet! – gritei com a mensagem animada da caixa postal dele.

  Escorreguei pela porta e sentei no chão com as mãos na cabeça. Edward ria do meu desespero e me ofereceu para ir a casa dele trocar de roupa e esperar por Emmet lá.

  - Não tenho roupa Ed, vou ficar por aqui mesmo.

  - Quer pegar um resfriado Bells? Você veste qualquer uma minha mesmo, vai ser rápido, vou fazer uma receita que aprendi com a minha mãe.

  - Você cozinha desde quando Ed? – perguntei desconfiada enquanto me levantava.

  - Desde que me casei e comecei a passar tempo demais sozinho em casa enquanto minha esposa me traía – ele comentou sarcástico – vamos logo Bells.

  Seguimos para a casa dele e deixamos os pertences molhados em uma mesa. Fui desconcertada para o seu quarto e fiquei esperando na porta enquanto ele escolhia uma roupa no armário. Tentei não ficar pensando no quanto aquela situação era constrangedora e nas sensações que ela proporcionava e me forcei a retomar a amizade inocente dos velhos tempos. Ele jogou uma camiseta de faculdade, uma bermuda e a toalha em cima da cama e escolheu outra peça de roupa para ele.

  - Vou tomar banho no outro banheiro, pode ficar a vontade Bells. Tentei escolher a roupa mais antiga que eu tinha, para ver se ficava menor. Te espero lá na cozinha tá bom?

  - Ok. Obrigada Ed.

  Peguei a toalha e a roupa e segui para o banheiro. Tomei um ótimo banho quente e sequei minha calcinha e o cabelo. Odiava vestir roupa suja, mas seria por pouco tempo. Por ser uma calça jeans e uma blusa, aquele pequeno secador não as secaria a tempo, por isso me rendi as roupas do Edward. A camisa servia como vestido para mim, então achei melhor não usar a bermuda e reforcei a ideia da amizade inocente.

  Andei devagar pelo corredor e o encontrei na cozinha já preparando o jantar. O cheiro estava ótimo e minha barriga roncou lembrando que eu não comia desde o almoço. Ele notou que eu chegava e virou-se para mim, o cabelo estava levemente despenteado e o perfume exalava com mais força na sala. Talvez porque usava as roupas dele ou talvez porque estava mais cheiroso mesmo.

  - Espero que não se importe de estar só com a camisa Ed. Ficou uma túnica pra mim – comentei com um sorriso.

  - Claro que não Bells, somos amigos. Senta aí e se prepara para a melhor comida do mundo.

  - A sua ou a do restaurante que você vai pedir?

  - HAHA. Engraçadinha... eu sei mesmo cozinhar.

  - Ok, vamos ver se vai ficar tão bom quanto você está falando.

  Ficamos um pouco em silêncio enquanto eu o observava. Era bom estar ali, melhor ainda era a sensação de alivio que me dominava depois da declaração da Tanya. A verdade era que isso não apagava ou curava a humilhação e a dor sofrida, mas tirava um pequeno peso dela, a figura terrível que moldei de Edward no decorrer dos anos parecia exagerada agora. Não era mal ser amigos de novo, eu gostava do Jake e era melhor que Edward arranjasse uma mulher nova na vida dele.

  - Ei, em que mundo você está hein? – assustei quando ouvi a voz dele tão perto de mim, estava sentado ao meu lado e sorria a me ver perdida nos pensamentos.

  - Aqui. Estava pensando sobre o que a Tanya me disse hoje.

  - Eu sabia que era mentira aquele papo de saber as novidades, vocês nunca foram amigas.

  - É, ainda bem – dei uma risada junto com ele.

  - O que ela disse para você? Deve ter te xingado e te ofendido, você devia ter me dito Bells, eu ia falar poucas e boas para aquela vadia.

  - Disse que ela armou tudo, desde me atrair para ver a transa de vocês até minha ida para Forks.

  - Como é que é Bella? – ele perguntou já visivelmente nervoso.

  - Era um plano dela que a Jennifer e a Sophie se tornassem minhas amigas para me atrair até o quarto no momento certo, me trancar para que eu assistisse direitinho, embebedar você para que não lembrasse de nada, fazer sua cabeça contra eu e o Emmet, e dar o conselho para minha mãe me enviar para Forks.

