First Love. escrita por LawlietaaChaan


Capítulo 1
You are always gonna be my love.




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First Love

”Saigo no kisu wa tabako no flavor ga shite nigakute setsunai kaori…

Nosso último beijo teve gosto de cigarro, um sabor amargo e triste...”

O vento soprava gelado em meus ombros nus, meus lábios estavam rachados e minhas pernas tremiam.

O barulho de meu queixo batendo poderia ser ouvido a km’s de distância e eu me senti um idiota por me vestir daquela maneira em uma madrugada fria como aquela.

Eu usava um longo vestido cor de carmim, com algumas rosas e babados delicados.

Não, não sou uma moça.

Me chamo Alois Trancy e tenho doze anos.

Sou um garoto.

Apenas gosto de me vestir como uma mulher.

Porém, caso tal ato fosse praticado a luz do dia, seria um tanto quanto anormal. Por isso, de vez em quando venho até está praça sob o breu noturno vestido desta maneira, como estou neste momento; usando um longo vestido, sapatos com saltos altos, um batom vermelho no mesmo tom carmim que todo o resto de minhas vestimentas e uma presilha de rubi, que segurava gentilmente uma de minhas madeixas louras brilhantes.

Resolvi sentar diante o chafariz, um lugar que sempre me acalmava.

Lá era o único lugar que me sentia... Livre. Sem medo de ter pessoas a minha volta, para me julgar, ou esperar de mim, certos comportamentos ou reações... Não precisava corresponder expectativas... Poderia simplesmente sentar e pensar...

 

Parecia estar tudo em ordem, até aqui ouvi uns estranhos ruídos se aproximando.

Seriam... passos?

Droga... Eu não poderia ser visto daquela maneira...

“Preciso sair daqui...”

Não tinha para onde ir, os passos se aproximavam e eu tinha que permanecer ali... Talvez... Se eu ignorasse o “alguém”.

Mal sabia eu, que seria impossível ignorar aquele “alguém”.

  Os passos leves se aproximaram, seus pés amassavam gentilmente as folhas secas espalhadas pelo chão, eu conseguia ouvir sua respiração...

Senti aqueles olhos me fuzilarem, fazendo-me arrepiar, porém; não virei-me para trás, apenas continuei olhando fixamente para frente, trêmulo e assustado.

“Ashita no imagoro niwa, anata wa dokoni irundaro, dare wo omotterundarou...

Amanhã, nesta mesma hora aonde você estará? Em quem estará pensando?”

 

- Olá...?

A voz era fraca, porém doce e gentil.

Não respondi continuei fitando o chão, com a respiração pesada, o que para mim era sinal de nervosismo. Senti uma gota quente de suor escorrer pelo canto de meu rosto. Porque eu estava tão nervoso?

- Eu disse, “olá”.

Novamente, não me movi nem respondi, continuei ignorando... Apesar de que no fundo, sentia uma enorme vontade de poder me virar e ficar cara a cara com o dono da bela voz.

- Alois, ninguém lhe ensinou que é falta de educação não cumprimentar as pessoas?

Gelei. Como ele saberia meu nome? Ou melhor, como ele me reconhecera? Aquela voz me era familiar... Olhei para trás rapidamente, como num impulso.

Ciel?

Sim, Ciel estava lá, parado, com as mãos na cintura, olhando-me de uma maneira provocadora. Seus lábios retorcidos levemente para o lado, mostravam um sorriso sórdido e debochado.

“You are always gonna be my love, itsuka darekato mata koino ochitemo, I’ll remember to be love, you taught me how, you are always gonna be the one, ima wa mada kanashi no love song…

Você sempre será meu amor, mesmo que eu me apaixone por outro algum dia. Eu me lembrarei de amar como você me ensinou. Você sempre será o único. Agora ainda é uma triste canção, até que eu cante uma nova...”

Porque isto não estava me irritando?

Em qualquer outra ocasião, eu ficaria profundamente irritado... Mas... Eu estava envergonhado... me sentia... humilhado?