  - Sabia! Quando você me contou eu imaginei que tinha dedo dela nessa história. Filha duma puta, não acredito que ela fez isso com a gente. Ela percebeu que eu estava gostando de você, que ela ia perder concorrência, ela sabia que não ia demorar pra eu sacar que te amava e me desiludir do amor platônico por ela. Filha da mãe! – ele gritou socando a mesa.

  - Calma Ed, agora já passou, não adianta ficar com raiva mais – tentei fingir que não tinha ouvido o fato de que ele me amava.

  - É terrível essa sensação de arrependimento sabe? De notar que perdi muitos anos da minha vida ao lado de uma pessoa que não merecia a minha companhia, que deixei o amor da minha vida escapar enquanto me iludia, que magoei as pessoas que mais amava e me tornei algo que não queria. Afastei da minha família e dos meus amigos por causa dela. Só queria voltar aos meus 17 anos e fazer tudo certo dessa vez entende? Contar para você que te amava e não te deixar nunca ir embora. Nunca... – falou em um fio de voz – é um saco que a humanidade ainda não tenha inventado uma máquina do tempo.

  Levantou da cadeira e foi para as panelas terminar o jantar. Eu queria ir até lá e abraçá-lo, dizer que o tempo tinha passado, mas nós podíamos recomeçar e que eu o queria, e desejava profundamente que pudéssemos aproveitar o tempo perdido. Procurei sufocar a Bella apaixonada pelo Edward, mas quando notei estava perto dele, pronta para passar meus braços ao redor do seu abdômen e era tarde, ele tinha virado para mim e me fitava com seus olhos esverdeados.

  - Não... não fica assim Ed – tentei não gaguejar – ela não merece sua revolta, pelo menos agora você pode recomeçar, aproveitar o tempo perdido – disse me afastando.

  - Não Bells. Não posso recomeçar sem a pessoa que eu quero viver essa nova vida ao meu lado.

  Engoli em seco e senti as costas da mão dele deslizar pelo meu rosto. Estava perto demais, o perfume muito intenso e estava tornando difícil resistir, mas o leve cheiro de queimado falou mais alto e nos separou levando cada um para o canto da cozinha.

  ***

  - E então, o que achou Bells? – Ed perguntou esperançoso.

  - É... até que é gostosinho.

  Ele fez uma cara triste e comecei a ver um beicinho brotar em seus lábios, comecei a rir e tomei um gole do vinho que ele tinha escolhido para nós.

  - Está ótimo Ed! Você é muito bom mesmo.

  - Que bom que gostou, estava apreensivo.

  - Sabe do que eu estava lembrando? Você ainda toca piano Ed?

  - Tem bastante tempo que não toco. A Tanya não gostava, achava careta.

  - Que ridícula. Você tocava maravilhosamente bem, se depois você não achar ruim, podia tocar pra mim. Logo depois eu ia embora, prometo – comi outra garfada da comida.

  - Que isso Bells, desse jeito tá parecendo que quero que vá embora... Se você quiser dormir ai, tem outro quarto.

  - Imagina Ed, obrigada, mas tenho certeza que o Emmet vai chegar logo e eu vou poder colocar uma roupa decente – dei uma risadinha.

  - Essa camisa ficou boa em você – ele falou com o sorriso torto.

  - Idiota! Conselho de amigo não vale – dei um soco de leve em seu braço.

  Terminamos logo de comer, pegamos nossas taças e nos dirigimos para o piano que ficava no canto da sala. Edward sentou em uma metade do banco e ofereceu para que eu ocupasse a outra, fiz e tomei um gole de vinho enquanto esperava.

  - E então, que música quer ouvir? – perguntou animado.

  - Não sei, talvez Claire de Lune...

  - Peraí, me lembrei... Tenho uma música melhor.

  Tomou um pequeno gole de vinho, abriu a tampa das teclas e deu um sorriso maravilhoso para mim. Respirou fundo, e iniciou a misteriosa música. Não sou fã de muitas músicas clássicas, mas aquela era desconhecida e por isso nova, diferente das outras, simples, meiga e doce. Como uma canção de ninar. E a sensação que ela me causou é indescritível, foi como estar em casa, como se ali, com Edward, fosse o meu lugar, fosse onde eu deveria sempre estar. Um universo paralelo, sem passado negro, sem ex amores, sem humilhações, sofrimentos, lamentos ou mágoa. Só amor, leve, inocente e lindo, como aquela música. Quando ele terminou, eu fiquei alguns segundos sem conseguir dizer algo, ele sorria e eu só conseguia fazer o mesmo.

  - E então, você gostou? – indagou receoso.

  - É linda Edward. De quem é essa música? É fantástica! Nunca tinha escutado algo tão maravilhoso, sem brincadeira.

  - É minha. Eu compus.

  - Caralho Ed! Desculpe a expressão, mas eu não sabia que era compositor. E essa música é tão linda, Bethoven deve ter escutado e com certeza ficou maravilhado com ela.

  - Que isso Bella... não é pra tanto assim. Quer dizer, eu gosto dela, tinha muito tempo que eu não tocava. Ela é linda porque a inspiração pra ela também é.

  - Mesmo? Você estava bastante inspirado mesmo – comentei sem graça.

  Culpei-me por sentir ciúmes naquele momento. Com certeza a música foi feita para a Tanya quando Edward a amava loucamente. Sei lá, eu só acho que para uma música tão bonita, não devia ser dedicada a alguém tão vulgar como ela.

  - Não fiz pra Tanya Bells, se é isso que está pensando – ele disse fechando o piano e virando-se para mim.

  - Ainda bem. É que ela é tão linda... e a Tanya não merece uma música como essa.

  - Eu fiz pra você.

  - Como é que é?

  - Fiz essa música para você, quando a gente se beijou pela primeira vez.

  Fiquei sem reação. Meus olhos estavam fixados nos dele e eu não conseguia pensar em nada naquele momento. Só havia eu e ele, de novo. As mãos dele envolveram delicadamente minha cintura e os meus braços caíram ao redor do seu pescoço. Era possível sentir a respiração em meu rosto, o perfume e o desejo intenso, deixei meu medo de lado e me entreguei ao beijo iminente.

  Era maravilhoso. Nossos lábios e línguas se encaixavam e dançavam harmoniosamente e era doce, como sempre. As mãos grandes que deslizavam pela minha cintura e costas, e as minhas que enroscavam em seu cabelo macio e o puxavam devagar. Ele levantou lentamente para que nossos corpos não se separassem e me deitou com delicadeza no sofá. Parou o beijo com selinhos e analisou meu rosto, tirou as mechas do meu cabelo, beijou minha testa, meu nariz, minhas bochechas, o canto da minha boca e o toque do meu celular nos impediu de continuar.

  - Emmet? – assustei ao ver o nome na tela do celular – Alô? Cadê você, seu mané? Você já chegou, tá aqui em casa? Até que enfim! To indo pra aí.

  Levantei desconcertada e peguei meus pertences com a minha roupa úmida em cima da mesa e pretendia sair sem dizer nada, mas Edward segurou minha mão.

  - Não vai Bells... por favor – implorou com sua voz macia – Vai continuar negando que a gente se ama? Que somos feitos um para o outro?

  - Tenho que ir Edward, não podia...

  - Não podia ter acontecido? Porque não Bella? Porque você namora o Jacob? Bella, eu te amo, sou louco por você. Quando vai entender isso e se entregar pra mim? É verdade, sempre te amei...

  - Não é certo com ele, não é certo comigo. Eu to muito confusa Ed, a gente se fala depois.

  Arrumei tudo em meu ombro e segui correndo para casa. Abri a porta e me tranquei no quarto sem responder as indagações de Emmet.

  Ao amanhecer, troquei de roupa, tomei um café da manhã silencioso com meu irmão e segui em direção à faculdade do Jake. O campus era enorme, mas depois de muita procura consegui encontra-lo no pátio, sentado em um banco com uma garota ao lado dele. Conversavam amigavelmente, riam e estavam muito descontraídos, ela era linda com seus cabelos levemente avermelhados e os olhos esverdeados.

  - Jake? – perguntei tentando chamar a atenção dele.

  - Bells? Amor, que bom te ver! – ele me abraçou e me deu um selinho demorado.

  - Pois é, a gente não se encontra mais, resolvi fazer uma surpresa.

  – Peraí, deixa eu te apresentar, Bella essa é Renesmee, Nessie essa é a Bella, minha namorada.