Humilhado por Ciel Phanthomhive... Com as penas tremulas, o rosto corado, vestido como uma puta enquanto aquele pirralho mimado ria baixinha de meu estado deplorável...

Aonde chegamos, Alois Trancy?

- Ciel...

Não consegui dizer mais nada... Minha voz estava fraca, quase inaudível.

O que aquele garoto maldito estava pensado?

- O que foi? Até parece que viu um fantasma. – Ria o menino – Ah... E eu não sabia que você mantinha um emprego como travesti.

Ele ria histérico, enquanto eu sentia uma enorme vontade de afogá-lo naquele chafariz, mas não poderia fazê-lo... Algo me dizia que minha alma seria levada junto... Talvez, porque eu o amasse?

É, eu tentei esconder meus sentimentos por um bom tempo... Mas, parecia algo maior do que eu... Maior e mais forte... E eu teria quer conviver com este peso... Para sempre?

- Mil perdões – Ria ele – Mas responda-me... O que fazes aqui;vestido desta maneira, a esta hora?

- Não me vejo na obrigação de lhe dar satisfações – Respondi frio. Não poderia ser gentil com ele... Mas também não poderia mais esconder o que sinto.

- Ninguém está lhe obrigando a dizer nada – Retrucou Ciel afastando uma mecha de cabelo que caia sobre seus olhos. – Só estou curioso, não vejo motivos para tal comportamento, ainda mais vindo de sua parte Alois.

- Acho que já estou indo...

- Não! – Repreendi. Eu não queria que ele se afastasse mas também não poderia ser tão explicito... Quando gritei, foi por impulso... Não queria me afastar dele...

Ele não disse nada, apenas parou. Senti algo diferente em sua expressão...

- Fique aqui comigo... – Pedi num fio de voz.

Ele se aproximou. Conseguia sentir sua respiração quente em meu pescoço fazendo-me sentir sensações esquisitas, cujo as quais, eu não consegui explicar.

Um arrepio correu por minha espinha, e por algum motivo, segurei a mão de Ciel, que corou.

- Alois... – Sua voz era fraca, seu rosto adquiria aos poucos um tom rosado e senti o meu queimar também, imaginado se eu estava com aquela mesma cor, que caia tão bem em meu amado.

Minhas pernas estavam tremendo e eu não sabia o que fazer.

- Ciel? – Sussurrei quase sem voz – Porquê você me odeia?

Senti uma lágrima quente escorrer do canto de um dos meus olhos, molhando meu rosto gelado.

- Eu não... – Balbuciava o menino com um fio de voz – Não odeio você, Alois...

Dito isso, um silêncio pesado e carregado de emoções confusas tomou conta da praça naquela noite. Senti uma enorme vontade de abraçá-lo, mas novamente me contive.

Ainda segurando minha mão, Ciel sentou-se e suspirou. Sentei-me também e comecei a fitar o rosto de meu amado. Suas expressões estavam tensas e nervosas, e uma enorme vontade de tomar todas suas dores para mim, deixando-o só as alegrias, me consumiu. Queria reconfortá-lo... Queria envolve-lo em meus braços, acariciar seus cabelos macios e dizer-lhe que está tudo bem... Que eu estou aqui, e farei tudo passar, seria só ele querer...

- E você? – Indagou Ciel – Você me odeia, Alois?

É claro que não... Eu o amava.

- Por favor... – Pedi – Nunca mais diga uma coisa dessas.

Novamente, um silêncio tomou conta do lugar.

- Eu te amo Ciel...

Agora eu já havia dito, tarde demais para voltar atrás.

- O quê?

Eu não poderia mais mentir, era verdade. Eu o amava, e amava mais que qualquer outra coisa... E não conseguiria mais viver sem ele...

- Eu amo você – Repeti chorando – Mais que qualquer outra coisa.

Seus olhos estavam marejados e ele soluçava baixinho. Fiquei preocupado, imaginando se eu o havia magoado. Ciel sempre me pareceu delicado e frágil, e de uns tempos para cá, comecei a me sentir na obrigação de protegê-lo, apesar de não demonstrar este tipo de sentimento. Prometi e mim mesmo que não esconderia mais o que sinto, afinal eu amava aquele menino, e era um amor tão grande que eu não teria como esconder.

- Alois... seu ... idiota... – Dizia o garoto entre soluços. O garoto me envolveu em seus braços,  - coisa que eu gostaria de fazer a um bom tempo - e começou a chorar em meus ombros.

Suas lágrimas quentes me machucavam como se fossem espinhos gélidos. Senti que ele estava sorrindo. Era verdade.

“Tachidomaru jikanga ugokidasouto shiteru wasureta kunai kotoba kari, ashita no imagoro niwa, watashi wa kitto naitera anato wa omotterundarou...

Você sempre será meu amor, mesmo que eu me apaixona por outro algum dia. Eu me lembrarei de amar como você me ensinou. Você sempre será o único, agora ainda é uma triste canção, até que eu cante uma nova.”

- Shh... – Reconfortei-o – Estou aqui, não precisa chorar.

- Não choro por tristeza, Alois – Disse o pequeno, virando o rosto e olhando de frente para mim. – Choro por felicidade.

Passei levemente minhas mãos por seus olhos, secando suas lágrimas.

- Também estou feliz, Ciel – Falei sorrindo – Mais do que nunca estive.

Novamente, o silêncio tomou conta do local... Algo me dizia que... nesses momentos... Será que eu deveria?

Aproximei meu rosto do dele, fazendo o pequenino corar, mas então, hesitei. E se ele ficasse irritado comigo?

Senti meu rosto corar novamente. Será que eu... Deveria?

Seus lábios pareciam ser tão macios... Tão... “Beijáveis.”

E eu, os almejava... Queria sentir o sabor de Ciel.

Aproximei-me um pouco mais, esperando alguma reação. Foi o que consegui.

- Se quiser fazer algo... – Sibilava o pequeno garoto, com o rosto avermelhado – Pode fazer...

Agora eu não teria como agüentar, já era muito tarde, eu precisava daquilo...

Enfim, beijei-o. Meus lábios tocaram os seus, e a última coisa que vi, foi ele apertar os olhos, enquanto suas bochechas coravam ainda mais, então; fechei meus olhos.

Ele realmente tinha lábios macios. Adentrei minha língua em sua boca, explorando cada canto. Sua língua era igualmente macia, quente e doce... Com certeza, era a primeira que ele fazia aquilo, e minha primeira vez também, o que me deixava nervoso, e a ele mais ainda, pelo que me parecia. Ciel parecia tão... Frágil e delicado... Eu o queria tanto...

Entrelacei meus dedos em seus cabelos macios, acariciando-os e sentindo-o junto a mim, aproximando seu rosto do meu, fazendo movimentos mais rápidos dentro de sua boca, enquanto este gemia baixinho.

Logo, o pequeno soltou-se, abaixou a cabeça e riu baixinho.

- Estou feliz – Comentou ele.

- Também estou. – Encostei minha cabeça na dele, e ri também. – Olha para mim.

“Tachidomaru jikanga ugokidasouto shiteru, wasureta kunai kotoba kari... Ashita no imagoro niwa, watshi wa kitto naiteru anato wo omotterundarou...

As horas que estavam paradas estão começando a se movimentar, e há coisas que eu não quero esquecer. Amanhã nesta mesma hora, estarei certamente chorando, pensando em você.”

Ciel fitou-me, um pouco envergonhado, como já era de se esperar dele.

- Você me ama? – Perguntei sorrindo.

- Amo. – Respondeu ele sem hesitar, retribuindo o sorriso.

Lágrimas escorreram novamente por meu rosto, eu precisava dele...

- Está chorando, Alois? – Perguntou Ciel preocupado

- Como você disse, de felicidade... – Respondi. – Pois nunca imaginei que você um dia, retribuiria meu amor.

Ciel também sorriu, seu sorriso era tão... Puro.