  - É um prazer Bella, Jake fala tanto de você – disse me estendendo a mão.

  Apertei e dei um sorriso sem graça para ela. Esperei com que ela percebesse que eu estava a fim de ter uma conversa particular com MEU namorado, mas Jake começou a falar dos predicados da grande e recente amiga.

  - Você precisa ver Bells, ela é fantástica! Eu não levei muita fé, de como uma garota como ela poderia entender de mecânica, mas ela saca muito! Concerta uma moto em questão de minutos.

  - Ah que isso Jake... você também é muito bom – ela comentou sem graça.

  - Deixa de ser modesta Nessie! Lembra aquelas duas motos que consertamos lá em Forks Bells? A Nessie conserta facilmente, o pai dela tinha uma oficina em New Orleans e to aprendendo muito mais junto com ela, do que com alguns professores.

  - É mesmo Jake? Mas eu queria falar com você sobre nós dois – comentei um tanto irritada.

  - Sinto muito, eu to saindo Jake, a gente se vê mais tarde - acenou a garota angelical deixando meu namorado com uma cara de bobo.

  - Poxa Jake, tem bastante tempo que a gente não se vê e sei lá, a gente podia sair pra jantar hoje.

  - Ah meu amor, eu sei, to morrendo de saudades de você. Mas hoje é minha folga e eu combinei de fazer um trabalho com a Nessie, é pra amanhã.

  - Legal Jacob. Eu achei que EU fosse sua namorada.

  Dei as costas para ele e saí do campus ignorando os chamados dele. Tinha dias que a gente não se encontrava e quando eu resolvo fazer uma surpresa para o meu namorado, ele fala apenas da linda, talentosa, fantástica, maravilhosa, Renesmee. Minha cabeça estava a mil, um turbilhão de pensamentos e sentimentos confusos me incomodava: o beijo com Edward, a indiferença do Jacob, a carência, a saudade, a verdade... Não dava pra tudo ser mais fácil? Chamei um táxi e fui direto para a revista.

  - Então, peraí, quer dizer que você resolveu fazer uma surpresa para o Jacob e ele ficou falando da amiga dele?

  Alice perguntou confusa depois de eu desabar nela todos os pensamentos e sentimentos do dia anterior e dessa manhã. Bebi um gole do café e respirei fundo.

  - É Lice, ele nem perguntou se eu estava bem sabe? Ficou me contando do quando a Renesmee é talentosa, que conserta uma moto em trinta segundos, que é isso, que é aquilo... e o olhar dele para ela? A cara de bobo quando ela saiu? E quando eu o chamei pra jantar, pra gente matar a saudade, sabe o que ele falou? Que tem que fazer um trabalho com ela! Eu achei que ia chegar lá e ter um namorado surpreso, que me abraçaria, me beijaria, e iria dizer o quanto sente minha falta, pra me deixar menos confusa entende? Pra eu ter certeza que ontem com Edward não fez diferença nenhuma. Eu to confusa pra cacete Alice.

  - Olha Bells, eu poderia ficar aqui falando um milhão de coisas, sobre o que fazer, o que pensar, mas tenho uma ideia melhor. Tem uma pousada aqui perto, dá uma três horas de trem em Ottawa que vai ser perfeito pra você. O fim de semana tá chegando, se isola lá tá? Desliga o celular, não leva computador ou internet, fica os dois dias só pensando, analisando a situação, tentando entender seus sentimentos. Dois dias para você. Sem ninguém, sem nada pra te confundir mais.

  - Parece bom... mas...

  - Nada de “mas” ou menos “mas” falou? Vai mesmo Bella, você vai ver que vai ser ótimo.

  - Você tem razão, fala o nome desse lugar que vou agendar pra mim.

  - Eu sempre tenho razão, vai, digita ai...

  O site da pousada era simples e meigo, transmitia uma imagem boa do local. As fotos eram bonitas e tudo era muito tranquilo. Fiz a reserva, comprei uma passagem de trem e continuei no meu trabalho pelo resto do dia, tentando evitar os pensamentos que me levassem ao Edward ou ao Jacob. 


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Notas finais do capítulo

E então? Valeu a pena esperar? Sei que nenhuma espera vale a pena, mas espero que tenha sido bom. Beijinhos e até a próxima.



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