- Você sempre será meu amor – Dizia ele – Não importa o que aconteça.

- Você também Ciel... Sempre será meu amor – Respondi com lágrimas nos olhos – Não importa o que aconteça.

Novamente, abracei-o. Era tão bom tê-lo em meus braços... nem que fosse... por pouco tempo.

Procurei aproveitar ao máximo aqueles poucos momentos, pois nunca poderia saber quando mais teria Ciel assim, tão perto de mim.

“You are always be inside my heart, itsumo anata dake no basho arukara, I hope that I have a place in your heart too. Now and forever you are still the one, ima wa mada kanashii no love song. Atarashi uta utaeru made.

Você sempre estará em meu coração. Eu espero que exista um lugar para mim em seu coração também. Agora e sempre... Você é o único. Agora ainda é uma canção triste, até que eu cante uma nova.”

- Vossa alteza! – Ouvi uma voz chamar.

Não era a doce voz de Ciel, era uma voz um diferente... uma voz mais firme. Claude.

- Vossa alteza, hora de acordar.

Abri meus olhos e olhei em volta.

Eu não estava naquela praça, Ciel não estava mais lá.

Eu estava em meu quarto, deitado em minha cama, com meu pijama, embrulhado nas cobertas, e a única pessoa que estava ali comigo era Claude, meu mordomo.

- Bom... Dia Claude. – Falei quase sem voz, segurando minhas lágrimas.

- Quer que eu lhe ajude a se vestir? – Perguntou o mordomo num tom carismático, que ele raramente tinha.

- Volte aqui dentro de meia hora. – Falei seco.

- Você precisa se levantar, vossa alteza – insistiu.

- Você não passa de um empregado! – Bradei irritado – Saia daqui imediatamente!

- Como quiser. – Respondeu Claude deixando o aposento.

Não tive tempo de pensar, de ter certeza que Claude havia ido embora, de me certificar que estava sozinho, que ninguém ouviria meu choro.

Abracei meu travesseiro e me desmanchei em lágrimas.

Eu realmente nunca teria Ciel... Ele sempre haveria de me desprezar, e me odiar.

Por mais que eu tentasse... Por mais que eu o amasse...

Havia tudo sido um sonho... um sonho bobo, que não se realizaria... uma ilusão, apenas isso.

Porém, pelo menos em meus sonhos, eu tinha Ciel... Eu tinha seu amor... Que era tudo que eu precisava.

- Ciel... Porque você me odeia?

“You are always gonna be my love, itsuka dareka to mato koini ochitemo. I’ll remember to be love, you taught me how. You are always gonna be the one. Mada kanashi no love song. Now and forever…

Você sempre sera meu amor, mesmo que eu me apaixone por alguem, eu lembrarei de amar como você me ensinou. Você sempre será o único. Ainda é uma triste canção, agora e sempre.”

 

Notas da autora:

Nossa, eu chorei escrevendo isso, sério mesmo...

Sei que mostrei um Alois totalmente fictício, mas sei que por mais que ele seja... Sádico, egoísta... e outras coisas mais, no fundo bate um coração, com sentimentos de verdade.

Ciel ficou muito uke nessa fic, e acho que pelo menos na parte em que ele vê o loiro com um vestido, e o ridiculariza, senti que os papéis foram trocados.

Mas o que importa é que fiz esta fic com todo carinho, e quero dedicar ela a duas amigas...

Mallu-Chan. Mallu, eu disse que esta fic seria lemon, mas comecei a ouvir First Love e tive que transformar num romance... Desculpe, mas te prometo outra fic, desta vez um Lemon, e quero que o titulo dela seja em italiano HASUAUHS.

E Gabs,que editou para mim a capa da fic *-*

Dediquei first Love a elas, pois ambas são meu Ciel, e sou o Alois delas *-*

Ah, e obrigada a Utada Hikaru por compor uma música tão linda a ponto de me fazer chorar, e me inspirar para escrever isto aqui.

Espero que tenham gostado, deixem reviews, e se acharem que mereço, indiquem *-*

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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